6.01.2018

Dois anos de uma criança feliz!

Hoje é o Dia da Criança e há dois anos nascia uma que hoje é muito feliz. Vai soar a discurso de Miss Mundo mas gostava que todas as crianças pudessem ter aquele sorriso enorme na cara. Que pudessem ter a vontade que ela tem de dançar. Que não sofressem as atrocidades que muitas sofrem. Às vezes dã vontade de vestir uma capa e de ir mundo fora salvá-las. E nem é preciso ir nuito longe.
Já aqui falei também da minha vontade em adoptar. Não sei se algum dia realizarei esse sonho. Não sei sequer se terei a força que acho ser necessária para todo o processo. Não sei se estarei preparada. Tenho 31 anos, ainda temos tempo. Logo se vê. Mas desde sempre - desde que visitei em pequena uma instituição de meninas - que essa imagem me passa pela cabeça. [adoro seguir os Los Amados, uma inspiração)
Enquanto isso não acontecer (se acontecer um dia), faço tudo o que posso para que as minhas sejam miúdas muito felizes. Dou-lhes liberdade para serem crianças, para disparatarem, para inventarem. Tento não lhes dizer demasiados “não se pode” ou “isso não” quando são coisas que não as prejudicam nem farão delas pessoas necessariamente melhores. Ponho muitas cartas na mesa. Claro que lhes dou regras e as encaminho para o que acho ser melhor, mas dou-lhes muito espaço para florescerem e terem personalidade. Aprenderem a fazer as melhores escolhas, por elas. E sonharem, sonharem muito. Conto-lhes muitas histórias. Quero que, nesta fase, não haja grandes impossíveis.
Desejo-lhes um Feliz Dia da Criança, todos os dias na verdade!

Feliz Dia da Criança para as vossas, para todas! (E até para quem continua a ser Criança - que bom que é poder saltar numa cama ou pintar o céu de roxo!)




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Tu não tens instinto maternal!

Quando acabámos de ser mães e parece que tudo uma montanha russa na qual andamos por pressão dos amigos: quando metemos os cintos pensamos "o que é que estamos a fazer aqui?". E, da mesma maneira que ninguém tem grande lata para dizer ao senhor da montanha russa "ahhhh estou cheia de medo, posso sair?", depois também temos muita vergonha e medo de lidar com os nossos sentimentos. 

"Eu afinal não queria isto!", "Não consigo voltar atrás", "E agora?", "Eu não sirvo para isto, "Só faço merda". 

Claro que há outras mães. Claro que nem todas sentem isto, mas essas não precisam que lhes digam o contrário do que dizem a elas mesmas. 

Uma das piores coisas que poderá acontecer é termos à nossa volta um ambiente que não seja 100% de apoio. Alguém que, mesmo bem intencionado, em vez de pensar na segurança da mãe, está mais interessante em validar as opções que tenha feito no passado. Ou alguém que, com um papel menos activo, diga "eu não faria assim, não percebo porque hás de fazer isso". 

Isso não quer dizer que não tenhamos que ser contrariadas ou confrontadas com outra forma de vermos as coisas. Convém que a criança e a mãe estejam ambas confortáveis e felizes dentro do possível para que tudo corra da melhor forma. Isso consegue-se levando sopa. Lavando roupa e passando. Aspirando a casa enquanto a mãe vai com o bebé algures. Fazendo almoços e jantares. Enchendo o frigorífico, estar sempre pronto para ir à farmácia, etc. 

Há muita coisa envolvida. A nossa cabeça grita. Grita tanto. Não precisamos de mais barulho, precisamos de amor.

E acho que acima de tudo, quando questionamos se "fomos ou não feitas para sermos mães" e já temos o bebé nos braços, não queremos quem nos diga "tu não tens instinto maternal". 

Precisamos mesmo que nos digam "tu sabes o que é melhor para ele". 

Porque sabemos. 

E assim que tudo acalma, sabemos que sabemos. Precisamos de tempo, calma e apoio.




E não pensem que por uma "fase" ou por uma coisa que tenham feito que achem que tenha sido mal feita que faz de vocês "péssimas mães" e da vida uma oportunidade demasiado longa para compensarem as vossas falhas. 

