5.19.2015

Nós os três. Que somos 5.

A nossa família nuclear contém 5 elementos, mas os outros dois nem sempre são mencionados. Não é por mal. São muito amorosos, mas a um nível diferente. Acho que a Bubbles e o Noddy, os nossos gatos, não ficam ciumentos de nem sempre falarmos deles. Nunca nos esquecemos, até por causa de todos os pelos que temos espalhados pela casa. E também por causa do Noddy que, sempre que nos vamos deitar, fica a miar imenso tempo. Nem é bem miar, é uma coisa parecida que ele faz que ainda não entendemos o que é. Começamos a acreditar que ele acha que é um grilo. É um bocado estúpido, mas gostamos dele à mesma. 

Bom, nós os três (que somos cinco) fomos ao jardim. Não é o mais comum. Tirar o pai de casa é difícil. Ele vai sempre que eu peço, mas nunca vai aos saltinhos e eu gostava que fosse, por isso não peço muito. Ele é mais de brincar indoors. Eu também era, saio mais por causa da Irene. Quero que ela respire outro ar que não o dos cozinhados (maravilhosos, visto que não sou eu) cá de casa e dos pêlos do Noddy e da Bubbles. Precisa de ouvir passarinhos, de imitar o pavão, de ver os patinhos que acabaram de nascer. De comer uma pêra, sujando-se toda. De gritar "dadá" porque quer andar e ir directa às galinhas. Enfim,  precisa ela e eu adoro vê-la assim. 

Desta vez fomos os três e, como sempre que vamos os três, foi um dos melhores dias da minha vida. É uma coisa super intensa. Chega mesmo a ser brutal.

Ela está habituada a ter-nos sempre aos dois, juntos. Quando está com o pai berra pela mãe (mais pelas suas mamas) e quando está com a mãe pergunta pelo pai. 

Gosto.







Esta é uma daquelas fotografias que vejo sempre que fecho os olhos e me lembro deste dia (foi no sábado). Os meus dois amores. Um que me mostrou o que era amor e me preparou para o que veio a seguir. Algo superior. Fiquei desfeita, mas no bom sentido. E ainda fico todos os dias. 



Como é que conseguimos produzir algo tão delicado e tão belo? 


Isto foi enquanto o pai se enchia de caracóis. 

Os melhores dias são quando estamos os três. 

Estou a amar esta minha família. Nós os três. Que somos 5. 


Panamá Little i


Sandálias Zara

Laço Claire's

Quanto à minha roupa, não vale a pena, é quase "pijama" ;)

A cadeira da papa da Isabel

Começo já por dizer, para depois não estarem com "ah e tal e coiso" que a cadeira da papa da Isabel foi oferecida pela Bébé Confort. A cadeira da papa e a espreguiçadeira, que fazem pendant. Ou pandam. Ou pan-dan. Raios.


A cadeira de refeição Keyo é um conceito engraçado e funcional, uma vez que o suporte permite encaixar não só a cadeira da papa, como a espreguiçadeira, uma alcofa e ainda uma cadeira automóvel (G0+) da marca. Além disso, a altura é regulável também (tem 5 posições diferentes). Tanto podem pô-la à altura de um sofá, da mesa de jantar ou como vos der mais jeito.

Escolhemos a cor "aqua sky" (já vos contei da minha panca por verde água e azul turquesa, não já?) e fiquei descansadinha por saber que a forra é lavável, porque não há pachorra para forras cheias de sopa e papa a secarem nas cadeiras.

Quando recebemos esta cadeirinha, a sogra já nos tinha dado uma (de uma marca sueca cujo nome eu não vou pronunciar eheh), que, sejamos práticos, cumpre o seu papel. Mas, minhas amigas, em podendo, esta é muito superior. O assento é fofinho e ergonómico, as costas também, o tabuleiro sai e vai rapidamente a lavar. E caso liguem à estética da coisa, esta é uma cadeira muito bonita.


