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2.04.2018

5 coisas a não fazer quando se vai viajar com filhos

Já ando para vos escrever este post há que séculos. Agora que começamos a sonhar com uma viagem com as miúdas e outra sem, para este ano, resolvi reunir um conjunto de cinco recomendações para quando decidirem pegar na filharada e ir com ela de avião a qualquer parte do mundo. 

1)  NÃO vão de mãos a abanar no que diz respeito a slings, panos, mochilas ergonómicas ou carrinhos. 
Ouçam o que eu vos digo: por muito que não vos apeteça andar com monos e que achem que eles andam bem a pé ou que não vão querer andar "presos", nada vos vai fazer mais falta que isto. Claro que depende sempre do propósito da viagem: se é para ficarem a  num resort ou se é para fazerem quilómetros e andarem por museus, restaurantes e cidades. Mas, para mim, pelo menos um carrinho bengala, fácil de transportar e onde eles possam dormir, e uma mochila ergonómica é ponto assente. Na última viagem os quatro, até Barcelona, levámos duas mochilas e um carrinho e foi o que nos safou. Sim, a Isabel é super bem transportada numa mochila - se a mochila for boa, pode aguentar até aos 20kgs sem que seja desconfortável para eles ou nos doa as costas. Temos a Boba 3g e um Ergobaby. Íamos revezando as miúdas no carrinho (levamos o bengala Noa da Bébéconfort).

2) NÃO levem toda a cozinha às costas: as sopas, os tomates biológicos, as bolachas de aveia com alpista, o iogurte de não sei quê.
Eu gosto que elas comam bem, na maioria das vezes, mas de férias, minhas amigas, não estou nem aí. Não é por uns dias que fico com o sobrolho a tremer. Se não comem sopa todos os dias, compro fruta algures; se comem carne dois ou três dias seguidos, não me apoquento. Nunca fomos para nenhum destino muito exótico, verdade seja dita, mas até acho que aí o verbo que iria mais aplicar seria "descomplicar". É uma boa maneira de os "obrigar" a experimentarem coisas novas, pumbas. Agora lembrei-me da minha primeira ida a Paris com o meu irmão e primo a fazermos concursos de puns no quarto de hotel, por estarmos a ser alimentados a porcaria e ri-me.
Isto não invalida que se leve coisas para o avião, isso sim, acho uma jogada de mestre: fruta, bolachas, pão, snacks, podemos levar tudo o que for para os miúdos comerem e isso pode evitar birras e ajudar a passar o tempo. Tudo o que for para nos poupar a stress extra na viagem, melhor.
3) NÃO se esqueçam de, caso vão sem o pai das crianças e não sejam casadas, levar uma autorização reconhecida por advogado/notário.
Ai filhas, se eu vos contasse o que me aconteceu quando fui viajar com a Luísa... Vou contar. O meu pai, advogado, estava a preparar o tal documento, mas entretanto resolvemos saber se era mesmo preciso o esforço. Enviámos email ao SEF a perguntar se seria. Responderam-nos que não. "Menor, filho de pais em união de facto (filiação estabelecida quanto a ambos os progenitores que vivem em condições análogas às dos cônjuges): A autorização de saída deve ser emitida e assinada por um dos progenitores, apenas se o menor viajar sem nenhum deles; caso o menor viaje com um dos progenitores não carece de autorização, desde que não haja oposição do outro."
Posto isto e com o email em minha posse lá fui eu toda gaiteira para o aeroporto. Resultado: tudo muito bonito, mas a companhia aérea não nos deixaria embarcar sem a declaração assinada pelo pai. Que maravilha. A menos de uma hora, isto. Suei do bigode. Lá consegui, até hoje nem sei bem como, que a declaração fosse de mota por meio de um colega do meu pai, no meio do trânsito da segunda circular, ter com o David a Carnaxide, que ele assinasse e que fosse por email ou fax ou que foi até ao aeroporto. Um sufoco. Por isso, mães e pais deste país, levar declaração caso não estejam casados e um de vocês não viaje com os filhos. Pela lei não é preciso, mas depois na prática podem exigir. Enfim.

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4) NÃO esperem que os vossos filhos se portem que nem adultos em ponto pequenino, não se chateiem nem queiram saltar pela janela do avião ou não se mandem para o chão no restaurante.

