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9.20.2016

Estou que nem posso com a porcaria do ranho!

Eu já me tinha apercebido de que é uma condição quase que obrigatória a todos os miúdos que andem na creche. Parece que todos têm de ter ranho. A minha ideia é de que se trata de uma forma do corpo expulsar ou estar a reagir a infecções ou algo do género.

Deixem ler. Já volto. 

Obrigada Wikipédia. Não percebi um rabo. Odeio quando a enciclopédia das pessoas se arma em fina. Esperem aí, vou ver se percebo melhor noutro sítio. 

Ok. Já percebi. 

Aprendi duas coisas: 

Só se deve usar o lenço de papel uma vez para nos assoarmos (quando é muco sem ser o aquoso) e devemos sempre lavar as mãos a seguir. 

As cores do muco importam muito porque querem dizer coisas diferentes. Isto é o que os médicos lá aprendem nos cursos deles, mas nós mães já podemos saber se nos devemos preocupar mais ou menos com isto. Li neste site que me pareceu fiável. 

A minha questão é... a Irene antes NUNCA andava ranhosa, nunca. Agora é uma criança "normal", mas ainda não sei como posso mesmo ajuda-la à noite. Ela fica muito entupida do nariz e eu quero que ela durma melhor. Queria coisas naturais, mezinhas giras antes de partir para o bombardeamento químico.

Não existe uma espécie de truque da cebola, mas para o ranho? 

Sniff. Sniff. Infectário... Sniff Sniff. 




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*Obrigada pelas correcções à palavra creche, por serem homófonas, confundi :) Não percam fé em mim que juro que sabia escrever! 

9.19.2016

Não temos pediatra, por opção

Nunca pensei que iria estar tão confortável com esta decisão. A verdade é que a Luísa não tem pediatra. Gostamos tanto do acompanhamento que tem tido no Centro de Saúde, que não sentimos necessidade, pelo menos ainda, de que seja seguida num pediatra.

Bem dizem que com um segundo filho é tudo diferente, e é. Apesar de não nos lembrarmos de muitas coisas, já vamos com um arcabouço muito maior, mais confiança em nós. Desta vez, fiquei estupefacta com a dedicação e a simpatia da médica de família, com quem estivemos uma hora, na primeira consulta. Confiei. Achei até redundante ter médica de família e pediatra, neste caso. Sim, eu sei que cada um tem um papel distinto, que o pediatra é especialista, mas acho também que se alguma coisa não estiver bem com a Luísa serei rapidamente encaminhada para um. Eu própria, numa urgência, contactarei um. Muitas vezes é a disponibilidade do pediatra, à distância de um SMS ou chamada, que nos sossega o coração e, além disso, nem toda a gente tem médico de família, muito menos num CS a funcionar muito bem como aquele em que estamos. A enfermeira é um espectáculo, sinto-me muito bem recebida e atendida sempre que lá vamos pesá-la ou às vacinas e estou confortável a 100% com esta decisão. Até quando? Não sei. Mas para já é para continuar assim.


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8.16.2016

Missão cumprida!

Desde sempre que tento incentivar a Irene a que lave os dentes sozinha e que sinta que é uma necessidade (para não ser obrigação). Expliquei-lhe que há uns "bichinhos na boca que comem os dentes" e... acho que andou a ter pesadelos com isso durante imenso tempo - receio parvo meu, mas é que uma vez acordou a dizer que tinha bichos na boca... 

Além dela lavar sempre os dentes sozinha (e de nós darmos só "uns toques" no final), comecei a preocupar-me com a espuma toda da pasta de dentes que ela andava a engolir. Claro que não "faz mal", que "ninguém morre disso", mas qual seria a idade certa para ela aprender a cuspir a água? 

Não sei, mas decidi ensinar. Foram 5 noites ou 6 em que tentava três ou quatro vezes que ela aprendesse. Foi difícil para ela resistir ao instinto de engolir a água, mas agora já consegue e estou toda orgulhosa! ;)

Deviam vê-la com o peito todo para fora a dizer "a Necas já consegue, sozinha!". Confesso que talvez não tivesse ensinado antes por preguiça e algum... descrédito na miúda, mas tal como li num livro qualquer (um óptimo que se chama: Como falar para as crianças ouvirem e ouvir para as crianças falarem): nunca subestimar as crianças, antes esperar "mais" delas do que "menos". 

Conseguimos!

Próxima lição? Arrumar a loiça na máquina, ehehehehehehehehe. 


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8.12.2016

Abriu-me o lábio.

Não, não foi esse. Esse foi há dois anos e meio quando nasceu (ehhhh, imagem desnecessária, eu sei). Ontem, a adormecer a Irene, levei com uma cabeçada das antigas (daquelas tipo rixa no Too Fast Too Furious ou 8 Mile) no focinho. Era só uma questão de tempo até que isto acontecesse. Aliás, sou vítima de maus-tratos frequentemente pela minha filha - é melhor especificar que o Frederico tem um ar muito macho e poder-se-ia, erradamente, associar uma coisa à outra.

Ela precisa de deitar cá para fora a bateria que lhe resta e, aí pelo meio, estou eu a fingir-me de morta para que ela adormeça. Ao que parece, fingir não é necessário e ela tenta assegurar-se de que eu faleço mesmo, para não me armar em esperta.


