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5.21.2018

Também fazem estas figuras?

Achei tudo muito giro quando na escola da Irene me disseram que ia haver um teatro surpresa para eles. Os pais tinham de mascarar de qualquer coisa (no meu caso, fui um galo) e de fazer o teatro da "Cabra Cabrês". Eles não podiam saber de nada. 

E não souberam. 

A Irene e o tiggy gostaram :) 


Aparecemos em palco (para eles e mais umas turmas penetras) e foi delicioso. Até para mim. Pude ver homens de gravata a fazerem de cães, senhores de óculos a fazerem de cabra, outros a fazerem de flores, uma mãe ainda a recuperar de uma virose a rugir com toda a força do mundo para impressionar a audiência, caramba.

O meu galo, segundo ouvi dizer - tenho uma espécie de blackout sobre o que faço depois de estar "em palco" - foi um galo cheio de sangue nortenho. Em que, para expulsar o Cabra Maltês da casa do coelhinho, me subiu a veia minhota e até mão na anca pus. Tenho recebido os parabéns de muitas pessoas que trabalham na escola e era para isso mesmo que serviu o teatro. Para dar uma abadona em todos os galos que já tenham passado por ali e os que ainda virão - brincadeira, pá!. 

Agora já não tenho credibilidade nenhuma. Quero ver um dia em que tenha de me chatear com alguma coisa e me estejam a imaginar estas figuras. 




Para os pais mais tímidos isto deve ser uma situação horrível, mas deve dar sempre para se refugiarem em papéis menos interactivos :) 

Quero ver quando for para me chatear... ahahah :)


5.17.2018

Peguem ao colo!

"Peguem! Peguem nele!! Andem lá, vá! Peguem lá!"

Parecia que estava a ver um jogo de futebol e que percebia alguma coisa do assunto - percebo tão pouco que, quando me perguntam de que clube sou, digo que sou do Estrela da Amadora (riem-se, mas ainda nem sei bem porquê ;)). Não estava a julgar ninguém, estava tão afilita como certamente cada uma de vocês ficará quando ouve um bebé pequenino a chorar durante muito tempo. A mim pareceu-me muito. O choro da minha filha entrava-me tipo agulha nos ouvidos, mas confesso que, desde que fui mãe, o choro de todos os bebés mexe ainda mais comigo. 

(sabiam que estamos mesmo ligadas aos nossos bebés ao ponto do choro deles nos afectar muito mais do que a qualquer outra pessoa?)

Era um casal de pais. Não sei a história, não faço a mínima ideia. Sei apenas o que a minha cabeça inventou para preencher a lacuna. E a história que inventei foi que eram pais do primeiro filho e que pareciam querer continuar com a vida deles como se o bebé não lhes tivesse "tirado nada". 

"Temos de continuar a passear, a ir às compras, a viajar...". 

Acho que muitas de nós sofrem desta pressão por se ver tantas mães por aí a fazer isto e só se conhecer o lado positivo. A verdade é que também há mães que conseguem fazê-lo e serem muito calmas com tudo isso, mas este não era o caso. 

O bebé estava a ser transportado no carrinho de bebé e chorava desalmadamente. O pai e a mãe estavam à espera que o elevador chegasse, abrisse, mas estava a passar uma eternidade. O pai tentava acalmar o miúdo pondo-lhe a chucha na boca. A mãe parecia-me hirta, provavelmente ainda a tentar processar tudo o que tinha acontecido na vida dela nos últimos dias/meses. 

O bebé continuava a chorar. O pai a tentar a chucha. A mãe sem alma (tantas nos podemos relacionar com isto, caramba). O bebé gritava. 

O elevador não vinha. Nunca mais. 

Finalmente o pai pegou nele ao colo. O bebé parou de chorar. 

Eventualmente chegou o elevador. Não sei se o bebé terá voltado a chorar ou nem por isso. Sei que parou e que foi uma tentativa maravilhosa de consolar o bebé: dando-lhe colo. 

