5.23.2015

Querem stressar quando for para os por a dormir?

É capaz de ser a coisa mais simples de sempre. Stressar com algo que não controlamos é-nos quase inato. Stressar com algo que não controlamos e que, ainda para mais, não percebemos o porquê das coisas não acontecerem como nós queremos, ainda pior. 

Pô-los a dormir (falo de bebés até à idade da Irene que o resto não sei) pode ser das coisas mais enervantes de sempre. 

Piora se forem daquelas mães que têm de acordar muitas vezes durante a noite. Piora se forem daquelas que, quando não dormem, ficam as maiores cabras de todo o tamanho, apesar de terem consciência disso. Olá, sou a Joana. 

Querem stressar quando for para os pôr a dormir? Sim senhora. Isto é o que têm a fazer: 


1) Não ter nenhum critério para o momento em que os põem na cama. 

Interessa se o miúdo tem sono ou não? Interessa se já está acordado há 23 horas ou se acordou apenas há duas? Claro que não. Têm de dormir quando nós queremos, tenham eles sono ou estejam eléctricos por terem muito sono ou não tenham eles sono nenhum. Isto funciona com tudo o resto, não é? Nós queremos que eles comam e comem, nós queremos que eles comecem a andar e andam. 

2) Não ter nenhum tipo de rotina para os adormecer ou acalmar para os adormecer.

O melhor é apanhar os miúdos de surpresa. Estão a divertir-se a brincar com aquele brinquedo irritante que não dá para baixar o som e tungas! Sem avisar sequer, é enfiá-los na cama e dar de frosques. Por que é que hão de chorar? Não são pessoas nem nada. Só por estarem na cama, devia ser mágico e adormecer. Não é o que acontece connosco? Não.

3) Ter pressa.

Já ouvi várias vezes "quando eu mais quero que ele adormeça, é quando ele não adormece". E porquê? Porque não estamos calmas (eles sentem) e porque, geralmente, isso faz com que nos esqueçamos dos outros dois passos em cima. Por isso, se querem stressar quando for para os por a dormir é ter imensa pressa e imensa coisa planeada para quando os puserem a dormir.



4) Fazer birra.

Somos nós as adultas, mas achamos perfeitamente normal sermos nós a fazer birra. Não dorme? Ai vais ver se não dormes. Volta para a cama. Já. Deita-te. DEITA-TE. Por que é que não ficas deitado? Toma a chucha! Toma a chucha! Dorme! Dorme! Não dorme. Lidemos com isso. Não façamos birra a não ser que queiramos stressar quando for para os por a dormir, claro. 

5) Ter muito sono.

Quando temos sono, temos ainda maior probabilidade de fazermos tudo o que escrevi nos passos anteriores. Aproveitar todos os momentos de descanso deles é fulcral para mantermos a nossa sanidade mental e, se for caso disso, o nosso casamento. Querem stressar quando for para os por a dormir? Estejam cheias de sono. Ninguém é mais esperto quando não está bem dormido, se não estiver sob o efeito de nada. 

6) Ir com ódio.

Sim, o melhor é irmos já a pensar que vai tudo correr mal. Que vai ser mais uma oportunidade falhada. Que o raio do bicho parece que está a gozar connosco. Não está. Não estão é a ser feitas as coisas como é susposto para o bicho querer dormir. Se é para stressar, é para irmos logo super pessimistas e com vontade de esganar o bicho (não esse, que nojo, não era isso que queria dizer, ainda estava a falar do bebé, que horror)



Pronto. Isto é tudo o que faço quando as coisas correm mal. Parece que, às vezes, até faço de propósito. 

Os primeiros passos da Isabel

Não chorei. Incrível, não é? A lamechas cá do sítio não chorou. Mas o meu coração encheu-se de coisas boas e demorou algum tempo a processar tudo. Foi na terça-feira de manhã. Dia 19 de maio de 2015, fica registado para não me esquecer. Com 14 meses e três dias.
A Isabel já andava agarrada deste 1 de janeiro de 2015. Sim, no primeiro dia do ano, levantou-se e pôs-se a andar agarrada ao carrinho. Esperámos, não forçámos, demos-lhe a mão sempre que nos pediu. De vez em quando fazíamos a experiência de lhe largar a mão, claro. Mas ela não saía do lugar. Fica petreficada. Outras vezes, punha-se logo em posição de gatas. Demos-lhe tempo, sem grandes preocupações. Algum dia, iria acontecer. O meu irmão começou a andar com 19 meses. Cada um a seu ritmo. Não estávamos a fazer nada de errado quando lhe dávamos a mão, sempre que nos pedia. Não estava preparada. Não tinha de estar.

Terça-feira sentiu-se preparada (ou passou-se). Deu uns 5 passinhos. Depois uns 3. Depois uns 4. Estávamos tão felizes a vê-la crescer, tão rápido, que nem quisemos estragar o momento com vídeos. Não quisemos perder nem um segundo a ir buscar o telemóvel. Íamos ter tempo para filmar tudo.
Cá está o vídeo que consegui fazer entretanto. A Isabel quis prestar declarações, ouçam-na com atenção. Coisa fofa.

Muita paciência. Não da mãe. Da filha, para aturar a chata da mãe. Chata, mas muito orgulhosa. E um bocadinho assustada. E feliz.

Já se perguntaram como conseguimos escrever tantos posts?

É a pergunta que mais me fazem a seguir a: "não te importas de estar tão gorda?". 

Quanto ao de estar gorda, só me importo quando visto roupa que não é para mim. E isso só acontece quando vou às compras e tento encontrar uns calções de ganga ou um top justo.

Quanto ao de conseguir fazer tantos posts, é sempre muito fácil para mim, não consigo é que sejam  todos muito divertidos e interessantes, mas isso é porque eu não sou sempre muito divertida e interessante.

