5.10.2018

À minha amiga que acabou de ser Mãe

Meu amor,

Não é fácil. E é tão bom. E tu estás aí, tão longe de mim, e eu sem te poder dar um abraço.
As mães precisam de abraços. Principalmente as que acabaram de ter filhos.
E precisam de quem as ouça. De quem lhes pergunte como estão em vez de lhes perguntarem apenas pelos filhos.
E precisam de uma sopa feita e de roupa lavada. Isso sei que tens. Conforta-me saber que os teus pais estão contigo neste momento. E o teu maridão.
Mas eu queria estar aí. Queria dizer-te que compreendo as tuas angústias, as tuas dores.
Queria dizer-te que vai tudo melhorar. E que esses sentimentos tão díspares que convivem dentro de nós, de alegria e de angústia, por não conseguirmos controlar tudo, vão continuar vida fora. Mudam as razões. Apenas aprendemos a apaziguá-los. A domá-los. 
Mas tu estás a dar o teu melhor. E o teu melhor é o mais do que suficiente para o teu filho. Ele só quer o teu calor e ouvir-te cantar, tal como cantavas quando ele estava na tua barriga. E que voz... Ele só quer o teu colo, o teu cheiro, a tua pele. 
Ele tem-te como mãe e eu sei o quão sortudo ele é. Ele vai ter esses olhos rasgados e cheios de vida a olhar por ele a vida toda. Ele vai ter essa pessoa incrível a ler-lhe histórias e a mostrar-lhe o mundo. Que privilégio!
E tu mereces. Tu mereces tanto ter esse bebé nos braços. Que lindo ele é. Aproveita cada momento. Ouve-te. Ouve-te bem. O teu instinto fala mais alto. O teu amor fala mais alto.

Sejam muito felizes, meu amor.
Adoro-te. Mesmo muito.

Com amor, 
Joana


Luisa Starling Photography

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5.09.2018

Mães que tudo sabem - Luísa Barbosa

Não se assustem com a fotografia. A Luísa está grávida, mas não está de cama. Aliás, ainda no outro dia a vi num "evento" (ai que finas) e está óptima - tanto quanto uma pessoa possa estar se lhe disserem que tem de tomar Folifer ;)

Aproveitei e retomei esta rubrica no blog com a Luísa Barbosa. 




Se isto fosse um programa de televisão, além de estarmos as duas besuntadas em base e rímeis que demoram uma eternidade a sair, o que gostarias que estivesse no teu oráculo? Luísa Barbosa... apresentadora?

Luísa Barbosa: Eu gostava que dissesse 'milionária' mas já percebi que não é uma opção. Como 'apresentadora de televisão e animadora de rádio' é muito longo, pode ficar 'Apresentadora'. 


Cada vez mais reparamos que ninguém é "só" uma coisa. Associamo-nos a uma área e, depois, vamos explorando as várias plataformas e aproximações. Já trabalhaste como atriz, apresentadora de televisão, já fizeste stand-up comedy, fazes rádio... Qual é que não poderia estar de fora da tua lápide? 


LB: Provavelmente 'apresentadora de televisão' porque sem essa, acho que não surgiriam as outras. 


Eras das meninas que brincava com bonecas e aos pais e às mães? Desde sempre que esperavas ser mãe?

LB: Nada disso. Adorava a ideia de ter uma Barbie por causa da publicidade mas mal tive uma, desiludi-me logo. Eu estava feliz com os meus bloquinhos, canetas e lápis, especialmente os de cor. Quanto à maternidade: eu sabia que era algo que se não surgisse na minha vida, eu ia ter pena de não ter essa experiência mas nunca foi um sonho. Nunca achei que só estaria completa se fosse mãe. Sabia que era um passo que só me fazia sentido dar se encontrasse a pessoa certa para partilhar as alegrias e as dificuldades de ter um filho e educá-lo. Sempre foi algo muito claro na minha mente: só ser mãe com alguém que partilhasse os mesmos valores em relação à educação que queria dar a uma criança. E tive a sorte de encontrar essa pessoa. 

