2.20.2018

Se me arrependi de ter ficado um ano e meio em casa com a Irene?

Foi a experiência mais dura pela qual passei. Da maneira como eu a vivi, claro. Também sinto que o pós-parto foi terrível e pensei que fosse terrível para toda a gente, mas tenho conhecido mães que os metem no marsúpio e que fazem passeios sem restrições (a Filipa Galrão, por exemplo). 

Agora sinto que viveria tudo de outra forma e por todos os motivos. Timings, maturidade, experiência com a Irene, auto-conhecimento, outra relação conjugal... Tudo influência. Nós é que, infelizmente, parece que estamos programadas para pensarmos sempre em primeiro lugar que "estamos estragadas". 

Os 5 meses de licença de maternidade mais o mês extra de férias custaram muito a passar: a pediatra disse para evitarmos sair de casa nos primeiros meses por não ter vacinas (e levei isso demasiado à letra), a amamentação não era nenhum conto de fadas, a privação de sono era terrível, a falta de privacidade e a a angústia de não saber quem sou ou quem é a pessoa que tenho nos braços também. 

É uma violência gigante (lá está, para algumas mulheres) mas que vamos tendo o sorriso deles que nos vai salvando (e a eles) e interrompendo grandes períodos de desespero, de tristeza e de desamparo. Lembro-me de acordar durante a noite umas 7 vezes e, de manhã, quando acordava, ia praticamente a chorar ter com a Irene. Com o sorriso dela (como se nada tivesse acontecido), ganhava forças para mais uma hora ou duas. E foi assim durante 3 anos. Até ela (e eu) começar a dormir a noite toda. 

Pelo meio, voltei a trabalhar. O Frederico ficava em casa com ela, mas tinha de ir trabalhar. Não pedi a licença prolongada a tempo (tem de ser um mês antes do final ou, pelo menos, era assim há 4 anos). Quando voltei parecia não haver trabalho para mim e requisitei uma licença sem vencimento de um ano com - aqui entre nós apenas - a esperança de que não fosse aprovada (agora já ouvi dizer que tem que ser dada). Não queria assim tanto. Queria só sentir que tinha feito o possível para estar junto da Irene e para que o tempo sem trabalho no trabalho não me parecesse tão pecaminoso. Estava a gostar de sair de casa todos os dias, de estar com os meus colegas, de me maquilhar, de ouvir música, de estar em silêncio de não estar sempre com as mamas de fora (apesar de ir tirar leite para uma sala)... 

Aceitaram. 

E lembro-me quando cheguei a casa nesse dia. Pensei: "é o primeiro dia de um ano inteiro". Que bom e... que... medo. 

Se me arrependo? Não. 


A Irene teve a sorte de ter mais mãe, mesmo que a mãe não estivesse minimamente inteira. As decisões foram baseadas sempre em amor (por ter sorte de não ter de basear na necessidade) e, por isso, mesmo que tenha custado, a mim e, por isso, a ela... foi amor que me levou a decidir. 



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2.19.2018

Como dizer adeus ao ranho e à tosse?

Eu praticamente já podia ter um mestrado em ranhoca e em tosse. Se há coisa que me deixa logo com arritmias, pela experiência “traumática” que tive com a pneumonia da Isabel, com apenas 9 meses, é começar a ver que o ranho se começa a acumular, a farfalheira, a tosse e a dificuldade em dormir. Bem sei que a tosse é fundamental para expulsar as secreções, que é uma resposta do corpo, mas para mim é logo sinónimo de palpitações. Tenho sempre receio de não estar a saber ler bem o que ela significa e de já ser tarde demais. Agora, quando percebo que a coisa é persistente – e caso não ache que é de ir ao hospital ou à médica, por não vir acompanhada de febre, prostração, etc – chamo logo quem sabe. 