A espreguiçadeira também me parece bastante confortável (gostava de experimentar mas parece-me - tenho uma ligeira impressão - que o meu rabo não cabe ali). Mães grávidas de primeira viagem (o que eu odeio esta expressão bimba), uma espreguiçadeira é daquelas coisas que TÊM MESMO DE COMPRAR (ou pedir emprestado). Quando eles são minúsculos e não seguram bem a cabeça, não há coisinha mais confortável, além do colo dos pais, claro, do que uma espreguiçadeira, quando temos de comer, ir fazer xixi, tomar banho, descansar as costas, esses pormenores.


Já não conseguimos prender a Isabel na espreguiçadeira, porque já está crescida e zanga-se facilmente, mas vai ficando lá uns minutinhos, como se estivesse no sofá, a relaxar.



Como não estava a conseguir tirar fotos nenhumas de jeito, pedi ajuda ao marido. O resultado foi este:







Lição aprendida: nunca pedir o que quer que seja a um homem à hora do jogo.

5.18.2015

Não consegui resistir mais.

Sempre fui a moça dos ténis, dos Nike, das botas Nike, dos All Star, dos Adidas. Quanto mais hip-hop fosse o calçado, melhor. Ainda sou, mas nalguns momentos. Já nem sempre me apetece. Agora vario e gosto de ter opções para me sentir mais mulher e menos moça (que lindo). 

Não sei porquê, nunca me senti muito inclinada para as alpergatas, a começar pelo nome que me irrita solenemente. Aliás, nem sequer sabia que era esse o nome, para mim, sempre foram Paez. 

A verdade é que, tem vindo a crescer em mim uma vontade incontrolável de as ter. Tornaram-se cool. Já há uns anos estava mortinha para comprar umas que pareciam uma melancia (lindas, lindas), mas não estava minimamente aberta a mudar o formato do meu pé para algo tão diferente. 

Agora, não aguentei mais. Foi o meu irmão, Pedro a querer comprar umas e a ficarem-lhe tão bem, foi a Joana Paixão Brás que apareceu num post com elas, fui eu a passar duas vezes pela loja do Colombo e pronto. Cá estão. 

Estou a passar pela febre das All Star. Apetece-me ter Paez de todas as cores para poder usar com tudo neste Verão. Foi mesmo muito difícil decidir-me. E sabem qual é o pior? Há para os nossos filhos. Ainda não havia o tamanho da Irene, senão, saíamos as duas a combinar... 

Há aquelas vezes em que nos vestimos e depois tentamos arranjar uns sapatos, depois há o contrário. 

Eu cá gosto! 

Pode ser que a Mãe dê, deixem ver ;)



10 mandamentos da mãe que trabalha

No dia em que a Isabel fez três meses, fui trabalhar. Custou-me muito. Esse dia e os que se seguiram. Não estava preparada. Acho que nunca se está. Se há dias em que trabalhar me faz sentir útil, me dá adrenalina e me faz sentir viva, outros há em que as saudades tomam conta de mim. Em que me interrogo se faço as escolhas certas, em que conto os minutos para estar com ela outra vez. Acho que é assim com todas as mães.

Para que aproveitemos melhor todos os segundos e não nos sintamos culpadas, ficam os mandamentos da mãe que trabalha:

10- Não olharás para fotografias no telemóvel mais que três vezes por dia para matar saudades
Melhor do que ficar a vê-los no ecrã, é aproveitar ao máximo o tempo em que estamos longe deles para dar tudo no trabalho, sermos mais eficientes e, caso tenham horários flexíveis, fazer em menos horas o que fazemos normalmente em mais. Caso seja como ir ao respirador e vos der mais pica para trabalhar, força. Se ficarem todas roídinhas por dentro e vos fizer lamentar a vida que têm, é pecado.



09 - Não odiarás as segundas-feiras
Depois do fim-de-semana em que podemos dar-lhes beijos as vezes que quisermos, acordar e voltar à rotina pode ser um crime de lesa-majestade. Mas começar a semana com humor de cão e chegar ao trabalho com cara de traseiro não traz boas energias e não melhora absolutamente nada. Ser daquelas pessoas azedas e com ar de que todos lhe devem alguma coisa é pecado.

