6.12.2015

Tem mais sapatos do que eu!

A minha filha tem mais sapatos do que eu. O facto de eu calçar o 41 forma grande também deve explicar esta equação. 

Não lhe comprei um único par de sapatos nos primeiros - quê? oito? - meses da vida dela, para agora me perder. Só não me perdi muito porque a avó ofereceu uns, uma amiga outros, e há ali alguns que custaram 6 euros, outros 8 e outros com 50% de desconto em cartão. Até sou poupadinha, afinal. Hehe Também é verdade que não me ando a preocupar muito com a ergonomia da coisa, mas não a deixo mais de uma hora por dia calçada, se tanto. Anda descalça ou com meias antiderrapantes o dia todo. Os sapatos, no fundo, são só para fazer número nos bocadinhos que vamos à rua e tirar umas fotos todas bimbas, como já estão habituadas a ver por aqui. Acho que ela anda mesmo, mesmo confortável é descalça, em casa e na creche.

Mas vamos ao que interessa, o mega closet a la Carrie Bradshaw?











Claro que a arrumação nesta casa só dura uns segundos. Vocês sabem como é, não preciso de vos fazer um desenho, pois não?

6.11.2015

É muito cedo para lhe dar um telemóvel?

É que ela já tem um.



É cedo, claro. Até porque não estou a trabalhar e não teria dinheiro para lhe pagar a conta do telefone. Quer um telefone, tem de ir trabalhar. 

Lembro-me que tive um telemóvel bastante cedo, pelo menos para o que seria desejável para a minha mãe. Os meus pais divorciaram-se quando eu tinha 6 anos, nunca mais se falaram decentemente desde aí e, portanto, o meu pai para evitar intermediários e falar directamente comigo quando me ligasse (ao contrário do que aconteceria se ligasse para o fixo), deu-me um telemóvel. Tive de o esconder. Escondia-o no armário por baixo das almofadas extra. Ainda consegui escondê-lo um bom tempo. Não sei como achamos que iria ser possível que eu falasse ao telefone sem que alguém notasse algo esquisito lá em casa, especialmente porque ainda não se usavam os sms, mas pronto. Houve uma explicação. 

Levava-o para a escola, escondia-o dentro de umas capas enormes que havia tipo ursinho de peluche. Depois continuei a ter telemóvel mas tinha de entregá-lo lá em baixo (vivia num duplex com a minha mãe, padrasto e irmão Pedro) às 21h. Houve um aniversário em que fiz muita questão (ou seja... uma birra enorme ou armei grande discussão) porque queria ver quem se lembraria de mim à meia-noite e a minha mãe não deixou. 

Ainda é cedo para pensar sobre estas coisas, mas lembrei-me disto. Se todas as amigas da Irene já tiverem telemóvel não vou privá-la de ter também. Quero que ela faça parte da cusquice de toda a gente e não tenham que a por a par no dia seguinte sobre o que foi dito na noite anterior. Se ela puder passar imenso tempo a falar com o namorado, melhor. 

O meu problema é que não sei em que idades é que isto acontece. 

Não vejo motivo para a minha filha não ter telemóvel...

Ai, esperem! E a internet?!

Os telemóveis agora têm internet... A primeira frase que me veio à cabeça foi: "só se vê o que se procura". Por isso, se a Irene se puser a procurar coisas malandras, o problema não está na internet, certo? E deve haver boas aplicações para bloquear isso. Senão de certeza que até há telefones todos castradores desse tipo de actividades e "próprios" para crianças, certo?

Eu sofro de ansiedade e só de pensar nisto tudo... caramba! Que decisões difíceis vou ter que enfrentar. 

Vou tentar manter a minha promessa: nunca farei nada que não seja devidamente justificável. Nunca será "porque sim". Isso cria raiva, ódio e distanciamento. É o contrário do que quero para nós. 

O que pensam vocês de tudo isto? 

Perdi o pio!