Se sentem amor é amor que há. Não aquele amor de "se é meu filho, claro que gosto dele", mas um amor de gratidão e de sentir que é um privilégio poder ter, educar e amar uma criança. 

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5.29.2018

As duas coisas que mais me custam nisto da maternidade

1. SONO
Muito, muito. Um bocadinho menos, desde que a miúda começou com a pancada de querer dormir no chão (falei-vos da última aqui). A verdade é que - até tenho medo de falar - a miúda agora só tem acordado duas vezes por noite e numa delas eu ainda estou acordada. Sim, sortudas que dormem a noite toda desde sempre e que ainda se gabam disso, quando eles acordam (SÓ!) duas vezes por noite, já é uma bênção.
Mas sim, é sem dúvida a maior privação por que já passei na minha vidinha. Tenho superado, dado a volta e sobrevivido. Caso estejam desesperadas, peçam mesmo ajuda (há o Centro do Bebé, com a maravilhosa Constança, por exemplo). 

2. FILHAS À PORRADA
Deve ser normal, que eu e o meu irmão tínhamos a mesma diferença de idade e andávamos muitas vezes engalfinhados, mas custa muito ver as discussões constantes e aqueles "arrancares de olhos". Amam-se e odeiam-se as minhas filhas e eu nem sempre tenho paciência. Embirram mesmo uma com a outra, sabem? Disputam as mesmas coisas, põem pés nas caras uma da outra, fazem aquela coisa irritante do "ai, ai, ai, ai" e fazem muitas queixinhas. Há dias em que tenho a cabeça em água. Temos sobrevivido. Yeah!

E vocês, quais são as coisinhas que às vezes vos fazem sentir saudadinhas daquele sofá disponível e silencioso depois de um dia de trabalho?




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Da eutanásia.

Já muito foi dito sobre este assunto. Muitas serão as nuances, as convicções e as consciências morais. Acredito que seja um tema complexo: já pensei muito nele, em várias fases da minha vida, e por mais argumentos que me sejam apresentados, acabo sempre por chegar à mesma conclusão: sou a favor da despenalização da eutanásia. Acho que todos temos direito a pôr um termo à nossa vida (ou a pedir ajuda para o fazer) quando estamos indignamente e desesperadamente à espera da morte, ou até sem a morte à vista... Quando o sofrimento não dá lugar a mais nada do que a um desejo de fim.
Partilhei convosco este texto com a reportagem mais dolorosa que já li sobre o assunto: quando o caso remete para menores de 18 anos. É todo um outro mundo que se abre à nossa frente e muitas outras questões.
Mas, por mais difícil que seja colocar hipóteses, acabo por voltar sempre à mesma conclusão: deve haver uma escolha, sim, mesmo com, imaginemos, mais e melhores cuidados paliativos. Mesmo melhorando os cuidados a quem mais precisa, deve ser dada, a quem assim o decide de forma consciente, a escolha de morrer. 

Revejo-me nas publicações e questões levantadas pelo Por Falar Noutra Coisa e pelo Bruno Nogueira.



https://www.instagram.com/p/BjX1WKvnvu7/?taken-by=corpodormente

Mas acho, acima de tudo, que este é um assunto que merece ser amplamente discutido (sim, mais ainda) e referendado.

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10 maneiras de não ter um bebé.

Acho importante, nos dias de hoje, podermos pensar nas várias formas que existem de não ter um bebé. Confesso que estou algo aflita com esta premissa que ainda não sei o que vou escrever. 

Vou ver o que sai - mais ou menos o que penso quando vou à casa de banho depois de um brunch. 


1 - Fazer sexo sozinha. 

Pensem nas vantagens disto: é quando vos apetece. Ficam contentes por terem tomado a iniciativa convosco (apesar de serem vocês mesmas). Se adormecerem a seguir, não vão ficar amuadas convosco e não há caso mais claro em que, quando se agrada o outro se está a agradar a si mesma. Há também a vantagem de, além de não engravidar, ser tudo um pouco menos espalhafatoso. E higiénico. É provavelmente mais silencioso. 

