8.11.2017

As Mães têm de ser um bocadinho egoístas

e·go·ís·ta
(francês égoïste)
adjectivo de dois géneros e substantivo de dois géneros
Que ou pessoa que trata dos seus interesses.

Se há ser mais abnegado, mais altruísta, mais dedicado aos outros é uma Mãe*. A maiúscula é propositada. Há Mães e mães, sim. Felizmente já tirei o meu like da página do Facebook do Correio da Manhã e tenho menos contacto com aquelas notícias do incrível de gente louca (e má) capaz das piores atrocidades. Não vejo televisão. (Só séries e documentários na Netflix e Sic Notícias, pontualmente). As Mães a sério, assim que o são, vêem depender um pequeno ser a 100% delas e aquele momento é altamente transformador. Nunca mais serão as mesmas. Até mesmo a gravidez, tendo de ceder a tantas coisas e começando a fazer as melhores escolhas em prol do bebé - e de si - funciona como um prólogo de tudo o que se seguirá. Primeiro não podem comer saladas fora de casa nem beber álcool; depois dificilmente se separam do filho recém-nascido e tentam viver de forma a não pôr em causa o seu bem-estar. A vida social fica adiada. Os duches mega rápidos, comer com eles na mama (quantas vezes?), os colos de horas para que eles durmam qualquer coisa. Cada bebé e cada família terá as suas idiossincrasias e também a sua rede de apoio (ou falta dela). Cada mãe terá os seus timings e as suas necessidades. Da Isabel, já o disse, senti necessidade de ir comprar roupa num pulinho, teria ela duas semanas, ficou em casa com o pai. E achei que precisava de ir ao Justin Timerlake e fui (claro que as minhas mamas também foram e não aguentaram tantas horas), teria ela um mês e meio ou dois. Fomos, em casal, viajar 3 dias tinha ela 9 meses. Com a Luísa não senti falta de forrobodó tão cedo, fui bem mais caseira. Nem me imagino a dormir longe dela para já. Cada uma de nós sentirá, a seu tempo, necessidades diferentes. Mas uma coisa vos digo: temos de ser um bocadinho egoístas de vez em quando. A verdade é que não estamos sequer a ser egoístas porque, por definição, egoísmo seria se desprezássemos, por regra, as necessidades alheias.

Não será o caso. Apesar de o sentirmos quase que inevitavelmente (isso e aquela história da culpa). Raios. 
Hoje não fui egoísta nem me senti egoísta.  E nem estou a dizer isto para me convencer, mas sim para vos mostrar, caso tenham esse receio, que há um espectro muito grande entre altruísmo e egoísmo. 

Queria, estas férias, ter umas horas na praia sozinha ou a dois sem barulho, sem choros, sem necessidades alheias. Miúdas bem entregues (Isabel na creche e Luísa com a minha mãe), e lá fomos nós os dois, de carro, até ao Baleal. O silêncio na viagem. Fomos calados a maior parte do tempo, sem trocar uma palavra, mas cúmplices no bom que tudo aquilo estava a ser. Chegar, caminhar pelo areal, conseguir apreciar a natureza em todo o seu esplendor, o cheiro a mar, o sol na cara, na pele, a água a gelar os ossinhos, os beijos mais demorados e as mãos dadas. Ler metade de um livro. Um ano e meio depois (para umas muito tempo depois, para outras desnecessário), fomos passear os dois, sem filhos. Soube-nos muito, muito, muito bem. Foram horas que valeram por dias. Nunca a Luísa tinha estado tanto tempo separada de mim mas, quando cheguei, ela estava óptima. Não chorou nunca. Esteve sempre bem disposta. Comeu, dormiu, dançou, passeou, andou a distribuir beijinhos por todos. Ficou contente quando me viu mas nem por isso veio a correr fazer queixinhas. A Isabel estava a ver um filme quando a fui buscar à escola. Contente por rever os amigos e as educadoras, 3 semanas depois. Tudo certo. 

Claro que pensei nelas quando estava na praia: até pedrinhas apanhámos para a Isabel pintar e comentei que uma bebé andava como a Luísa. Lembrei-me delas várias vezes. Mas nunca me senti mal por não estar com elas. Senti-me bem, muito bem. Às vezes é preciso. Parar, respirar, ouvir-nos, relaxar. Quero fazer isto mais vezes. (Tenho de). Por mim, por mim e por ele. E por elas.








E na quinta à tarde fomos ao cinema ver o Dunkirk (aconselho!). Quando cheguei a casa estavam de banho tomado e jantadas. TÃO BOM! <3 Obrigada, mãe.


Gostava até de fazer uma espécie de retiro, já alguém fez?



 
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*e um Pai.

A m o r

Mais uma semana de férias chegou hoje ao fim. Impossível não me relembrar aquele ano e meio - o primeiro ano e meio da Irene - que vivi só dela. É um privilégio poder aproveitá-la com tempo e observar o densenrolar dos seus raciocínios. Está a explicar-se cada vez melhor e já a deixar-me mais vezes sem resposta.