Hoje não tenho nenhum post para vocês. A Irene anda numa fase de transição de sonos (provavelmente está naquela fase de passar de duas sestas para uma) e as coisas têm andado meio desorganizadas cá em casa. Já para não falar do meu humor de cão. 

Pronto.


Gosto muito de vocês na mesma. A sério que sim, mas hoje não estou com capacidade. 

<3

5.22.2015

Só 15 minutos e já me sabe a pato

São 15 minutinhos do nosso dia, quando está bom tempo e quando há tempo, e sabe-me a pato. Ela adora (chora a caminho do carro porque quer mais) e eu acho que ainda gosto um bocadinho mais do que ela. Fico feliz de vê-la assim. Ontem estava vento, mas um vento quente, e fomos até ao jardim um bocadinho. O vídeo, aqui.


O pai fez-nos uma surpresa e apareceu lá sem avisar (claro, ou não seria uma surpresa) e a partir daí não filmei mais e quis aproveitar o momento a três.

Notas sobre o vídeo:
1) apesar da minha voz de cana rachada no início, a Isabel não se parece importar
2) sim, a minha filha, a betinha dos fofos, está vestida com umas calças às bolas, uma t-shirt amarela com um cupcake, um laço verde menta (bem giro, da Little i), umas meias cor-de-rosa e uns ténis azuis. Prontinha para o Chapitô. E quero lá saber! Olha-se para ela e só se vê uma miúda feliz!!! (Já ando a aprender umas coisinhas com a Joana Gama).

Afinal Havia Outra (#25) O momento certo para engravidar?

Quando decidimos ter o primeiro filho contávamos com (ora deixa cá ver) pouco mais de três anos de casamento. Ele trabalhava, eu trabalhava e estudava. Era Dezembro de 2011. Deixei a pílula. Fui ao médico de família e depois ao ginecologista. Queria engravidar logo, há muito tempo que desejava ser mãe. Engravidei em Agosto do ano seguinte mas perdi o meu bebé quatro dias depois de me saber grávida.


Em Dezembro de 2012 engravidei novamente, soube-o em Janeiro de 2013 (há lá melhor maneira de começar um ano?!). Quase 41 semanas depois tive o meu filho nos braços e experimentei uma felicidade que, juro, é indescritível. Resumidamente, foi assim que tudo aconteceu e desde a decisão propriamente dita até sermos, efectivamente, pais passou mais de um ano e meio.


Ambos desejamos ser pais novamente, não sabemos exactamente quando. As dúvidas que, enquanto casal, fomos tendo antes de avançar para o primeiro são, estupidamente, as mesmas, às quais se juntam mais algumas por termos um filho ainda bebé. Estamos como que  a meio da ponte, sem saber para que lado ir. À direita avistamos placas que nos levam a pensar que o ideal era ser já e agora, à esquerda vemos caminhos de espera. E não é que a porcaria do GPS ficou sem bateria, dá para acreditar?! Ok, isto foi só uma graçola para aligeirar a coisa. Bom, vamos lá tentar organizar as ideias:


A questão profissional/económica: nunca é a altura ideal, isso já não é novidade. Ambos temos trabalho mas a minha empresa vive uma situação complicada e isso assusta-me bastante. Desempregada e com dois filhos é só assim uma visão dramática. Quanto à questão financeira... bem, se esperarmos pelo dia em que vamos estar confortavelmente ricos, sem preocupações deste género, compremos então uma cadeirinha, fazendo jus àquela coisa do "esperar sentado";

A questão do tempo: é bem capaz de ser um dos aspectos que mais temo. Se eu, com um filho, já acho que tenho tempo para nada, como será com dois? Vai daí e penso que se nos organizarmos ainda mais, em família, somos capazes de conseguir dar banho a dois filhos em simultâneo, fazer as refeições, pôr na cama (embalar na "pior" das hipóteses), levar e trazer da creche... Temos dois braços não temos? Ora, aqueles dois multiplicados por mim e pelo marido dá quatro (surpreendido amor, tu que estás sempre a troçar de mim por não saber a tabuada?), o que me parece um número aceitável de braços para dar conta das tarefas todas. Ok, ok, aqueles programinhas que ainda temos feito porque a avó fica com o bebé devem passar a eventos anuais, mas lá para os 40/45 anos já estaremos em condições de retomar a nossa vida social;


A questão da aceitação do irmão: ter um irmão é das melhores coisas do mundo, verdade? Ter um irmão com pouca diferença de idades, que alinhe nas brincadeiras, que partilhe sorrisos e lágrimas (bom, aqui o cenário já não é assim tão animador) deve ser ainda melhor.

Estou a pintar um cenário cor-de-rosa? Provavelmente, até porque gostaria de ter uma menina.

Queremos ter mais filhos? Queremos. E, se o momento ideal não existe, então que comece a grande aventura!

Clara

Atenção à pasta de dentes da Chicco!

Atenção que estes foram os conselhos que ME deram, perguntem aos vossos especialistas de referência, ok?

Sempre li que temos de lhes começar a lavar os dentes assim que lhe aparecer o primeiro dente. Mesmo me sentindo um pouco "ridícula" lá comecei a fazê-lo com uma dedeira (uma coisa de silicone que se põe no dedo e que tem uma espécie de escova) e com a pasta de dentes da Chicco, uma que há praticamente em todas as farmácias. 

A minha pediatra tinha-me dito para lhe lavar os dentes com uma pasta de dentes com flúor mas, quando procurei, não havia nada com flúor para a idade dela. Confesso que pensei: "olhem, a pediatra estava enganada". Às vezes enganam-se, não é? 

Continuei a lavar-lhe os dentes com a da Chicco. Até que, no Facebook, num grupo de mães, uma dentista bastante informada e solícita (e simpática), respondeu a uma mãe em relação a este assunto: que pasta de dentes utilizar. E coincidiu com o conselho que me deram hoje e com a dica da pediatra.