Se nós, adultos, às vezes exasperamos em viagem, imaginem eles. Sítios novos, coisas novas, pessoas diferentes, espaços confinados... Para eu não ter logo expectativas muito altas, na primeira viagem da Isabel, a Londres (aqui), a Isabel fez logo uma birra valente no aeroporto que é por causa das coisas. Por acaso, depois no avião, até foi tranquilo. Levámos arsenal: lápis e folhas, uma mala que comprei na Alehop com ímans de olhos e bocas e narizes de animais giríssima e que dava minutos e minutos de brincadeiras, e livros. Convém levarem algumas novidades para os agarrar, nem que seja um livro para pintarem ou autocolantes. Vá, um tablet com jogos ou videoclips do Panda também pode ajudar, não me vou armar em moralista antitablets. Usado com moderação, tem vantagens, e nos restaurantes no país ou cidade que forem resultar é, por vezes, um alívio. :)



Depois, é tentar fazer alguns programas que lhes possam agradar (na viagem a Barcelona, e porque também já conhecíamos a cidade, acabámos por ir a parques, para elas poderem andar de baloiço, e foi bem giro) e planear bem o dia, de forma realista, sem grandes expectativas e listas enormes a cumprir, de forma a poder ir descansar a casa/hotel a meio ou então chegar a casa mais cedo e já não sair. Ver bem se vale a pena subir 300 escadas até ao castelo, ver se compensa aquele museu onde se paga bem, se provavelmente àquela hora, o miúdo vai estar com fome, etc, etc. E, mesmo depois desse desprendimento, houver umas birritas, É NORMAL. Respirar fundo. (Por acaso queixo-me zero delas em viagem, são sempre uma surpresa muito positiva, tirando um ou outro voo de regresso).



5) Não digam nunca "isto não são férias!"
Até porque não é verdade. É verdade a parte em que não se descansa o corpinho, mas a verdade é que muito provavelmente serão as férias mais incríveis, de que se vão recordar daqui a uns anos. Por mais que possamos chegar mais cansados do que saímos, por mais que as unhas dos pés encravem de tanto caminhar, de uma ou outra birra que nos pareça despropositada, por mais que chova e que isso nos estrague alguns planos, não há nada mais enriquecedor do que passear com os nossos filhos. Para nós e para eles. A dinâmica em família, o desafio, a aventura, a descoberta de sítios novos e sabores novos, o aprender algumas palavras novas (e vê-los a repetirem), o facto de podermos estar felizes e passar-lhes isso é impagável. A Isabel ainda hoje se lembra da viagem a Barcelona e sabe que foi lá que aprendeu algumas coisas de espanhol (para a próxima tento o catalão). Por isso, "isto não são férias" é uma frase muuuuuito injusta. São outro tipo de férias. E um privilégio.


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Sobre a porcaria dos rankings das escolas

Eu sou a boa aluna que via sempre o nome nos quadros de honra das escolas, que recebia diplomas e que terminava o ano com 5 a tudo, ou quase, que nunca teve um 3 na vida, e que entrou para a faculdade com 18,2 ou o que foi. Eu sou a aluna certinha, estudiosa, responsável, participativa, um regalo para qualquer professor e um orgulho para qualquer pai.

Mas eu... eu sou uma privilegiada e tenho noção disso. E eu, neste momento, adulta, em que penso sobre o assunto, tenho noção de que os diplomas são uma merda e de que os rankings da escola são uma falácia enorme e que só perpetuam as disparidades em vez de ajudar a atenuá-las. Eu, que penso sobre o mundo (e nem é preciso muito para se chegar a esta conclusão) tenho noção de que, por mais indicadores que incluam nestes rankings, os colégios e as escolas públicas de contextos privilegiados vão continuar a estar à frente. O que se quer então com isto? O que muda? O que nos acrescenta? 

Todos os anos a mesma luta, a mesma concorrência desleal para se concluir o quê? Que a escola 234 é melhor que a 300, como comparava o Alexandre Henriques, no Público? Em quê? Tem um melhor projecto educativo? Teve menos alunos retidos? Tem mais ou menos alunos que conseguem pagar explicações? Mostra o ranking que há ali alunos que em vez de estarem a estudar para a prova x tiveram de tomar conta do irmão bebé porque o pai estava no segundo turno do dia? Mostra o quê, exactamente? Não haverá escolas fantásticas, que fazem um esforço enorme para integrar todos e mitigar as carências, que fazem das tripas coração para ensinar e chegar a todos, e que não estarão num bom lugar no ranking? Valorizemos a escola.

