11.15.2018

Solução para não haver stresses à hora de jantar e dormir: chá de tília.

Às vezes parece mesmo demasiado para nós, não é? É porque é. Chá de tília, minhas amigas, oiçam o que vos digo. 

Estou agora a espreitar um documentário que deu na RTP 2, A Ciência Explica: A Ciência da Maternidade que, ao que parece, só está disponível mais um dia ou dois e, por isso, espreitem obrigatoriamente. 

Estamos habituadas a achar que tudo o que não conseguimos fazer (de acordo com as nossas expectativas que serão altíssimas para as nossas condições) é por culpa nossa e por falta de empenho, mas não é verdade. Temos de ser mais generosas connosco. Ainda não acabei de ver este documentário, mas já me está a ajudar a "perdoar-me" do que me achava "culpada". 

Foram estudar tribos em que as mulheres cuidam dos filhos em conjunto, naquilo que chamam "educação conjunta". Enquanto uma mãe está fora, por exemplo, a pescar, outras mães cuidam da criança e, se for preciso amamentar, amamentam a criança. 

Isto explica toda a ansiedade que senti quando ela era pequena e havia a necessidade de amamentar em livre demanda e tentar conciliar isso com algum tempo para mim ou aquilo a que chamamos "ter vida". Depois falo-vos mais disto, deixem-me digerir o documentário.

No outro dia, a Joana Paixão Brás escreveu um post sobre beber um copinho de vinho aqui e ali para descontrair (dito assim até parece que estou a dizer que ela é uma alcólica, mas acho que não, hehe). - A maternidade exige um copo de vinho. E confesso que , de vez em quando, olho com um ar guloso para as Sommersby que tenho no frigorífico. Só não me atiro a elas com medo de criar um padrão (noto que me vicio muito rapidamente em coisas e, por isso, tenho de ter cuidado). 

Bom, posto isto, no outro dia, inspirada pela chuva e pelo mau tempo, pensei: vamos lá começar com os chás. A Irene, num lanche, provou o chá de tília da avó e gostou e... uma coisa levou à outra e ontem tive dos finais de tarde mais relaxados de sempre. 


Bebi meia chávena de chá de tília quando cheguei a casa (a Irene iria estar com o pai duas horas) e além de ler um bocadinho de um livro (tenho de vos voltar a falar dele: Adenóides sem Cirurgia) também consegui adormecer meia hora. Quando a Irene chegou, também pediu chá e acabámos por beber as duas. Foi óptima a noite, mesmo com a Irene sem paciência e meio adoentada. Os meus níveis de ansiedade baixíssimos, foi fantástico. Até adormecê-la. Fiquei com ela enroscada em mim muito mais tempo por estar em condições de aproveitar. 

Hoje de manhã, por saber que a Irene iria pedir o chá novamente (até porque acrescento um pouco de mel), fui informar-me sobre as caractéristicas e benefícios do chá de tília para a saúde e com que frequência poderia dar-lhe ou não esse chá. Li que era: 

  • Ansiolítico; 
  • Óptimo para gripes e contipações; 
  • Ajuda a controlar a febre; 
  • Ajuda a suar (alguém que já se tenha queixado disso? ahah), 
  • etc., que poderão ler no site. 

Ou seja, isto não só lhe faz bem ao ranho constante nesta altura do ano (adenóides gigantes e amigdalas e sei mais lá o quê) como também nos deixa às duas mais calmas. Claro que não me vou por a dar-lhe isto tipo soro, mas... já tenho mais alguma coisa com que jogar, heheh. 

Principalmente comigo, vá. 

Claro que o vinho ajuda, mas o chá de tília, meninas. Ainda para mais, no dia seguinte (hoje de manhã), tinha o meu intestino super cooperativo o que me deu uma sensação óptima de barriga lisinha (as if... lisinha dentro do género, vá). 

Fica a sugestão. :)





11.12.2018

Estive 3 horas a achar que tinha ganhado um BMW e afinal não.