Parece mesmo uma mugshot: lábio aberto, rímel todo borrado (odeio este verbo, odeio), colar ao pescoço que bem pode acabar num penduricalho de um gang qualquer. Só me falta um Ford Fiesta lá atrás - associo estes carros a tuning, o que querem?

Por acaso, ia escrever Seat Ibiza, mas como anunciaram aqui há uns tempos, prefiro fazer esta referência um pouco mais discreta assim. Ai que rebelde que sou.

Também se fartam de levar tareia? A miúda levou uma "lamparina que nem sabe de que terra era", coisas que se diziam lá em casa, mãe de Melgaço.

Não levou, não. E não pretendo que alguma vez leve. Ela também ajuda ;).

- Se recorrerem à palmada, existem situações muito mais eficazes e que não danificam nem a auto-estima dos vossos filhos, nem a vossa relação, nem vos fazem sentir mal convosco próprias, posso sugerir-vos a disciplina positiva/parentalidade positiva que até já fizemos uns posts sobre isso no blog aqui. E força, mas não nessas palmadas! ;)

7.28.2016

Pensei que morria depois do parto

Tive o melhor parto do mundo. Pelo menos foi o que senti quando peguei na minha filha, acabada de nascer, sem grande esforço, às 20 horas em ponto, como já contei aqui. O pior - e mais inesperado - veio pouco depois. Comecei a perder sangue. No recobro, estava a perder muito, muito sangue. O útero não contraía, davam-me medicação, ocitocina, massagens dolorosas externas para o obrigar a ir ao sítio, e nada: completamente espapaçado. Comecei a ver algum rebuliço por ali, as caras, que antes me transmitiam força e alegria, já não esboçavam sorrisos e pressenti que algo não estava definitivamente a correr bem. Disse logo ao David: "tinha de ser, isto bem me estava a parecer bom demais". 

Os dois médicos, que me seguiram nas últimas semanas, de volta de mim, enfermeiras, algum nervosismo, nova perda gigantesca de sangue, ouço pedirem para retirarem a outra senhora do recobro, continuam a tentar medicações intravenosas, novos cateteres, comprimidos no ânus e nada... Pergunto se há mais alguma coisa que possa fazer para ajudar (já tinha estado a tentar obrigar o útero a ficar quietinho abaixo do umbigo, depois daquelas massagens horrorosas, mas em vão) e ainda os ouvi a pedirem sangue para transfusão, já a minha hemoglobina devia estar a 4 (imaginem, o normal é de 13 a 17...).

Senti imenso frio - espasmos incontroláveis - e começo a ouvir as vozes cada vez mais ao longe e aviso que vou desmaiar. Acho que nunca fiquei totalmente inconsciente. Já a caminho do bloco operatório, começo a chorar. Estava tudo a ser demasiado real e assustador. Imprevisível e totalmente paradoxal, depois de um parto de sonho. Vi demasiados filmes e séries e aquilo não acabava bem. E se eu morresse? Que pena não ver a Isabel a brincar com a Luísa. A Luísa não vai conhecer a mãe, não vai ter o meu embalo, ouvir a minha voz a cantar para ela, a Isabel nunca se irá lembrar de mim, irá construir memórias só através de fotografias e vídeos. Mas o David vai dar conta do recado, que sorte que as minhas filhas têm em ter um óptimo pai. Irá ele ficar a viver na mesma casa, com a minha mãe? Espero que sim, para ter ajuda. E de repente sinto que tenho de deixar este recado, entre soluços: "Se algo não correr bem, digam ao David que ele é um óptimo pai e que vai conseguir dar a volta". E, nesse momento, tenho as enfermeiras e auxiliares já de lágrimas nos olhos a pedirem-me para não dizer aquelas coisas, que tudo ia correr bem. Recebi um beijinho de uma delas. "Eu sou feliz, digam-lhes que eu sou feliz". Aí pensei que era injusto. Que não precisava de nenhuma lição, que não era necessário passar por aquilo para dar mais valor à vida. Pensei no quanto gostava de viver e que não merecia. Senti mesmo que ia morrer. Tive medo, tanto, tanto... Antes da anestesia geral, para a qual não estava preparada por achar que podiam ser os meus últimos segundos, disse, entre soluços: "Digam-lhes para não ficarem revoltados, para não perderem tempo com isso. Que sejam felizes". Lembrei-me do olhar do David, preocupado, com a nossa filha Luísa no colo, quando lhe pedi para sair do recobro, para não assistir àquilo tudo, àquelas perdas de sangue de filme da idade média.

Só nos voltámos a falar às 4 horas da manhã, através do telemóvel que uma enfermeira me emprestou. Chorámos muito, os dois. E choro agora, ao recordar o dia mais assustador da minha vida. O medo dava lugar ao alívio. O David tinha ido para casa para que a minha mãe - que estava a cuidar da Isabel - não desconfiasse de nada, não quis preocupá-la. Tive pena dele, do enorme susto que tinha apanhado, ao longo das várias horas numa operação de urgência. Chorei todas as lágrimas que tinha por não ter estado com a Luísa nas primeiras horas de vida dela e por estar longe da minha cria. Chorei por estar, afinal, cheia de pontos na barriga, depois de um parto tão simples e sem episiotomia.