Ora, o que ouvi hoje da minha higienista foi o seguinte: 

Dantes, achava-se que se deveria dar flúor em comprimidos às crianças (lembram-se?), mas veio a ser provado que raramente esse flúor chegava aos dentes e que até, nalguns casos, poderia causar sobredosagem, tendo em conta a composição de algumas águas no nosso país (acho que é mais provável de acontecer nos Açores). Agora acredita-se que a utilização tópica (mesmo no dentes) é a melhor. E, portanto, tem de se usar pasta de dentes com flúor logo que nascem os primeiros dentes. A recomendação da minha higienista, para a Irene, são pastas com flúor, com um sabor agradável para crianças que tenham mais de 1000 ppms (vejam na embalagem, mesmo não sabendo o que isso quer dizer mas acho que quer dizer qualquer coisa como "partes por milhão"). Só vamos encontrar isso nas pastas de dentes para crianças com mais de 7 anos. 

Atenção que a ideia é apenas sujar os pêlos da escova com a pasta de dentes. Nem é por pasta, nem chegamos a apertar o tubo. Põe-se muito pouco porque eles depois não vão lavar a boca com água, pelo que aquilo fica ali a marinar. 

Só mais tarde, quando são mais velhos - do que percebi, por volta dos 5 anos, quando já aprendem a cuspir e isso - é que se deve por uma ervilha de pasta. 

Claro que, para terem mesmo muito menos problemas de dentes, o melhor é evitar hidratos de carbono e açúcares e tal ao máximo, principalmente daqueles que ficam colados aos dentes. 

Ah! E ao contrário do que se diz por aí, dar mama à noite não provoca cáries. ;) Obrigada também a essa Dra. Rita muito simpática e solícita que apanhei num ou dois grupos de mães. 

5.21.2015

Um tapinha não dói?

A propósito do post de ontem As palavras que nunca te direi, que está a ser bastante partilhado (fico mesmo contente por terem gostado e se terem identificado), venho deitar mais achas na fogueira para reflectirmos juntos.


Um tapinha dói ou não dói? 
Eu acho que dói, principalmente na alma. De quem dá e de quem leva.

Deixo-vos uma história, com a ressalva de que o meu pai é mesmo o melhor pai do mundo. Errou, apercebeu-se do erro, pediu desculpas.

Não me lembro de apanhar. Duas vezes talvez. Não era hábito. O meu irmão talvez tivesse levado mais vezes, não sei, apaguei da memória. Mas lembro-me do meu irmão, muito pequenino, fazer asneiras e ir ter com a minha mãe, com as mãos esticadas, e dizer "bate, bate, bate" e da minha mãe se desmanchar a rir e não bater.

Os meus pais eram pacientes (tinham de ser mesmo muito, com dois irmãos que não se davam lá grande coisa, andavam sempre a brigar, mas que se adoravam, não é Frederico?) e resolviam a coisa quase sempre na base do diálogo. De vez em quando uns berros, que ninguém é de ferro.

Mas houve um episódio que me marcou. Digo que me marcou porque até hoje está bem presente na minha memória. Não que tenha ficado uma mágoa ou algum ressentimento, mas se me lembro de tudo de forma muito clara é porque foi impactante na altura.
Eu estava na sanita. O meu irmão conseguiu, não sei como, enfiar a carteira do meu pai na sanita. Deve ter ido dizer ao meu pai que tinha sido eu, porque só me lembro do meu pai vir ter comigo e me dar uma valente palmada no rabo. Chorei, chorei muito. Ele chorou mais ainda, quando se apercebeu que me causara dor. E, ainda por cima, por se ter apercebido que não tinha sido eu. Errou duplamente. Tenho essa imagem guardada. O meu pai ajoelhado à minha frente, na casa de banho, a chorar e a pedir-me desculpa. Só de me lembrar disto, fico com os olhos cheios de lágrimas, a pensar na culpa do meu pai.

Um tapinha dói. Dói a todos. E deixa memórias que não se apagam. 

Eu amo o meu pai, desculpo-o, desculpei-o logo na altura. Errou, como todos erramos. Mas não acho que as palmadas que levei tenham feito de mim a mulher que sou hoje. O que fez de mim quem sou hoje foram os ataques de cócegas, as festinhas a ver filmes deitada com a cabeça no colo dele, a paciência a explicar-me as equações, as boleias que apanhávamos nas ondas, as conversas à mesa da cozinha, a presença dele nos campeonatos de ginástica, a segurança que me passava, a motivação que ele me dava, o exemplo de esforço, de trabalho, a abnegação pelos filhos, as piadas secas, o humor (e o mau humor às vezes), a forma de dançar que me envergonhava, os conselhos, os abraços, os passeios, as manhãs de sábado passadas na cama, os quatro, a rir.

Bater não resolve nada. Nem sequer gosto de limpar o pó, por isso não deverá ser na minha filha que o farei. Para mim, um tapinha dói.

Como consegui armazenar 7 litros de leite materno.

Se alguma vez pensei armazenar leite e muito mais do meu e quanto mais 7 litros. O que a minha vida mudou nos últimos anos. Dantes, as mamas serviam apenas para desviar a atenção da barriga em coisas menos justas, agora foram o que fez com que a minha filha crescesse. 

Um dia conto a minha experiência até a amamentação ser só uma coisa boa. Ainda não me apetece. Muitos pormenores e tenho de fazer um esforço grande para me lembrar. Pensei, porém, em tentar ajudar as mães que têm de ir trabalhar e deixar os filhotes com outras pessoas. 

Atenção que não se deve começar a tirar leite enquanto a amamentação não estiver estabilizada para não correr o risco de problemas por excesso de leite.




- Não é necessário comprar uma bomba de leite. Se já tiverem amigas mães, basta pedir-lhes. Se tiverem sido mães há relativamente pouco tempo, o modelo ainda será dos melhores e poupam um bom dinheiro. Também há empresas que alugam bombas de leite, como a GEOFAR. Também há vídeos que ensinam a tirar leite manualmente no youtube, mas não é muito a minha onda. 