Aconteceu há uns 6 anos. Numa feira havia um passatempo para ganhar um BMW. Um stand, um BMW e uma tombola onde, depois de escrever uma frase inspirada, deixaríamos a nossa sorte. Eu e a minha mãe participámos, com frases diferentes. Não me lembro do que escrevi, mas devo ter usado os meus floreados, ou feito umas rimas, não faço ideia. Deixei lá a minha participação e a minha mãe a dela. Passados uns tempos, recebo um telefonema, que foi mais ou menos assim [perdoem-me, mas entretanto tive duas filhas, duas amnésias e mais uns quantos neurónios cometeram suicídio]:

"- Muito boa tarde.
- Boa tarde.
- Daqui fala xxx, da xxxx, do passatempo BMW xxxx xxxx xxxx
(eu já com o coração a acelerar)
- Sim...
- Era para anunciar que foi a vencedora.
(zumbido, não ouvi mais nada)
- Não acredito! Não estou a acreditar! Oh meu Deus!!!
- Acredite! Parabéns! É realmente um prémio fantástico. Até queria ser o meu filho a dar-lhe a notícia, de tão entusiasmado que estava.
- Estou muito, muito feliz!
- Que bom! Também ficamos por si. A frase estava fantástica [deve ter usado outro adjectivo, não faço ideia da riqueza de sinónimos do senhor].
- Então e agora? Como faço para levantar o carro?
- Agora marca o fim-de-semana no Hotel XXX em Cascais e vem cá levantar antes que tratamos de tudo.
- Ah! Exacto! Venci a noite no hotel, claro! 
- Sim, sim, é fantástico mesmo. [lá está, não sei se foi isto]"

Nisto, uma pessoa telefona aos pais, ao irmão, ao David, comenta no trabalho, diz à amiga, uma grande festa. Afinal não calha só aos outros, que maravilha, Já a fazer planos, vender o meu pequenino, ou mais tarde este, Meu Deus, que carrão, nunca na vida. Isto há pessoas com sorte. Fantástico. Fantástico. E as palavras do senhor a ecoar.

Três horas mais tarde, liga-me o meu irmão que conhecia não sei quem que era familiar de não sei quem e caiu-me tudo. Afinal eu não tinha ganhado um BMW. Um BMW nunca esteve a concurso. Mas sim a tal noite num hotel de 5 estrelas para o qual iríamos de BMW. [nem eu nem a minha mãe percebemos ou lemos as letrinhas pequeninas, sei lá].

Pausa para uma lágrima. 
Pausa para outra.

Não chorei, é figurativo. Mas foi um choque.

Não ter um carrão não era problema. O problema foi ter tido um e afinal não. É aquele chupa-chupa que se dá a uma criança e "Ah! Afinal não podes, enganei-me".

Tem graça por ter sido verdade.



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A que brincam elas? - NOVIDADES

Com dois pais que não se levam muito a sério e que embarcam em teatros e danças malucas, acho que já perceberam que não há regras nem limites. Brincamos a tudo cá por casa. Há espaço para livros e puzzles, folhas brancas e brinquedos com luzes, música alta e jogos divertidos. Não há nada mais gratificante do que ouvir aquelas gargalhadas e perceber que estão a crescer, não há nada melhor do que vê-las a aprender enquanto brincam. Há brinquedos que juntam o melhor dos dois mundos: que as fazem rir e que lhes ensinam coisas novas, como o Beat Bo e o Movi da Fisher-Price. Ficam de sugestão já para o Natal. 

Vídeo novo :) 



Post em parceria com a Fisher Price


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Já sei para que serve o bolso das cuecas!

Falar sobre cuecas na internet é sempre um bom tema. Espero que renda (inserir aqui trocadilho com cuecas de renda e ter dito renda). Por acaso, tanto me dá. Queria só partilhar convosco que é sempre maravilhoso constatar como é que as crianças vêem o mundo. E poderia estar a falar de coisas mais profundas como a essência e a energia das pessoas que as rodeiam, mas não, estou a falar do bolso das cuecas. 

Confesso que já me tinha debruçado a pensar nisto, nesse momento que vocês estão a imaginar, mas ainda não tinha chegado a nenhuma conclusão. Acho que na altura ainda não tinha um smartphone senão, em vez de estar a olhar para as cuecas... estaria a olhar para as milhares de contas de influencers que não sigo, muahah. 