08 - Tirarás duas horas do teu fim-de-semana para preparar as refeições da semana
Caso padeças de um mal chamado desorganização como eu padeço e queiras aproveitar todos os (poucos) minutos de segunda a sexta sem querer dar um tiro no pé com tanto stress, nada como tirar duas horas do fim-de-semana para fazer as refeições principais da semana, ou pelo menos para esquematizá-las, num calendário, e deixar parte delas congeladas. Fazer por sistema ovos mexidos e arroz é pecado.

Tipo isto, mas nada a ver. Ser assim sexy também é pecado.

07 - Aproveitarás bem o tempo que estiveres com os teus filhos
Não há coisa muito pior do que nos deitarmos na cama com a sensação de não termos estado tempo nenhum com os nossos filhos. Mas a questão que devemos colocar-nos é: o tempo que passei com eles foi de qualidade? Estar a dar-lhes banho a pensar no email de trabalho que ainda temos de responder, contar-lhes uma história com fogo no rabo para ir limpar a cozinha, estar no Facebook só a ver o feed mais uma vez, em vez de estar a olhá-los nos olhos e a ouvi-los, é pecado.

06 - Não te martirizarás quando te atrasares um dia para ir buscá-los à escola
Muito provavelmente vai acontecer. Não controlamos uma chuvada, um dia de trânsito infernal, um pedido urgente e mais demorado no trabalho. Não somos omnipresentes nem omnipotentes e quando só dependemos de nós próprias não há ajuda que nos valha. Por muito que nos custe, é jogar a bola para a frente. Ir buscar a chibata e ficarmo-nos a sentir as piores mães do mundo é pecado.
 
05 - Não falarás dos teus filhos no local de trabalho, de 15 em 15 minutos
Apesar da nossa filho-dependência, o primeiro passo para a cura é afastar o cálice do nosso pensamento. Além de que não há pachorra. Muitas vezes, já temos o interlocutor a bocejar e não damos por isso. Ser uma mãe chatarrona é pecado.

04 - Não compensarás a tua ausência sendo aceleradinha
São tantas as horas em que não os temos nas nossas vidas, que quando estamos com eles corremos o risco do over-booking. Não temos de encavalitar uma ida à praia, com um almoço fora, com uma ida ao jardim e com uma festa de anos. Eles também precisam de sossego, de estar em casa, de fazer as sestas e de segurança. Andar sempre com um speed infernal, a querer percorrer todas as capelinhas, é pecado.

03 - Deixarás tudo preparado na véspera
Aquela coisa do "amanhã logo se vê" não se aplica a uma mãe que trabalha, no que a preparar as malas e as roupas do dia seguinte diz respeito. A não ser que se consiga acordar duas horas antes de sair e se saiba de antemão que não se vai apanhar trânsito. Comer uns flocos a correr, entrar em stress porque o filho fez cocó na fralda antes de sair, quando se perdeu tempo a passar uma camisa a ferro ou a refazer a mala da escola deles é pecado. 

02 - Cuidarás de ti
Passas pouco tempo do dia com os teus filhos, é um facto. Trabalhas que te fartas. Fazes das tripas coração (que bela expressão...) para seres uma boa profissional e uma mãe presente. Mas, de vez em quando, podes tirar umas horas para ti. Ir fazer a depilação passa a equivaler a uma massagem. Ir ao ginásio uma vez por semana não te rouba tempo, dá-te tempo e genica para fazer tudo em casa. Ir comprar uma lingerie nova pode dar um abanão a essa relação. Deixar de cuidar de nós é pecado.


01 - Não invejarás a vida das mães que ficam em casa
Ao contrário do que muitos querem fazer parecer, estar 24/24 horas em casa com os filhos é trabalho de guerreira. É ter de abdicar de (quase) tudo por eles, é ter de aturar todas as birras, todas as lágrimas e aproveitar as sestas deles para passar a ferro ou fazer a sopa. Invejar a vida de uma mãe que fica em casa, como se de uma coisa fácil se tratasse, é pecado.