E é isto que quero partilhar convosco: além das dicas que vos passarei, há uma coisa que pode fazer toda a diferença – fisioterapia respiratória. Descobri num grupo do FB, pela recomendação de duas mães, um serviço que vem a casa, para não termos de os tirar do quentinho nem ir correr outros riscos para clínicas e hospitais – a FisioLar. Só tenho a dizer bem! Além da rapidez de resposta (arranjaram-me solução no mesmo dia), a fisioterapeuta que cá veio era muito, muito experiente e tinha imenso jeito para bebés. O resultado foi imediato: nessa noite, a Luisinha voltou a dormir bem em vez de acordar de meia em meia hora (que alívio). Além da auscultação e de me ter ensinado a meter o soro como deve ser – deitada de lado, estabilizar a cabeça e colocar o soro na narina superior e deixar sair pela inferior - fez movimentos no abdómen e tórax que a ajudaram a libertar as secreções. A respiração deles fica outra, é incrível! (a euforia é tanta que quase choro de emoção eheh). A Luísa chorou um bocadinho (é normal, os bebés não gostam de estar presos e quietos e aqueles movimentos causam-lhes estranheza), mas posso garantir-vos que vale cada queixume. A seguir voltou a ser aquele bebé risonho, sem parecer uma panela ao lume a borbulhar com tanta farfalheira e ainda presenteou a fisioterapeuta com as suas gracinhas (tenho fotos para comprovar a animação). Além de tudo isso, um coração de mãe descansado e menos olheiras no dia seguinte, há coisa melhor? 

Outras dicas:
- cabeceira da cama inclinada
- beber muita água, a hidratação é essencial (no caso de serem apenas amamentados, muita maminha)
- limpeza com soro várias vezes ao dia
- aspiração pontualmente para ajudar a retirar as secreções
- xaropes não (e sempre e apenas prescritos pelo pediatra)
- cortar uma cebola e colocar na mesa de cabeceira (um cheirete, mas às vezes ajuda a descongestionar!)
- se já bebem leite de vaca e derivados, consumir o menos possível (é sabido que tornam o muco mais espesso e por isso mais difícil de eliminar)
- se já comem de tudo, frutas e legumes são fontes de antioxidantes e ajudam no combate às infecções – por exemplo, maçãs, cenouras, limão, salsa, frutos vermelhos, gengibre, alho, cebola, agrião...
- fasear as refeições, porque quando os bebés estão atrapalhados por vezes não mamam/comem tão bem, por isso temos de os alimentar mais frequentemente para compensar

Já tinha provas dadas do sucesso da fisioterapia respiratória (ou cinesioterapia respiratória) com a Isabel – foi-lhe prescrita pela médica aquando do internamento no HSFX-, e agora voltei a tirar o coelho da cartola com a Luísa, mas melhor ainda, no conforto de casa! Xô ites, otites, bronquiolites, quero-vos a milhas!






P.S. Ah! Além de especialistas em fisioterapia respiratória pediátrica, vi no site que a FisioLar  funciona todos os dias em todo o país e ainda tem consultas de fisiatria, fisioterapia, terapia da fala, terapia ocupacional, psicologia e enfermagem, tudo ao domicílio. 





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2.18.2018

Já está escolhido o tema da festa de anos da Isabel!

Querem adivinhar qual vai ser o tema da festa de anos da Isabel e da prima Alice?

Um destes desenhos animados, claro. :)


A maior paixão da vida dela são os cães da Patrulha Pata, mas este ano consegui convencê-la a fazer de outro de que ela gosta também muito. Então, o que combinámos foi que ficaria com o bolo da Patrulha Pata para cantar os parabéns no dia de anos, na escola (diz que quer um bolo de chocolate com smarties e com todos os cães da Patrulha Pata - se tiverem dicas e soluções porreiras para não transformar o bolo na coisa mais açucarada do mundo e que fique giro, digam!) e que a festa com a Alice seria da Masha e o Urso. Tinha de ser algo consensual entre as duas primas e confesso que também eu me divirto imenso com aqueles desenhos animados e acho que dá pano para mangas para fazer uma mesa gira.

A festinha vai ser em Évora, em casa dos avós, e vou ter a ajuda da My Little Love, que está já a preparar um lanche delicioso (espreitem a página que tem coisinhas lindas). Em princípio, iremos ter gelatinas, mousse de morango, iogurte grego com mel, bolachinhas decoradas, brigadeiros e beijinhos de coco, pipocas e gomas, mini saladas de fruta e mini cupcakes. De salgados pensámos em mini wraps, mini empadinhas de galinha, mini merendas mistas, espetadas de tomate cherry e mozzarella e uma tábua de queijos com pães, bolachinhas e grissinos. 

O que vos parece? Eu já estou a babar! :)

Sim, ainda falta um mês, bem sei, mas a Isabel não me deixa esquecer do dia NUNCA! Anda num excitex nunca antes visto! 

No dia de anos, vou estar de férias e estava a pensar, além de levá-la ao meu trabalho, algo que me pede todos os dias, ir com ela ou ao cinema ou ao Bounce, que nunca experimentámos. Dêem-me ideias, que serão bem-vindas!