- Tirar leite é uma experiência por si, muito semelhante à da amamentação em muitos casos: é preciso querer muito, estando consciente dos benefícios. 

Ok, sou "só" mãe. Não sou especialista no assunto, mas eis o que funcionou comigo: 

- Comecei a tirar leite 3 meses antes de voltar ao trabalho  (DICA MAIS IMPORTANTE DE TODAS)- a pressa é inimiga do armazenamento de leite. Assim, tive tempo para todos os dias em que não saía nem uma gota, para os dias em que só saiam 10 ml, os que saiam 30ml e os que saiam 90ml e isto das duas mamas.  Sem stress.  Tirar leite com a bomba é um processo que demora muito tempo até começar a resultar. Se, durante várias tentativas não conseguirem, não stressem. Vai acontecer e é menos tempo que falta para conseguirem. Eu demorei imenso, imenso tempo. Acho que foram precisas umas 20 tentativas para começar a sair alguma coisa. 

- Comprei sacos da Babies 'r' Us no Toysrus - são muitos e muito baratos, torna-se mais fácil arrumar o leite no congelador, sem roupar espaço a tudo o resto. São os mais baratos que já vi à venda e sem artimanhas de mandar vir da internet.  Atenção que há bombas que já vêm com o seu próprio sistema de armazenamento integrado e que, portanto, pode ser mais fácil ainda do que transferir o leite do recipiente da bomba para o saco. 

- Tirei leite imediatamente após as mamadas - como nunca sabia quando ia oferecer mama à Irene e não queria sentir que poderia ter mais leite se não tivesse estado a tirar leite uns minutos antes (apesar da mama nunca ficar sem leite - é uma torneira e não "um cantil", mas são coisas que nos passam pela cabeça à mesma). Achei que, ao tirar leite assim que lhe acabava de dar mama, estava a dar indicações ao corpo de que o bebé tinha continuado a mamar e num breve espaço de tempo, o meu corpo começaria a produzir mais por mamada. Assim foi. Tirei leite após praticamente todas as mamadas do dia. 

- Guardei pequenas quantidades por saco - já que são baratos, borrifei-me para isso. E como, na altura, ela beberia por volta dos 150 ml, guardava 50/60/75 mil por saco. Até porque raramente conseguia tirar mais das duas maminhas. Desta forma raramente desperdiçávamos leite ao preparar biberões. 

- Tinha a bomba sempre ao lado do sofá já preparada para a próxima colheita - às vezes dá-nos a preguiça e o melhor é já ter tudo preparado para não haver desculpas. 

- Distraía-me a ver televisão ou a ver fotografias e vídeos dela - convém estarmos distraídas porque quanto mais nos focarmos na quantidade que está a sair, menos sai. Inibimos a hormona de ejecção do leite (oxitocina). Essa hormona, também chamada hormona do amor, pode ser activada por estarmos a ver vídeos e fotografias deles. 

- Via programas com legendas - a bomba costuma fazer algum barulho, por isso, não havia Casa dos Segredos para ninguém quando tirava leite depois da mamada de a por a dormir.

- Especificidades da máquina - convém irmo-nos entendendo com a máquina. A minha, às vezes, deixava de fazer vácuo correctamente porque eu não estava a segurar bem nela ou porque, depois de a lavar, não a limpei com paciência e a água não ajuda ao processo. Há bombas que temos de estar imóveis, outras que não, como aquela a que já fizemos publicidade aqui no blogue e que é, de facto, muito mais confortável (vejam aqui)

- Vi isto como um desafio - é como correr aqueles minutos a mais na passadeira. No final, por termos conseguido aqueles kms extra, sentimo-nos as maiores. Neste caso, com mais o motivo de estarmos a prolongar o melhor tipo de alimentação para o nosso bebé. Senti-me a maior por me ter organizado tão bem, por ter sido tão insistente. Fui trabalhar sabendo que a Irene ia continuar a ter "as maminhas da mãe" por perto. Não é a mesma coisa, mas melhor que nada. :)

- Não adiei - não pensem que depois tiram todos os dias no trabalho. Eu sou super fundamentalista da amamentação e, se tivesse continuado a trabalhar, provavelmente não teria continuado a tirar leite (arranjaria maneira de trocar refeições dela para só continuar a beber leite materno, claro). Não tinha paciência. Levar a bomba, lavar a bomba... era uma chatice. Dêem o melhor avanço possível em casa. 


Não se esqueçam que existem grupos de apoio à amamentação no Facebook e existe a linha SOS Amamentação, ambos repletos ou de mães com experiência ou de conselheiras de aleitamento materno (CAMS).

Mais sobre amamentação no blogue? Carregar aqui.

5.20.2015

As palavras que nunca te direi

Agora que já percebes quase tudo do que te digo e parece que foi num ápice que passaste a compreender os nossos pedidos e perguntas (vai buscar os sapatos, calça a mãe - sim, eu exploro-te um bocadinho - dá um beijinho à mãe, vamos tomar banho?, vamos à rua?, queres papa?, queres banana?, queres água?, não faz isso, faz óó com o Zezé!, deu um pum?, está a fazer cocó?, dá à mãe, entre muitas outras coisas), começo a pensar nas coisas que te quero ou não dizer. De que forma te vou pedir um favor, te vou dizer que concordo ou não com algo, como te vou expressar o meu desagrado, como te vou pedir ajuda e dizer-te o que sinto. Como vou reagir perante as tuas birras. Como me vou expressar quando estiver zangada. Se vou conseguir respirar fundo e não perder a calma e a ponderação. Se vou tentar entender-te. Para já, as boas intenções, tenho-as todas. E estas são as palavras que nunca te direi.

1) A mãe assim não gosta de ti.
Mesmo que digas que não gostas de mim, que sou chata, mesmo que faças o maior dos disparates, a mãe vai gostar sempre de ti. Posso não gostar do que fizeres, mas de ti, sempre.