Vi que, numa equipa, quando um não pode/não consegue/não vê, o outro tem um papel fundamental de se chegar à frente, dando a resposta que será sempre a certa: amor. 

Vi também que, muitas vezes, achamos que sabemos o que os bebés precisam, que estarão a chorar, por exemplo, porque querem ser alimentados e, como não temos ali oportunidade, achamos ser preferível deixá-los no carro a chorar por não "podermos ajudá-los". Mas podemos. 

Mesmo que continuem a chorar, é sempre melhor chorar ao colo da mãe. Ou do pai. Ou de quem goste dele e que ele saiba. 

Parece óbvio a quem já dorme alguma coisa de jeito e a quem já terá as hormonas mais calmas, a quem tenha a vida mais resolvida, a noção de si menos atrapalhada, mas há sempre uma recém mãe, um recém pai, avó ou o que for que... no meio da gritaria, não consegue que o colo seja algo a surgir. 

Pode surgir, porra. Pode surgir mesmo enquanto se aquece o biberão ou enquanto se baixa o estore para o adormecer ou enquanto... nada porque pode ser só (que é tanto) vontade de colo.

E melhor: é preciso precisarem de colo para darmos? 

Não há colo a mais. 


E recém mães e pais, não tenham pressa. A vida um dia parecerá arrumada qb na mesma, organizada na mesma, mesmo que queiram ir às compras e o bebé não aguente ou não "vos deixe". Dêem-se tempo. Aos 3. Ou 4 :) 




Temos de gostar tanto de nós como deles.

Uma das maneiras mais claras de ver quando gostam de nós é pelo cuidado, pelo mimo, pela atenção. A forma como trato a pele da Irene (porque precisa de cuidados especiais por ter pele atópica) é também uma forma de a amar.

Agora, pensemos juntas, nós também merecemos estes cuidados e amor. Não só de quem nos ame, mas também de nós próprias. A forma como olhamos para eles e a atenção ao detalhe deveria ser a mesma connosco (até porque se estivermos mais felizes, vamos ser mães melhores, etc.). 

E por isso, por nós e por eles, La Roche-Posay e a Mãe é que sabe têm dois kits Lipikar para vos oferecer (cada um é constituído por 1 Lipikar Baume AP + 1 Syndet AP + 1 Stick Lipikar AP+). Fica um aqui para o Facebook e outro para o nosso instagram, por isso tentem a vossa sorte também :) 

Podem saber mais sobre o Stick Lipikar AP+ que ajuda a Irene a deixar de ter "pulgas" aqui ou então verem o vídeo que fiz aqui


Mais sobre a rotina de banho da Irene e sobre como isso me fez apaixonar ainda mais por ela aqui



Este é o creme que lhe ponho depois do banho e que uso para lhe fazer massagens (eles também merecem, até porque pode ser que cresçam e depois queiram fazer-nos hehehe).

Já chega de fotos lindonas tiradas aqui pela je depois de fingir que o enquadramento está todo natural e que tenho sempre a casa assim com os cremes nos sítios onde estão? Óptimo. 


Então vamos lá tratar deste regalito para vos ostras (ahah tem mais piada assim).

Têm que (sff, ahah): 

👉🏻 Seguir-nos, à Mãe é que Sabe, no Facebook (espero que já esteja), aqui.

👉🏻 Seguir La Roche-Posay no Facebook aqui.

👉🏻 Taggar três amigas (ou amigos ou conhecidos ou pessoas que até nem simpatizem muito, vá) no post de Facebook que está aqui em baixo (quando o passatempo estiver activo por volta das 20h).




👉🏻 Partilhar, publicamente, o post fe Facebook (o que está aqui em cima) no vosso perfil. Se não for publicamente, miúdas, é factor de descoiso.

👉🏻 Daqui a uma semana divulgaremos as vencedoras em comentário à participação no post do Facebook e a agência tratará do envio das coisas. 