Tive uma hemorragia pós-parto (acontece a aproximadamente 2% das mulheres que dão à luz e é uma das principais causas de morte materna) provocada por uma coisa chamada atonia uterina (útero não contrai e os vasos uterinos ficam abertos). Não sendo gravidez gemelar, não tendo tido muitos filhos antes, não sendo a Luísa uma bebé enorme, não tendo excesso de líquido amniótico, não tendo sido um parto prolongado, entre outros factores de risco da atonia, ainda mais raro se torna. Antes de partirem para o corte na barriga (laparotomia ou lá como se chama), ainda usaram uns quantos procedimentos via vaginal - já comigo anestesiada - para tentar resolver a atonia. Nada. O último dos procedimentos seria a histeroctomia, remoção do útero, mas felizmente, através de suturas compressivas no útero (técnica de um português, chamado Alcides Pereira) conseguiram apertar o útero, obrigando-o a ficar contraído, como um chouriço, o que fez parar finalmente a hemorragia [registei com agrado, e já com o sentido de humor reposto, o facto de não ter sido necessário corte em T na barriga por ser magra eheh]. Dentro do horrível, correu tudo muito bem, conservaram-me o útero e estou cá para contar a história e para cuidar das minhas meninas. Fiquei, claro, com a pulga atrás da orelha sobre o que poderá ter originado tudo aquilo e gostava de fazer exames ao sangue mais exaustivos para perceber se poderei ter alguma anomalia no sangue, se coagulo mal... eu sei lá. A revisão, passado um mês, correu muito bem e a médica até brincou, dizendo que eu estava pronta para outra.

Tenho muito a agradecer. A todos os profissionais, sem excepção, que me trataram com toda a simpatia e generosidade durante o parto, em todas as suas fases (até o cuidado com que a primeira trouxa da roupa foi preparada e dobrada pela enfermeira - seria antes auxiliar? - me comoveu). Foi importante todo aquele ambiente de descontracção, foi importante sentir-me bem cuidada pela médica, pelas enfermeiras e auxiliares, sempre com um sorriso na cara.

Mais importante ainda, o momento da expulsão. Nunca esquecerei a enfermeira Guadalupe, nem os olhos meigos da outra enfermeira de cabelo curtinho, Lidia, a quem vou dar um abraço se com ela me cruzar na rua..., que me encorajaram na hora h e com a ajuda das quais tudo me pareceu (ainda) mais fácil.

Mais importante ainda, o momento crítico e todo aquele sangue frio e profissionalismo misturado com lágrimas, de uns seres humanos fantásticos que se preocupam e que, nos dias seguintes, lá estavam, no quarto, prontos a dar-me palavras de conforto. Até abraços recebi. E que falta eles me faziam...  

Além de me terem salvado a vida, aquelas pessoas quiseram devolver-me o coração, que ainda estava com muitas mazelas, e conseguiram-no. É possível - tenho duas provas disso, e passei por diferentes equipas nos dois partos, tanto no Hospital da Luz, como no Hospital de Santarém - ter partos "humanizados" (termo agora muito em voga), em que nos sentimos amparadas e felizes num hospital, seja ele público ou privado. Nem quero pensar no que poderia ter acontecido se tivesse tido a ideia romântica (?) de ter o parto em casa... teria havido tempo?... Estava à hora certa, no local certo.

Obrigada Dr.ª Rita e Dr. Carlos pelo cuidado e atenção e obrigada a todos os profissionais do Hospital Distrital de Santarém que se cruzaram comigo nesses dias. Há gente boa no mundo que se dedica, de corpo e alma, ao que faz.


A tentar esboçar um sorriso, no dia 1

Toda torta, coitadinha (era para condizer com a mãe)

O melhor pai do mundo (em ex aequo com o meu, pronto)

Luísa, com 3 dias de vida

*grávidas que me lerem, confiem: vai correr bem. Se não correr (o que é muito raro!), vão estar no sítio certo, à hora certa, com as pessoas certas. Desfrutem do vosso parto, os momentos bons vão prevalecer e os vossos filhotes vão compensar cada dor. 



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7.25.2016

Querem ajudar o vosso filho a falar?

A Diana é uma leitora do blog que, como terapeuta da fala, quer aproveitar para vos ir dando umas dicas. ;) Obrigada, Diana! 

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Como referi num post passado, falar implica uma vasta diversidade de processos: precisamos de ouvir, processar o que ouvimos, pensar, recorrer a símbolos para expressar o nosso pensamento, escolher as palavras adequadas, construir frases, utilizar de forma correta os músculos para articular as palavras e ainda regular a capacidade respiratória. Tudo isto numa fração de segundos.

Tal como acontece no desenvolvimento das outras áreas, também na linguagem o  desenvolvimento é gradual e o ritmo não é o mesmo em todas as crianças mas embora todo este processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem seja natural, podemos e devemos estimular.


Como estimular? Todas as famílias são diferentes, cada uma encontra, no seu dia a dia, a melhor forma de ajudar o/a seu/sua filho/a a desenvolver a linguagem.

Deixo-vos aqui algumas dicas:

• Tirar, todos os dias, um espaço para conversar com a criança para que a criança saiba que esse é o momento onde todos podem partilhar aquilo que querem dizer ou perguntar.

• Falar devagar e estabelecer contacto visual com a criança (não precisam de falar a língua das baleias como a Dori no filme o Nemo).

• Estimular o desenvolvimento do pensamento, a estruturação da linguagem e a aquisição de vocabulário através do hábito da leitura, lendo para ou com a criança (mais tarde).

• Incentivar a aquisição de novo vocabulário cantando, lendo lengalengas ou fazendo rimas com a criança.