2) És uma menina feia. És uma menina má.
Nunca me vais ouvir dizer isto, é que nem que caia o Carmo e a Trindade. Não és feia, nem és má. Fizeste algo errado e vamos conversar sobre isso, tentar perceber porquê e não voltar a repetir. Se te digo que és feia e má, vais acreditar nisso. E não és. Nenhuma criança é.

3) Queres que te dê uma boa razão para chorares?
Odeio, odeio, odeio. Não sei se é pior a ameaça ou o facto de se estar a desvalorizar, muitas vezes injustamente, os motivos pelos quais vocês choram. Há sempre uma razão e são sempre boas razões, porque são as vossas. Tentar perceber o motivo e ajudar-te a ultrapassar essa crise, é o meu objectivo. Incutir-te medo, nunca. Não quero que tenhas medo de mim. Sou a tua mãe, a pessoa que mais te ama no mundo.

4) Olha que vem aí a velha do saco! / Olha que chamo a polícia!
Porquê criar-te fantasmas e medos, se sou quem mais deve zelar pela tua segurança e conforto? O que conseguimos com ameaças destas? Que cumpram o que vos pedimos com base no medo? Ou queremos que cumpram o que vos pedimos com base na confiança e na relação de segurança que vamos construindo?

5) Não sejas parva, isso não é nada.
Deixaste o boneco em casa da avó e, para mim, isso não é nada. Para ti pode ser tudo. Cais e nem esfolas o joelho e, para mim, isso não é nada. Para ti pode ser tudo. Querias ter-me ajudado a fazer o bolo e eu resolvi fazê-lo enquanto dormias a sesta para adiantar. Se choras, é porque, para ti, fazer aquele bolo era tudo. Desvalorizar essa dor, isso sim, é ser parvo.

6) É para aprenderes!/ É bem feito!
Qual é o gozo de os vermos a aleijarem-se, depois de lhes termos dito para não fazerem isto ou aquilo, e ainda vincar bem isso? Que necessidade é esta de lhes mostrarmos que temos razão e que a culpa das consequências é todinha deles? Será que não aprenderam por eles que não o deviam ter feito? Ainda temos de lá ir mostrar que somos os maiores e que tínhamos razão?

7) Vais ali para o cantinho, pensar na vida
Li algures e fiquei a pensar nisso: por que é que estamos a ensinar-lhes que "reflectir", "pensar", estar sozinhos, é um castigo? E em que é que isto resulta? Será que as crianças têm capacidade de problematizar as situações? Não seria melhor falar com eles, explicar-lhe qual o comportamento adequado, já que "tens de te portar bem" não diz nada em concreto?

8) Se não comes, não te conto uma história.
Em que é que uma coisa está relacionada com a outra? E por que havia de estragar ainda mais a noite - sem comida e sem história - sendo que ambas são importantes para ti? Para nós? Pode haver mil motivos para não te apetecer comer, tal como acontece tantas vezes comigo. A nossa vida não tem de se tornar num inferno por causa disto. Muita calma nesta hora.



Quero ser firme, mas quero ser paciente, quero ser compreensiva. Não quero ser bruta, estridente, não quero ter raiva de ti. Quero que aprendas os limites, as (nossas) regras, mas não quero que nada disso tenha como base frases feitas, nem medo, nem autoritarismo. Não quero ser permissiva, quero ser justa. Não me quero esquecer que és uma pessoa, que erras (na maior parte das vezes sem saber) e que tens de ser respeitada. Educar é tão difícil. Mas eu quero tentar fazê-lo sem (muitos) gritos, sem castigos ou violência. Com calma, com carinho. Vou tentar, meu amor. Prometo-te que vou tentar.

a Mãe dá (#20) - Serviço de Criopreservação CRIOVIDA


Para quem só tenha apanhado agora este "a Mãe dá" fique a saber que a história começou aqui.

a Mãe é que sabe e a Criovida estão a oferecer um serviço de Criopreservação do sangue e do tecido do cordão umbilical no valor de 1950€. Já viram a sorte? Eu já. 

Para além do serviço, a Criovida e a Mãe vão dar 3 vouchers oferta de 20% de desconto em qualquer serviço de criopreservação do sangue e do tecido do cordão umbilical Criovida a três participantes distintos e devidamente validados, exceptuando o vencedor.


A CRIOVIDA pertence à Biosckin, uma empresa de biotecnologia da área da saúde. 
A marca tem laboratório próprio (Biosckin) que está devidamente autorizado pelas entidades competentes para a criopreservação de células estaminais e certificado pela TÜV Rheinland . 

Paralelamente, a Biosckin através do núcleo de IDI (Investigação, Desenvolvimento de Inovação) dedica-se ainda ao desenvolvimento e investigação de produtos celulares visando a sua utilização em Medicina Regenerativa.

Isto para que saibam que não nos envolveríamos com uma marca qualquer, numa escolha que é tão pessoal.

A CRIOVIDA tornou-se uma marca de referência na área da criopreservação de células estaminais junto do canal médico e uma marca de confiança para as famílias portuguesas.


Porquê escolher a Criovida?

RIGOR
Laboratório próprio 100% Português,
autorizado e certificado
Melhores práticas nacionais e
internacionais

SEGURANÇA
Seguro para as amostras criopreservadas
As melhores condições de transporte
Acordo de Backup com Banco Internacional
Plano de Apoio ao Tratamento (comparticipação
das despesas até 20.000€ em caso de utilização das
células pelo próprio ou por um familiar directo)

INOVAÇÃO
Investigação e desenvolvimento

CONFIANÇA
As melhores condições de adesão
Amostras resgatadas para aplicação clínica
Marca de referência junto do canal médico


Para participarem, só têm de: 

a) fazer like na página da Criovida

b) fazer like na página d'A Mãe é que Sabe

c) preencher o formulário em baixo, partilhando publicamente este post.

d) comentar o post de Facebook em baixo, identificando três amigos.