Não se esqueçam que podem sempre tentar a vossa sorte no nosso instagram também. ;)

Força, boa sorte e caso os vossos filhos e vocês tenham peles "especiais", por favor conheam o Guia dos Pais que não só poderá ajudar no diagnóstico como nas recomendações ideais para cada caso. :) 


5.15.2018

Afinal era tudo mentira!

Confesso que não "perdi" muito tempo a reparar no que imaginava com a maternidade. Lembro-me vagamente de algumas coisas do meu irmão Pedro - que agora é um borracho de 22 anos, principalmente que raramente parecia querer comer, mas não me lembro de conscientemente ter retirado a conclusão que "não quero ter filhos, que isto é horrível".  Aliás, depois dele até cheguei a ter vontade de ser mãe e de constituir família, mas depois desapareceu. Cansei. Era um sonho demasiado grande para estar a aguentar todos os dias. 

No entanto, acho que, de acordo que aquilo que vamos fantasiado e que nos vão vendendo achamos que: 


1 - Os bebés recém nascidos são super calminhos e bem-cheirosos.

Talvez por causa daquele tipo de fotografias em que os enfiam num cesto ou em cima de uma ovelha. Estão tão adormecidos que, para mim, até fica demasiado esquisito, como se alguém se tivesse esquecido deles quando foi algures e ficaram ali postos, tipo chaves de casa. 

Anne Geddes

2 - Dar de mamar é uma experiência só incrível e amorosa. 

Também é, mas pode começar por não ser. E tem momentos em que não é de certeza. Ficamos com algumas imagens na cabeça e, depois, não é bem assim. Acabamos por achar que o problema é nosso e que nada funciona bem no nosso corpo quando o percurso pode ser acidentado. 

Kimberlin Gray 
Nestas fotos das mulheres a dar de mamar por entre as sebes penso sempre que foi um tipo creepy a ver e que até pôs um filtro giro no VSCO (app de edição de fotografia) depois quando guardou a fotografia.

3 - As mães estão sempre impecáveis

Como só publicamos - mea culpa também - fotografias em que estejamos todas tesudonas e de baton vermelho (tipo isso, mas não necessariamente sempre), quando andamos pela casa a cheirar a leite azedo, a tomar banho em toalhitas por não conseguirmos ter tempo para tomar banho ou com cheiro a 10 fraldas com cocó na cozinha, achamos que somos desorganizadas e que não temos jeito para sermos mães. 



Gosto de imaginar que da cintura para baixo está com umas calças de pijama com cheiro a humidade por não ter secado bem, que não faz as virilhas há meses e que tem as unhas dos pés cheias de cutículas com os calcanhares todos gretados.

4 - Eles são uns anjinhos

Claro que sim. Ninguém consegue - ou tem vontade - tirar-lhes fotografias quando estão a fazer birras enormes para adormecer, a espernear, em loop por já estarem tão desorientados que já nem conseguimos fazer grande coisa, nem eles. Então, quando muito, temos fotografias quando eles já estão a dormir, que é quando o amor nos volta a surgir também haha. 

Getty + GK Photo



5 - Dá para continuar a nossa vida de igual maneira quando se tem um bebé

Claro que as fotografias que se vão publicar na internet são naqueles momentos de frescura em que se anda por aí com eles, mas ninguém sabe que estamos em contagem decrescente para a sesta ou para o próximo biberão ou mamada. Ou ninguém sabe se a fralda do bebé está mesmo limpa ou se ele está com tosse ou se fez febre ontem ou se vão a caminho do hospital mais próximo. Nós é que fazemos a história. Claro que, se a localização for o Dubai ou Bali não dá grande margem para dúvidas. 
Além disso, não nos esqueçamos, há malta que amas que ajudam a cuidar dos bebés ou avós muito presentes e envolvidas em toda a dinâmica e, com um staff grande, tudo é mais simples. :)





Se calhar eles até estiveram a discutir a noite toda para ver quem é que o ia acalmar daquela vez ou ela estava aborrecida porque queria ir sair com as amigas e ele disse que nesse dia jogava o Benfica e que não lhe dava jeito.


