6.07.2015

As mães são descerebradas (ou sou só eu)?

Nós, mães, sabemos que depois de o sermos, nada fica igual. Andamos mais cansadas, mais esquecidas, mais parvas. No início então, parecemos descompensadinhas. Choramos como se o mundo estivesse a acabar e rimo-nos logo de seguida como se tivéssemos uma Joana Gama a dizer piadas ao nosso ouvido.

No meu caso, nada mudou. Já era assim, só com mais umas horas de sono em cima. Já chorava por tudo e por nada e já tinha ataques de riso até fazer xixi nas cuecas. Já era muito emotiva. E, antes de ser mãe, já era muito despassarada. Para a escola não, sempre tudo em ordem. Para o trabalho  também. Mas para a vida e para os outros, parecia ter esse lado do cérebro intermitente. Carteira, cartões, telemóvel, chaves, pagamentos da água, da luz ou do gás, aniversários, chamadas não atendidas que ficavam penduradas dias sem lhes dar resposta, receber mensagens, pousar o telemóvel, e esquecer-me de responder. Eu sou assim. Já era. Não é por desinteresse, os meus amigos e família sabem-no. Acho que não se pode ser perfeito (ai de vocês se dizem que conseguem ser excelentes profissionais, excelentes amigas, excelentes mães, que são já interditadas de aqui estar), e eu estou muito longe disso. Comecei a usar a agenda do telemóvel para as consultas e para as coisas mais importantes (sim, porque ter um homem à porta a dizer que nos vai cortar a luz não é bonito).

O mais engraçado nisto é que quase tudo o que diz respeito à Isabel, eu raramente me esqueço. Nunca me esqueci dela no carro, nem a deixei em casa sozinha. Palmas para mim. Mas a sério, as coisas dela são preparadas com mais antecedência e raramente falhamos, as datas das consultas ficam na cabeça, esse género de coisas. Este fim-de-semana, em que estamos em Óbidos, as coisas dela vieram. Biberons, roupas, fatos de banho, sopas, iogurtes, fruta, água, fraldas, brinquedos.

AGORA A MINHA MALA? Ficou em Lisboa. Sim, só um par de cuecas, e vestidas, umas calças, e ainda por cima brancas, e uma camisola. Nada de escovas de dentes, de pijama ou de carregador de telemóvel. Nada do David também, porque partilhamos mala. E o pior de tudo, os fatos de banho! Sim, porque apesar da casa onde estamos instalados aqui (e que por aqui chamam villa, que chique) ter piscina privativa, achamos que há mínimos de classe e chiqueza e não quisemos ir de roupa interior.

Nada grave, aproveitámos uma sesta da Isabel no carro para ir até às Caldas da Rainha e aproveitei para comprar um bikini giro (que chatice...), escovas de dentes e mais umas coisinhas. Mas acho que este episódio espelha bem como vão estes cérebros.

Ah! E o David já tinha perdido a carteira na 5a feira. O que vale é que há pessoas honestas e que até foram à FNAC para conseguir entrar em contacto com ele! Não é fantástico?

Pronto, agora vamos ali apanhar um solinho e respirar fundo, está bem?




5 comentários:

  1. Li este texto e revi-me a 100% nele...parece a Joaninha Bento tirada a papel químico LOL ! Até este episódio de férias se podia ter passada comigo dado ser, como a minha mãe sempre me chamou "cabeça no ar"! Só espero, como neste texto, ser competente com o dia a dia da MC! Porque é que nós pessoas despassaradas temos um "despassaramento" selectivo?? :P ! Assim seja...acho que até temos mais piada :) !!

    ResponderEliminar
  2. Isto poderia ter sido escrito por mim. lol Sou muito assim! Como diz o meu pai: "como será quando tiveres a minha idade?". :P
    Beijinhos

    ResponderEliminar
  3. Ihihihi... toda a mala??? Demais

    O que vale é que nas Caldas Da da Rainha se encontra de tudo...a minha cidade Natal. Tens de lá ir ao centro da cidade...lojas de perder a tola.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Exactamente por saber que há lojas maravilhosas lá é que fui só ao Centro comercial. Me-do! :)

      Eliminar
  4. O meu filho já tem 3 anos e eu ainda continuo assim:)

    ResponderEliminar