Este é um daqueles momentos em que mais vale ficar calada. Recebi as fotos da sessão que fiz com a talentosíssima (e queridíssima e todas as "íssimas" que houver, mas convém moderar os adjectivos, não vá ser chamada de bajuladora) Joana Sepulveda Bandeira, do Love Lab e foi mesmo muito, muito difícil escolher só algumas. Tenho fotos tão bonitas que daria para ilustrar posts até 2016.

Sei que muitas de vocês às vezes andam à procura de fotógrafo para um momento especial, para captar aqueles momentos inesquecíveis e que querem ver emoldurados e espalhados pela vossa casa e a com a Joana ficam muito bem servidos.

Além dos sítios ajudarem muito, claro (não sou grande fã de fotografias de estúdio), era sexta-feira ao final da tarde e estávamos, mãe e filha, com muito bom humor. A Joaninha teve uma paciência do caraças e c'um caraças! é que estão mesmo giras, o raio das fotos!














Pensavam que ficávamos por aqui? Não, não. Há mais.












E para terminar...











Não estão qualquer coisa? Não tenho álbuns suficientes para tantas fotos bonitas.


Roupas da Isabel (três looks a la top model, hein?): Laranjinha

(em breve, "a mãe dá" com a Laranjinha, p'ro menino e p'ro menina!)

Guilty!

Ontem deitei a Irene muito cedo por não ter feito grandes sestas durante o dia. Deitei-a para aí Às 18h50, 19h. 

Às 19h40 acordou porque tinha feito cocó. Não me atrevi a mudar-lhe a fralda até hoje de manhã quando já tinha dormido tudo.

Ficou mais de 12 horas com o cocó a marinar. 

Digam-me que também fazem isto para que eles não despertem muito (atenção que já estou a falar de uma menina com mais dum ano, quando ela era recém nascida era canja). 

Não sou só eu, pois não?

Se for, para a próxima até lhe dou um banho!

PS - A Irene quando acorda à noite, se não adormecer logo, costuma fazer mais 3/4 horas acordada. Um cocó valeria isso?

PPS - A verdade é que se fosse eu no caso dela, não gostaria que me acordassem para limpar o rabo. Se calhar até estava mais aconchegadinha assim. Não, quando fizer uma destas, espero já ter mais de 100 anos e ter enfermeiros jovens para cuidarem de mim e da minha higiene. 

Ao anónimo das 10:35

Tenho pena. Pena que a felicidade alheia incomode. Pena que haja pessoas mal-amadas, inseguras, tristes. Só assim consigo compreender que se desdenhe da felicidade dos outros, que fiquemos zangados e frustrados com os sorrisos dos outros. E que se ponha em causa a alegria dos outros, o seu entusiasmo, e até os seus argumentos sinceros, chamando-lhes bajuladores (aqui). Não sou - nunca fui - bajuladora.

Invejosa também não, ao contrário do que parece ser o seu caso. O que tenho é uma "inveja boa", em que me sai um "sortuda!" ou "parvalhona!", dito no gozo e sem aquela carga pejorativa. Talvez um contra-senso. Não há invejas boas. Então o que eu sinto não é inveja, sinto-me antes inspirada pelos outros. Contagiada. Fico a sonhar com aquilo.

Gosto de ler textos bonitos, quando verdadeiros, e de ver imagens bonitas. Motiva-me, alegra-me, inspira-me. Gosto de ver uma mesa bonita de pequeno-almoço posta, apesar disso nunca acontecer cá em casa, emociono-me ao ver a dedicação da Menina para com a Maria e o Miguel (no blogue eu, ele, a Maria e o Miguel), adoro ver no Instagram famílias a brincar na praia, rostos felizes e cheios de areia, mesmo que esteja a essa hora a trabalhar na cave, sem janelas, e longe da minha filha. Não me corroo por dentro e não me encho de inveja. Não olho para o mundo dessa forma, não vejo nos outros exibicionismo. Simplesmente não sou assim. Ainda bem. Dou importância àquilo que a tem. Menos hoje, que resolvi responder-lhe. Mas só porque, apesar do seu comentário ser mal-intencionado e gratuito (zero construtivo), me fez reflectir. Que é coisa que eu faço, às vezes.