"Só quem está na casa é que sabe o que se passa lá dentro" já diziam TODOS os concorrentes da Casa dos Segredos mas que, provavelmente, seria mais "Çó quem está na caza é q sabe o q se paça lá dentruh". 


5.14.2018

Devíamos pedir autorização para lhes mudar a fralda.

No vídeo que se segue, a especialista em educação sexual Deanne Carson referiu que, para se mudar as fraldas aos bebés, se deveria pedir autorização (enquanto se falava sobre tentar construir uma cultura que atente ao consentimento, num canal australiano). Mesmo que estes ainda não verbalizem, podemos estar atentas à sua linguagem corporal e prosseguir apenas depois de haver espaço para o fazer. 





Mesmo que o cabelo e o aspecto da senhora não puxe pela credibilidade por parte de algumas de nós (o que também não está certo), o que será que podemos retirar daqui? Obviamente que não é para aceitar tudo o que se lê na internet (mesmo as coisas que a Joana e eu escrevemos), no entanto, podemos - se tivermos disponibilidade para nos questionarmos sobre as coisas - pensar um pouco sobre isso. 

Isto leva a muitas outras conversas em que, em resumo, os "filhos não nos pertencem". Eles não são nossos e claro que me leva a pensar novamente nisto de fotografar a miúda e de a publicar nos posts e de a associar a publicidade paga, claro que sim. Acima de tudo, acho que devemos ter tempo para pensar e para discutir para que as nossas decisões sejam conscientes. Parentalidade consciente, ao invés de reagir automaticamente, porque às vezes o que nos surge automaticamente não é o que queremos mesmo fazer. O meu instinto, por exemplo, quando a Irene faz birras, é levantar a mão para lhe bater. E tenho trabalhado muito para encontrar alternativas e soluções.

Voltando à vaca fria:

Quando se pensa pela primeira vez nalguns assuntos, o nosso reflexo poderá ser rir, gozar com o assunto ou com o cabelo da senhora, escrever comentários negativos à blogger que escreveu o post (eheh), etc. O ideal, será que, algures ao longo da semana surja o pensamento e que nos debrucemos um pouco. 

O que é que esta senhora quer dizer? Parece-me ter um intuito muito bom. As crianças têm de ser tidas em conta como pessoas e não como "empecilhos". "Ai não queres? Queres, queres!". Há vários exemplos de que a nossa cultura tende grandemente a não ouvir e respeitar as crianças como quando insistimos que dêem um beijo a alguém quando não querem ou em abraçar quando uma criança também não quer ou dar a mão quando a criança não quer, etc.

A criança tem direito a não querer. A criança é pessoa. E nós, por muito que queiramos algo, não temos o direito de lhes impingir nada que não seja "para o bem delas". Não são nossa posse. E mesmo a forma como lhes "impingimos" tem de ser respeitadora, como gostaríamos que tivessem feito connosco. 

A maior parte delas é muito clara em expressar as suas vontades e muitas de nós (é um caminho) não somos muito boas a ouvi-las (especialmente quando estamos mais cansadas), mas é um exercício que devemos fazer. Tentar colocarmo-nos no lugar dos nossos filhos. E também no de todas as outras pessoas com quem tenhamos uma relação, para tentar perceber "de onde vêm as coisas". Estamos habituados a, quando não cabe, tentar enfiar na mesma e logo se vê. A, de olhos fechados, dobrar um bocadinho mais e, se partir, compra-se outro. No entanto, quando educamos uma criança e lhe estamos a mostrar o que é amor, não podemos entrar num "logo se vê". Não dá para comprar outro ou, mesmo fazendo outro, este vai continuar a existir por aí... 

Pedir autorização para mudar a fralda parece ridículo. Há uma parte de mim que até escreveu este tema numa lista de temas para fazer stand-up em breve, mas deixei que a ideia me caísse. O que este ritual "vou mudar a tua fralda, ok? ensina à criança e habitua os pais a fazer é dar um tempo para que a criança faça contacto visual ou reaja de alguma forma ao que foi dito. De mal não me parece haver nada. Honestamente. 