*imagens We Heart It


[foi um exercício engraçado reler este texto agora que, dois anos depois, sou uma mãe que fica em casa]
 
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Farta de mim!

Eishhhh não tanto quanto está o meu marido farto de mim. Para quem não saiba, passamos praticamente 24h por dia juntos há um ano e meio. E eu, sendo uma pessoa extremamente comunicativa, parece que, de vez em quando (tipo, sempre) lhe estou a gastar a paciência. A verdade é que, coincidência ou não, desde que o conheci, passou a ter o cabelo 5x mais grisalho. 'Tadinho.

Mas ele não é o único que está farto de mim. Eu também. A minha cabeça anda sempre a mil. A pensar em tudo a toda a hora, em várias coisas ao mesmo tempo. Coisas que estão a acontecer, que aconteceram, que vão acontecer, que deviam ter acontecido, que gostava que acontecessem, a que horas gostaria, etc. 

Canso-me imenso. Só de ser eu. Desde que tenho uma filha, não posso dizer que tenha piorado. É exactamente o mesmo como quando estou a trabalhar. Sempre a planear, sempre a gerir, organizar, ter que parecer divertida, mesmo nos dias em que não estou (faço rádio). 

O que piorou e muito é a questão de estar sempre a desenvolver teorias. Nunca, nunca, nunca elaborei tantas teorias para nada. 

Já não me posso ouvir com as mil e uma razões que já arranjei por ela não dormir em condições, não comer em condições, para quando não mamava em condições, para fazer birra ocasionalmente, para ter uma mancha na pele, para gostar mais daquele brinquedo, para não querer beber água, para rejeitar o biberão. 

Quanto mais me informo mais chata me torno e com mais teorias. 

Mudo de teorias como quem põe um soutien para lavar (não se põe todos os dias, certo? - se calhar sou eu que sou badalhoca). 

Queria que, em vez de teorias, houvesse certezas. a Mãe é que sabe mas, às vezes... não sabe nada, vai é por tentativa e erro e erro e erro e depois, quando acerta, muda a fase. :)

O que eu gostava de ser uma dondoca.

A sério. Não me importava de ser uma dondoca. Mas uma dondoca que dispensa babysitter. Só ("só"...) me tinham de tratar de tudo o resto: passavam a ferro, faziam as refeições, iam às compras, estendiam-me a roupa, limpavam-me a casa e eu só passava tempo com a minha filha. Nas sestas dela, lia uns livros e via umas séries, para não embrutecer muito, e de resto, dava-lhe comida, banho, brincávamos, beijáva-lhe os pézinhos e os refegos das pernas e adormecia-a, depois de uma história. Os meus pais tinham um banco, que não fosse apenas de cozinha, e eu só passeava, comia petiscos, fazia exercício, ouvia música, lia, dançava e ia à praia. Era só ("só") mãe.









Adoro estas fotografias das duas a dançar na água. E também gosto muito das que se seguem. Pelos pêlos nas pernas já devem ter percebido que não sou eu. Se bem que, às vezes, até podia ser.







São imagens destas que revisito muitas vezes durante a semana, quando as saudades me corroem. Era isto. Todos os dias.

Há por aí mais "dondocas-wannabe"? :)

5.17.2015

Karma is a bitch.

Eu sou gozona. É verdade. Quando acontece algo engraçado aos outros, mesmo que na altura eles não consigam rir em relação a isso, lá estou eu. A rir. A gargalhar-me toda como se não houvesse amanhã. A mandar bocas...

... mas ai de que façam o mesmo comigo (clássico!)