Não, não gosto de esfregar a minha felicidade na cara dos outros. Até porque quem é feliz não precisa de esfregar nada, em ninguém. Só um óleo de massagem no marido, nuns preliminares, vá.


Pumbas. Ó pra mim a ser feliz!

Tinha comido uma sobremesa maravilhosa do restaurante Di Gusto, em Santarém
(ó pra mim a ser bajuladora)

estava feliz por estar com a minha filha, com quem só passo três horas por dia, durante a semana
(ó pra mim a ser infeliz e queixinhas)

com o meu namorado, que está à espera da morte da bezerra para me pedir em casamento
(ó pra mim a lavar aqui roupa suja)

com a minha mãe, que vive longe de mim e que só pode ser avó uma ou duas vezes por mês
(ó pra mim a ser piegas).

Afinal sou feliz, mas sou também muitas outras coisas. Se acompanhasse o blogue com atenção, conheceria muitos dos meus desabafos, dos meus medos, das minhas inquietações, das minhas parvoíces. Não estou sempre feliz. Mas faço por isso. Experimente fazer também por isso.

6.10.2015

Esta és tu, Irene.

As fotografias só gravam a tua beleza e os teus olhos de sono. Só gravam o quanto tu gostas de apontar para as árvores quando andas de baloiço, mas não te mostram. Não mostram o que faz com que o Pai e eu morramos de amor por ti todos os dias. 

Tens 15 meses e, para mim, és tanto um bebé como já não és. Sabias que sempre que acordas de uma sesta ou durante a noite (excepto quando são pesadelos) chamas sempre por mim? Começaste por chamar pelas maminhas ("mamiiiii, mamiiii") que, no fundo, sou eu também. Depois passaste a chamar pela "mamã" e agora chamas pela "mãe". Às vezes alternas e ainda bem. Eu tanto gosto de ser "mamã" como "mãe". Gosto que me chames, mesmo que tenha de me levantar pela 12ª vez na mesma noite. É um privilégio saber que podes chamar que a mãe vai. Gosto de saber que, quando acordas e sentes que precisas de mim que sabes que não demoro, só preciso de acordar. 


Parecias uma chinesinha. A mãe também era assim quando era pequenina, segundo dizem. 


Há 15 meses que somos inseparáveis. Já passámos por muito. Foram momentos de aprendizagem da mamã ou da mãe. Desculpa, às vezes, ter sido lenta até aprender algumas lições e se te deixei frustrada pelo caminho. Nem sempre te percebo e às vezes faço birras. 

Sabes quem és? És uma tonta. Estás o dia inteiro a chamar por mim e pelo pai para nos mostrares coisas que sabes que nos fazem rir: dançar a música do Mark Ronson e Bruno Mars, fazer duckface, dar beijinhos em todos os animais de peluche e ilustrações de livros, apontar para as tomadas e dizer "não, não". 

Os pés da mãe não são assim, estavam era ainda muito inchados, está bem?

Já nos entendemos bastante bem. Sabes que quando te dizemos "um minuto" é porque não pode ser já. Aguentas esperar um bocadinho em tudo menos quando queres andar. Ainda não sabes andar. Precisas de nós ou achas que precisas. Enquanto não nos levantarmos do sofá para te darmos as mãos e irmos contigo até ao bidé do quarto para chapinhares na água não paras de gritar, tiranamente: "dá, dá, dá, dá". Sim, Irene, "andar". Nós sabemos. Deves estar quase. As minhas costas anseiam por esse momento mas, mais uma vez, o meu coração prega-me partidas. Tudo começou quando te dei sopa pela primeira vez. O nosso primeiro cortar do cordão umbilical que eu tenha sentido. 