De bem? Acho que poderá relembrar os pais que a criança não lhes pertence. E que lá por estar mais "vulnerável" por ser pequenina , o nosso dever é protegê-la e não sobrepormo-nos a ela ou aproveitarmo-nos disso para fazer da parentalidade uma missão mais fácil... Aparentemente, como é óbvio. Dá muito mais trabalho ter trabalho (era mesmo isto que queria dizer). Claro que lhe vamos mudar a fralda, mas há formas e maneiras. Se, por alguma razão, a criança estiver numa fase em que não gosta que lhe mudem a fralda, é arranjar estratégias para que ela fique confortável e não mudar-lhe a fralda rapidamente borrifando-nos para o que é que ela nos está a dizer. Eles têm sempre razão, podemos é não estar a perceber. 


Fotografia The Love Project


Não é de confundir com permissividade. Autoridade não quer dizer respeito. Há coisas e coisas. Eu não deixo que a Irene atire coisas para o chão agora aos 4 anos depois de já saber que não é para se fazer. Cria-se um problema que vou tentando resolver de várias maneiras e chateio-me, claro. Porém, quero ensinar-lhe que o corpo dela é dela. 

Houve uma vez em que fui fazer uma ecografia endovaginal em que têm que por o aparelho dentro de nós e não me pediram licença. Comicamente disse: "é assim? nem um sff ou um jantarinho?". 
O nosso espaço íntimo é mesmo o nosso espaço ÍNTIMO e ele existe desde que eles são bebés. Não vejo problemas em mostrar-lhes, desde cedo, que eles é que mandam nisso. Claro que se "disserem" que não, não vão andar o resto do dia com a fralda por mudar. Ser mãe é também ser muito criativa.
Arranjar soluções. Contornar os problemas. Fazer com que os nossos filhos estejam confortáveis. 

Sei que parece ridículo. A sério que sim, mas acho que prefiro ser ridícula, ter este tipo de situações em conta e pensar nelas do que por considerar totó à primeira não deixar espaço para introduzir mudanças ou novas perspectivas na maneira como educo a minha filha. 

Quero que ela saiba que o corpo dela é dela. E que ela tem todo o direito de dizer que não ou que quem não lhe pergunte o que ela quer não está a agir correctamente. É cedo quando se muda a fralda? Sim e parece parvo, mas pode ser o início de tudo o resto estar mais esclarecido para ambas as partes e mal não faz. 

5.11.2018

Calem-se um bocadinho!

Tem mesmo que ser! 

Como vos contei há uns posts, no outro dia a Irene e eu estivémos a rever vários vídeos em que ela era pequenina e ainda estava eu toda escarafunchada do parto (e da cabeça - ainda em processo, ahah). E reparei numa coisa: não nos calamos. 

Até poderia dizer que "é só no momento dos vídeos", mas todas sabemos que isso não é verdade. É quando eles são queridos, quando estão a chorar, quando encontramos alguém, quando vamos tirar uma fotografia, quando...  Nem é o facto de falarmos muito com eles - acho que isso é suposto. 

É mais o não lhes darmos tempo para responder e imprimirmos ali um ritmo frenético assustador - agora vão dizer-me que fui só eu e que vocês são todas mães do yoga e dos óleos essenciais? 

Temos que lhes dar tempo. A cabecinha deles para ligar é como os modems antigos quando ligávamos à net. E, depois, ainda têm de aquecer um bocadinho e só depois é que reagem.

Por isso: "Como é que faz um cão?"


.
.
.
.
.
.
.
 Ão. Ão.


E não:

"Como é que faz um cão, bebé? Como faz um cão? O cão faz como? Ão??? Ão??? Como é bebé? Como é? É como? Aiii que bebé tão lindo... !"