Qual é o teu maior receio nesta aventura de "primeira viagem"? 

LB: Tenho medo do medo, acho eu. Do medo que vou ter pelo bem-estar da minha filha, do medo de me conformar em determinadas coisas na minha vida, por agora ser mãe... Mas não tenho medo de nada em concreto. A parte boa de ser mãe com 36 anos é que não entras nesta aventura com grandes ilusões. Sabes que há dificuldades e que as coisas mudam radicalmente. Mas tomaste esta decisão sabendo isso, por isso não te preocupas com aquilo que já sabes que é inevitável. E, mais uma vez, sem que tenho alguém ao meu lado para o que der e vier.





És modelo. Tens receio que o teu corpo mude? Estás atenta a isso ou "seja o que for, logo lido com isso"? 

LB: Oh, és querida! Mas sim, trabalhei como modelo e continuo a trabalhar com a minha imagem. Claro que sei que o meu corpo vai mudar. Tenho os cuidados normais numa gravidez - alimentação, creme anti-estrias e algum exercício (devia fazer mais, mas não dá para tudo) - mas também sei que não tenho a genética nem a disciplina da Carolina Patrocínio (alguém que admiro). Neste momento, o meu corpo alberga outro ser, e ela é a minha prioridade. Quando estiver cá fora e as coisas acalmarem - sim, porque sei que a amamentação vai ser outra aventura - então aí tenho de fazer o trabalho de recuperação. Sei que é algo que para mim vai ser importante porque fiz exercício a vida toda e quando não faço, trepo paredes. Faz-me mesmo bem, fisicamente e mentalmente. E uma primeira gravidez aos 36 não é a mesma coisa que aos 26 anos.


O que é que te têm dito imenso por estares grávida e já estás "cheia de ouvir"? 

LB: Se mais alguém me diz que 'tenho de comer por 2', obrigo-os a comerem 20 pastéis de bacalhau!!! Mas, a sério, o mais chato é perceberes a falta de coerência e a incrível convicção de que todos percebem imenso disto menos tu. Como se andasses nisto de forma completamente irresponsável, sem te informares e sem cuidares de ti e do bebé. Mas enfim, é sorrir e acenar.


Há algum momento na tua vida em que te tenhas arrependido de continuar com o curso de Direito? 

LB: De continuar? Não! A era de tirar cursos para ter uma profissão para a vida já acabou e o curso de Direito prepara-te para imensa coisa, não apenas saídas profissionais mas também para a vida em geral e no teu papel de cidadã. Até me preparou para ser apresentadora de televisão!


O que te deu para ires para Direito (com essas curvas... ah... ah...)? 

LB: Estava entre Comunicação e Direito e, bem ao modo 'Luísa Barbosa', escolhi o caminho mais difícil e menos óbvio. Na altura, os cursos de comunicação eram mais teóricos. E nas saídas profissionais de Direito incluíam-se as de Comunicação. Na altura, foi um 2 em 1. Claro que eu também tinha uma noção romântica do exercício do Direito e da profissão de advogada. Mas o estágio mostrou-me que aquilo não era para mim. No entanto, acho que foi o curso que me deu mais conhecimentos. Por isso, nunca me arrependi. mas também não sou dada a arrependimentos.



Achas que vais ser do tipo de mãe que investiga tudo ou das que vai mais com o flow?

LB: Acho que vai depender do que se trata. Acho que há coisas que vão ser instintivas e há outras que vou fazer pesquisa intensiva. Vamos ver... 


De tanto que se ouve falar hoje em dia de maternidade, o que é que já aprendeste?