2 - **

Bom, liguei agora à Joana Paixão Brás e, se calhar, não vão ser 10 maneiras porque concordámos que não seria muito "maternal da minha parte" sugerir outros sítios do corpo para ter sexo. 


3 - Monocelha. 

Inicialmente isto era para ser "pêlos nas axilas", mas o meu colega Alexandre Guimarães, consultor do lado masculino para este post, disse que "fazia fácil" uma miúda com pêlos nas axilas, mesmo se fosse um tufo à séria. Porém, sugeriu aqui um quarto ponto para a lista. Senão vejamos: 

4 - Pêlos nas orelhas. 

Não quero de todo alienar leitoras minhas que possuam esta farfa auditiva, mas o Alexandre mencionou que não seria capaz de "fazer fácil" uma mulher com esta penugem. Deixa-me algo curiosa e triste pela possível experiência que o Alexandre possa ter tido na noite e como terá acordado no dia seguinte virando a cabeça na almofada. 

5 - Hálito de cão.

Pode acontecer com alguma infecção gástrica ou ter que ir ao dentista, mas não é algo que dê aso a muitos engravidamentos. 


(já estou aflita, não consigo mais, mas vou continuar a tentar...)

Meh. Desisti. Até porque continuo a perguntar ao Alexandre o que é que ele recusaria e não me parece haver grandes limitações. 

Fica aqui uma foto do Alexandre. 


Uma publicação partilhada por Alexandre Guimarães (@alexandrevmg) a



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5.28.2018

Roupa para quem amamenta?

Na verdade, é roupa para quem se quer sentir confortável, para grávidas, para quem amamenta ou para quem não o faz: roupa para todas as mulheres! Desde t-shirts com cortes na zona certa com molas escondidas, a vestidos com fechos invisíveis a um macacão verde (o que tenho vestido) com fecho para botar a mama para fora e amamentar onde for preciso - e tudo com estilo, tudo giro! Quem amamenta sabe a dificuldade que é por vezes conseguir vestir um vestido (sem ser decotado) ou um macacão. Tudo tem de ter algum decote e largura suficiente para não ter de mostrar o que não se quer. 

A Joana Gama já vos tinha falado aqui da Mamii, mas eu juntei-me agora ao barco para apoiar estas duas mães empreendedoras que sentiram falta de roupa gira e confortável para amamentar e a necessidade aguçou o engenho. Além desta óptima ideia, têm também no site - além da loja-, uma plataforma de apoio à amamentação. Well done, miúdas, parabéns!



Oh pr'a ela apanhada desprevenida a ler, tão culta.

Não me lembro se falávamos de rolhão mucoso ou de algo assim bem fofinho

A giraça da Inês Ponte Grancha com um vestido que tem umas molas ali na zona do V 


Mal se nota o fecho no vestido! Para compensar, as minhas pernas esfoladas e todas negras estão um must ;) 

Fotos Pau Storch

Roupa Mamii
Ténis Vans
Sandálias Zilian (do ano passado)

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Até gosto de recém-nascidos!

Vá. Até gosto. 

Passei grande parte da minha vida a dar o meu melhor quando me mostravam fotografias de recém-nascidos. A maior parte das vezes parecia-me apenas "uvas-passa" com olhos. Ou velhinhos em ponto pequeno (mesmo antes do Benjamin Button). 


Saiam-me sempre expressões de quem tentava mesmo dizer o que estava certo, tipo: "opáaa... que bebé...!", "tão pequeninooo...".


Fazendo uma reflexão há vários motivos para gostar de recém-nascidos: 



Não falam.


E a verdade é que a maior parte das chatices que temos na nossa vida é porque alguém (tipo eu) fala demais. 


Fazem cocó e xixi na fralda. 

Não nos pedem que fiquemos a olhar para eles durante horas enquanto estão na sanita. Ou que lhes contemos histórias.


Não demoram horas a comer.

Seja com mama ou biberão são rápidos. Respeitam o tempo de um gajo (ahah). Querem e comem, não há cá tretas.




Não se mexem.