Aliás, não vos contei, mas ontem cancelei o instagram durante um bocadinho (desinstalei mesmo o bicho para não ter tentações). Já tinha voltado a viver daquilo (não no sentido de fazer dinheiro infelizmente, mas no sentido de não largar um segundo) e eu sou das radicais (lembrei-me do Portugal Radical e do biper que o meu pai me deu que serviu para... hmm.. nada). Terei que voltar em breve por motivos profissionais mas, por agora, sinto que eu é que mando nisto. 


Bom, adiante, a Irene estava a fazer o seu número 1 quando me apercebi que aproveitou o "bolso das cuecas" para guardar alguns bonequinhos. 

- Então, Irene? Que raio? 
- Pus no bolso das cuecas. 

E é realmente um bolso. 

Entretanto fui pesquisar e é para proteger a mucosa (ahhh o quanto adoro esta palavra, acho que mucosa e rata são das minhas palavras despreferidas). Ai que ela escreveu "rata" no blog. Pronto, agora é que fui mesmo despromovida do mundo da maternidade. Já o não usar golinhas e tirar fotografias por baixo de sobreiros estava a pedi-las, quanto mais dizer rata, pelamordedeus. Já estou a ouvir o sons dos e-mails das marcas que quereriam colaborar com a Joana Paixão Brás (porque a mim chegam-me zero) a andarem para trás de fininho. 

Bom, andamos todas com a mucosa protegida - ai que bom - mas isso não explica o porquê de haver um bolso e não uma costura de ambos os lados. 

Pensei que daria jeito para pôr aí 5 euros para não ter aquela emergência de levantar dinheiro. Ou um tampão de emergência para caso nos apareça o período ou até mesmo alfazema. Um pouco de alfazema. 

Afinal é só para não fazer uma dupla-costura - o que seria deste mundo se se fizesse uma dupla costura nas cuecas das meninas (acho que técnicamente fica feio, mas ainda vou conseguir encontrar uma especialista para falarmos mais um pouco do assunto). 

Acho que o mundo visto por eles é mais divertido. Neste caso da Irene, um pouco menos confortável para a mucosa, mas também sabemos que o corpo se habitua às coisas, não é? Eu hoje pus um gorro e sinto que ainda o tenho posto. Talvez tenha de levar o cabelo. Bom, até já. 



11.06.2018

Adeus fralda para todo o sempre?


As mães ficam muito felizes ao verem que os seus filhos ultrapassam uma etapa, que estão cada vez mais autónomos e cada vez mais espertos, mas… também é verdade que, a cada nova fase, ficamos com uma sensação agridoce por vê-los deixarem de ser bebés, os nossos bebés, não é? Custa mais ainda quando a probabilidade de serem o último bebé cá de casa é grande - para não dizer enorme. Adeus fraldas para todo o sempre? 

E este ar de marota?

A Luísa já não usa fralda durante o dia. É uma alegria vê-la ganhar mais esta capacidade; uma gracinha quando nos pede para ficar sozinha na casa de banho; e até mesmo quando nem nos chama para a limparmos. Confesso que ainda não estou a 100% confiante quanto a esta parte, ainda gosto de lá ir examinar e ajudar, mas com as Kandoo e agora com as Aquas, que são 99% água, sem qualquer perfume e biodegradáveis – e que ela pode descartar pela sanita -, é mais fácil confiar. O rabinho fica limpo e hidratado e ela assim não se zanga connosco porque não temos de ir “fazer por cima”.

A Luísa tem praticamente dois anos e meio (ou 29 meses e 6 dias, para quem ainda conta os meses – mas PORQUÊ?!!!) e “só” agora teve o click. Já ia algumas vezes à sanita em maio e junho pela graça, mas quando experimentávamos colocá-la de cuecas, achava que tinha fralda e fazia na fralda. Só corria bem quando andava nua em casa, no verão. Se calhava vestir-lhe umas calças ou cuecas, pumbas, chichi. Até que, há duas semanas, andou sem fralda em casa – e estava vestida - e não houve nem um descuido. Não precisámos sequer de a ir lembrando, ela ia sozinha. Decidimos arriscar e lá foi ela para a escola só com cuecas. Está a correr muito bem! Já arriscámos mesmo viagens mais longas de carro, supermercado, restaurante ou teatro e tudo nos trinques – já se distraiu em casa e na escola, mas faz tudo parte do processo. É preciso é ter calma, não pressionar e muito mostrar desapontamento.