Isto era a mãe antes de estar grávida. Estou a brincar. Eras tu quem estava ali, já viste?

És muito, muito querida e recentemente começaste a dar beijinhos ao pai e à mãe e a abraçar também. Adoravas comer pão, mas agora parece que ficas hipnotizada com tudo aquilo que nos vês comer. Andas a comer um bocadinho de torrada com manteiga, mas não é para contar a ninguém. 

Já não refilas quando te corto as unhas. Sabes que não demora assim tanto. Continuas a levantar os braços quando te peço para vestires a roupa ("braços para cima!"). Adoras as flores que estão ao lado do trocador e, especialmente, de tirar toalhitas do pacote até a mãe dizer que já chega. 

Apontas para as maminhas do pai e chamas-lhes maminhas. Gostas do "bigo" da mãe. Temos imensas brincadeiras em família. Aquela em que te cheiro o pescoço todo depois de te prender os braços e digo "cheiras a sopa da boca!!!". A do espirro. Adoras esta, Irene! Começas por fingir que vais espirrar ("ahh ahhhh ahhhh"), nós fazemos "tchim" e tu dizes "tantinho". Passas o dia todo nisto, ou mesmo não sendo. A nova é dizeres "tô", com a boquinha numa circunferência perfeita (é o mesmo que círculo) e esperares que te perguntemos "quem é?". Respondes com "bebéeeeeeeee" e começa tudo de novo. Foi o pai quem ensinou esta. 

Aqui tinhas um mês e foi a tia Joana Paixão Brás quem tirou a fotografia. 
O teu gato preferido (temos dois gatos ou tínhamos... depende de quando estiveres a ler isto) é o Noddy. Talvez por ser aquele que sabes dizer o nome. A Bubbles é, para ti, "babéti" tal como o babete e todas as borboletas (dos livros e do Baby TV). Quando eles não querem nada contigo já sabes que "foxiu". 

Adoras passear com a mãe (ou mamã) e sempre que te pergunto tu respondes com "aiiii". Nunca entendi porquê. "aiii" é, para ti, o miar dos gatos e também ir passear. O de chamares aos saPATOS "quá, quá" ainda percebo. 

Queria aproveitar para te pedir desculpa das músicas que a mãe te deu a conhecer e que, de momento te deixam louca: a "piradinha", a "levanta a cabeça princesa", o "Hakuna Matata" (essa acho que é mesmo gira), Bruno Mars, "poderosas", "baby baba", etc. Ao contrário do que possa parecer a mãe nunca gostou de música brasileira, mas são as que ponho, desde sempre, para ti. Deve ser o perigo dos "relacionados" do Youtube, sendo que me assumo culpada pelo vício na música das "poderosas". 


O pai que é o homem mais feliz do mundo desde que te conhece, Irene.


Adoras o Pai. Papá ou Pai, chamas das duas maneiras. Chamas por ele quando ele está (quase sempre) ou quando foi trabalhar. É o teu melhor amigo. Adoras que ele te atire ao ar e que te abane. Que faça "piririririri alguém ligou para mim" (mais uma) fazendo-te saltar na cama. O teu pai é quem cozinha todas as tuas comidas e ele gosta muito. Tens comido salada de frutas todos os dias e ele tem muita paciência para cortar tudo muito pequenino e simétrico para te dar mais jeito a comer e, provavelmente porque tem ali uma obsessão qualquer, hehe. 

Adoras fazer pinotes. Estás sempre a fazer ginástica quando não queres andar. Adoras os nossos livros e não chamas os animais pelos nomes mas pelos sons que fazes. Lamento se não inventei sons diferentes para o urso, tigre, leão e dinossauro, mas a mãe não tem jeito para mais. 