Apeteceu-me despedir-me de vocês com "beijinhos", como se fossem minhas amigas e não é que vou mesmo?

Beijinhos!



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Não gosto mais de ti! Já não sou tua amiga!

A palavra que mais impacto teve em mim, até agora, que a Irene tenha dito foi "mãe". Acho que faz sentido e que não é surpreendente. Aquela mãe foi como se, numa vez só, me tivesse tirado 30kgs de cima (teria sido bom se fosse literal), me tivesse arrumado a casa toda e ainda tivesse feito a cama de lavado depois de uma sessão calminha de amor (ahah wtf?). 

Depois disso, a miúda fala e fala que se desunha. Somos só duas cá em casa (além dos gatos Noddy e Bubbles) e, por isso, levo com a conversa toda - e adoro a maior parte do tempo. Por ser eu quem cuida maioritariamente da Irene tenho de ser eu a principal disciplinadora e sabem uma coisa? Não me custa. Não me custa dizer-lhe que não. O que tenho a seguir - nem sempre - é uma birra estridente e algumas frases horríveis como "Não gosto mais de ti!! Já não sou tua amiga!!". 

Fotografia por Joana Hall e macacões de Little Jack. 


Já reparei que há outras pessoas que levam isso a peito, que levam isso mais a sério. Tenho a sorte de não levar. Não levo nada que ela me diga a peito. Se nem nós, adultos, com tanta experiência em cima e, supostamente, mais dois dedos de testa a nível emocional não conseguimos dizer as coisas como queremos e quando devemos ou, simplesmente, ficarmos calados. Quanto mais uma miúda de (quase) 4 anos? 

Digo-lhe (até há um livro muito giro da Edicare chamado "Meu amor") que gosto dela sempre: quando está contente, zangada, triste... Tento dar-lhe outras sugestões sobre como poderá lidar com a frustração. Como, por exemplo, gritar o que está a sentir, fechando as mãos com força. Sei lá (sei um bocadinho que já pensei nisto, mas só sei o que sei haha). 

Eu serei sempre tua amiga, Irene e gostarei sempre de ti. Tal como tu gostarás sempre de mim, independentemente das nossas birras que as há. Ou porque tu dizes que não é porque eu digo que não. É natural.

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2.16.2018

Tenho 31 anos e um dente de leite.

Gosto muito de vos fazer sentir normais. Ok, é só metade verdade. Eu gosto mesmo é que vocês me façam sentir normal. 

Aqui a menina tem uns dentes aparentemente impecáveis, parecem 10 chiclas (de nada, Porto) todas espalmadas, maaaaaas por dentro está tudo a gritar socorro qual o nosso corpinho por dentro de uma malha rasquinha da Berskha e sem nada por baixo. 

Eis senão quando há aqui um dente de leite. Que resiste. Que não sai faça chuva ou faça gomas da Hussel pelo gargalo abaixo. 

Um dente de leite que aguentou uma sessão de desvitalização na semana passada, mas que esteve até hoje a odiar-me e a deitar olhares gulosos ao Brufen que está em cima do balcão da cozinha. 

Este dente que hoje vai levar uma segunda sessão de desvitalização que, muito provavelmente não irá resolver nada. E nisto o que se passa? A menina aos 31 anos vai por um implante, muito provavelmente. Além de não ter poupanças para isso - acho que dá para por 1/3 de implante - não estou a conseguir lidar com um implantezinho na boca.

Ainda se fosse nas mamas... dois assim redondos para não ter que usar soutien para fingir que não estão ambas deprimidas. 

Ah! Isto porque tenho o dente de leite, mas não tenho definitivo por baixo. Maravilha. Tenho dores.



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2.14.2018

Feliz dia dos Namorados a ti que és Mãe (e Pai)