A escola tem de ser muito mais do que um número, do que uma pauta, do que um lugar numa tabela. Onde ficam as necessidades individuais de cada aluno? Onde ficam os esforços de professores em fazer omeletes sem ovos?

Basta a esta cultura da humilhação. Basta aos egos. Basta a este modo de olhar para as escolas como um negócio. Basta a esta competição desleal, a este umbiguismo. 

Eu, boa aluna nas filas da frente, tinha pais presentes que me ajudavam a estudar ou que me pagavam explicações de alemão para que eu aumentasse um 16, a meu pedido, e sabiam quando tinha testes. Tinha férias. Tomava o pequeno-almoço em casa. Tinha presentes nos anos e fora deles. Tinha actividades fora da escola. Tinha bons professores, uma escola onde não passava frio, e alunos de classe média e média alta com quem podia disputar as melhores notas, fazer trabalhos de grupo e aprender. Eu, se tivesse nascido em Regosive*, atrás do sol posto, se tivesse pouco acompanhamento, passasse necessidades e não tivesse boas notas, não iria precisar deste espectáculo, que me esfregassem na cara o quão má era eu e a minha escola. Eu, se tivesse nascido em Regosive, atrás do sol posto e se quisesse ter esperança para dar a volta à situação, não quereria este negativismo todo e este veredicto quanto ao meu futuro, nem este perpetuar de preconceitos. Quereria um movimento da sociedade que procurasse maior justiça nas escolas e que pudesse oferecer às escolas públicas de Regosive as mesmas condições de trabalho da escola privada na capital xpto. E, também, que os exames e os rankings não fossem um fim último, uma obsessão colectiva, em prol dos quais tudo funciona.

O propósito da escola não é nem pode ser esse.




 *nome inventado




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Não devemos estar juntos (só) pelos nossos filhos.

No seguimento do meu post da semana passada "Então não é amor" recebi uma mensagem que me deixou a pensar, ainda mais, neste tema. 

Nem a propósito, nesse mesmo dia, a Porta dos Fundos publicou o sketch Vida de Pai, que deu que falar nas redes sociais por satirizar a facilidade da gravidez e da chegada de um filho para o Pai. Para ALGUNS PAIS. Queria acreditar que será, cada vez mais, a minoria, mas não sei se será bem assim: não posso reger-me pela minha realidade e pela da maioria das minhas amigas e amigos porque sei que isso não faz a regra: bem sei que há milhares de realidades e de contextos e hábitos. No entanto, isso não impossibilita que eu dê a minha opinião sobre o tema, correndo o risco de ser demasiado generalista e/ou simplista. Será sempre a minha perspectiva e experiência sobre o tema, como mulher, mãe, amiga e filha e não um estudo científico ou uma reportagem.

Na mensagem diziam-me que aquele post não parecia vir de uma mãe extremosa, que põe o interesse dos filhos à frente de tudo o resto. Falava-se do facilitismo com que as mulheres agora se separam dos pais dos filhos, quando foram elas que os escolheram. E também que não deveria haver mais nenhum elemento egoísta na relação, porque quem sofre com o divórcio serão sempre os filhos. Falou-se de muita coisa ali (atenção que prezo muito quem me enviou a mensagem, apesar de estarmos em pontos diametralmente opostos em muitas opiniões). E não acho nada que eu tenha a verdade absoluta. Tenho noção de que cada caso é um caso, cada relação, cada suporte emocional, cada modo de encarar a vida, a família e as relações.

Mas continuo a bater o pé para levar a minha avante: eu não seria feliz se o pai da minha filha não se revelasse um pai, naquilo que, para mim, é a verdadeira acepção da palavra. Nem se não se revelasse um companheiro que faz das tripas coração para estarmos todos bem, em família, partilhando o bom e o mau. Dizia-me que não havia muitos homens como o David. Não sei se não há muitos Davids (conheço alguns). O que eu digo é que se não há, devia haver. E não, não há nenhum romantismo nisto, há pragmatismo. Se não há Davids e se mais Davids fariam mais mulheres e famílias felizes, vamos então educar os miúdos de hoje a saberem que podem conciliar a carreira com os filhos. Vamos educar os miúdos de hoje a que um homem também pode ser educador de infância. E que um pai também pode tirar a licença. E que um pai também vai às consultas com o filho e que sabe qual é o peluche ou a canção que o acalma de noite ou a hora a que tomou o último Benuron. Porque a mãe também pode querer ir a uma reunião importantíssima. Porque a mãe também tem o direito de se sentir feliz e realizada com o seu trabalho, sabendo que o filho ficou com a outra pessoa que o conhece tão bem, ou melhor do que ela, e em quem confia.