GRÁVIDAS! GRÁVIDAS!MÃES QUE ESTEJAM JÁ A PENSAR NO PRÓXIMO!a Mãe dá com a CRIOVIDA!
Posted by A Mãe é que sabe on Quarta-feira, 13 de Maio de 2015

Condições:

Os vencedores serão anunciados a 28 de Maio de 2015, sendo aceites inscrições até às 23h59 do dia anterior.
Os vencedores do serviço e do cupão de desconto serão escolhidos aleatoriamente através da aplicação random.org.
Só é válida uma participação por endereço de e-mail e por perfil do Facebook. 
As participações só serão validadas se todos os parâmetros tiverem sido cumpridos.


Aqui falo do que eu quiser! (com vídeo)

No sábado fomos a um evento super chique, mas antes de vos contar tudo e estragar a surpresa, vejam o vídeo.




Três coisas a dizer sobre o vídeo:
1) digo "tou" e "'tamos"
2) nota-se que estou muito vaidosa com este vestido da Ivens (mas não é para menos)
3) os meus óculos estão mais tortos que a Torre de Pisa
4) a minha filha aos 0'44 é a coisa mais fofa do mundo
5)  aos 1'17 pareço um papagaio, a fazer cábula do que o senhor meu pai estava a dizer
Afinal são cinco. E muitas mais ficam por dizer.

Deixo-vos algumas imagens da R-Store, um espaço integrado de arquitectura, design e decoração, dedicado à reconstrução de imóveis e móveis ou, trocando por miúdos, podem comprar estes belíssimos objectos de decoração, mandar fazer, mandar restaurar móveis ou até mesmo uma casa.
 
Façam like, se gostarem (é isso que significa, no fundo, "like"), se não fizerem são super má onda, mas tudo bem.









Podem organizar lá eventos, uma apresentação de um livro ou de uma marca, por exemplo, que aquilo é giro que se farta (adjectivo que repeti umas 5 vezes no vídeo).

Se sou uma filha orgulhosa e babada do meu pai, que, além de ser o melhor pai do mundo, sempre deu o litro nesta vida? Muito. Desejo-lhe toda a sorte do mundo com este novo projecto.

R-store, já decoraram? R-store. R-store. R-store, que aqui posso fazer a publicidade que eu quiser! R-store, gira, gira, gira. Como é mesmo o nome? R-store.

5.19.2015

Nós os três. Que somos 5.

A nossa família nuclear contém 5 elementos, mas os outros dois nem sempre são mencionados. Não é por mal. São muito amorosos, mas a um nível diferente. Acho que a Bubbles e o Noddy, os nossos gatos, não ficam ciumentos de nem sempre falarmos deles. Nunca nos esquecemos, até por causa de todos os pelos que temos espalhados pela casa. E também por causa do Noddy que, sempre que nos vamos deitar, fica a miar imenso tempo. Nem é bem miar, é uma coisa parecida que ele faz que ainda não entendemos o que é. Começamos a acreditar que ele acha que é um grilo. É um bocado estúpido, mas gostamos dele à mesma. 

Bom, nós os três (que somos cinco) fomos ao jardim. Não é o mais comum. Tirar o pai de casa é difícil. Ele vai sempre que eu peço, mas nunca vai aos saltinhos e eu gostava que fosse, por isso não peço muito. Ele é mais de brincar indoors. Eu também era, saio mais por causa da Irene. Quero que ela respire outro ar que não o dos cozinhados (maravilhosos, visto que não sou eu) cá de casa e dos pêlos do Noddy e da Bubbles. Precisa de ouvir passarinhos, de imitar o pavão, de ver os patinhos que acabaram de nascer. De comer uma pêra, sujando-se toda. De gritar "dadá" porque quer andar e ir directa às galinhas. Enfim,  precisa ela e eu adoro vê-la assim. 

Desta vez fomos os três e, como sempre que vamos os três, foi um dos melhores dias da minha vida. É uma coisa super intensa. Chega mesmo a ser brutal.

Ela está habituada a ter-nos sempre aos dois, juntos. Quando está com o pai berra pela mãe (mais pelas suas mamas) e quando está com a mãe pergunta pelo pai. 

Gosto.







Esta é uma daquelas fotografias que vejo sempre que fecho os olhos e me lembro deste dia (foi no sábado). Os meus dois amores. Um que me mostrou o que era amor e me preparou para o que veio a seguir. Algo superior. Fiquei desfeita, mas no bom sentido. E ainda fico todos os dias. 



Como é que conseguimos produzir algo tão delicado e tão belo? 


Isto foi enquanto o pai se enchia de caracóis. 

Os melhores dias são quando estamos os três. 

Estou a amar esta minha família. Nós os três. Que somos 5. 


Panamá Little i


Sandálias Zara

Laço Claire's

Quanto à minha roupa, não vale a pena, é quase "pijama" ;)

A cadeira da papa da Isabel

Começo já por dizer, para depois não estarem com "ah e tal e coiso" que a cadeira da papa da Isabel foi oferecida pela Bébé Confort. A cadeira da papa e a espreguiçadeira, que fazem pendant. Ou pandam. Ou pan-dan. Raios.


A cadeira de refeição Keyo é um conceito engraçado e funcional, uma vez que o suporte permite encaixar não só a cadeira da papa, como a espreguiçadeira, uma alcofa e ainda uma cadeira automóvel (G0+) da marca. Além disso, a altura é regulável também (tem 5 posições diferentes). Tanto podem pô-la à altura de um sofá, da mesa de jantar ou como vos der mais jeito.

Escolhemos a cor "aqua sky" (já vos contei da minha panca por verde água e azul turquesa, não já?) e fiquei descansadinha por saber que a forra é lavável, porque não há pachorra para forras cheias de sopa e papa a secarem nas cadeiras.

