4.04.2016

Vão dizer que não relaxo e que sou paranóica.

Isto foi uma surpresa para mim. Tento dar o máximo de liberdade possível à Irene para ela escolher o que quer comer, ser ela a fazer... escolher a roupa, os ganchinhos, etc. Lá por ela ser pequenina não quer dizer que não tenha vontade ou apetites e tento respeitar isso ao máximo (tem sido uma aprendizagem, às vezes é difícil). 

No dia de aniversário quis levar um gancho que não combinava minimamente, mas o pior não foi isso. Bem "o pior". Até parece que o mundo não tem problemas maiores que uma miúda que se recusa a vestir um vestido. Sim, foi isso que aconteceu!

A Irene, no dia de aniversário, não queria ir de vestido. Eu que apregoo que sou toda de "ai não há cá betalhadas e não sei quê", tive que insistir e que a distrair com outra coisa qualquer. Já tinha imaginado o conjuntinho desde o dia anterior (vá, nem foi muito grave).

Claro que é normal que eles não queiram coisas, mas porque será que ela não queria um vestido? Vocês vão-se rir e já sei que me estou a expor para receber uns comentários maldosos a dizer que não relaxo e que sou paranóica (apesar de achar que a única diferença entre mim e essas pessoas é que eu realmente digo tudo o que me vem à cabeça), mas comecei a pensar se a Irene não teria nascido no corpo errado. Parem de rir! Sim, como aquelas pessoas que dizem que, desde cedo, não se sentiam bem no seu próprio corpo e que sofriam imenso com os pais a obrigavam a andar de vestidos e a brincar com bonecas e não sei quê.

Duvido que a Irene seja um desses casos (acho que são bastante raros, mas não tanto quanto possamos pensar), mas pus-me nessa situação e pus-me a pensar nos "direitos da miúda". Claro que o dia de anos é um dia muito injusto para nos pedirem, mães, para serem eles a escolher a sua roupa mas, por outro lado, caramba, se há dia em que eles queiram talvez escolher a roupa, talvez seja também no dia de aniversário.

A Irene só tem dois anos. Não estou a dizer que isto seja super relevante hoje, mas é hoje que se constroem atitudes de amanhã (credo, parece que estou a votos) e isto deixou-me a pensar. 

De qualquer das formas, numa das coisas ganhamos sempre: só querem vestir o que tiverem no armário, portanto... ;)

Era para por aqui uma fotografia da Irene na festa de aniversário, mas já devem estar enjoadas de fotografias da festa, ponho a foto de outra coisa qualquer. Pronto. Olhem uma maçã. 


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Quando é que eles crescem?

Se, quando são muito pequeninos, recém nascidos, parece que o tempo demora imenso a passar, tal como nas últimas semanas da gravidez, em que parece que cada semana é um mês e cada dia é uma semana... Agora, quando se volta a trabalhar, quando eles aprendem coisas mais rápido que um surto de varicela numa creche algures, parece que crescem às escondidas. 

Lembro-me quando passei a morar em casa do meu pai e deixei de ver o meu irmão Pedro todos os dias (10 anos mais novo que eu) porque ele ficou em casa com a minha mãe e o pai dele. Sempre que ia lá a casa (todos os fins-de-semana, acho, ou então de 15 em 15 dias, já não me lembro), morria um bocadinho por dentro por ver que ele estava diferente. Algo tinha mudado, de certeza. Estava sempre maior, ainda mais bonito, mais divertido, mais querido... Não era só "a culpa" de o ter "abandonado", era mesmo verdade.

Agora estou todos os dias com a Irene, tenho a sorte de poder chegar a casa por volta das 16h/16h30 e, por isso, não me posso queixar. Essas horas são intensas, sento-me no chão e brinco (nem sempre, às vezes tenho mesmo que dar uma volta à casa toda mesmo quando ela está acordada), leio livros, tento o mais presente que posso (apesar de, exactamente a essa hora ser quando me bate uma moleza e cansaço enormes). 