Há um antes e um depois de sermos pais, sem dúvida alguma. Nem todos os dias somos namorados. O ideal é que sejamos, mas convenhamos: nem sempre há tempo, cabeça, vontade. Já tive fases em que, se analisasse de fora, sem nos conhecer, diria que éramos colegas de casa: parecíamos dois estudantes, mas sem a parte do álcool: noitadas sem dormir, acordar como se um camião nos tivesse passado por cima, provas diárias, trabalho, stress, trânsito. Os nossos pés mal se tocavam na cama e queríamos era dormir o pouco que desse. Necessidades básicas primeiro que tudo (ainda temos dias assim). Mas, havendo algo de muito forte a unir-nos, sabíamos que seria uma fase e que iria passar. Se nunca tivermos sido de grandes manifestações de romance, surpresas atrás de surpresas, não se nota tanta diferença se calhar. Nunca fomos essas pessoas. Uma torrada na cama já é o supra-sumo do romantismo (eu cá adoro). Eu vejo romantismo em pequenas coisas. E não, não é questão de me contentar com pouco. Não é preciso, para mim, grandes manifestações de amor, nem é preciso vomitar algodão doce, para que a relação esteja de boa saúde. Lembro-me sempre de alguém que dizia que a mulher era uma pintura, de tão bonita, e que lhe fazia isto e aquilo e acontecia e foi-se a ver e tinha uma amante e andava a oferecer caixas de chocolates iguais às duas. Não preciso de caixas de chocolates sequer. Preciso de uma relação sólida, de um amigo para a vida, que, claro, queira estar comigo, viver comigo, ter planos e sonhos comigo e que não se deixe consumir pela confusão que há às vezes em nossa casa. Que seja, como eu, paciente e se saiba adaptar às mudanças que os filhos trazem. São a prova maior. 
Agora, claro que não se pode deixar morrer o amor, a paixão, o romance. Mas há várias formas de o fazer. Não tem de ser no dia dos namorados, mas também pode ser. Só o simples verbalizar que se tem saudades de ir jantar fora, ir ao cinema ou a um concerto, ou ir para um hotel é, para mim, romântico. Mesmo que não se proporcione. Temos de fazer com que se proporcione, mas nem sempre depende só de nós. Depende muito da boa-vontade de terceiros. E, se essa não houver, tentar dar a volta à rotina: um jantar à luz das velas e uma série na TV, se não se adormecer, claro. 😊
 
A ti que és Mãe*, 
e cujo coração ganhou mais gente dentro
não te esqueças que bateu primeiro pela pessoa que te fez querer ser Mãe*
Feliz Dia dos Namorados
(e todos os outros dias).
 
*e Pai



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O que querem dizer os desenhos deles?

É tentador interpretar os desenhos deles. Pelo menos para mim, além de ser tentador é extremamente interessante. Já quando era animadora de festas de aniversário para crianças, quando sugeria que todos desenhassem, ficava deliciada a observar o processo e também as mais variadas explicações que iam dando.  Era nessa actividade que conseguia conhecer os miúdos e era a parte que mais me entusiasmava - a parte de andar a ouvir berros de um lado para o outro e de evitar que se partissem todos não era o que mais me agradava. 

Além de ter uma amiga que teve alguma formação neste sentido e de já me ter sugerido algumas possíveis interpretações para desenhos da Irene - aconteceu naturalmente, não estive a submetê-los para diagnóstico, ahah - no outro dia, quando passei por uma livraria, encontrei um livro que me chamou a atenção:  "A Arte Descobre a Criança" por Eurico Gonçalves (tive de ir ver quem é, mas é um artista com uma carreira muito admirável, caramba, respect!).

Após leitura do primeiro capítulo, quis partilhar algumas dicas que ele nos dá para receber melhor a arte dos nossos filhos. 

1)  Não elogiar em demasia nem mostrar decepção ou tristeza. 

Ui. O que me farto de elogiar a Irene para tudo e mais alguma coisa. Já tinha lido sobre "os elogios" e como torná-los eficazes para ajudar a que se sinta mais segurança, mas confesso que me é difícil não reagir com espanto por estar mesmo espantada. Porém, faz sentido o que o autor diz. A criança é, neste contexto, um verdadeiro artista e "Se, por um lado, a criança sente tristeza perante a indiferença do adulto, por outro lado, acaba por se tornar insensível ao aplauso sistemático". 

2) A criança esquece-se do que desenhou. 

Não vale a pena (nem convém) perguntarmos-lhes o que desenharam e porquê (isto aquando das primeiras manifestações gráficas, quando são mais pequenos, claro). A melhor maneira de tentar perceber o que poderá estar a ser representado através de símbolos pelo pequeno artista será assistir ao processo, sem interferir. Observando e, muitas das vezes, ouvindo porque é habitual falarem durante o processo.

3) O tamanho dos objectos poderá representar maior relação/afectividade.

É frequente ou até expectável que nos primeiros desenhos não haja uma representação realista das pessoas, animais ou objectos. As crianças deixam transparecer ainda a perspectiva mais emocional da realidade. 

4) É normal que expresse muitas vezes o mesmo tema.