Nos dias de hoje, homens e mulheres devem ser livres para escolher o que querem fazer da vida e devem poder conseguir conciliar o papel de mãe e de pai com o trabalho. Ou devem, em família, chegar à conclusão que um deles quer ficar em casa com os filhos e o outro vai trabalhar. Ou tentar trabalhar, caso queiram e possam, cada um em part time. Ou poderem ter ambos uma carreira, trabalharem os dois, e estarem ambos próximos dos filhos, um dia mais um do que outro. O que quer que seja a resolução de ambos, tem de poder ser concretizada, sem tabus e preconceitos.

Um filho ou uma casa não é responsabilidade só da mãe. Se há mães, e pais, que preferem que assim seja, que se conjugam e que ambos acordam com a distribuição mais "clássica", digamos assim, dos papéis, perfeito (desde que os filhos, homens e mulheres, saibam que esse modelo não tem de ser necessariamente replicado). Enquanto todos estivermos bem com as nossas escolhas, todos estarão bem. 

Agora, quando há uma má distribuição de tarefas e de interesses e há frustração de parte a parte ou quando já não se consegue arranjar um laço que una o casal além das coisas práticas do dia a dia e dos filhos, não acho que as relações devam durar "só" porque sim. Não me parece, sequer, que haja facilitismo na hora de dizer "basta". Não conheço quem o tenha feito, só porque sim. Conheço quem tenha tentado e tentado e tentado, mas não estava a ser feliz. Achar que essas pessoas não são fortes porque não aguentaram o barco parece-me injusto e até um bocadinho victim blaming. Falando de uma classe média que quando chega do trabalho e quer ter momentos de qualidade com os filhos,  com jantar para fazer, roupa para preparar, banhos para dar e casa para arrumar e quando o marido marca reuniões para essa mesmíssima hora, para evitar "a hora da crise", ou vai desanuviar/jogar à bola com regularidade, ou está em casa, no sofá, mas muito cansado... quanto tempo se consegue viver sem sentir alguma sensação de desilusão? Quanto tempo temos de esperar para que essa fase passe? Que culpa é essa que nos faz sentir que temos de ser mártires e que tira o peso de cima deles? Esta sociedade patriarcal está muito presente em tudo o que somos, fazemos e sentimos. Temos de nos libertar disso. Temos de tirar de cima das mulheres este peso. 

Atenção: não ponho em causa que haja um período de reajuste difícil de se fazer. Não ponho em causa que o pai ande aos papéis durante uns tempos. E a mãe. Fazemos o luto de muita coisa quando os nossos filhos nascem. Há muitas coisas a gerir, uma responsabilidade enorme, uma procura de balanços, uma sociedade que exige de nós muita coisa ao mesmo tempo, que nos dá muitos likes no Facebook mas poucos abraços na hora em que mais precisamos deles. O sentido de comunidade e entreajuda perdeu-se e fica muito em cima de nós, mães e pais. É difícil não quebrar. 

Mas não. Não devemos continuar juntos só pelos nossos filhos. Nem nos contentarmos com o que há. Devemos procurar a felicidade nas pequenas coisas, sim, tentar uma e mais uma vez, encher-nos de força e jogar a bola para a frente, mas sem escamotear tudo o resto, que nos falta e que vamos engolindo e acumulando, disfarçando e tapando, em camadas, porque é isso que esperam de nós e porque temos de ser fortes. Nem pelos nossos filhos. As crianças precisam de uma mãe e de um pai o mais felizes possível para se sentirem protegidos. Não precisam de estranhos a viver debaixo do mesmo tecto, nem de uma mãe, ou de um pai, que tenta disfarçar que não está feliz, só por eles. Eles sentem tudo. Tudo.