LB: Tanta coisa!! Como disse, esta não era uma temática que estivesse no meu radar. Acho que vai ser uma aprendizagem constante na nossa vida, daqui para a frente. Mas posso dizer-te que já aprendi algo sobre mim, porque sempre achei que iria ser mais stressada e controladora do que estou a ser. Parece que ficas mais em sintonia contigo e com o que te rodeia, nesta fase, e tornei-me muito boa a priorizar e a relativizar. Ando na fase 'meh'!, como lhe chamo. 'Tenho 324 coisas para fazer! - Meh! - se não as fizer todas, paciência'. 'O jantar queimou e os 12 convidados estão a chegar! - Meh! - Olha, encomenda-se.' Há uma calma de que eu não estava à espera.


Falas com o teu bebé? Já interiorizaste que tens aí um ser? 

LB: Sem dúvida, até porque ela gosta de se fazer notar. A julgar pela actividade no meu útero, temos campeã de kickboxing! Até já acho que tem personalidade. A nossa técnica das ecografias diz sempre que ela tem mau feitio e eu adoro! Além disso, herdou dos pais o monstro da fome: quando começo a sentir fome é quando ela mais dá pontapés! E sim, claro que falo com ela e ralho com ela quando se põe a dar pontapés na minha já cheia bexiga.


Tens medo do parto ou não sofres por antecipação?

LB: Acho que ainda não cheguei aí. Talvez quando estiver mais próxima da data. Agora faltam-nos uns 2 meses. Mas ando a tentar não ter um plano muito fechado do que quero porque sei que tudo pode acontecer. Tenho preferências em relação ao meu parto, sim, mas acho que, se for de ideias muito fechadas, há mais hipóteses de stressar caso algo não corra conforme planeado. E acho que, manter a calma, vai ser vital.


Algum plano para uma ninhada ou vão vendo? 

LB:  Gostávamos de ir ao segundo, mas é algo que vamos andando e vendo. 





A mãe é que sabe? 

LB: Sempre! Mas não digam ao pai senão ele fica triste  


Adoras o nosso blog e é o único blog que lês desde pequenina? 

LB:  É o vosso blog e a tabuada! Mais a sério, gosto da dinâmica 'das Joanas' e do humor que conseguem ver nalgumas situações. E, claro, a honestidade com que abordam algumas questões. Parabéns!


Thank you, Luísa e... "uma horinha pequenina", ahah. 

A Luísa está aqui no instagram e aqui no Facebook. 


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Perdoa-me, miúda porque menti.

Há 4 anos que me ando a queixar que foi muita coisa horrível desde que comecei a ser mãe. E confesso que estar três anos sem dormir mais do que duas horas seguidas ou três não foi simpático para a minha capacidade de... olhar para a vida com vontade de viver, ahah. No mínimo!

- Força a todas vocês que continuam na luta, estou mesmo convosco. 

Há uns dias, porque achei que ela ia gostar e porque eu tinha vontade de ver, sentei-a no meu colo e passámos uma hora e tal a ver vídeos e fotografias de quando ela era (mais) pequenina. No nosso caso, facilmente poderia ficar triste porque na maior parte das fotografias ou vídeos aparece o pai, o meu ex-marido.

Mas não ficou. O Pai não morreu, o pai continua cá. O pai gosta dela e brinca com ela na mesma. 

A Irene ficou espantada por o Tiggy (dou-dou dela) existir desde o início, de estar em todas as fotografias em que ela dorme. Ficou (ainda) mais agarrada a ele desde aí. Acho que pode olhar para ela como se fosse "outra criança", vendo o quanto é querida e adorável desde sempre, divertida, tonta e traquina. 

E, assim, constrói mais uma perspectiva do passado. Vê que, quando era (mais) pequenina, a mãe tinha uma voz terrível para falar com ela (uma espécie de grito abafado, misturado com um sorriso e euforia esquisita - estava toda frita, claramente), que comia bróculos crús e a rir, que afinal até gostava de banana, que a mãe se fartava de passear com ela todos os dias, mata saudades de brinquedos que estão guardados algures...