• Usar uma linguagem correta, rica e diversificada e evitar expressões como “chicha” em vez de “carne” ou “piu-piu” em vez de “pássaro”.

• Não fale à bebé com a criança e se ela disser, por exemplo, «au-au» para se referir ao cão, diga-lhe «o cão faz ão-ão».

• Ensine as palavras nos contextos próprios do dia a dia, ou seja, os alimentos quando estão à mesa, as roupas quando estão a vestir a criança, os animais quando vão ao jardim zoológico. A linguagem aprende-se melhor na realidade, que é mais palpável e interessante do que aprender nos livros.

• Falar de acontecimentos no passado, presente e futuro.

• Usar a mesma palavra várias vezes e em contextos diferentes “Onde está a bola?”, “Dás-me a bola?”, “Que bola tão bonita!”.

• Além de ensinar o nome de objectos, pessoas ou situações, ajude a criança a perceber a sua função e a relacioná-los com ela: “Olha o sapato!”, “De quem é o sapato?”, “O sapato é para calçar.”

• Falar e associar alguns gestos do quotidiano (por exemplo, olá, adeus, vem cá, ali).

• Descrever as atividades do dia a dia, diversificando e adequando o vocabulário.

• Faça perguntas abertas ou de escolha múltipla para que a criança fale mais: em vez de perguntar “Queres comer carne?” e “Queres comer peixe?” pergunte “Queres comer carne ou peixe?”.

• Dê-lhe espaço e tempo para responder, promovendo uma linguagem mais espontânea.

• Ajude a criança a esperar a sua vez quando quer algo, ensinando-a a jogar “agora sou eu” e “agora és tu”.

Estas são apenas algumas das muitas estratégias que podem usar com as vossas crianças.

Agora toca a arranjar só 5 minutinhos dos vossos dias para conversarem com os vossos filhos. ;)


7.14.2016

Preciso de desabafar... e rápido.

Não estava à espera disto. Nunca se está. 

Estava em estúdio, o Frederico conta-me que a Irene acordou da sesta, ficou molinha na sala e que adormeceu no sofá. Enviou-me vídeos para que ambos pudéssemos conversar sobre a perfeição de menina que tínhamos criado. Vê-la e ouvi-la respirar (raras as vezes em que a vemos a dormir), ver os pezinhos dela a mexer, os dedinhos. Foi fabuloso. Estávamos contentes por ela estar a descansar. 

Recebo uma chamada. Era o Frederico. Estava muito aflito. Não descrevo o quanto porque teria de ser ele a falar sobre isso. Não consegui perceber o que dizia. Achei que estavam os dois a brincar comigo porque ouvia-o e a ela lá ao fundo também. Finalmente consegui perceber "anda... correr... para casa... Irene... espumar da boca...". Corri mais que os jornalistas de rádio quando têm de entrar em directo e a impressora não cooperou. Corri tanto que, quem me viu passar, percebeu que não era para comentar, nem falar comigo. 

Pousei os meus phones e o guião na minha secretária e saí a correr tipo Forrest Gump. Perguntaram-me os meus colegas: "O que se passa, Joana?". Só tive tempo de responder "não sei" e o "i" já foi fora da porta, a correr para ir para casa. É certo que moro perto do trabalho. A 3 minutos a pé, mas pareceu-me uma eternidade. Mais tarde vim a perceber que tinha levado o carro ontem e que provavelmente teria chegado mais rápido se me tivesse lembrado disso. Ou, pelo menos, não me teria metido por um corredor/atalho em que decidi ignorar que estivesse fechado com uns avisos e que decidi percorrer na mesma. As minhas sandálias e os meus pés ficaram atolados em lama, mas não havia outra hipótese. Estava-me a borrifar se ficava cheia de lama até aos joelhos, percorrer tudo para trás e escolher outro caminho só para não me sujar não era uma opção. 

Ainda a caminho do corredor liguei para o 112. O meu corpo ainda não se tinha apercebido do que se estava a passar. Estava no modo de sobrevivência. Liguei. Demoraram uma eternidade a atender (uns 6 ou 7 toques - como é que é possível????) e depois reencaminharam para a parte de saúde. Era uma senhora, com uma voz doce. Desabei. "A minha filha está a espumar-se da boca e está roxa". Não lhe dei o número do Frederico porque sabia que ele não iria conseguir falar ao telefone. 

Demoraram a chegar. A porcaria da minha rua não aparece no GPS de ninguém. Que perigo. Já escolhemos uma aqui perto para dar agora. Quando cheguei, cheia de lama, o Frederico entregou-me a Irene, já a chorar muito alto e peguei nela ao colo. Instintivamente comecei a cantar umas músicas foleiras que ela gosta para se acalmar. Reparei que ela não mexia os braços. Dei-lhe o coelhinho dela, que ela queria e ela não o conseguia agarrar. 

Interiormente sabia que provavelmente isto era o que me acontecia quando eu era pequenina. Talvez daí não estar inconsciente. Seria pior se tivesse visto a Irene como o Frederico viu, como se tivesse partido, sem poder fazer nada. 

Chegou a ambulância. Mediu-se a febre. Fez-se um pedido grande para ir para o São Francisco (é onde temos a nossa pediatra, etc.) e lá fui com ela. Sempre a tentar tornar o momento engraçado, mesmo sem ter a certeza que ela estaria a assimilar alguma coisa. Ela respondia que sim e não por entre o choro às minhas perguntas, devia estar a assimilar: 

- Necas, estamos a andar de ambulância!!! Aquela que faz tinoninoni e para onde vai a ambulância? Para o hospital. Que giro, Necas!!

