Não sei como é que vocês são, mas eu tenho algumas missões importantes (ou prioritárias) daquilo que quero transmitir à Irene. Uma delas é que ela fique bem ciente do amor incondicional que sinto por ela e de que ela merece.
Digo-lhe muitas vezes, quando há momentos de maior conflito, que ela não se preocupe porque "portes-te bem ou mal, estejas zangada ou contente (ou eu), a mãe nunca deixa de gostar de ti". Porque é verdade.
E tenho-lhe dito isso e mostrado sempre.
No outro dia, estava furiosa e não consegui lidar bem com uma birra dela de cansaço. Acabei por ser mais assertiva e isso desencadeou nela uma reacção mais descontrolada. Acabou por se ausentar para o quarto porque, como disse ela: "Mãe, não estou disponível para conversar contigo".
Acabámos por falar as duas sobre o que aconteceu. Expliquei-lhe que estava numa semana difícil e que a paciência não era algo tão fácil quando me sentia daquela maneira. Ela disse que também tinha reagido como reagiu porque não sabia como fazer melhor. Concluímos que é um trabalho que vamos desenvolver as duas em conjunto e que vamos melhorar e ter mais calma sempre que conseguirmos.
No silêncio, enquanto a adormecia, bateu-me a culpa e saiu-me um "ainda és minha amiga, filha?".
Ela respondeu:
"Mãe, então mentiste? Disseste que mesmo chateada ou quando nos zangamos que somos sempre amigas e agora perguntas isso?"
Ela tem razão. E eu tive a confirmação de que estou a fazer um bom trabalho. Não me agrada esta fase de tudo o que não coincida seja mentira, mas tem 5 anos, é normal.
No entanto, ela deu-me o que lhe dou: amor incondicional.
Ainda que haja muita coisa que falhe, que não seja exímia (não dá para ser, por favor), fico feliz que, tendo algumas prioridades, esteja a conseguir passá-las à minha filha.
Quais são as vossas?