E eu. Eu vejo que nem tudo foi horrível. Não foi horrível, sequer. Na altura parecia porque temos realmente de lidar com muita coisa: redefinição da nossa identidade (morte da anterior, parece-nos, pelo menos), sono (muito), milhares de inseguranças, reequilíbrio da vida em casal, pressões exteriores familiares e sociais... Miúdas, temos que nos dar um desconto dos grandes. 

Agora, ao ver as fotografias e fazendo um "esforço consciente" para ser optimista, vejo tudo tão bem: tinha uma miúda (ainda tenho, credo) lindíssima por quem estive completamente apaixonada todos os dias (embora não conseguisse demonstrar tanto quanto queria no início), com quem sempre dei o meu melhor todos os dias e que sempre soube, desde início, dizer-me o que não quer e quer. Sempre muito fácil de perceber, a Irene, isso sem dúvidas, ahah (chorava muito alto e falava muito). 

Todas as vezes em que lhe dei banho (era sempre eu) e cantava para ela (desculpa, ahah), ou quando lhe espalhava o creme, quando lhe dava de mamar logo de manhã (era a minha referida) ou, mais tarde, a primeira vez assim que chegava do trabalho. Tentar penteá-la com a escova... Descobrir como lhe cortar as unhas. Sentir os seus pés macios na minha mão, olhar para eles e pensar "eu estou a ter o privilégio de ver estes pés ainda antes de tocarem pela primeira vez no chão". 

Ela a dançar "As Poderosas" da Anitta ou comigo a "Piradinha"... :) Contar-lhe vezes sem conta o mesmo livro à hora de almoço, estar tão cansada que até deixava os restos de sopa lá ficarem e fazerem parte do cenário, ahah. Brincámos muito, dançámos muito. 

Falo como se já tivesse acabado, mas não acabou. Já não é bebé, mas continua a ser ela. Continuamos a ser nós e é um prazer fazer-lhe festinhas na cabeça ou nas costas ou na barriga até adormecer. 


Perdoa-me, miúda, tenho mentido. Ver-te crescer e ser mãe tem sido maravilhoso desde o início. Quando estamos cansadas é só mais difícil ver o que está mesmo à nossa frente mas, mesmo assim estamos a conseguir :)


Fotografias: Yellow Savages
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5.08.2018

Eu faço só que tu não sabes.

Há tanta coisa que nós, mães, fazemos se que eles saibam. E que, se nunca lhes dissermos, nunca irão saber...

1- Aconchegá-los à noite. 

Já estão a dormir há algumas horas mas, antes irmos dormir, vamos lá dar um aconchego. Principalmente naquelas idades em que dormem a noite toda com o rabo de fora, fica gelado e também não se tapam. 

2 - Ter momentos de pura contemplação.

Podem estar blá blá blá ou só simplesmente estar sentados na sanita e terem pedido companhia. Há momentos em que parece que tudo o resto deixa de existir e olhamos só para eles com aquele "és tão bonito ou bonita", "como é que já estás tão crescido?"



3 - Falar com a educadora/escola.

Podemos desvalorizar algumas coisas quando estamos a ouvi-los, mas ficamos "com a pulga atrás da orelha" e, sempre que se justifica, damos o toque certo à educadora ou falamos com outros pais para saber se também se passa o mesmo ou nem por isso. 

4 - Trememos quando têm dores

Quando têm dores ou desconfortos em que não podemos ser úteis, tentamos passar leveza mas, por dentro, sentimos que é injusto não podermos fazer mais nada. O "já passa" nem sempre é um "isso não é nada", é mais um "filha, não consigo fazer mais nada para te ajudar, mas gosto tanto de ti, desculpa."