Ela acenava que sim com a cabeça, nos solavancos na ambulância, amparada pelas minhas mamas, enquanto mamava. Só assim parava de chorar. Continuava sem mexer o braço. Eu tentei convencer-me que seria espectável. O corpo naturalmente deve ter-lhe dado um ansiolítico qualquer. 

Chegámos. Rapidamente entrámos para as emergências. Pulseira de muito urgente. Ben-U-Ron para o bucho (era o genérico que eu vi) e a Dra. atendeu-nos. Era mesmo o que a mãe teve quando era pequena: convulsões febris. Herdou de mim. Porém, tínhamos de fazer análises para despistar outras hipóteses como ausências de nutrientes ou excessos, segundo percebi. 

As análises. O terror das análises. Fizemos uma vez análises e foi picada dezenas de vezes. Tive de proibir que lhe tocassem mais. Contei isso aqui. A Dra. disse que aqui seria diferente, que picam mais vezes miúdos e todos os dias. Não tinha outra hipótese. Era como a lama. Tinha de ser. 

O Frederico perguntou se estaria dispensado. Claro que sim. Nem repararia se ele iria lá estar ou não. Eu tinha que estar. A Dra. disse que podia não ir nenhum de nós, mas nem pensar. Prefiro ficar eu impressionada com a dor dela do que ela sentir que a mãe a deixou sozinha para que lhe fizessem uma cosia que dói. 

Desta vez tentaram tirar sangue noutro sítio. Não conseguiram. É realmente difícil tirar sangue à Irene e ainda para mais estando com febre. Tínhamos de repetir dali a pouco. Os gritos, os choros. Eu a explicar-lhe o que se estava a passar e para quê, dizer que quando estivesse boa que íamos fazer as coisas preferidas dela. Só me apetecia pedir-lhe desculpa. Desculpa por não haver uma maneira menos imbecil de saber o que se passava com ela e dela ter de passar por aquilo: um garrote, prenderem-lhe o braço e picarem algumas vezes para tirar sangue. 

Voltámos para a sala de espera. Necas sempre na maminha, sempre a pedir maminha. Esperámos meia hora e lá fomos outra vez, agora com menos febre. Fomos as duas. 

A Irene já nervosa a entrar na sala. "Pulseira (garrote), não, menino! Menino!!! Menino!! Menino???". Começou a entrar a agulha e a Irene grita várias vezes "Pede desculpa, menino!! Pede desculpa!". Choro agora e chorei na altura. Obriguei-o a pedir desculpa. Claro que era para o bem dela, mas a Irene tinha de perceber que sim, quando se magoa alguém, se pede desculpa e que o menino era amigo. 

Custou-me dizer-lhe que podia descansar e fechar os olhos, que estava tudo bem e ela fazê-lo. Deitei-me com ela na maca da sala de espera a dar-lhe maminha deitada. Acabou por adormecer. Os resultados saíram rápido: tudo bem com as análises dela. Níveis mais baixos de oxigénio e de dióxido de carbono, mas associaram a estar a chorar muito. Era mesmo verdade, a Irene tem convulsões febris. E o que a minha mãe sofreu com isto. Quando ela fala sobre isto ainda hoje parece que fala de uma das piores coisas pelas quais já passou. Que é aflitivo e muito. Eu já suspeitava que ela tinha isto. Ninguém me deu ouvidos na altura, mas eu já sabia. Escrevi sobre isso aqui

O mais provável é que ela faça isto sempre que haja uma subida rápida da temperatura. Se for como eu, é o primeiro sintoma de doença com febres altas. Levamos uma bisnaga com um relaxante para lhe dar nas próximas convulsões. Está tudo bem. A Dra. que nos atendeu rapidamente percebeu que era a nossa primeira filha. Fizemos milhares de perguntas e todas respondidas com paciência. Que maravilha. 

Viemos para casa. Irene a dizer piadas. Assustada com tudo, mas já a dizer piadas. A família estava a curar-se com o humor.

Ao adormecê-la ouvi um "mãe, anda dormir comigo, mãe" e só não fui porque tinha outra pessoa que ainda não tinha sido abraçada o dia inteiro e que estava bem mais assustada. Faltava dar beijinhos ao Frederico. A pizza familiar que tínhamos pedido não resolveu tudo. 

Ele acabou agora de lhe dar um beijinho na testa e ela disse "obrigada, pai". Parece que é a gozar.

Obrigada por me deixarem desabafar.


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7.08.2016

Depressão pós-parto?

Calma, o título é alarmista. Não estou com uma depressão pós-parto e não sinto que precise de ajuda médica (não ainda), mas a verdade é que, ao contrário do pós-parto da Isabel, comecei recentemente a ter mais lágrimas à mistura na equação e a ser confrontada com mais fantasmas.



"Com o segundo, é tudo mais fácil. Vais ver que vai ser tudo com uma perna às costas." Em parte, sim. Não temos medo de os agarrar, não ficamos tão assustadas com uma borbulha que lhes nasça na testa, manejamos uma fralda a transbordar de cocó só com um dedo mindinho, já não stressamos tanto com os gramas que eles ganham semanalmente... e por aí fora.