No outro dia escrevi um post a gozar com o meu marido e com o grande acidente que ele teve com cocó. Da Irene. Achei que talvez fosse melhor especificar. Eu costumo brincar a dizer que ele é velhote. E é um bocadinho, mas não ao ponto de ter problemas de "soltura" (refiro-me a não controlar quando faz o número 2). Se quiserem ler sobre isso (o acidente de cocó da Irene e do meu marido e não sobre problemas de soltura), cliquem aqui



Ora, o que é que aconteceu hoje? Hoje sim,  foi mesmo para me calar. 

Estavam cá os meus queridos sogros a almoçar, fui por a Irene a fazer a sesta da tarde e, como estava muito calor, faço como tenho feito e ponho-a a dormir só de fralda. 

Passado uns minutos de estar calada, chamou-me: "mamã, mamã". Fui. Fui e cheirou-me muito a cocó. Pensei: "eu sou preguiçosa para mudar o caixote das fraldas, mas não a este ponto". 

De repente, no escuro, apenas com a luz que passa entre os buraquinhos do estore, vi uma nódoa enorme no lençol. Pensei: "É o ursinho, por momentos parecia cocó". 

Olhei para a Irene e estava completamente nua. E aí chamei a minha sogra. Eu que não deixo que ela arrume a minha cozinha porque sinto que as pessoas que vêm cá almoçar não têm que fazer limpezas, naquele momento sucumbi: "CELINAAAAAAAAAAAAA!".

Houve um festival do cocó. Mesmo assim melhor que muitos festivais que por aí andam. O que é um festival do cocó? Pois, a Irene abriu a fralda - o ano passado eu punha-a-a dormir assim, mas ainda tinha a capacidade motora de um tacho - brincou com o cocó, atirou o cocó às paredes, comeu provavelmente um pedaço de cocó,  visto que estava suja na boca (blergh), tinha cocó pelas pernas abaixo (ou acima, como preferirem), na única semana que o colchão dela não tinha resguardo, claro que o colchão ficou todo coiso... 

Estão a rir? É. Ai que giro! Eu também me ri quando aconteceu ao Frederico (grande nome, não é?). E agora, olhem.

Em jeito de Óscares ou Globos de Ouro (que não fui convidada, mas por que haveria de?) queria agradecer à Irene por ter feito cocó (é sempre uma festa), mas principalmente à minha sogrinha por me ter ajudado neste momento tão difícil. 

Ela, basicamente, tirou-me e à minha filha da mer**. 

Já houve um festival destes para esses lados? Fica a dica. 

5.16.2015

Vou livrar-vos desse vício.

Do pão. Não sei se é um "problema" só dos bebés que não usam chucha durante o dia ou se é de todos, mas vocês também dão imenso pão aos vossos filhos? 

Eu dou. Não só porque a miúda se lembra de pedir pão a meio do dia, como também porque se ela nos vê a comer pão, fica cheia de inveja. E, lá está, pede pão também. Tento evitar enchê-la de pão por causa do sal e por serem hidratos e por lhe tirar a fome para outras coisas boas, mas nem sempre consigo.

Há umas semanas descobri que dá para lhe dar fruta normalmente. Dei-lhe uma maçã daquelas pequeninas para a mão e ela ficou deliciada. Tanto quanto fica quando come pão. Maravilhoso. Faz-me melhor. Ajuda-a a coçar as gengivas... estou derretida!

Convém, claro, estarmos por perto, a casca pode revelar-se matreira nas primeiras vezes (ela agora já pede para eu por a mão e para cuspir). 

Quando saímos não falta: uma maçã ou pêra dentro dum copo da Avent. É óptimo para bebés birrentos nos carros, também lhe passou. 

Atenção: a minha filha tem 14 meses, não convém fazerem esta brincadeiras a bebés que não estejam preparados, ok?







Eu tinha uma melhor amiga.