5 - Comer os doces

Às vezes, quando eles desaparecem, não desapareceram sem deixar rasto. Às vezes tinhas razão no número de Ovos Kinder que havia lá em casa e que parece terem acabado "muito rápido". 

6 - Inventar propriedades para alimentos

Não é verdade que a sopa te faça correr muito rápido. Não é por comeres espinafres que andas a saltar mais alto mas, se quisermos aprofundar muito a questão, também é por causa disso, vá. 

7 - Afastar e dizer nomes

Às vezes, quando nos irritamos, temos que nos afastar uns segundos para não explodir (quando conseguimos parar um bocadinho) e, nesse bocadinho, dizer umas quantas asneiras ou engolir um Ovo Kinder de uma vez só para ver se voltamos mais bem dispostas. 

8 - Dizer "depois"

E não haver depois. Tipo: "A mãe dá-te mais bolachas depois de lavarmos os dentes". E, depois (às vezes!)... Se não se lembram, problema deles :)

9 - Dizer que não havia. 

Aqueles pedidos especiais que não podemos estar sempre a satisfazer... e que sim, até fomos às compras, mas não... "que esquisito, mas a mãe não viu!". 

10 - Ficar às vezes em stand-by depois de adormecerem

Muitas vezes estamos cheias de pressa, loucas para que eles adormeçam e, depois, quando finalmente adormecem ficamos com saudades. Ou, então, ficamos ali ainda mais alguns minutos enquanto estão a dormir para apreciar... e cheirar... 


Fotografias - Yellow Savages

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Iguais no coração.

O primeiro teste
O primeiro enjoo
As batidas do coração
A barriga que não está lá mas queremos que esteja
Os outros não vêem mas nós sabemos
Pisamos algodão doce
O sono doentio
A primeira eco a sério
O nosso coração também bate
A troca de olhares
As análises
O alívio
A partilha
O choro, as gargalhadas, a emoção
As semanas
As primeiras roupas
Menino
Menina
Não quero saber
As primeiras dicas
Livros blogues grupos do Facebook
A barriga
As borboletas
Os pontapés
A balança
A fome
O nome
Os nomes
O teste do cotonete
A mistela de sabor a laranja
Ou a limão
Horrível
Os esquecimentos
As ecos e as análises
Os cursos
As respirações
As listas
As expectativas
O dia
Os nervos
A felicidade
A espera
As dores
O parto
Normal
Cesariana
Com epidural
Sem epidural
De cabeça
De rabo
Vida
O choro
A felicidade
Pele com pele
Primeira roupinha
O cheiro
A mama
O biberão
A encubadora
A espera
A pressa
O tempo
O que dorme
O que chora
O que mama
O que bebe no biberão
O da sala do lado
O da cama ao lado
E o outro
A primeira fralda
O primeiro banho
Um andar torto
Já pronta para outra
Um pai que vai dar banho
O banho da mãe
A força
A noite em claro
Os receios
A confiança
A magia
A porta de casa
Sair dois, entrar três
O início de tudo

De todas as formas
De todas as maneiras
Iguais no coração.




5.07.2018

Foi isto que me fez apaixonar pela minha filha.

É difícil para muita gente começar a ser mãe. Para quem talvez não tivesse esse sonho como eu (a Joana Paixão Brás, sim), os desafios facilmente passaram a problemas e os problemas passaram a desesperos e os desesperos mais cansaço e noites sem dormir a solidão e tristeza. 

Os sorrisos, ouvi-la gargalhar, vê-la a fazer novas conquistas de desenvolvimento davam-me uma especial alegria, claro. Ouvi-la a acordar, já de manhã, perceber que a noite tinha passado e que ela estava bem e que até sorria apesar de parecer que nenhuma das duas tinha dormido, também me deixava calma e quase pronta para que tudo começasse outra vez. Todos os dias. Durante um ano e meio em casa com ela (bem sei que é uma sorte e que foi um risco tentar tê-la), a começar todos os dias.

