Simples.
1 - Aceitar as visitas de toda a gente e ser incapaz de dizer que não às pessoas.
É agora. É agora que temos de começar. Está tudo louco? Vêm cheios de micróbios besuntar a criança que ainda tem restos do útero da mamã em cima? Pior! A mãe passou por uma experiência que exigiu muito dela tanto fisicamente como psicologicamente e, sim, o que se precisa é mesmo de uma conversinha para saber a "última" lá do trabalho.
2 - Preocupar-se demasiado com tudo e querer ser perfeccionista.
Não. Toda a gente tem prioridades por um motivo: é impossível ser perfeito. Temos mesmo de escolher o que é mais importante para nós e onde vamos pôr o nosso "dinheiro". Importa mais descansarmos ou termos uma cozinha limpa que se vai sujar outra vez dali a menos de um dia?
3- Ter horas para as mamadas do bebé.
Não há pior. Não se amamenta com horas. O bebé precisa da mãe e a mãe dá mama. Mama é colo. É mimo. Lembro-me de olhar para o relógio, contar três horas e reger-me por aí. Era terrível, não podia fazer a minha vida. Claro que, no início, segundo os pediatras, temos de os acordar de três em três horas até ganharem o "peso normal" e acordá-los até pode ajudar a prevenir a morte-súbita nos primeiros dois meses ou lá o que é. O ideal é não ter horas para a mama. É estar disponível para eles sem fazer considerações lógicas como "não pode ter já fome!". Pode não ser fome. Pode ser sede. Pode ser mimo. Se há uma maneira de os ajudar, para quê tentar negar?
4 - Ficarmos demasiado agarradas ao "antes" de ter o bebé.
Estarmos sempre a queixarmo-nos (principalmente a nós mesmas) de que a noite foi terrível. De que já não dormimos 3 horas seguidas há mais de 2 meses (sem contar com o final da gravidez). Convém aceitarmos que as coisas funcionam como funcionam porque eles precisam de nós, em vez de estarmos constantemente insatisfeitas com a nova realidade. É assim. E já toda a gente nos tinha avisado.
5 - Querermos ter a casa limpa.
Claro. Muita bem. Queremos ser as super-mulheres, não é? A mãe que tem o recém-nascido, que limpa, que não dorme, que o marido chega a casa e ainda lhe damos uma traulitada. Não. Priorizar, sff. É sinal de inteligência e, mesmo com a casa suja, todos ficam a ganhar com uma mãe melhor da cabeça.
6 - Não querermos pedir ajuda.
Qual é o mal de admitir que não conseguimos fazer tudo? Por que é que tantas pensamos assim? Que já estamos a falhar no nosso dever de "mulheres" e de mães se pedirmos ajuda?
7 - Não aceitarmos ajuda.
O mesmo da de cima só que com pessoas próximas. Se não deixamos que a nossa mãe, sogra, irmã... nos ajude... o que pretendemos com isto? Lamentarmo-nos de nos sentirmos sozinhas por escolha? Esquisito, não é?
8 - Não dormirmos quando eles dormem.
Temos imensa vontade de ter tempo para nós, mas não chegamos a aproveitar por estarmos tão casadas. Sempre que eles acordam e escolhemos não dormir, chegamos à mesma conclusão: "devia ter ido dormir logo, que estúpida". Tentemos aprender com os "erros". Descansarmos é importantíssimo para todos. Para nós, bebé, pai... para as maminhas porque é quando descansamos que a hormona da produção de leite trabalha mais...
9 - Não tomarmos banho frequentemente.
Sentirmo-nos sujas e a cheirar a leite azedo faz-nos pior à cabeça do que se possa imaginar. Tomar banho com um recém-nascido em é tarefa muito complicada, mas pede-se ajuda ou é-se criativo.
10 - Tentarmos arranjar explicações para tudo sem tentarmos informarmo-nos.
Acho que ele não dormiu bem porque lhe dói a barriga e metade do ouvido... Convém estarmos atentas, que estamos, claro, mas há coisas que simplesmente são do mais básico que há: ao bebé precisa da mãe. Precisa de mimo. Precisa de colo. Precisa de beijinhos. Nos primeiros três meses é mais importante que tudo o resto. Há quem diga que mais de metade das "cólicas" que os pais e profissionais de saúde dizem que os bebés sentem, não passa da maneira deles de expressarem que se sentem inseguros. Precisam de nós.
11 - Darmos ouvidos a toda a gente que não tem informações credíveis.
A sogra punha o filho a dormir a fazer o pino e punha-lhe um nabo na testa para respirar melhor? Por favor. A mãe é que sabe e, se não sabe, faz por saber, num sítio credível.
12 - Questionarmo-nos "por que é que o nosso bebé é diferente"?
O da Sara dorme a noite toda? É o da Sara. O nosso bebé não é filho da Sara e do coiso. O nosso bebé é diferente, sim. Porque tem tudo de diferente dos outros bebés. Ainda bem, senão era um Nenuco e eles têm um buraco para fazer xixi muito esquisito.
13 - Querer "recuperar" a vida antiga rapidamente.
Não é que tenha acabado, mas sofreu uma mudança. Aceitemos isso. Abracemos a novidade sempre com olhos postos numa altura em que já consigamos ter estabelecido uma sintonia com o bebé, com a família, connosco. Cada dia que passa é menos um para estar tudo equilibrado.
14 - Afastar o parceiro.
Muitas mulheres não se sentem compreendidas ou ajudadas pelo parceiro. Há muitos que não as compreendem ou que não as ajudam. Temos de aprender a ajudar-nos. Se queremos ajuda, podemos pedir-lhes. Se sentimos que precisamos de chorar, choremos com eles. Não podemos estar à espera que eles adivinhem do que precisamos, especialmente agora. Quem fica a perder são... todos!
Querem ajudar a completar?