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5.09.2018

Mães que tudo sabem - Luísa Barbosa

Não se assustem com a fotografia. A Luísa está grávida, mas não está de cama. Aliás, ainda no outro dia a vi num "evento" (ai que finas) e está óptima - tanto quanto uma pessoa possa estar se lhe disserem que tem de tomar Folifer ;)

Aproveitei e retomei esta rubrica no blog com a Luísa Barbosa. 




Se isto fosse um programa de televisão, além de estarmos as duas besuntadas em base e rímeis que demoram uma eternidade a sair, o que gostarias que estivesse no teu oráculo? Luísa Barbosa... apresentadora?

Luísa Barbosa: Eu gostava que dissesse 'milionária' mas já percebi que não é uma opção. Como 'apresentadora de televisão e animadora de rádio' é muito longo, pode ficar 'Apresentadora'. 


Cada vez mais reparamos que ninguém é "só" uma coisa. Associamo-nos a uma área e, depois, vamos explorando as várias plataformas e aproximações. Já trabalhaste como atriz, apresentadora de televisão, já fizeste stand-up comedy, fazes rádio... Qual é que não poderia estar de fora da tua lápide? 


LB: Provavelmente 'apresentadora de televisão' porque sem essa, acho que não surgiriam as outras. 


Eras das meninas que brincava com bonecas e aos pais e às mães? Desde sempre que esperavas ser mãe?

LB: Nada disso. Adorava a ideia de ter uma Barbie por causa da publicidade mas mal tive uma, desiludi-me logo. Eu estava feliz com os meus bloquinhos, canetas e lápis, especialmente os de cor. Quanto à maternidade: eu sabia que era algo que se não surgisse na minha vida, eu ia ter pena de não ter essa experiência mas nunca foi um sonho. Nunca achei que só estaria completa se fosse mãe. Sabia que era um passo que só me fazia sentido dar se encontrasse a pessoa certa para partilhar as alegrias e as dificuldades de ter um filho e educá-lo. Sempre foi algo muito claro na minha mente: só ser mãe com alguém que partilhasse os mesmos valores em relação à educação que queria dar a uma criança. E tive a sorte de encontrar essa pessoa. 

Qual é o teu maior receio nesta aventura de "primeira viagem"? 

LB: Tenho medo do medo, acho eu. Do medo que vou ter pelo bem-estar da minha filha, do medo de me conformar em determinadas coisas na minha vida, por agora ser mãe... Mas não tenho medo de nada em concreto. A parte boa de ser mãe com 36 anos é que não entras nesta aventura com grandes ilusões. Sabes que há dificuldades e que as coisas mudam radicalmente. Mas tomaste esta decisão sabendo isso, por isso não te preocupas com aquilo que já sabes que é inevitável. E, mais uma vez, sem que tenho alguém ao meu lado para o que der e vier.





És modelo. Tens receio que o teu corpo mude? Estás atenta a isso ou "seja o que for, logo lido com isso"? 

LB: Oh, és querida! Mas sim, trabalhei como modelo e continuo a trabalhar com a minha imagem. Claro que sei que o meu corpo vai mudar. Tenho os cuidados normais numa gravidez - alimentação, creme anti-estrias e algum exercício (devia fazer mais, mas não dá para tudo) - mas também sei que não tenho a genética nem a disciplina da Carolina Patrocínio (alguém que admiro). Neste momento, o meu corpo alberga outro ser, e ela é a minha prioridade. Quando estiver cá fora e as coisas acalmarem - sim, porque sei que a amamentação vai ser outra aventura - então aí tenho de fazer o trabalho de recuperação. Sei que é algo que para mim vai ser importante porque fiz exercício a vida toda e quando não faço, trepo paredes. Faz-me mesmo bem, fisicamente e mentalmente. E uma primeira gravidez aos 36 não é a mesma coisa que aos 26 anos.


O que é que te têm dito imenso por estares grávida e já estás "cheia de ouvir"? 