Mas não havia nada melhor. Nada melhor do que o banho. A hora do banho, saber que a ia ver a brincar, que a ia ver com o cabelo molhado e com os olhos tão grandes, o interesse dela pela água, os seus pés a aparecerem acima do nível da água, o cheiro de cabelo lavado... Vê-la enrolada na toalha, relaxada, mas ainda tão pequenina para caber naquelas meias-toalhas... E... espalhar-lhe o creme. Esborrachá-la. Apalpá-la toda. Fingir que sou massagista e fazer com que sentisse cada dedo dos pés, das mãos, as coxas, a barriga das pernas, os ombrinhos de franguinho, o pescoço... 

Foram os banhos que me deixaram ver o quanto estava apaixonada por ela. 


Continua a ter um impacto enorme em mim vê-la despida e com o cabelo molhado. Fica com a cara da “Irene bebé” e, depois, com o corpo vejo que é uma mini-mulher. Uma miúda que vai conquistar o mundo. 

Da minha parte, com tentativa e erro, vou encontrando a melhor maneira de a "servir", dando-lhe a estrutura e orientação que precisa (e a que consigo dar), mas também cuidando dela. 

Se vocês sentirem ou se virem que a pele dos vossos filhos não está 100% bem, nada como tirarem as vossas dúvidas e seguirem os conselhos do Guia dos Pais




Desde cedo que fui à dermatologista com ela e, por isso, tenho vindo a aplicar algumas coisas que considero importantes nos banhos para tentar controlar aquilo a que se chama de "pele atópica": 


- A Irene até pode ficar a marinar algum tempo no banho, em "banho de imersão" (com pouca água não só para "poupar", mas também para não ficar stressada caso não esteja a olhar por uns segundos), mas não uso produtos que façam espuma, principalmente em alturas de crise. 



Prefiro que a água esteja morna e que vá adicionando mais um pouco a meio do banho para "ir aquecendo" que ter a água quente para começar. Também tenho uma pele muito sensível e sei que o resultado de tomar um banho "quentinho" são comichões ao longo do dia. 

- Uso a toalha não esfregando mas "dando beijinhos na pele". A moça não precisa de uma exfoliação, antes pelo contrário, é bom manter-lhe a hidratação da pele. 

- Depois de bem seca e de estar toda bem despidinha (a Irene, só para que continuemos sintonizadas, ahah), proponho-lhe uma massagem como nos spas (já cheguei a por musiquinha e tudo de passarinhos). Ao lhe por o creme, além de estar a fazer um favor a mim própria por eu lhe poder tocar e ela ficar relaxadinha, ela está a ter o momentão do dia, caramba! Que privilégio. E ainda fica um bocadinho a secar depois. Calma, mães, a Irene, não aguenta isto todos os dias. Faço duas vezes por semana e idealmente uma delas ao domingo para começar a semana "em condições". 



Tenho experimentado vários produtos, tanto em mim como nela, por ambas termos pele atópica. Ainda para mais, sendo blogger, vou tendo oportunidade de estar a par dos últimos lançamentos de cada marca. Sou, desde há algum tempo, uma das "caras" da gama Lipikar da La Roche-Posay (vejam o vídeo que fiz que além de estar toda tesudona - ahah - está muito giro) por ser também o que uso lá em casa. Confio na marca e vejo os resultados e agora actualizaram a fórmula: LIPIKAR AP+

Sou também uma sucker por packaging e branding e gosto quando está tudo certinho e direitinho. Processem-me :) 




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5.04.2018

O melhor de ser Mãe.

Vá, isto vai dentro do esforço que disse que ia fazer para tentar ser mais positiva (aqui, quando disse que a comentadora tinha razão). Isso treina-se, sabiam?

1- O parto já foi!