Estou tão desejosa que cresças como não. Gosto de ti todos os dias e todos os dias ainda mais. Gosto de ti bebé, gosto de ti grande. Gosto de ti e sou mesmo apaixonada por ti. Mesmo quando acordo cheia de sono ou mesmo quando sinto que nem acordo. 

Sim, acordas muitas vezes durante a noite. É a única coisa menos boa, mas a mãe está cá. E gosta de te dar miminhos até adormeceres outra vez. Quando fores maior, faço-te o mesmo, só para veres o quanto o meu amor é incondicional :) 

Primeiro sorriso de manhã ao ver-nos. 


És tu.

E agora, o que leste, és tu aos 15 meses. Está a ser um prazer conhecer-te. 

Obrigada. Obrigada. Obrigada. 

6.09.2015

Sabiam que estamos em directo?

Não neste preciso momento, mas inventaram uma nova rede social que é uma espécie de Skype mas para muita gente. Chama-se Periscope, é preciso ter conta no twitter e, basicamente, faz com que façamos chamadas de imagem para quem estiver interessado e nos siga. 

A Oprah Winfrey já lá está, o Arrumadinho também e as centenas de outras pessoas que a Joana Paixão Brás se pôs a seguir que eu não conheço de lado algum. Sou péssima para nomes. Vá, não se ponham a dizer piadas como "já tinhamos reparado por teres posto o nome de Irene à tua filha" porque ou a maior parte das pessoas me mente ou então muita gente até engraça com o nome. 

Bom, isto do Periscope. Não vamos andar a fazer directos a torto e a direito porque... Porquê? Porque não iriam ter interesse, mas podem sempre sugerir coisas ou podemos agendar encontros por aqui (uhhhh cyberdating) e falarmos por lá e fazerem-nos perguntas. Vou falar com a outra Joana e marcarmos uma hora da próxima semana para ser ela a fazer um directo e outra para ser eu. A que horas vos daria algum jeito, se é que isto teria algum interesse? Acho que podia ser giro interagirmos todas, sem termos que começar a organizar mercadinhos hehe. 

Fica aqui um exemplo do primeiro directo que foi feito sem ser uma experiência. Digam de vossa justiça e, se gostarem, migrem-se para lá e sigam-nos. 


A minha filha tem orelhas de abano

Tem, é um facto. Quando a Isabel nasceu, vinha com as orelhas dobradinhas. Depois, passado um mês, começámos a notar que se estavam a afastar cada vez mais da cabeça. No segundo mês, comecei a pôr-lhe fitas, porque li que a cartilagem ainda estava tão molinha (não é este o termo técnico) que ia ao lugar. Andava de fita muitas vezes durante o dia, até ter uns 9 meses, mas para dormir nem pensar porque tinha medo que saísse do sítio e que a sufocasse.



Além de sentir que estava a fazer tudo certinho, que era por ela, gostava de lhe ver as fitas.

Várias pessoas me disseram para comprar uma espécie de adesivo na farmácia e lhe pôr. Nunca consegui comprar. Como ela tinha algum cabelo, não a queria magoar.

Depois, andei a pesquisar na net outras formas de contornar a coisa. Sim, sim, que eu vi muito bem o que uma criança com orelhas saídas sofre na escola. Tinha um colega, o João Diogo, que era o "urso". Vi bem o quão cruéis podem ser as crianças umas para as outras. Como mãe, por mais que quisesse pensar que a vou ensinar a gostar de si, independentemente das características físicas, só o facto de pensar que ela podia chorar com as bocas dos outros miúdos, consumia-me um bocado. Confesso. Preocupei-me. Não era coisa que me dava insónias, mas, de vez em quando, pensava nisso.

E se se usa aparelhos para corrigir os dentes, por que não algo para corrigir as orelhas? Encontrei um site, que me pareceu revolucionar esta área, o Ear Buddies. Não é um aparelho que se venda na Pixmania, não, não. É uma coisa aprovada por especialistas de saúde britânicos e que pode evitar a realização de cirurgias a longo prazo. Além da orelha de morcego, há outras pequenas imperfeições que podem ser corrigidas com esta coisa, com grandes taxas de sucesso (90%), se aplicado nas quatro primeiras semanas de vida e com valores bastante altos até aos seis meses.