A nossa ansiedade relativamente à sua localização não é comparável a quando já sabem andar de um lado para o outro e aparecem em cima da televisão com uma faca do pão na mão.


Não se atiram para o chão a chorar quando faltam 5 minutos para sair de casa. 

Até se atirariam para o chão e chorariam se os deixássemos cair do trocador, mas seria um galo calhar 5 minutos antes de sair.


Não mudam de opinião sobre que comida gostam. 

Lá fizémos nós aquela bolonhesa que nunca falha e, de repente: NÃO GOSTO DISTO. NÃO GOSTO DE CARNE. NÃO GOSTO DE MASSA. QUERO UM PRATO DE OUTRA CÔR.



Não se chibam aos outros familiares de coisas nossas. 


"No outro dia, a mãe e eu, comemos só pizza sem sopa". Não. Eles não se queixam. Nada. São só nossos. Muahahahaha.


Que outros motivos há para gostar de recém nascidos? Sem ser o "cheirinho" que lhes pomos com o gel de banho? 


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5.27.2018

Encontrei as fraldas perfeitas!

Já me queixei algumas vezes de que a Luísa acordava muitas vezes toda molhada de manhã. Talvez por mamar ainda muitas vezes durante a noite, a miúda enchia imenso as fraldas.

Experimentei todas as marcas e mais algumas, das mais conhecidas às brancas - que uso na boa durante o dia - experimentei números acima e até sobreposição de fraldas, fralda debaixo com furinhos e fralda de cima um ou dois números acima. Usei quase todas estratégias que me iam recomendando - ficou de fora uma em que me aconselhavam a por um penso higiénico dos nossos mas aquilo não me pareceu apropriado, tive receio que lhe fizesse mal ou provocasse alguma irritação. Mas segui uma que me pareceu ter toda a lógica: não apertar o body para a fralda poder crescer à vontade. Às vezes parecia que tinha encontrado a solução mas no dia seguinte lá tinha as calças molhadas, quando não era lençóis incluídos. Aquela dica de retirar os líquidos à noite também não resulta por aqui, onde há “bar aberto”.

Até que nos enviaram para experimentar umas fraldas novas da Dodot - Bebé Seco -  que prometiam um bebé seco até 12 horas, sorri e pensei, com alguma desconfiança: “vamos lá a ver se são estas que aguentam os xixis da Luísa...”.

E não é que aguentam mesmo?! Desde que ela as está a usar que não molha o pijama!

Alguém que tenha problemas do género? Como resolveram?









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5.24.2018

Ter o período ao mesmo tempo que as amigas é uma coisa... isto é todo um outro nível.

A Joana e eu temos o blog juntas já há uns anos e só não sincronizamo o período por eu ter metido um DIU metido até ao apêndice. 

Há dois dias bati com a cabeça na esquina de uma prateleira na cozinha e, como algumas saberão, vivo sozinha com a Irene. Até fiquei mal disposta e eram 20h ... esperei que passasse e... segui com a minha vida. Tinha que ser. 

Tenho uma cova na cabeça agora (como se já não bastasse tudo o resto que já não "bate bem" nela, ahah) e ontem só me doia quando tocava. Hoje estou com dores nas costas todas e em todo o lado, mas deve ter sido do impacto. 

Se amanhã não tiverem posts meus é porque fui desta para melhor, mas o mais provável é que nos escangalhemos nas duas. Cada uma com o seu encanto, claro. 

Peço desculpa pelo meu francês.


Mais mães por aí com... muita pancada? Jasus.

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O que é isso de mostrar a vida real?