LB: Se mais alguém me diz que 'tenho de comer por 2', obrigo-os a comerem 20 pastéis de bacalhau!!! Mas, a sério, o mais chato é perceberes a falta de coerência e a incrível convicção de que todos percebem imenso disto menos tu. Como se andasses nisto de forma completamente irresponsável, sem te informares e sem cuidares de ti e do bebé. Mas enfim, é sorrir e acenar.


Há algum momento na tua vida em que te tenhas arrependido de continuar com o curso de Direito? 

LB: De continuar? Não! A era de tirar cursos para ter uma profissão para a vida já acabou e o curso de Direito prepara-te para imensa coisa, não apenas saídas profissionais mas também para a vida em geral e no teu papel de cidadã. Até me preparou para ser apresentadora de televisão!


O que te deu para ires para Direito (com essas curvas... ah... ah...)? 

LB: Estava entre Comunicação e Direito e, bem ao modo 'Luísa Barbosa', escolhi o caminho mais difícil e menos óbvio. Na altura, os cursos de comunicação eram mais teóricos. E nas saídas profissionais de Direito incluíam-se as de Comunicação. Na altura, foi um 2 em 1. Claro que eu também tinha uma noção romântica do exercício do Direito e da profissão de advogada. Mas o estágio mostrou-me que aquilo não era para mim. No entanto, acho que foi o curso que me deu mais conhecimentos. Por isso, nunca me arrependi. mas também não sou dada a arrependimentos.



Achas que vais ser do tipo de mãe que investiga tudo ou das que vai mais com o flow?

LB: Acho que vai depender do que se trata. Acho que há coisas que vão ser instintivas e há outras que vou fazer pesquisa intensiva. Vamos ver... 


De tanto que se ouve falar hoje em dia de maternidade, o que é que já aprendeste?

LB: Tanta coisa!! Como disse, esta não era uma temática que estivesse no meu radar. Acho que vai ser uma aprendizagem constante na nossa vida, daqui para a frente. Mas posso dizer-te que já aprendi algo sobre mim, porque sempre achei que iria ser mais stressada e controladora do que estou a ser. Parece que ficas mais em sintonia contigo e com o que te rodeia, nesta fase, e tornei-me muito boa a priorizar e a relativizar. Ando na fase 'meh'!, como lhe chamo. 'Tenho 324 coisas para fazer! - Meh! - se não as fizer todas, paciência'. 'O jantar queimou e os 12 convidados estão a chegar! - Meh! - Olha, encomenda-se.' Há uma calma de que eu não estava à espera.


Falas com o teu bebé? Já interiorizaste que tens aí um ser? 

LB: Sem dúvida, até porque ela gosta de se fazer notar. A julgar pela actividade no meu útero, temos campeã de kickboxing! Até já acho que tem personalidade. A nossa técnica das ecografias diz sempre que ela tem mau feitio e eu adoro! Além disso, herdou dos pais o monstro da fome: quando começo a sentir fome é quando ela mais dá pontapés! E sim, claro que falo com ela e ralho com ela quando se põe a dar pontapés na minha já cheia bexiga.


Tens medo do parto ou não sofres por antecipação?

LB: Acho que ainda não cheguei aí. Talvez quando estiver mais próxima da data. Agora faltam-nos uns 2 meses. Mas ando a tentar não ter um plano muito fechado do que quero porque sei que tudo pode acontecer. Tenho preferências em relação ao meu parto, sim, mas acho que, se for de ideias muito fechadas, há mais hipóteses de stressar caso algo não corra conforme planeado. E acho que, manter a calma, vai ser vital.


Algum plano para uma ninhada ou vão vendo? 

LB:  Gostávamos de ir ao segundo, mas é algo que vamos andando e vendo. 





A mãe é que sabe? 

LB: Sempre! Mas não digam ao pai senão ele fica triste  


Adoras o nosso blog e é o único blog que lês desde pequenina? 

LB:  É o vosso blog e a tabuada! Mais a sério, gosto da dinâmica 'das Joanas' e do humor que conseguem ver nalgumas situações. E, claro, a honestidade com que abordam algumas questões. Parabéns!


Thank you, Luísa e... "uma horinha pequenina", ahah. 