Quando recebemos esta cadeirinha, a sogra já nos tinha dado uma (de uma marca sueca cujo nome eu não vou pronunciar eheh), que, sejamos práticos, cumpre o seu papel. Mas, minhas amigas, em podendo, esta é muito superior. O assento é fofinho e ergonómico, as costas também, o tabuleiro sai e vai rapidamente a lavar. E caso liguem à estética da coisa, esta é uma cadeira muito bonita.


A espreguiçadeira também me parece bastante confortável (gostava de experimentar mas parece-me - tenho uma ligeira impressão - que o meu rabo não cabe ali). Mães grávidas de primeira viagem (o que eu odeio esta expressão bimba), uma espreguiçadeira é daquelas coisas que TÊM MESMO DE COMPRAR (ou pedir emprestado). Quando eles são minúsculos e não seguram bem a cabeça, não há coisinha mais confortável, além do colo dos pais, claro, do que uma espreguiçadeira, quando temos de comer, ir fazer xixi, tomar banho, descansar as costas, esses pormenores.


Já não conseguimos prender a Isabel na espreguiçadeira, porque já está crescida e zanga-se facilmente, mas vai ficando lá uns minutinhos, como se estivesse no sofá, a relaxar.



Como não estava a conseguir tirar fotos nenhumas de jeito, pedi ajuda ao marido. O resultado foi este:







Lição aprendida: nunca pedir o que quer que seja a um homem à hora do jogo.

5.18.2015

Não consegui resistir mais.

Sempre fui a moça dos ténis, dos Nike, das botas Nike, dos All Star, dos Adidas. Quanto mais hip-hop fosse o calçado, melhor. Ainda sou, mas nalguns momentos. Já nem sempre me apetece. Agora vario e gosto de ter opções para me sentir mais mulher e menos moça (que lindo). 

Não sei porquê, nunca me senti muito inclinada para as alpergatas, a começar pelo nome que me irrita solenemente. Aliás, nem sequer sabia que era esse o nome, para mim, sempre foram Paez. 

A verdade é que, tem vindo a crescer em mim uma vontade incontrolável de as ter. Tornaram-se cool. Já há uns anos estava mortinha para comprar umas que pareciam uma melancia (lindas, lindas), mas não estava minimamente aberta a mudar o formato do meu pé para algo tão diferente. 

Agora, não aguentei mais. Foi o meu irmão, Pedro a querer comprar umas e a ficarem-lhe tão bem, foi a Joana Paixão Brás que apareceu num post com elas, fui eu a passar duas vezes pela loja do Colombo e pronto. Cá estão. 

Estou a passar pela febre das All Star. Apetece-me ter Paez de todas as cores para poder usar com tudo neste Verão. Foi mesmo muito difícil decidir-me. E sabem qual é o pior? Há para os nossos filhos. Ainda não havia o tamanho da Irene, senão, saíamos as duas a combinar... 

Há aquelas vezes em que nos vestimos e depois tentamos arranjar uns sapatos, depois há o contrário. 

Eu cá gosto! 

Pode ser que a Mãe dê, deixem ver ;)



10 mandamentos da mãe que trabalha

No dia em que a Isabel fez três meses, fui trabalhar. Custou-me muito. Esse dia e os que se seguiram. Não estava preparada. Acho que nunca se está. Se há dias em que trabalhar me faz sentir útil, me dá adrenalina e me faz sentir viva, outros há em que as saudades tomam conta de mim. Em que me interrogo se faço as escolhas certas, em que conto os minutos para estar com ela outra vez. Acho que é assim com todas as mães.

Para que aproveitemos melhor todos os segundos e não nos sintamos culpadas, ficam os mandamentos da mãe que trabalha:

10- Não olharás para fotografias no telemóvel mais que três vezes por dia para matar saudades
Melhor do que ficar a vê-los no ecrã, é aproveitar ao máximo o tempo em que estamos longe deles para dar tudo no trabalho, sermos mais eficientes e, caso tenham horários flexíveis, fazer em menos horas o que fazemos normalmente em mais. Caso seja como ir ao respirador e vos der mais pica para trabalhar, força. Se ficarem todas roídinhas por dentro e vos fizer lamentar a vida que têm, é pecado.



09 - Não odiarás as segundas-feiras
Depois do fim-de-semana em que podemos dar-lhes beijos as vezes que quisermos, acordar e voltar à rotina pode ser um crime de lesa-majestade. Mas começar a semana com humor de cão e chegar ao trabalho com cara de traseiro não traz boas energias e não melhora absolutamente nada. Ser daquelas pessoas azedas e com ar de que todos lhe devem alguma coisa é pecado.

08 - Tirarás duas horas do teu fim-de-semana para preparar as refeições da semana
Caso padeças de um mal chamado desorganização como eu padeço e queiras aproveitar todos os (poucos) minutos de segunda a sexta sem querer dar um tiro no pé com tanto stress, nada como tirar duas horas do fim-de-semana para fazer as refeições principais da semana, ou pelo menos para esquematizá-las, num calendário, e deixar parte delas congeladas. Fazer por sistema ovos mexidos e arroz é pecado.

Tipo isto, mas nada a ver. Ser assim sexy também é pecado.

07 - Aproveitarás bem o tempo que estiveres com os teus filhos
Não há coisa muito pior do que nos deitarmos na cama com a sensação de não termos estado tempo nenhum com os nossos filhos. Mas a questão que devemos colocar-nos é: o tempo que passei com eles foi de qualidade? Estar a dar-lhes banho a pensar no email de trabalho que ainda temos de responder, contar-lhes uma história com fogo no rabo para ir limpar a cozinha, estar no Facebook só a ver o feed mais uma vez, em vez de estar a olhá-los nos olhos e a ouvi-los, é pecado.