Ainda não está preparada para ficar sem cueca-fralda de noite ou até mesmo durante a sesta, que a fralda ainda vem composta – se for como a Isabel, só aos 3 anos. No caso da irmã, por volta dos três, começámos a pô-la na sanita ali por volta da meia-noite (ia a dormir) e a levá-la à casa de banho logo às 6h30/07h. Desta vez, acho que vou esperar mesmo por ver fraldas enxutas, logo vejo. Já ouvi pessoas que decidem tirar-lhes logo as fraldas de vez, mudar a cama de noite ou levá-los ao WC, mas esta é a forma como acho melhor para a nossa família neste momento: aguardar.
Se os vossos filhos tiverem a idade da Luísa e ainda não estiverem nesta fase, lembrem-se: os miúdos são todos diferentes, têm ritmos diferentes e, às vezes, mais vale esperar por eles do que nos regermos pelas expectativas dos outros e causar-lhes stress (a eles e a nós também).

Dicas para incentivar:
- dar o exemplo, mostrar (de um irmão, primo, ou até mesmo o nosso, caso não tenham problemas com isso – nós não temos) e/ou comprar um livro sobre o assunto (nós lemos à Isabel o As Princesas também fazem Cocó, mas há mais)
- comprar cuecas com os bonecos que eles mais gostem
- comprar um banquinho para facilitar a subida até à sanita (também há redutores, mas por cá não foram muito bem aceites; elas ajeitam-se na sanita “normal”)
- perguntar sempre antes de sair dos sítios se quer fazer para evitar stresses na rua ou em sítios sem casa de banho próxima
- há quem ande com bacio no carro, e uns sacos que se adaptam; há ainda uns redutores desdobráveis para levar para todo o lado, o que pode ser mais higiénico
- ensinar-lhes o ritual todo logo desde início: a levantar a tampa, a puxar a camisola bem para cima, a limparem-se, a puxar ao autoclismo, a vestirem-se e a lavar as mãos
- fazer uma festa quando são bem sucedidos [e normalizar e mostrar compreensão quando não conseguem]

Boa sorte para esta fase, que pode ter tanto de gira como de stressante J














*post escrito em parceria com a Kandoo


Tudo o que já escrevemos sobre desfralde aqui.


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Uma mãe roubou-me o lugar de estacionamento e...

Não estão bem a ver a loucura que é de manhã em frente à escola da Irene para estacionar. É numa praceta e, por isso, os carros têm que esperar uns pelos outros. 

Eu geralmente vou calma porque vou "a horas", moro perto e, por isso, não passei duas horas no trânsito e tal e, por isso, vou tranquila. 

Hoje estava à frente de uma senhora para estacionar, vagou um lugar e ela fez-se a ele primeiro. Ri-me imeeeeeeenso! Olhei para ela e ri-me tanto. Pensei: "Andamos mesmo todas ao mesmo, é o salve-se quem puder, ahah!".


Estacionei um pouco mais à frente, tinha vagado outro lugar e a senhora passou por mim e pediu-me "desculpa ,mas o meu carro é um bocadinho grande e é raro arranjar lugares como aquele" e eu disse "ahaha claro, claro! Ri-me por causa do nosso modo de sobrevivência à procura de lugares de manhã! Percebi perfeitamente!". 

Eu uso mesmo estes pontos de exclamação todos no dia-a-dia, sou muito exclamativa. 

Noutro dia, com outra Joana isto teria sido bem diferente. Claro que não sou mão na anca e ir lá peixeirar (por motivos tão cocós), mas teria dito uns vinte "putas" para dentro (porque a Irene estaria dentro do carro) e faria uma longa dissertação sobre como somos "cabras umas para as outras" e como o mundo assim não vai a lado nenhum, etc. 

Por isso, hoje uma mãe roubou-me o lugar de estacionamento e parti-me a rir! :)

#goals


11.04.2018

Hotel para a noite de núpcias? Este, sem dúvida!

Foi ali que me despedi da vida de solteira (como se a vida se tivesse alterado depois) e onde passámos a noite anterior ao casamento juntos. Sim, sabíamos do "grande erro" que seria os noivos dormirem juntos na véspera do casório e mesmo assim quisemos arriscar. Pausa para explicação: não somos supersticiosos e muito menos achamos que faça sentido dormirmos juntos há 9 anos e, de repente, separarmo-nos na véspera do grande dia só porque alguém diz que tem de ser assim. Respondi a toda a gente com um "mas nós não vamos dormir" por ser uma grande marota :) Não ficámos ali na noite de núpcias porque o casamento não era na região de Lisboa, mas se fosse, podem crer que seria ali.