Mas eu sinto que com o segundo não é tudo mais fácil, pela simples razão de que não existe só o segundo na nossa vida. Existe uma mãe mais experiente, com menos macaquinhos no sótão, mais confiante nas suas maminhas, uma mãe que já aprendeu que é importantíssimo fazer as sestas com eles, mas existem também dois filhos, dependentes de nós, do nosso amor, da nossa paciência.

A verdade é que eu ainda não me sinto à-vontade para ficar um dia sozinha com elas. 

Fiz a experiência ontem e acabou comigo a chorar copiosamente, ao fim de 3 horas a tentar adormecer a Luísa, durante a noite, rezando para que a Isabel não acordasse entretanto. E o reconhecimento dessa impotência - mental e física - fez com que me sentisse derrotada. Custa muito sentir que não estamos a dar conta, não como gostaríamos. "Era suposto eu conseguir, sozinha, dar conta do recado." Ir buscar a Isabel à creche cedo, deixando o jantar pronto, a mesa posta, o pijama e o banho quase preparado, brincar com uma, dar mama a outra, tentar adormecer a mais nova primeiro, depois a mais velha e "sobreviver" a uma noite - sempre imprevisível - de cólicas da mais nova e de pesadelos da mais velha. Tinha ido deitar-me vitoriosa, a agradecer a todos os santinhos o facto da Luísa ter dormido durante a hora e tal que a Isabel demorou a adormecer. Mas acordei, com a Isabel às 06h30, ao contrário do que era suposto com aquela história de que "basta um sorriso deles e ganhamos logo forças", sem força anímica. Cansada, meia revoltada com o mundo, cheia de vontade de "despejar" a Isabel na creche e cheia de vontade de dormir. De manhã, não me apeteceu ser mãe. E, depois de todo este emaranhado de sentimentos, a dificuldade em me reconhecer neles, a culpa, a frustração.


Claro que sobrevivi, claro que passou, claro que elas não ficaram traumatizadas com o meu mau humor (pedi à Isabel, quase em lágrimas, para parar de tocar o tambor, que estava cheia de dores de cabeça, e ela parou). Claro que sobreviverei a muitas outras vezes em que terei de ficar com as duas sozinha e que, daqui a uns tempos, tudo será mais fácil (ou parecerá mais fácil). Claro que nada disto é um drama sem fim, mas não gostamos de nos confrontar com as nossas incapacidades, com os nossos deslizes, e o pior de tudo é cairmos no erro da comparação com outras mães que têm três, quatro filhos - e nenhum deles está na creche - e conseguem lidar com tudo sem entrarem em modo drama queen. Queremos manter sempre o optimismo, o sorriso, a garra. Mas não somos de ferro. Eu não sou de ferro e nem a pancadinha nas costas do "vai passar e até vais ter saudades" resulta na hora H.


Acho que a alternância entre sentimentos de plenitude, satisfação, felicidade e alguma tristeza, choro e dúvidas, faz parte desta fase de mudança. Não sinto que esteja com uma depressão pós-parto, mas - por nunca ter tido nenhuma antes e não sendo psicóloga - não hesitarei em ir a uma consulta, caso algum dia tenha dúvidas e sinta necessidade. Escrever este texto já me ajudou. Acho que ler os vossos comentários também irá ajudar. Mas o que sei que vai ajudar mesmo é reconhecer que tudo isto faz parte do processo, não me culpabilizar tanto pela falta de paciência nem me sentir defraudada por nem sempre me sentir uma super mulher, relativizar mais, desabafar mais, pedir mais ajuda, ir arranjar as unhas, ir comer um gelado de dois metros, dormir mais. 


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6.29.2016

Quando ir a um terapeuta da fala?

A Diana Lopes, nossa leitora (espero eu, senão é só esquisito ahah), propôs-se a dar alguns conselhos às mães sobre a área dela. Adorei. Por muito que achemos que "a Mãe é que sabe", sobre terapia da fala, a Diana é capaz de saber mais um bocadinho haha, mas só mais um bocadinho. 

Querem ler o que ela tem para dizer? Se conhecerem alguma mãe que ande com a pulga atrás da orelha sobre o desenvolvimento da fala do filhote, passem-lhe este artigo para ela ficar mais sossegada ou, então, para iniciar o percurso da terapia com ele! ;)


"Um dia, a Mãe acorda e começa a sussurrar aos ouvidos do seu bebé “Vá diz MÃ-MÃ, é fácil é só repetires MÃMÃ, MÃ-MÔ. A história repete-se com o pai, “PA-PÁ, diz PAPÁ”. Quem levará a vencida? A mãe ou o pai?

E quando a criança não faz a vontade a nenhum dos progenitores e aos dois anos nem o pai e/ou a mãe levam a vencida?



Antes da história do papá e da mamã, existe todo um processo que traduz o desenvolvimento linguístico da criança e, cada vez mais os pais devem estar atentos ao desenvolvimento da linguagem e da fala e tentar compreender qual a sua relação com as dificuldades na aprendizagem. Para tal, é importante que identifiquem alguns dos sinais de alerta que podem ajudar a entender qual a altura certa para procurar um profissional qualificado.

Ao longo do seu desenvolvimento as crianças vão aprendendo a comunicar de acordo com as regras da comunidade onde estão inseridas e o estímulo que recebem. O choro é a primeira e principal forma de comunicação do bebé e é através dele que o bebé vê as suas necessidades atendidas pelos pais nesta fase de vida. Designamos este período de pré linguístico, em que a criança comunica através de produções sonoras como, por exemplo, o choro (referido), o riso, o palreio e a lalação.