Momento impagável o de ontem quando, ainda bêbada de sono da sesta, abriu um olho e viu que eu estava ao seu lado. Sorriu derretida e voltou a adormecer.

Foram umas magníficas férias de família em que notei agora que tusso da mesma maneira que a minha mãe, que o mano e eu temos muito sentido de humor e que a Irene tem a vida toda pela frente para construir memórias.

Esta foto diz amor de mil maneiras e, no meio da família, estamos nós as duas. Esta equipa que se aperfeiçoa e cujo objectivo é ensinar a amar e a ser amado.

Missão comprida e vai ser cumprida. Em família.



Fato de banho mãe - Triumph
Fato de banho Irene - Tuc Tuc

8.10.2017

Há mais de 6 anos que não passava férias com a minha família.

E só depois de cá estar me apercebi do importante que é. Independentemente de termos cada um de nós as suas visões diferentes da mesma coisa, personalidades muito diferentes, compensações mais próximas ou não - seja lá o que for que eu queira dizer com isto - nada se compara à felicidade de pertencer ao nosso grupo, à nossa matilha. 

Depois de 6 anos mais afastada (ou muito mais, nem sei), isto é, em que não vi ninguém de pijama nem ninguém me viu a mim, sabe muito bem voltar a acordar "em casa", apesar de estarmos em Tróia, num hotel. 

Giro estarmos todos à mesa de novo, mas com uma pessoa nova: a Irene, a minha filha, a neta da minha mãe, a "netasta" do meu padrasto, a sobrinha do meu irmão. O meu irmão que foi a primeira pessoa a ensinar-me o que é amor incondicional. 

Reais como as mulheres dos anúncios daqueles cremes, mas nossos. É esta a minha família e parte da família da Irene. É um quentinho no coração saber que a Irene está rodeada de tanta gente que a vai ver crescer e que a ama profundamente. 










Algumas notas: 

- O rapaz das fotografias é o meu irmão Pedro ;) Tem 20 anos, acalmem-se. 

- Nem me dou ao trabalho de cozinhar por ter ido buscar refeições completas e biológicas para a Irene à BebéGourmet.

- O colar da Irene é da Goda Store.


✩✩✩✩✩✩✩✩✩✩

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8.08.2017

Vai haver um curso Montessori!!!!

Estou que nem posso com tamanha felicidade e por vários motivos. Um deles é por ser muito adepta de Montessori. Parece-me fazer tudo muito sentido. Outra é que vejo as coisas a mexer e, por isso, serão cada vez mais crianças, mais cedo, a tomar partido disso. Gostaria que se estendesse também à primária  - acho eu. 

Vai haver um curso Montessori e, por isso, falei com quem falou comigo para vos contar da novidade, com todo o coração. 


Apresento-vos (novamente para as mais atentas) a Verina Fernandes: 

Nos últimos anos, tem vindo a crescer o número de estabelecimentos de ensino a adoptar modelos pedagógicos que divergem do método educativo convencional, descaracterizado e expositivo. E é fácil perceber porquê, até porque muitos destes projectos educativos foram criados por grupos de pais, interessados em mudar o rumo da educação dos seus filhos.
Os pais querem que os seus filhos absorvam e compreendam o mundo; que explorem e investiguem pelas próprias mãos; que desenvolvam as suas capacidades e talentos naturais. Um único modelo não pode servir para todos, porque não somos todos iguais (na forma física e psíquica).
É aqui que o movimento Montessori (bastante activo e prolífico em todo o mundo, há mais de 100 anos) vem trazer uma abordagem que permite proporcionar o ambiente adequado e os materiais mais interessantes e úteis para que a criança se desenvolva por esforço próprio, no seu ritmo e seguindo seus interesses. A criança cresce por motivação e não por imposição.
As crianças montessorianas questionam, são interessadas e não se conformam com facilidade, sem que isso signifique que se tornam insurrectas ou impertinentes. A pedagogia Montessori está estruturada para que a cordialidade, a partilha e a cooperação sejam assimiladas naturalmente.
Felizmente, são já muitos os seguidores portugueses desta abordagem pedagógica, daí que fez todo o sentido criar a Associação Portuguesa Montessori (APM).
A APM é uma associação sem fins lucrativos que visa criar uma rede de contacto e de cooperação entre pessoas, escolas, grupos e projectos com o interesse comum da pedagogia montessoriana. E é com todo o orgulho que anuncia, pela primeira vez em Portugal, o primeiro curso certificado internacionalmente:
De 18 a 29 de Setembro de 2017
Porto

É uma oportunidade única receber todo o conhecimento de Guadalupe Borbolla, com 30 anos de experiência no âmbito da educação Montessori e uma presença recorrente em conferências internacionais. Tem, inclusivamente, participado na formação de Guias Montessori em vários países do mundo.

A APM tem todo o gosto em receber a Guadalupe e convida todos a participar desta formação pioneira.

Obrigada, Verina!!

Let's go!!! Malta do Porto, façam o favour de se inscrever para que isto haja também em Lisboa, sff. 

