7.13.2015

A sorte de se ter uma bisavó.

Têm 78 anos e dois meses de diferença. Dão-se bem, muito bem. Mas, às vezes, não sei porquê, a Isabel ralha com ela, naquela língua que bem tentamos perceber. Fartamo-nos de rir.

A minha avó é a melhor cozinheira de que há registo e só à conta dela engordei uns dois quilos esta semana, em que ficou cá em casa para me ajudar na recuperação. Arroz doce, torta de laranja, torta de côco, bolo chiffon... estão a imaginar, não estão? No final da semana, quando eu já me sentia bem para ir passear, fomos as três ao parque e ao jardim. A Isabel insistiu em levar a cesta do piquenique, com os bonecos lá dentro, a fazer óó.










Esta bebé foi a melhor coisa que aconteceu na vida da minha avó. Meses depois de ter perdido um dos filhos inesperadamente, o meu tio Jorge, nasceu a Isabel para lhe devolver alguma alegria. As gargalhadas que a bisavó dá à conta dela são lindas de se ouvir.

 Macacão - Laçarote
Laço - Fitas para Chuchas & Companhia
Cesto de Piquenique - Tiger
Maria Fininha (a boneca que é uma lavadeira de Lisboa) - Pom Pom



A propósito, lembrei-me deste texto que escrevi em Janeiro de 2014, quando aguardávamos a chegada da Isabel:

"As mãos que hoje sentiste, filha, estão carregadas de vida, de dor, de anos, de histórias. São umas mãos velhinhas, com veias salientes, com socalcos. Os dedos são irregulares, de diferentes tamanhos e feitios, tortos como a vida tantas vezes foi. A pele macia como o veludo, a contrastar com a dureza de tantos anos de trabalho.
São as mãos ternas e meigas da tua bisavó Rosel. As mãos que farão o melhor arroz doce que alguma vez provarás, os melhores pastéis de massa tenra, o magusto a saber a natal. As mãos que te embalarão com a ternura de quem já te ama tanto. És a esperança, a esperança de anos melhores, de uma alegria devolvida depois de tantos dias cinzentos. Isabel, a bisavó aguarda a tua chegada com o coração cheio. E tu verás o quão grande é o coração dela. 
A avó Rosel fez hoje 78 anos. Oferecemos-lhe aquilo que ela mais gosta: um livro. A rainha branca, para se juntar à vasta coleção de livros históricos e ficcionais de reis e rainhas. Mas ela deu-nos um presente ainda mais doce a seguir ao jantar: arroz doce com canela. Gostaste, eu sei. Mexeste-te tanto!
Mas o melhor da noite, que nada supera, foi o momento em que estivemos as três tão próximas. A minha mão, a mão da avó e tu, filha, tão perto, cada vez mais perto, a dares-nos tanto sem saberes."



Há por aí sortudos com bisavó?

Ontem custou-me a adormecer por causa disto...

Ah! Fiquem a saber que a Irene voltou a dormir mal. Não tão mal como dantes (de uma em uma hora ou de duas em duas), mas já não é o festim que era a semana passada. Pronto, era bom demais!

Bom, seja como for, na mesma, custou-me a adormecer ontem à noite. Não só por causa do calor  (a nossa casa é estupidamente quente) mas também porque tenho um gato que verbaliza muito quando está escuro. O Noddy farta-se de falar, feito parvo. Começo a achar que ele é tipo morcego e que se guia no escuro com o retorno dos barulhos nas paredes. 

Isso pos-me a pensar (wow) que um dia não terei os meus animais comigo. Um dia a Bubbles e o Noddy já não farão parte do presente da família. 

Que belo post para segunda-feira, não é? Animado, isto! Não queria, de todo, por-vos tristes nem nada, mas queria partilhar isto convosco. 

Eu penso muito nas coisas por antecipação e isso faz com que depois lide melhor com elas. É como funciono. Como não consigo pensar no "presente" por ficar muito aflita ou nervosa, tento configurar o sistema antes. 

Preocupou-me a Irene ter que passar pela perda. Ainda por cima são dois. Claro que será diferente consoante a idade, mas não queria mesmo ter que explicar nada disto, apesar de fazer parte da vida, não é? 

Lembro-me de me terem dito que um familiar qualquer meu (desculpa, mãe, mas não faço a mínima ideia quem era, alguém de Melgaço, suponho) tinha atado uma corda à lua e que não conseguia voltar. 

Duas coisas: 

1 (pensamentos duma criança) - Que raio de corda tão grande era essa? E como é que ele conseguiu lá chegar na mesma? Trepou aquilo tudo? Não ficou assado das mãos? Como parava para comer e para fazer xixi? Depois o xixi caía cá para baixo e as pessoas pensavam que era chuva? Se o homem era adulto, por que raio queria ir à lua com uma corda se havia naves espaciais? Se é uma coisa que demora algum tempo, por que é que ninguém procurou por ele se a corda continuava pendurada na Terra? Por que é que não consegue voltar? Ata-se outra corda e vai outra pessoa atrás. Depois chamam uma nave espacial e vão buscá-los. Por que é que ninguém o vai buscar? Fez uma patetice e ficou sozinho? E agora morre à fome lá na lua? Vai morrer na mesma com corda ou sem corda.

2) Acho que não acreditei em nada disto, sinceramente, mas fingi que sim porque reparei que também estava a ser mais fácil para a mãe contar-me isto assim. Acho que estávamos na cozinha da casa de Oeiras, mas ela vai dizer-me que não, porque tudo aquilo de que me lembro está errado ou nunca aconteceu. Eu já sabia o que era morte. Já tinha tido cágados que tinham morrido (ou hibernado e deitados fora), peixes, familiares de amigos meus, até meus familiares quando eu era mais pequenina. 


Estou tentada em contar-lhe a verdade (quando for, claro, que parvoíce de preocupação tão antecipada, não é?) mas ela é capaz de não entender. Digo-lhe que o quê? Que o coração é uma máquina e que se estragou? 

Como é que vocês lidaram com isto? Também não quero que ela seja a miúda que vai para o infantário explicar o que é a morte a toda a gente...  Ainda chamam a assistência social! 

7.12.2015

Inventam tudo! #16 - Roupa para amamentar?

Esta rubrica nasceu para falarmos dos últimos gritos na área da puericultura. Se calhar para muitas de vocês já são gritos bem velhinhos e roucos, mas para quem entra recentemente neste mundo da maternidade, acreditem que é tudo, ou quase, novidade!

Ora, depois dos soutiens de amamentação, decidiram criar vários tops e vestidos para as mães que amamentam, dos quais destaco este modelito.




Já perguntaram no A Mãe Desbronca-se? que vestidos se leva a casamentos quando se amamenta e neste site (Milk And Baby) há algumas opções. 

Se eu acho muito necessário tudo isto? Não acho. Nunca precisei de roupa especializada para amamentar, ia de camisa para cima ou top para baixo em qualquer lugar e siga. Se até o Papa Francisco veio apoiar a amamentação durante as cerimónias da Igreja, não vamos ser mais papistas que o Papa. A propósito, recomendo este vídeo, com 4 razões para NÃO se amamentar em público. Hilariante.



Mas se a roupa prática, as fraldas de pano, os aventais de amamentação, for o que necessitam para se sentirem mais confortáveis a amamentar em espaços públicos e a não sentirem necessidade de se enfiar numa casa-de-banho, vamos a isso!