Estas fotografias são do aniversário da Irene (já estão fartas de saber, eu sei, mas são quase 500 fotos, vou aproveitar para vos mostrar todas mas "às mijinhas"). Vejam as nossas meninas e, já agora, nós as duas. Para ver se deixam de nos confundir, ok? ;) Sim, nós sabemos. 


Consegui finalmente roubar à Irene o gancho que ela quis pôr e que não lhe ficava nada bem. Ufa. E aquela libelinha lindíssima da Joana que em mim ficaria tipo chungaria? Que nervos. 

Estamos as duas a aproveitar para descansar um bocadinho a cabeça, parece-me. 

Sem a parte do doce, suas haters. A Joana já disse que não dá coisas dessas à Isabel. SÓ AGORA REPAREI QUE O RAIO DA GOLA COMBINA COM OS CALÇÕES OU LÁ O QUE É. JOANA!!!! TU VESTES A TUA FILHA COMO SE ESTIVESSES A ORGANIZAR UMA MESA DE ANIVERSÁRIO!!! HAHAH ÉS A MAIOR.

Quatro babes nesta fotografia - a Luísa ainda está no forninho.


Somos "muita lindas" é só o que tenho a dizer. Ela é que está grávida e eu é que tenho aquele coxão que mais parece um sofá de canto.

A arte que as mães têm de nas fotografias falar entre dentes e dizer "toma, Isabel, olha que giro", mas enquanto sorriem de fino.

A Isabel está a lançar charme a alguém e reparo que não limpei bem os sapatos da Irene desde que fomos à quinta pedagógica e ela viu uma coisa que tinha saído da galinha e decidiu pisar. Não foi um ovo. 

A prova dada que a sociabilização só ocorre por volta dos 3 anos. Couldn't care less. 
Claramente é a Joana a fazer palhaçadas porque a Irene não está a ser o público certo.
Decoração - Momentos com Design
Catering - Caramelo Encantado
Animação - Grow Up Eventos
Fotografias - Love Lab

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Foi hoje.

Aos pouquinhos o meu coração ia (achava eu) ficando preparado para este dia. A Irene começou a falar muito cedo (pelo menos é o que diz toda a gente que a ouve, mas sei que não há datas certas para os desenvolvimentos deles, em contrapartida só ontem começou a ponderar aprender subir para o sofá - brincadeira) e, aos poucos, lá anda a fazer frases mais complexas. Derreto-me toda a ver o cérebro dela a trabalhar e a conjugar alguns verbos pela primeiríssima vez.

Desde o "tenho frio" que aconteceu numa noite há alguns meses e que me deixou muito descansada (finalmente) em relação à temperatura, agora foi este diálogo que me espetou uma faca de pão no coração:

- A mãe volta? - isto enquanto hoje de manhã me via a preparar-me para sair.

- Claro que volta, bebé. Volta todos os dias e dá muitos muitos? Beijinhos! - uma "lenga-lenga" nossa para, no meu regresso ao trabalho, a ajudar a desdramatizar a coisa.  

- Não. "A mãe volta", não! - Zangada e a olhar para baixo.

- A mãe tem de ir trabalhar para ganhar dinheirinho para fazer compras. - outra parte da "lenga-lenga". 

- Não! Dinheirinho e compras não! 

- Ó meu amor, então? O que queres?

- Mãe fica em casa! Mãe fica em casa! 


Seguiu-se um silêncio grande em que... ouvi aquelas palavras que nunca quis ouvir. Com as birras conseguimos desculpar (passado uns largos tempos de virmos trabalhar) com "ah, já lhe passa" (apesar de doer sempre um bocadinho). Com estas palavras, foi como se me tivesse esquecido durante todo este tempo que ela era uma pessoa. A Irene quer que a mãe fique em casa, mas a mãe tem de ir trabalhar para ganhar dinheirinho para fazer compras. A mãe gosta de ir trabalhar, gosta mais da Irene, mas o "precisar de dinheirinho" é aqui mais importante para a Irene ter coisinhas para comer e brincar. 

Tenho o coração muito pequenino hoje. Ainda por cima a uma segunda. Sacana da miúda. Amo-a com tudo o que tenho. 


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