A Luísa está aqui no instagram e aqui no Facebook. 


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Perdoa-me, miúda porque menti.

Há 4 anos que me ando a queixar que foi muita coisa horrível desde que comecei a ser mãe. E confesso que estar três anos sem dormir mais do que duas horas seguidas ou três não foi simpático para a minha capacidade de... olhar para a vida com vontade de viver, ahah. No mínimo!

- Força a todas vocês que continuam na luta, estou mesmo convosco. 

Há uns dias, porque achei que ela ia gostar e porque eu tinha vontade de ver, sentei-a no meu colo e passámos uma hora e tal a ver vídeos e fotografias de quando ela era (mais) pequenina. No nosso caso, facilmente poderia ficar triste porque na maior parte das fotografias ou vídeos aparece o pai, o meu ex-marido.

Mas não ficou. O Pai não morreu, o pai continua cá. O pai gosta dela e brinca com ela na mesma. 

A Irene ficou espantada por o Tiggy (dou-dou dela) existir desde o início, de estar em todas as fotografias em que ela dorme. Ficou (ainda) mais agarrada a ele desde aí. Acho que pode olhar para ela como se fosse "outra criança", vendo o quanto é querida e adorável desde sempre, divertida, tonta e traquina. 

E, assim, constrói mais uma perspectiva do passado. Vê que, quando era (mais) pequenina, a mãe tinha uma voz terrível para falar com ela (uma espécie de grito abafado, misturado com um sorriso e euforia esquisita - estava toda frita, claramente), que comia bróculos crús e a rir, que afinal até gostava de banana, que a mãe se fartava de passear com ela todos os dias, mata saudades de brinquedos que estão guardados algures...



E eu. Eu vejo que nem tudo foi horrível. Não foi horrível, sequer. Na altura parecia porque temos realmente de lidar com muita coisa: redefinição da nossa identidade (morte da anterior, parece-nos, pelo menos), sono (muito), milhares de inseguranças, reequilíbrio da vida em casal, pressões exteriores familiares e sociais... Miúdas, temos que nos dar um desconto dos grandes. 

Agora, ao ver as fotografias e fazendo um "esforço consciente" para ser optimista, vejo tudo tão bem: tinha uma miúda (ainda tenho, credo) lindíssima por quem estive completamente apaixonada todos os dias (embora não conseguisse demonstrar tanto quanto queria no início), com quem sempre dei o meu melhor todos os dias e que sempre soube, desde início, dizer-me o que não quer e quer. Sempre muito fácil de perceber, a Irene, isso sem dúvidas, ahah (chorava muito alto e falava muito). 

Todas as vezes em que lhe dei banho (era sempre eu) e cantava para ela (desculpa, ahah), ou quando lhe espalhava o creme, quando lhe dava de mamar logo de manhã (era a minha referida) ou, mais tarde, a primeira vez assim que chegava do trabalho. Tentar penteá-la com a escova... Descobrir como lhe cortar as unhas. Sentir os seus pés macios na minha mão, olhar para eles e pensar "eu estou a ter o privilégio de ver estes pés ainda antes de tocarem pela primeira vez no chão". 

Ela a dançar "As Poderosas" da Anitta ou comigo a "Piradinha"... :) Contar-lhe vezes sem conta o mesmo livro à hora de almoço, estar tão cansada que até deixava os restos de sopa lá ficarem e fazerem parte do cenário, ahah. Brincámos muito, dançámos muito. 

Falo como se já tivesse acabado, mas não acabou. Já não é bebé, mas continua a ser ela. Continuamos a ser nós e é um prazer fazer-lhe festinhas na cabeça ou nas costas ou na barriga até adormecer. 


Perdoa-me, miúda, tenho mentido. Ver-te crescer e ser mãe tem sido maravilhoso desde o início. Quando estamos cansadas é só mais difícil ver o que está mesmo à nossa frente mas, mesmo assim estamos a conseguir :)


Fotografias: Yellow Savages
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