E que maravilha de hotel! Não que eu tenha grandes termos de comparação, já que não ando propriamente a esfregar este corpinho pelos melhores hotéis do mundo, por falta, essencialmente, de tempo, claro (plim plim - som da caixa registadora), mas já estive precisamente num hotel também de 5 estrelas ali mesmo ao lado (ganhei a estadia num concurso há uns 6 anos, depois conto-vos este episódio que teve imeeeeensa piada, já que eu andei 3 horas a achar que tinha ganhado um BMW e depois afinal... não) e o InterContinental Cascais-Estoril ainda conseguiu superá-lo. É uma experiência única.

O quarto então é uma coisa sem explicação, mas eu vou tentar. Enorme, com uma cama daquelas digna de filme, bandeja com fruta e vinho a receber-nos, uma varanda gigante com vista para a piscina e para o mar, uma banheira excelente com um apenas um vidro a separá-la do quarto... um verdadeiro luxo. É o sítio ideal para uma noite de núpcias ou para descansar antes do grande dia, como fizemos. 







Tevemos a sorte de, em outubro, apanhar uma tarde de piscina mesmo boa. Lanchei, ali mesmo, com o Renato e a Raquel, os meus padrinhos e depois fomos até ao SPA e à piscina interior, um espaço também muito agradável e sossegado.




Depois do banho, fomos jantar ao Atlântico, o restaurante do hotel, envidraçado, com uma vista linda e com pratos mesmo, mesmo saborosos, pelo chef Miguel Laffan, de Cascais e já com duas estrela Michelin no currículo.














Ao acordar, aquela vista e o nascer do sol foi o cenário perfeito para escrever os votos. Emocionei-me muito, ali, na varanda. Senti-me muito feliz. Depois do banho e de um pequeno-almoço que tinha tudo para ser perfeito - e só não o foi porque eu tinha o estômago embrulhado do nervosismo (dá Deus nozes a quem não tem dentes...) -, lá nos despedimos e só nos voltámos a ver para nos casarmos, eu vestida de noiva e em lágrimas, ele sorridente e nervoso.









A experiência aqui foi toda muito, mas muito boa. E começou logo na recepção. Não é todos os dias que nos vão estacionar o carro, que levam as nossas malas até ao quarto, que nos fazem uma apresentação do hotel tão simples e simpática (obrigada, Frederico!) e que somos tão apaparicados. 
Soube mesmo bem! Mais do que aconselho este hotel. Que sejam tão felizes ali quanto nós fomos. 








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Ser o irmão mais velho é uma valente treta

Ser o irmão mais velho é uma valente treta.
Deixamos de ter a casa e o coração dos nossos pais só para nós.

Ser o irmão mais velho é uma valente treta.
Deixamos de poder ir ao cinema ou ao teatro ou fazer coisas de "crescidos" enquanto o irmão mais novo não tiver idade. Ou vamos, mas muito menos.

As nossas mãos deixam de ser pequeninas, os nossos pés tornam-se enormes e a nossa pele deixa de ser tão macia.

Deixamos de poder ir a conversar no carro porque o bebé se sobrepõe ou chora ou não nos deixa falar.

Deixamos de poder fazer birras, de nos queixarmos ou de fazer disparates porque olham para nós como pessoas já com mestrado, quando ainda nem fizemos a primária.

Deixamos de poder subir a um muro porque temos de dar o exemplo.

Nunca mais comemos um gelado sossegados. Ou um chocolate por inteiro.

Deixamos de poder fazer jogos de tabuleiro ou brincar com peças pequenas só porque é perigoso para o bebé.

Ser o irmão mais velho é uma valente treta.
Deixamos de ter o nosso espaço, o nosso lugar e de ser incomparáveis.
Deixamos de ter um colo só para nós e de ser pequeninos.
Às vezes nem nos vêem, não nos ouvem nem perguntam por nós na rua.
Não podemos ripostar porque "é o mais novo", "é bebé", "coitadinho dele".
E até arcamos com castigos, à custa do outro. 