06 - Não te martirizarás quando te atrasares um dia para ir buscá-los à escola
Muito provavelmente vai acontecer. Não controlamos uma chuvada, um dia de trânsito infernal, um pedido urgente e mais demorado no trabalho. Não somos omnipresentes nem omnipotentes e quando só dependemos de nós próprias não há ajuda que nos valha. Por muito que nos custe, é jogar a bola para a frente. Ir buscar a chibata e ficarmo-nos a sentir as piores mães do mundo é pecado.
 
05 - Não falarás dos teus filhos no local de trabalho, de 15 em 15 minutos
Apesar da nossa filho-dependência, o primeiro passo para a cura é afastar o cálice do nosso pensamento. Além de que não há pachorra. Muitas vezes, já temos o interlocutor a bocejar e não damos por isso. Ser uma mãe chatarrona é pecado.

04 - Não compensarás a tua ausência sendo aceleradinha
São tantas as horas em que não os temos nas nossas vidas, que quando estamos com eles corremos o risco do over-booking. Não temos de encavalitar uma ida à praia, com um almoço fora, com uma ida ao jardim e com uma festa de anos. Eles também precisam de sossego, de estar em casa, de fazer as sestas e de segurança. Andar sempre com um speed infernal, a querer percorrer todas as capelinhas, é pecado.

03 - Deixarás tudo preparado na véspera
Aquela coisa do "amanhã logo se vê" não se aplica a uma mãe que trabalha, no que a preparar as malas e as roupas do dia seguinte diz respeito. A não ser que se consiga acordar duas horas antes de sair e se saiba de antemão que não se vai apanhar trânsito. Comer uns flocos a correr, entrar em stress porque o filho fez cocó na fralda antes de sair, quando se perdeu tempo a passar uma camisa a ferro ou a refazer a mala da escola deles é pecado. 

02 - Cuidarás de ti
Passas pouco tempo do dia com os teus filhos, é um facto. Trabalhas que te fartas. Fazes das tripas coração (que bela expressão...) para seres uma boa profissional e uma mãe presente. Mas, de vez em quando, podes tirar umas horas para ti. Ir fazer a depilação passa a equivaler a uma massagem. Ir ao ginásio uma vez por semana não te rouba tempo, dá-te tempo e genica para fazer tudo em casa. Ir comprar uma lingerie nova pode dar um abanão a essa relação. Deixar de cuidar de nós é pecado.


01 - Não invejarás a vida das mães que ficam em casa
Ao contrário do que muitos querem fazer parecer, estar 24/24 horas em casa com os filhos é trabalho de guerreira. É ter de abdicar de (quase) tudo por eles, é ter de aturar todas as birras, todas as lágrimas e aproveitar as sestas deles para passar a ferro ou fazer a sopa. Invejar a vida de uma mãe que fica em casa, como se de uma coisa fácil se tratasse, é pecado.

*imagens We Heart It


[foi um exercício engraçado reler este texto agora que, dois anos depois, sou uma mãe que fica em casa]
 
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Farta de mim!

Eishhhh não tanto quanto está o meu marido farto de mim. Para quem não saiba, passamos praticamente 24h por dia juntos há um ano e meio. E eu, sendo uma pessoa extremamente comunicativa, parece que, de vez em quando (tipo, sempre) lhe estou a gastar a paciência. A verdade é que, coincidência ou não, desde que o conheci, passou a ter o cabelo 5x mais grisalho. 'Tadinho.

Mas ele não é o único que está farto de mim. Eu também. A minha cabeça anda sempre a mil. A pensar em tudo a toda a hora, em várias coisas ao mesmo tempo. Coisas que estão a acontecer, que aconteceram, que vão acontecer, que deviam ter acontecido, que gostava que acontecessem, a que horas gostaria, etc. 

Canso-me imenso. Só de ser eu. Desde que tenho uma filha, não posso dizer que tenha piorado. É exactamente o mesmo como quando estou a trabalhar. Sempre a planear, sempre a gerir, organizar, ter que parecer divertida, mesmo nos dias em que não estou (faço rádio). 

O que piorou e muito é a questão de estar sempre a desenvolver teorias. Nunca, nunca, nunca elaborei tantas teorias para nada. 

Já não me posso ouvir com as mil e uma razões que já arranjei por ela não dormir em condições, não comer em condições, para quando não mamava em condições, para fazer birra ocasionalmente, para ter uma mancha na pele, para gostar mais daquele brinquedo, para não querer beber água, para rejeitar o biberão. 

Quanto mais me informo mais chata me torno e com mais teorias. 

Mudo de teorias como quem põe um soutien para lavar (não se põe todos os dias, certo? - se calhar sou eu que sou badalhoca). 

Queria que, em vez de teorias, houvesse certezas. a Mãe é que sabe mas, às vezes... não sabe nada, vai é por tentativa e erro e erro e erro e depois, quando acerta, muda a fase. :)

O que eu gostava de ser uma dondoca.

A sério. Não me importava de ser uma dondoca. Mas uma dondoca que dispensa babysitter. Só ("só"...) me tinham de tratar de tudo o resto: passavam a ferro, faziam as refeições, iam às compras, estendiam-me a roupa, limpavam-me a casa e eu só passava tempo com a minha filha. Nas sestas dela, lia uns livros e via umas séries, para não embrutecer muito, e de resto, dava-lhe comida, banho, brincávamos, beijáva-lhe os pézinhos e os refegos das pernas e adormecia-a, depois de uma história. Os meus pais tinham um banco, que não fosse apenas de cozinha, e eu só passeava, comia petiscos, fazia exercício, ouvia música, lia, dançava e ia à praia. Era só ("só") mãe.









Adoro estas fotografias das duas a dançar na água. E também gosto muito das que se seguem. Pelos pêlos nas pernas já devem ter percebido que não sou eu. Se bem que, às vezes, até podia ser.







São imagens destas que revisito muitas vezes durante a semana, quando as saudades me corroem. Era isto. Todos os dias.

Há por aí mais "dondocas-wannabe"? :)