Não vale a pena tentar motivar o artista para outros temas. A criança representará o que estiver a ser trabalhado na sua mente e enquanto esse trabalho não estiver finalizado. "A expressão é motivada pelo que mais a impressiona" e "o tema da criança é ela própria", pelo que se desenhar uma piscina durante meses... é perceber que terá tido impacto nela e que está a "resolver". 

5) Cuidado com as perguntas.

Ui. Então eu que estou sempre numa de "dá valor ao que ela produz", tento envolver-me e certamente que sou guilty disto. Fazer as clássicas perguntas "Já pensaste no que vais pintar?", "O que pintaste? faz com que o fluxo normal, autêntico e catártico seja quebrado. Além do que, por ser tudo tão... "o que saiu" à criança, a resposta que ela nos dará será algo "do momento" em que perguntámos e por isso não tão cru como poderia ser o desenho, além de possivelmente parcialmente inibido por ter de traduzir para comunicação verbal e em confrontação directa.  É suposto ser uma actividade espontânea: "... nas actividades espontâneas, como a pintura livre, o tema não é dado, nem imposto (...). Esses limites condicionariam a própria liberdade de expressão, sendo esta faculdade que importa estimular e desenvolver". 

E aqui já entra algo que compreendo: dar espaço para que a criança desperte a sua criatividade. Sendo esta uma característica muito útil a muitos níveis, até a nível pessoal para saber enfrentar o dia-a-dia com outras soluções que vão além do imediato, expressando-se pessoalmente de forma que a faça mais feliz, etc. 

E foi também por isto que me me fez sentido falar da 2ª edição do Concurso de Desenho da Tosta Rica da Cuetara em que o vencedor vai ter o seu desenho nas bolachas a sério ! What? Eu acho que me passaria com isto se fosse miúda. Aliás, mesmo agora! Vai haver um júri que claro que terá em conta a idade da criança quando olhar para o desenho, por isso se ainda só tiverem pequenos girinos aí em casa, não se preocupem que caso haja já miúdos a darem-lhe forte, têm hipóteses. 

Mas, se não forem pessoas com muita fé nisto dos passatempos (eu não era quando participava nestas coisas), há prémios todos os dias. Também vão encontrar o melhor desenho do dia e, mesmo assim, já recebe o prémio espectacular que é ver o seu próprio desenho em bolachas. Uma lata de bolachas personalizado. Ahhhh!!! Quero participar! Não estou a gozar, só me vêm é palermices à cabeça hahah. Vá, seriedade.


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgF5ifVjGHi3vZkz2V50MfoQqtXwx1VBRgmUROs4pPOZzPAc3JGzfNDp4uiWxsHjImcN9zQvWZcm5wNctkCJgGtdZg2dNc-sI_n88ZcJUjrIDjgzUqvult2afJFuruwhScNDB1x1ejWKOo/s640/IMG_0487.jpg


No final do concurso (acaba dia 31 de Março) vai haver uma compilação num caderno com muitos dos desenhos recebidos e que irão ser distribuídos em hospitais, no serviço de pediatria no Dia da Criança. Para além de tudo o que já vos tinha falado da importância do desenho e das crianças quererem ser levadas a sério, ainda há uma vertente solidária... oh!! Falar sobre estas coisas assim dá gosto.

Estive a experimentar participar no passatempo (Schh, não façam essa cara, não era para fingir que era a Madalena de 2 anos, era só para ver se era realmente fácil) e... é só irem (as crianças) ao site e usar o rato para desenhar numa bolacha o que quiserem, depois de um simples log in.

Por isso, toca a ir ao site ou então descarregar a app e fazer esses desenhos lindos.



A Irene agora está louca com a colecção da Ladybug da Tosta Rica da Cuetara (estou zangada com todas as mães que esgotaram esse disfarce de Carnaval porque era o que ela queria) e vai toda vaidosa de vez em quando com as Tosta Rica na lancheira. Passa o dia inteiro a fingir que é a Ladybug ou o Adrien e depois tem bolachas com os desenhos deles. Claro que se passa! É o equivalente a eu ter um par de ténis para estrear diariamente, para aí - tenho de traduzir o entusiasmo da minha filha para ténis para perceber melhor o que ela poderá sentir, ahah. Ah e vocês sabem o jeitaço que dá estarem divididas em saquinhos para não termos que andar a pô-las em tupperwares ou a embrulhar em celofanes e afins para irem no lanche deles.

Adorava saber que tinha sido algum dos vossos filhos a desenhar bolachas! Isso até deveria constar do currículo deles para sempre. :)



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