Eu tinha uma melhor amiga, como quase todas as meninas da minha idade. Tinha um nome estranho, mas, por gostar tanto dela, tornou-se num nome incontestavelmente bonito. Chamava-se Priscila. A Priscila morava no rés-do-chão do meu prédio e, às vezes, depois da ama, eu ficava na rua a jogar à bola com ela. Mandava-lhe a bola e ela apanhava, debruçada no parapeito da janela. Tínhamos exactamente a mesma idade e fomos para o primeiro ano juntas. Íamos as duas a pé para a escola. Um dia chateámo-nos e ficámos uns bons 40 minutos sem nos falarmos. Éramos inseparáveis e as nossas mães chegaram a comprar-nos roupas iguais. Lembro-me de um vestido da Benetton a condizer. E assim crescemos. A trocar roupa, a engordar e a ter as primeiras borbulhas. Lembro-me de nos pesarmos na farmácia, uma a seguir à outra, uma pior que a outra. Ela ganhou mamas, eu nem por isso. Eu fiquei mais alta e ela mais baixa. Lembro-me de irmos ao cinema, de fazermos disparates. Quando tínhamos trocos, íamos ao café Montecarlo comprar gomas e pastilhas de melão, que a minha mãe descobria pelo cheiro, a léguas.
Lembro-me da gargalhada bem sonora da Priscila. Dos olhinhos meigos. Lembro-me de quando me veio contar, a chorar, que ia ter irmãos gémeos. Lembro-me dela cuidar deles e de, às vezes, perder a paciência. "São terríveis", desabafava, com um sorriso. Um dia levámo-los ao cinema e não se calaram enquanto ela não os encheu de pipocas.
Lembro-me da primeira grande paixão dela e de estar ao lado dela, no meu quarto, à noite, quando trocou as primeiras SMS de amor. Vibrámos com aquilo. Os primeiros namorados "a sério". Lembro-me de dormirmos juntas, de conversarmos até tarde e de tentarmos controlar o riso, para os meus pais não ouvirem. Lembro-me de passarmos férias juntas, no Algarve. De trocarmos promessas, de nunca nos separarmos, de sermos madrinhas das filhas uma da outra.

Um dia, a Priscila disse-me que ia mudar de cidade. Chorámos muito, não queríamos. Como viveríamos uma sem a outra, se éramos unha e carne? Como colmatar a falta dela, se ninguém me conhecia melhor? Se nos adorávamos e raramente discutíamos? Prometemos que ninguém nos iria afastar. Que iríamos continuar próximas. Que a nossa amizade ia ser para SEMPRE.

A verdade é que a vida acabou por nos separar. Se nos primeiros três anos conseguimos ainda ver-nos algumas vezes, depois fomos perdendo o rasto uma da outra. Mas quando ela me ligou a contar que estava grávida, chorámos juntas. Fui visitá-la poucos dias depois da Carlota nascer. Que saudades da minha melhor amiga. Depois disso, nunca mais nos vimos, já lá vão uns cinco anos. Já tentámos, mas na verdade nunca tentámos mesmo, com vontade. A vida acabou por nos dar outros amigos, outras rotinas, outras vidas. Mas tenho a certeza de que ainda gostamos muito uma da outra e que as memórias não se apagam nunca. Memórias que fizeram de nós aquilo que hoje somos. Uma amizade assim é transformadora. E, apesar de não parecer, é para a vida. Tenho a certeza de que ela me adora e que tem saudades, tal como eu tenho. Sei que um dia ainda vamos estar juntas e que as nossas filhas vão brincar juntas. Quando? Não sei. Um dia...

E quando esse dia chegar, tenho a certeza de que vamos dar um abraço forte e sentir que o tempo não passou por nós. Que somos as mesmas. Que conseguimos ser aquelas meninas, de mãos dadas, no primeiro dia de escola.



É uma amizade destas que eu espero que a Isabel e a Irene tenham. Que sejam a Priscila e a Joana, a emprestar calças de ganga uma à outra. A chorar juntas os primeiros desgostos de amor. A marcar a vida uma da outra para sempre.














As mães delas já casaram até os pares de sapatos (e sem combinar)! Por isso, elas que não se armem em parvas e que sejam as melhores amigas, para não ter de me chatear! Bem, bem.



Ah! Obrigada, Little i, pelos panamás das miúdas!