Eish! Nada melhor do que isto, não me lixem. "As crianças são o melhor do mundo" (para quem ainda não tenha experimentado estourar 500 euros no Ikea, às vezes até percebo de onde essa afirmação possa vir), mas o melhor mesmo do mundo é já termos passado por aquele evento que nos faz fritar a cabeça durante quase 9 meses e que imaginamos sair de lá com o pipi em strogonoff. No meu caso saí mesmo, mas já está com um ar mais apresentável. Depois mostro. 

2 - "Quando fores mãe vais perceber!"

Não queridona, já sou Mãe! Já entrei para o clubinho, por isso acabou a treta do "quando fores grande". Finalmente, acho que é com isso que se acaba essa conversa. Já sou mãe, já tenho moral para dizer imensa coisa e parecer que sei tudo. Sim, até a nossa mãe já pode parar de dizer "ah, quando tiveres a tua filha vais perceber". Já percebi, mãe. Obrigada. E... desculpa qualquer coisinha. 

3 - Desculpinha intocável para tudo. 

"Adora ir ao almoço do avô da Beatriz que me deu colo durante 5 minutos quando eu estive aqueles dois meses no infantário do Cartaxo, mas a miúda está doente. É. Fruta da época, pois. Anda para aí uma virose, sim". O único inconveniente disto é que depois convém não fazer stories na Praia das Maças durante dois ou três dias para dar aquela credibilidade. 

4 meses de Irene.


4 - Nivelam-nos por baixo.

Ah! Que maravilha o "estás bem para Mãe!". Não poderia ter pedido nada mais do que isto. Chegar ao trabalho com uma basezinha bem espalhada, um bom decote de barco (ou à veleiro ou qualquer designação beta que não serei eu a autora indicada deste blog para falar do assunto) e um anti-olheiras. Parece que passam a estar surpreendidos só por termos tomado um banhinho. Nivelem-me por baixo que eu gosto. Aliás, o melhor amigo das mães? Um baton vermelho básico. Mete-se e "credo, Joana, hoje papava-te bué, man!" - trabalho num local de gente jovem (acho que mesmo assim ninguém me disse isso, o que é uma pena porque é sempre bom ouvir... no geral é bom poder ouvir, mas estava a falar mais especificamente deste género de comentários...). 

5 - Licença de maternidade. 

Ok, sejamos honestas. É uma tristeza o tempo a que temos direito de ficar com eles. E em muito sítios até sentimos que nem da licença podemos "bem" usufruir porque sabemos que quando voltarmos nos vão "ser retirados privilégios" ou o que for, mas.... Num trabalho que seja rotineiro ou do qual já estejamos a bufar... é cool desaparecer. O trabalho em casa com o bebé é ainda mais duro, mas pelo menos não temos de aturar aquela colega que faz questão de atender os telefonemas pessoais no open-space. Depois é triste voltar e perceber que não fizemos falta, mas vou parar de falar de mim. E dos meus telefonemas pessoais em open-space. 

Um ano de Irene. 


6 - Pressãozinha social da trampa. 

Há por aí muita fêmea sem saber onde se encaixar por serem mulheres adultas e ainda não terem procriado. Como a maternidade da muito dinheiro a muita gente (bem, a mim incluída, tirando a parte do muito, ahah) é uma coisa que é incentivada, além de que as desgraçadas e os desgraçados gostam de motivar outros para se meterem no buraco. Que melhor do que ter um casal amigo que esteja mais desgraçado que nós para nos fazer sentir melhor? Hmm. Aconselho vivamente.  

7 - Maturidade acrescida para a empresa. 

Sei lá se isto é verdade, mas gosto de fantasiar que o facto de ter parido me veste um blazer imaginário todos os dias. Ah! Ela é adulta, já foi mãe, já pode ser escolhida para uma coisa de maior responsabilidade, afinal de contas tem uma miúda de quem toma conta e saiu-lhe do pipi. Continuo à espera e a miúda já tem 4 anos. 

8 - Ter filhos. 

Também é fixe. 

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