Já aqui disseram uma ou outra vez que os meus posts não mostram a vida real. Eu tenho consciência de que, sendo uma pessoa romântica e optimista, floreio, aos olhos dos outros, um bocadinho, pinto de cor-de-rosa alguns textos e ainda ponho uns unicórnios com glitter colados a cuspo nos títulos. Golas e folharecos nas miúdas. Cartas emocionadas. Para algumas pessoas, talvez seja too much. Demasiada felicidade, demasiado optimismo, demasiado romantismo. Famílias unidas, apesar de pais separados, (futuro) marido aparentemente perfeito - que não ajuda, simplesmente é pai e é marido, bla bla bla - filhas queridas. Uns restaurantes pelo meio, umas compras e uns fins-de-semana em hotéis. Um pai e uma mãe que são para mim um exemplo e que não me coíbo de elogiar. 
Percebo que, para a maioria das pessoas, este cenário seja enjoativo e que pareça irreal ou até inalcançável. Percebo que haja pessoas que, nesses momentos, se sintam tristes por não terem tido uma infância feliz, uns pais presentes, uma família. Que não possam sequer ir comer um hambúrguer, quanto mais ter acesso a restaurantes de chef de renome. Que não vão de férias há que séculos e eu ainda a queixar-me de ter de fazer malas. "Não é por acaso que no Natal ou em altura de festas haja muitos suicídios" ficou ali a pairar na minha cabeça.
Eu percebo o argumento, não sou propriamente um cepo com olhos. Tenho sentimentos (e às vezes até demais). No entanto, não posso condicionar o que sou, o que vivi e o que partilho (três coisas distintas) por pensar no que os outros não são, não vivem (ou não podem viver) nem sentem. Mas não é por isso que o que eu sou e vivo e partilho deixa de ser real. O que é isso de mostrar uma vida real? A minha vida, por força das circunstâncias, pelo meu passado, pelo que me proporcionaram, pelas minhas experiências, mas também por tudo aquilo que o blogue me dá a viver, a experimentar e a conhecer, é esta. Estou muito grata por tudo. Tento devolver ao universo tudo o que o universo me dá. Agora, não fiz nenhum voto de pobreza. Apesar de ajudar algumas causas, não deixo de fazer coisas que me fazem bem. E, apesar de saber que há pessoas que não têm a sorte que eu tenho, não quero deixar de falar da minha vida, da minha maternidade e da minha família com o orgulho e a felicidade que ela me causar. 
Nunca disse que era feliz a 100% (isso nem existe). Nunca disse que não tinha problemas ou que nunca tive. Nunca deixei de me ir queixando aqui de coisas que me chateavam e até de coisas que me faziam chorar durante a noite. Do cansaço, de não saber bem que rumo tomar, das decisões difíceis. Idas à psicóloga. Todos temos os nossos problemas e os nossos fantasmas. "Problemas de primeiro mundo". Sim, é a minha realidade e não fujo dela. Nem tenho de. Se inspirar alguém, inspiro, mas sem essa pretensão. Se as minhas dicas servirem a alguém, fico contente. Se fizer alguém pensar em algum tema que me seja querido, tal como alguém o fez comigo, excelente. Se alguém se identificar e me passar a mão pelo pela cabeça e me der dicas a mim ou alguma palavra de conforto, magnífico. Se conseguir que alguém se ria, muito fixe. Se trouxer discussão construtiva, fico entusiasmada.
Podia abrir (ainda) mais o meu coração e contar coisas que fariam com que se identificassem comigo? Podia narrar situações que me fizeram mossa, ficaram mal resolvidas dentro de mim, na infância e adolescência e até na idade adulta? Podia. Porque ninguém é perfeito ou leva uma vida perfeita. Ninguém. Mas há coisas que não conto nem exponho. Para mim, há limites. Tudo o que escrevo aqui pode ter consequências na vida dos outros: as pessoas da minha vida e os que me lêem. E há portas que não se abrem. 
Das que eu abro, contem com sinceridade. Às vezes com desapontamento ou cansaço, outras vezes com paixão e entusiasmo. Tenho um trabalho de muitas horas, que acumulo com outras coisas, tenho duas filhas que se esfolam por vezes e que me tiram do sério, tenho dúvidas, contas para pagar, roupa para passar e sono. Às vezes tristeza, sentimento de que falho, e saudades do passado. Mas tenho também uma enorme vontade de dançar dentro de mim, de beijar e de gritar bem alto que tudo vale a pena e que o resto se resolve. Talvez opte mais vezes por este porque acredito muito que as coisas boas trazem coisas boas aos outros e a até a mim. 

Tudo isto faz parte da minha vida, logo é real.






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