Em 10 anos, as cirurgias às orelhas (otoplastia) reduziram em 20% no Reino Unido, à conta deste bichinho, que durante a aplicação fica assim:


Mais uma vez, pensei que teria de rapar o cabelo à Isabel na zona à volta das orelhas, que teria mais uma preocupação na hora do banho e preocupei-me com aquilo que os outros iam pensar. Admito. Não quis ser a mãe obcecada com a aparência da filha. Depois, tinha gente à minha volta que desvalorizava: "ainda por cima é menina, depois o cabelo tapa". E tinham, em parte, razão.
Comecei a pensar no miúdo bem disposto que era o João Diogo. Como, já adolescente, era estimado por todos. Era o "ursinho" e pareceu-me sempre bem resolvido.

Desisti rápido da ideia. E a verdade é que deixei de ver. Deixei de ver as orelhas de abanico. Deixei de ligar. Olho para ela, e vejo o todo. Vejo-a linda, querida, feliz. Desculpem o vernáculo, caguei para isso. Caguei para as fitas também, que a deixavam um bocado suada e ela começou a não querer usá-las. Comecei a usar lacinhos. E a amá-la como ela é. Foi um processo de aprendizagem, porque durante algum tempo pensava no que a minha filha diria, dali a uns anos, sabendo que eu podia ter feito alguma coisa para contornar isto. Queria fazer tudo por ela, tudo. Hoje sinto-me bem com a minha escolha.



E sabem o que descobri, só depois de ser mãe? Que também eu tenho orelhas bastante saídas e nunca tinha reparado. Porque quando se está de bem com a vida, os pormenores não interessam nada.

Tenho inveja das nossas filhas.

Epá, tenho. Sei que isto é feio, mas vou mesmo ver se o barro cola ou lá como se diz. Atirar o barro à parede? Pronto. Isso do barro.

Adoramos fazer cabazes e fazer passatempos. Adoramos ter marcas que queiram vestir as nossas bebés e andam sempre muito lindas (excepto, às vezes, a Irene, porque nem sempre tenho paciência para lhe vestir coisas com botões). 

... mas e nós?

(e já tinha este post preparado antes dos comentários ressabiados do anónimo no post anterior da Joana. É preciso mesmo muito ressabiamento para implicar com a outra Joana, comigo ainda percebo hehe)



Não conhecerão amigas de amigas ou uma amiga ou não serão vocês próprias donas de uma loja de roupa portuguesa linda (no Facebook ou física) que queira vestir o meu lindo corpinho e o da Joana Paixão Brás? Se possível em separado. Com este calor posso nem sempre cheirar bem e não quero incomodar a menina que assina com dois apelidos. 

Eu prometo que faço o buço quando tirar fotografias com as vossas roupas. Até posso começar a comer menos Oreo. Vá lá, vá lá. Também quero andar bonitinha, com roupinha gira para parecer que sou chic e daquelas pessoas que se desgraça nos mercados dos outros blogues.

Bom. Agora que passei por muito pobre, vou só ali chorar. 


PS - Estou a falar a sério! Vá!!!!!!!!! Sou mulher (apesar de tudo e de haver algumas leitoras que dizem que sou assim e assado) e quero roupa. Se houver por aí interessadas, enviem e-mail para amaeequesabeblog@gmail.com). 

PPS - A Joana Paixão Brás há anos que quer escrever sobre isto mas ainda não tinha tido coragem. Lá está, por ter de passar por pobre. Faz-lhe um "sei lá". 

PPPS - Para mim até podem despachar os tamanhos grandes que ninguém tenha comprado. Visto o 40/42 de calças e o L na parte de cima.