Não quero incitar à rebelião nem desassossegar ninguém com estas minhas reflexões. Quero tentar minimizar a culpa, caso se tenham separado recentemente ou caso tenham decidido fazê-lo (como recebi, aliás, feedback do texto anterior). Quero que não se marquem reuniões de trabalho para as 7 da tarde. Quero que o pai possa ir a consultas sem se estranhar. Quero que os filhos possam crescer com o cheiro e o colo de um pai quando estão doentes ou que este saiba como lhes acalmar uma birra. Quero que as mães tenham com quem dividir o bom e o mau. E que exijam isso. E que os homens percebam isso e sintam isso como uma necessidade e um prazer.

Segundo o estudo Determinantes da Fecundidade em Portugal, de 2014, uma das razões apontadas para não se passar do primeiro para o segundo filho era a "dificuldade sentida pelas mulheres em conciliarem trabalho e família, experimentadas após o nascimento e durante a criação do seu 1º filho. (...) A excessiva dedicação do pai à atividade profissional pode tornar-se um obstáculo à transição para um segundo filho".

"Para além da condição económico‐financeira, o tempo de dedicação aos filhos parece assumir particular relevância tanto na intenção, como posteriormente na decisão: mais tempo para que o pai possa partilhar com a mãe as tarefas domésticas e o cuidar dos filhos, aumentando o tempo dedicado à família. Eventualmente, não existindo hipótese de se concretizar uma partilha de responsabilidades mais igualitária, parece não restar outra alternativa senão permanecer com um único filho."


Isto quer dizer alguma coisa. 

E não. Não há nada de errado ou de egoísta em querer ser feliz. Nada. Se forem boas pessoas, não será nunca de ânimo leve, mas depois de muito pensarem, tentarem, pedirem, depois de duas, três, quatro oportunidades, meses ou anos, que tomarão uma decisão.





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1.29.2018

Então não é amor.

Ele não mudou quando tudo mudou?
Então não é amor.

Ele não quis ser pai, não quis mudar fraldas, não te levou umas torradas à cama, enquanto adormecias sentada, com olheiras até ao pescoço, não pegou na bebé para ires tomar um banho, não pegou na bebé para a conhecer e ser pai dela, para lhe saber o cheiro e a pele sedosa...

O Amor é algo tão arrebatador que até te pode deixar meio banzado, meio desorientado, mas depressa é impelido a encontrar o Norte. O Amor não deixa tantas dúvidas por responder, não é assim tão indecifrável. O Amor não é difícil, ao contrário do que todos os filmes e livros nos fazem crer. O Amor é fácil. Difíceis são as relações. Ou as pessoas. Mas, se houver Amor, ele resiste. Ele resiste às cólicas, às noites mal dormidas, ao mau feitio. Resiste aos momentos de loucura, aos sábados a acordar às 7 horas, às férias que não são férias (chamem-lhe outra coisa pelo amor de Deus!).

Digo eu. Digo eu que (só) amei três homens em toda a minha vida. Digo eu do alto da minha pouca experiência em relações difíceis, em vidas complicadas, em personalidades vincadas ou intempestivas.

Eu sou uma sortuda. Mas, ao lado da sorte que não nego, também acho que escolho bem com quem divido a vida. Acho que me valorizo e não deixo que desçam do patamar que idealizei. Eu não admito que a pessoa com quem cruzo os pés frios debaixo dos lençóis seja egoísta, preguiçoso, desligado. Antes e depois dos filhos. Não admito que me falte ao respeito, que me fale mal, que me trate como inferior. Não admito, tão pouco, que não seja pai e marido, que não partilhe tarefas que cabem aos dois, ou que não haja interesse em organizar uma casa de acordo com o que cada um faz melhor.
Se, depois de discussões, não se chega a nenhum consenso, não se tenta mudar ou melhorar: então não é amor. 

Há relações que sobrevivem sem companheirismo e sem Amor? Sim, há. Haverá algo que compense tudo isso? Para mim, não. Viver aprisionada a uma esperança sem grande futuro não me encheria as medidas. Deve ser duro: deve ser duro não reconhecer no outro a imagem que idealizou. Deve ser duro abandonar um projecto a meio. Deve ser ainda mais duro quando há filhos envolvidos. E contas. E expectativas. E sonhos. E desilusões.

Mas se não estás feliz, então falta AMOR. Algures. Procura-o. Tenta. Uma e mais uma vez. Procura-o. Em ti. Nele. Se não o encontrares, então não é Amor. É o que resta dele. Não te contentes com restos.