Ser o irmão mais velho é uma grande treta.
A chave do diário é descoberta. E os nossos segredos mais preciosos.
Nem conseguimos ir a concertos, festivais ou discotecas sozinhos ou com os nossos amigos.
E, imagine-se, até podemos ter de voltar a viver juntos, para estudar. 
Ir buscar.
Receber chamadas tardias. 
Emprestar carro.
Ficarmos preocupados.

Ser o irmão mais velho, às vezes, é uma grande treta. 
No resto das vezes não.
Sentimo-nos orgulhosos.
Ensinamos coisas a alguém.
Somos protectores. 
Sentimos um carinho inexplicável. 
Temos alguém com quem brincar. 
Um aliado para os disparates. 
Um par para a dança mais maluca. 
Uma mão para nos segurar.
Uma gargalhada, uma piada, e pipocas para partilhar.
E nem sequer nos conseguimos lembrar de como era a nossa vida antes do nosso irmão. 
Duvidamos até que fosse melhor do que é. 
Só lhe desejamos o melhor da vida. 
Queremos que seja feliz, muito feliz.
Tanto ou mais do que nós. 

Da irmã mais velha.




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4 anos depois, do que me lembro de estar grávida?

Desculpem lá a qualidade da fotografia, mas na altura ainda não era influencer-coiso. Era o que havia: uma fotografia em frente a uma cana de pesca para gatos numa janela. E uma fitinha que vamos todas fazer cara de quem está a levar com o sol na cara e seguir em frente, está bem? 


Lembro-me do dia em que li que era melhor para a criança estar virada para o lado esquerdo, o lado do coração e ter entrado em paranóia com isso. 

Filhas, não têm ideia. Acho que fiquei com 88 contraturas e acho que a miúda tem um lado da cara mais espalmadito por eu ter levado isto tanto à risca. Não sei se é verdade ou não, mas quando dava por mim virada para o outro lado até sentia palpitações.

Porém, basta uma rápida pesquisa na internet para ver a confusão em que o mundo está relativamente ao assunto:


Lembro-me da "pior coisa" que fiz que foi sacar o solitário para o telemóvel. 

Toda a gente aí louca com jogos de coiso e tal (na altura acho que ainda se jogava um pouco àquele da quinta no Facebook) e eu presa nos anos 70, vá, a jogar o meu solitário nas noites de insónias ou naquelas noites em que, com dores daquilo que vou dizer a seguir, me custava a adormecer. 


Tive de tomar ferro e fazer cocó era a pior parte do meu dia. 

Ai. Não sei se é de não comer peixe nem nada que venha do mar, mas tive de tomar ferro. E isto não é uma maneira gira de dizer que ia levantar pesos para o ginásio - not anymore - era mesmo tomar Folifer para o bucho e depois ter umas cólicas gigantes além de ver que o meu cocó tinha sempre uma cor que o Dr. Oz diria que não era saudável. O meu corpo gostava de ir à sanita Às 4h da manhã. 


Lembro-me dos murros e pontapés da miúda. 

Saltemos à frente a parte em que eu achava que já sentia murros e pontapés e não sabia ainda sequer que estava grávida. Não vamos mencionar isso porque é esquisito. Porém, a uma determinada altura, a miúda ou andava a reclamar pela mãe não ingerir a quantidade de gomas habituais ou, então, era mesmo falta de espaço. Mexia-se tanto, mas tanto que, mesmo sentada no sofá, sentia como se tivesse feito uma maratona - não faço ideia do que é correr uma maratona, mas acho que suo com a mesma intensidade quando trago as compras da semana para casa. 


Lembro-me de vomitar uma lasanha da Telecoiso. 


Nem vomitei muito. Foi só uma vez em que tive desejos de lasanha (nem sei se estaria ligado à gravidez ou não), mas como não me apetecia minimamente limpar, ainda fiz um sprint considerável desde a mesa de jantar até à varanda brindando o canteiro com um belo Pollock de bolo alimentar. 100 metros de vómito seria uma óptima modalidade para grávidas que não quisessem limpar o chão a seguir. 


A memória é selectiva. Neste momento é disso que me lembro. Também tenho uma memória muito carinhosa de estar a lavar as roupas todas dela e a pendurá-las no estendal pela primeira vez, mas de coisas amorosas está a internet cheia.