É através da interação de vários fatores (biológicos, psicossociais, cognitivos e biológicos) que as crianças desenvolvem a linguagem.

Por vezes ouvimos dos nossos vizinhos, amigos, familiares dizer que ela ou ele ainda “é um pouco espanhol a falar”, “fala um pouco à bebé”, “é um pouco sopinha de massa” ou ainda de forma mais específica “o teu filho fala mal”,  “ainda não diz os L’s, o S,…” mas na verdade a mãe é que sabe … a Mãe é que conhece a sua cria e melhor que ninguém conseguirá identificar os sinais de alerta manifestados.

Também é verdade que cada criança tem o seu ritmo. Mas quando devo agir? Deixo-vos aqui alguns sinais de alerta:

·     12 - 18 meses – o bebé é muito silencioso, não reage nem brinca com os sons, não aponta, não estabelece contacto ocular

·         18 – 24 meses – não compreende ordens simples, dificuldade em formar frases com duas palavras

·         2 – 3 anos – não forma frases simples

·         3 - 4 anos – apresenta um discurso ininteligível, não forma frases simples

·       4 - 5 anos – não relaciona acontecimentos simples e recentes, não compreende ordens simples, omite e troca sons nas palavras, discurso pouco estruturado, só os pais o compreendem

·        5 - 6 anos – utiliza frases mal estruturadas, tem um discurso incoerente

·        6 anos – alterações na articulação das palavras, trocas sons/letras ao falar, ler ou escrever.

O Terapeuta da Fala é o profissional habilitado para avaliar e aconselhar estas alterações. A intervenção precoce é a mais eficaz.

O Terapeuta da Fala

O Terapeuta da Fala é o profissional responsável pela prevenção, avaliação, intervenção e estudo científico das perturbações da comunicação humana, englobando não só todas as funções associadas à compreensão e expressão da linguagem oral e escrita mas também outras formas de comunicação não verbal. O Terapeuta da Fala intervém, ainda, ao nível da deglutição (passagem segura de alimentos e bebidas através da orofaringe de forma a garantir uma nutrição adequada). O Terapeuta da Fala avalia e intervém em indivíduos de todas as idades, desde recém-nascidos a idosos, tendo por objetivo geral otimizar as capacidades de comunicação e/ou deglutição do indivíduo, melhorando, assim, a sua qualidade de vida (ASHA, 2007)."


6.26.2016

Xô daqui, cólicas!


A Isabel foi um recém-nascido calminho. Os amigos até diziam que nunca a ouviam chorar e a Joana Gama chegou mesmo a dizer que ela chorava em mute. Mas recordo-me de nem sempre ser assim. Tenho uma imagem do David, meio desesperado, a andar com ela de um lado para o outro nos corredores da casa, como se estivesse a desfilar. Era, às vezes, a única maneira dela se acalmar e parar de chorar. Lembro-me de uma noite em que desatei também eu a chorar, por já não saber o que fazer. Vi-a inconsolável: nem o colinho, nem o som da minha voz, nem o swaddling, nem o white noise a ajudavam. Sofreu um pouco de cólicas nos primeiros tempos, se não me falha a memória até aos 3 meses. É normal, o sistema digestivo está muito imaturo. Por mais que eu tentasse ter cuidado com o que comia (há listas por todo o lado com os alimentos mais propensos a provocar-lhes cólicas), não vi nunca grande correlação. Agora sei que muito provavelmente, muitas das vezes, não seriam bem cólicas, mas ela a expressar-se, a comunicar, e que aquela manifestação de sofrimento – mais ao final do dia – seria a forma dela libertar o stress dos estímulos visuais e sonoros do dia. Eles são tão pequeninos que precisam muito de estar ao nosso colo, até para a temperatura se auto-regular. O nascimento deve ser um choque e tanto...

No entanto, havia dias em que não tínhamos grandes dúvidas de que seriam cólicas. Se agora com a Luisinha voltarmos a passar pelo mesmo, já tenho uma listinha de coisas a pôr em prática [além de já estar com mais estaleca e estar menos ansiosa]:

- na amamentação, há que corrigir a pega, de forma a que não entre ar desnecessariamente

- fazer massagens circulares e ginástica com as perninhas, tipo bicicleta (ajudava imenso a Isabel a soltar os puns)

- muito mimo e muito colo, pô-la mais vezes na postura vertical, coladinha a nós e fazer pele com pele, ou colocá-la de bruços, com a barriga pousada no meu braço

- usar mais vezes o sling/ pano elástico (vai ser como estar de novo na minha barriga e ali a ouvir bem perto o coração da mãe)

- fazer muito swaddling

- usar white noise (era incrível como aquele som, que remetia para o tempo no útero acalmava a Isabel)

- metê-la numa banheira shantala (nunca experimentei com a Isabel, mas desta vez tenho mesmo muita curiosidade)

- usar aqueles saquinhos de sementes que se aquecem no micro-ondas

Se nada disto for suficiente (muitas vezes não é...), irei pedir novamente instruções à pediatra, de forma a que me aconselhe um probiótico. Deverei usar o Bivos, em gotas, que é dos mais estudados em todo o mundo e dos mais recomendados nas cólicas e diarreia dos bebés.