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1.28.2018

A primeira vez que falou da morte.

Ainda há uns dias estava na minha barriga e agora já me está a perguntar se vou morrer muito velhinha.

O tema chegou mas, por enquanto, sem qualquer angústia. Pareceu-me.

Respondi-lhe que sim, vou morrer muito velhinha, quando ela também for já muito velhinha. Foi o que me saiu, nunca tinha pensado muito no assunto. Lembro-me, no entanto, de sentir essa angústia. Tinha medo de que a minha mãe e o meu pai morressem. E lembro-me precisamente de que a resposta de que iam morrer já muito velhinhos não me apaziguava grande coisa. Eles iam morrer e era difícil de lidar com isso. Lembro-me bem do dia em que morreu uma amiga dos meus pais, mãe de duas miúdas. Já era mais crescida, devia ter uns 8 anos, mas aquilo abalou-me. Como é que aquelas crianças iam viver sem a mãe? Aprenderam a rezar-lhe, a falar com ela. Eu só chorava a imaginar tamanha dor. Depois a minha avó Isabel, a primeira pessoa da família a partir e o primeiro sentir na pele a perda. Estive anos e anos com medo de telefonemas. O telefone soava e eu pensava que viriam de lá más notícias. O telemóvel tocava e eu achava que alguém iria dizer que alguém que eu amava tinha morrido. Tive medo.

Acho que nunca se está preparado para a perda de alguém, por mais religioso que se seja. Pelo menos não na nossa cultura. Mas acho que a idade me trouxe uma maior serenidade em relação a este assunto - ou prefiro pensar que sim.

Mas agora tenho de pensar neste tema a sério, mais não seja para arranjar formas de o explicar à minha filhota.
Como falam deste tema com os vossos filhos ou como pensam vir a falar? Que textos/livros aconselham?

Obrigada!




C&A




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1.24.2018

A minha amiga/ irmã / cunhada está grávida. O que posso oferecer-lhe?

Gravidez. Primeiro filho.
A alegria, o segredo, as expectativas, as dúvidas. Será que vai correr bem? Vou dar conta? Vou adormecer em frente ao computador no trabalho mais quantas vezes? Vou continuar a vomitar nos próximos 8 meses? Como assim enjoar peixe? Vou engordar muito? Isabel ou Maria? O que preciso de comprar? O que preciso de saber? Que livros ler? Que livros ler sem adormecer? :)
Parece que já foi há uma eternidade, mas lembro-me bem deste rebuliço. Trabalhei até às últimas e trabalhava muito, por isso, não tive o tempo todo do mundo para fazer o ninho e para ler tudo o que tinha a palavra "bebé" na capa, mas primeiro filho já se sabe: há um enxoval para ir fazendo e tudo parece ser muito importante. Pomos muito amor em tudo. Começamos a usar "inho" em tudo. É uma fase mesmo, mesmo, mesmo boa. Eu cá gostei. E gostei muito também de me sentir apaparicada. Não tive grandes desejos (laranjas conta?) nem grandes exigências, mas recebi mimos e palavras muito bonitas. Gostei de receber alguns presentes também e que me tivessem emprestado umas quantas coisas. 

(Não posso ver imagens destas que fico logo com o relógio todo descontroladinho)

Agora estou na fase de ser eu a emprestar, a oferecer e a aconselhar às minhas amigas (tive filhos mais cedo que a grande maioria delas). Uma delas já me pediu que lhe fizesse uma lista do que é mesmo, mesmo necessário e irei fazer, prometo. Por agora. uma mais curtinha de:  
o que oferecer a uma amiga, irmã, colega, cunhada que está grávida ou que teve o bebé há pouco tempo?
Roupa para o bebé é uma boa prenda, mas provavelmente não vai ser muito original (além de que podemos enganar-nos no número, calcular mal a altura em que vai nascer se comprado com antecedência, etc, etc). Roupa para a mãe também pode ser fixe, mas é preferível que seja ela a experimentar e estraga-se o factor surpresa. Cremes para estrias tem de ser MESMO a mãe a escolher porque, se forem como eu, vão enjoar cheiros muito fortes.

Deixo-vos as minhas sugestões, nas várias áreas.

DECORAÇÃO e OUTROS DETALHES

Álbum de Bebé "Olá, Mundo!"


Depois de ter comprado um fofinho para oferecer ao David, comprei este para oferecer a uma amiga nossa, quando a bebé dela nasceu. É um álbum para registar todos os momentos do primeiro ano do bebé, cheio de autocolantes queridos e espaços para personalizar.

Bandeirinha ; Moldura Mr Wonderful ; Luz de Presença Unicórnio

Uma luz de presença fofinha, uma bandeirola para decorar o quarto com uma mensagem querida, uma moldura, atentem bem no que se segue. Adoro esta marca!



Um do li tá: difícil vai ser escolher.



LIVROS para a mãe (e para o pai)


Os Bebés também querem Dormir, da Constança Ferreira

A Constança é das primeiras pessoas que nos deve ser apresentadas assim que engravidamos. Ajuda a quebrar aqueles mitos que a nossa sogra ou vizinha do quarto esquerdo já fizeram questão de nos tentar passar: tem de se deixar chorar, que precisam de adormecer logo sozinhos, porque caso contrário ganham manhas e outras coisas que tal. É importante conhecermos as necessidades biológicas de um bebé para que aprendamos desde cedo a relacionarmo-nos com ele e a perceber as suas exigências. Primeiro livro a ler, mesmo antes de todos os outros, este.

Educar com Mindfulness, Mikaela Övén

Não sei se conhecem a Mia, mas é uma lufada de ar fresco no meu feed do Facebook. Fiz um workshop uma vez com ela, pela internet, e fiquei ainda mais fã. Sim, acho muito importante estarmos na nossa melhor versão quando temos à nossa frente o maior dos desafios. Mindfulness faz falta neste mundo em que tudo corre depressa e em que nem sempre temos paciência e calma para apreciar e resolver o que nos incomoda.

Mãe, quero mais, da Leonor Cício

Um livro com receitas para os miúdos dá muito, muito jeito. Neste há sugestões a partir dos 6 meses para sopas, papas caseiras sem açúcar (mas deliciosas) e pratos apetitosos e fáceis de fazer (e tem também uma pequena parte dedicada ao Baby Led Weaning, que fiz com a Luísa, que é bom para iniciantes). 

Um que não conheço, mas vou ver se trato disso é este: Pais à Maneira Dinamarquesa. "O que sabem as pessoas mais felizes do mundo sobre como educar crianças confiantes e capazes", com tópicos práticos. Gostei. 
Agora até recomendava o nosso livro, mas não o vou fazer. Está aqui o link, só por acaso, mas não vos quero influenciar. :)


LIVROS e BRINQUEDOS para o BEBÉ
Já insisti aqui que livros são das melhores coisas que se pode oferecer a uma criança. Comecei a fazer a biblioteca da Isabel tinha ela dias (oferecia um todos os meses) e ainda é das coisas que peço, quando me perguntam o que as miúdas querem. Brinquedos didácticos e apropriados aos primeiros tempos são também uma boa aposta.

 

As Cores do Elmer 

O Elmer é uma personagem muito querida cá em casa. Com páginas duras (imprescindível para as mãos sapudinhas e destruidoras da Luísa) e cores vibrantes, cativa a atenção desde logo.

 Guizo Zebra Tuc Tuc 
Bebé tem de ter uma roca, um guizo. Nos primeiros meses, eles não ligam patavina a bonecada (falo pelas minhas) mas assim que descobrem o poder de agarrar em objectos, gostam de chocalhar. Um peluche macio com guizo é sempre uma boa aposta.


 Ginásio Sons da Natureza

De acordo com o vosso orçamento para o presente ou grau de proximidade com a grávida, deixei para último um presente que é muito útil e didáctico. A Isabel passava imenso tempo a brincar no ginásio e foi lá que começou a arrastar-se e a rebolar e tudo.


SÓ mais um: O meu primeiro puzzle com animais de estimação é também uma boa ideia: Lego é sempre uma boa ideia e tudo o que diga "o meu primeiro" é fofinho e vale logo pelo simbolismo. Se for um puzzle, é dinheiro bem investido, mesmo que demorem a saber completá-lo, manuseiam, aprendem as formas, os objectos e animais.

Espero que tenham gostado! Tive de usar, a muito custo, o meu (fraco) poder de síntese para não escarrapachar aqui com 40 opções e deixar-vos na mesma, cheia de dúvidas.

A FNAC está com descontos até 40%, passem por lá e espreitem! [E agora com Tuc Tuc no catálogo também].





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