Como não sou médica nem trabalho na área da saúde - nem os nossos filhos são todos iguais - o que vos recomendo são apenas as minhas experiências e truques. Por isso, caso estejam nesta luta contras as malfadadas cólicas, aconselhem-se com o pediatra dos vossos filhos, antes de administrar o que quer que seja, além do leite materno. E, já sabem, muita calma nessa hora! Uma certeza vos dou: vai passar!


Isabelinha com 10 dias

Se tiverem mais dicas, apitem.


*post escrito em parceria com a agência de comunicação

6.17.2016

Assustei-me para xuxu!

... mas eu sou uma exagerada hehehe.

Num destes dias, reparei que a Irene não parava de se coçar no pescoço. Tínhamos ido recentemente a uma festa de aniversário onde a maior parte dos miúdos tinha acabado de ter varicela e, apesar de saber que são precisos 40 dias de incubação ou lá o que é e que a fase de contagio já tinha acabado, ficamos sempre preocupadas, digo eu. 

Fiquei. Lá enviei mensagem à pediatra e ela explicou-me que, de acordo com a descrição, o mais provável é ser do calor e a Irene fazer uma reacção chata ao seu próprio suor. Faz todo o sentido. Quando era pequenina e chorava, ficava com riscos vermelhos na cara do caminho que a lágrima tinha percorrido e também me lembro (só agora, que chatice) de ter panicado  no Verão porque estava cheia de borbulhinhas pelo corpo todo. Associei, nessa altura, a alergia alimentar ou algo do género. 

Depois de ter falado com mais pais no fim-de-semana que passamos em Santiago do Cacém e de ver vários posts de mães em grupos de mães aqui no Facebook, começo a aperceber-me que não é assim tão raro quanto isso. O que é facto é que ajudou imenso deixá-la mais à fresca e usar creme hidratante para peles atópicas (usei um meu, mas secou as borbulhas tão rápido que fiquei com medo de usar outra vez). 

Se os vossos filhos estiverem assim, esta é uma das hipóteses, mas não se ponham muito confortáveis apesar da minha partilha, porque já aconteceu haver mães que achavam que era isto e, afinal, era a 5ª doença, aquela dos pés, boca mãos (não sei qual é a ordem e acho que não interessa muito, digo eu). 

O melhor é sempre falar com o pediatra, mas poderá ser isto. Especialmente se as borbulhas estiverem nos sítios onde eles suam mais. A Irene tinha muitas mais nas linhas das fraldas, no rabito, no pescoço...  

6.02.2016

Visita à Cytothera

A Mãe deu e cá está o resultado, desta vez com direito a vídeo e tudo. Fui conhecer todo o processo de criopreservação com a vencedora do passatempo, em que a Cytothera ofereceu um Kit Plus de criopreservação das células estaminais do sangue e do tecido do cordão umbilical. Não pareço convencida nesta imagem (bem que a Joana Gama diz que eu tenho uma bitch resting face), mas garanto-vos que fiquei e muito. Além de adorar ciências e de achar aquele mundo com tubos de ensaio e fuminhos muito cativante, fiquei impressionada com o laboratório e com a forma como tudo se processa. 


Acho super importante os futuros pais que pensam fazer criopreservação terem oportunidade de visitar o espaço, sem compromisso obviamente, e colocar todas as perguntas e mais algumas. E, neste caso, perceber o método diferenciador da Cytothera, no que diz respeito ao isolamento e preservação das células mesenquimais. Mesenquê? Fiquei assim quando li a primeira vez, mas com as explicações ali no laboratório tudo se tornou mais claro.

Gostei muito, achei super útil e gostei de partilhar esse momento com uma leitora do blogue, a Inês, grávidas praticamente com as mesmas semanas. Já tiveste a criança entretanto, Inês? ;) Hora pequenina e não te esqueças do kit em casa, pá!




5.27.2016

Dói-nos mais a nós.

É mesmo o que me parece. Na semana passada, quando fomos à casa da minha mãe, a Irene caiu e esfolou os joelhos. Como estava a jogar futebol nem deu por isso, mas só vê-la estendida no chão deu-me vontade de a engolir para a proteger do mundo (sei que isto depois daquele post da Joana em que a Isabel partiu um dentinho parece nada, tenho essa noção). 

Quando fomos ao jardim zoológico ela voltou a cair, a esfolar os mesmo joelhos de há uma semana. Não há nada que possa fazer para que ela não caia. É normal e não me culpo, mesmo apesar do Frederico olhar para mim com um ar de pai protector depois quando vê os joelhos da sua menina. 

Reparei agora que, quando ela cai, o primeiro instinto já não é pedir maminha. Existe mesmo o desmame natural. Desta vez peguei nela ao colo, dei-lhe um abraço enorme enquanto corria para lhe ir mostrar os ursos. Quando se acalmou, pus água nos joelhos e ela quis por-se em pé.

Quando se pôs em pé e limpou o nariz com o ranho que tinha a cair de tanta choradeira, fez um zurro, um ronco que a fez partir-se a rir ainda de lágrimas nos olhos. Linda. 

A minha mãe num dia destes, era eu novinha, tirou-me uma fotografia enquanto chorava e eu não gostei nada. Prefiro esta. O primeiro riso depois de ter esfolado os joelhos, porque o sentido de humor se sobrepôs: that's my girl. 








Ainda a limpar as lágrimas.
"A Necas fez dói-dói.".