✩✩✩✩✩✩✩✩✩✩

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"Tenho medo de não conseguir amar o segundo filho como amo este"

A frase não é minha, mas li por aí várias vezes escrita. Percebo-a. A primeira fase da gravidez da minha segunda filha foi vivida de uma forma tão pouco "dedicada", com tanto trabalho e cansaço, que chegava a ter receio de não vir a sentir o mesmo. Mas depois, pouco a pouco, fui-me apaixonando e aquele pequeno ser foi ganhando mais e mais espaço no meu coração. Quando nasceu, não tive qualquer dúvida. Que sentimento pleno, de pertença, que coisa arrebatadora! Depois do que me aconteceu no recobro, com operação de urgência e transfusões de sangue e todo aquele aparato e medo de morrer, que vos contei aqui, o amor pelas minhas filhas aumentou mais e mais (nunca achei ser possível sentir algo tão gigantesco), assim como o meu amor pela vida. Senti-me a ir e quando acordei, 6 horas depois, senti que me estava a ser dada uma segunda oportunidade. Chorei todas as lágrimas que tinha. Por não estar ao lado da minha cria, por não saber quanto tempo depois a ia ver e depois por ter medo do que me pudesse ainda acontecer e receio de demorar mais tempo a ir para casa, para a minha filha mais velha, de quem tinha muitas saudades. Accionei um modo qualquer de sobrevivência e, depois disso, não senti muito mais medo. Quis estar lá, bem e feliz, para as minhas filhas. Percebi, meses mais tarde, quando desatei a chorar quando me perguntaram pelo parto, que ainda havia algumas feridas por fechar. Agora que já não sinto mais nada de negativo em relação a esses dias, sinto que fechei esse capítulo, tanto é que fiquei meia triste (mas aliviada ah ah) quando fiz o teste de gravidez e tive a certeza de não estar grávida do terceiro. Agora só sinto amor. E cansaço (sim, porque ter dois filhos tem muito que se lhe diga).

E é sobre esse amor que vos quero falar. Ama-se o segundo filho tanto quanto se ama o primeiro. O amor não é mensurável, mas garanto-vos que o coração volta a bater com tanta força como com o primeiro filho. Que as lágrimas de emoção voltam a cair. Que a alegria de ver as pequenas conquistas deles é enorme. Que o desejo de os proteger de tudo chega a ser angustiante. Que o medo de não estar cá para os dois é gigante (mas mais vale nem pensar nisso). Que a vontade de lhes arrancar um pedaço das bochechas é praticamente incontrolável. Que o riso que nos sai, mal disfarçado, quando fazem asneiras é inevitável. Que as danças que fazemos juntas se prolongam cá dentro, mesmo quando a casa já está em silêncio.

Nada temam quanto a essa questão. Vão amar tanto o segundo filho quanto amam o primeiro. Podem amar diferente, apreciar coisas diferentes, aproveitar até melhor algumas coisas, por saberem que passa tão rápido, e pior outras, porque terão de repartir atenções. Mas esse sentimento inabalável de amor profundo, de amor que se sobrepõe a tudo, esse vai lá estar. Sempre.





Site aqui.
Podem ler também das nossas férias:
 
A mãe é que sabe VIAJAR: Azeitão e Arrábida


As férias na Fuzeta

Férias neste canto do algarve? Sim, sim sim

Quem está a trabalhar não devia abrir este post



 
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A Mãe é que sabe VIAJAR - Azeitão e Arrábida

Da Fuzeta subimos até Azeitão e por lá ficámos uma semana. Gostámos muito porque, além de haver muita coisa para ver, muito ar fresco e puro para respirar e praias para conhecer, ficámos com amigos que nos levaram aos sítios mais emblemáticos (e as miúdas adoraram estar com os "primos").


O que fazer em Azeitão?

Num passeio pela vila, podem passar pela Fonte dos Pasmados, ir até às caves José Maria da Fonseca (só passamos, mas fizemos questão de beber um vinho branco de lá ao jantar - Piriquita), ir até aos Lavadouros (onde as lavadeiras lavavam a roupa no passado) - que agora é um cafézinho simpático - comprar fruta no mercado (remodelado) e espreitar roupas giras giras para eles na Marias e Manéis (também vende online e está a 50% desconto). Além disso, aconselho a comer uma torta de Azeitão, claro, numa das muitas pastelarias da zona: fomos ao Negrito (a Isabel experimentou um "esse", biscoito típico, de canela).

A nossa amiga Susana, fotógrafa a quem agradeço esta recordação boa das férias, sugeriu que fossemos até à Quinta de Alcube, onde haveria animais para os miúdos verem e vinhos óptimos para provarmos. Óptima sugestão. Provámos o Alcubíssimo, que é um vinho de colheita tardia (docinho, licoroso, uma delícia) e ficámos a saber que não têm distribuição, só venda ao público por lá. Um amigo da Susana foi lá ter e emprestou-nos o Fiat 500 - os miúdos adoraram dar uma voltinha e eu adorei as fotografias! (Obrigada, Rui!).

Estando em Azeitão, podem ir até Setúbal (fomos e comemos num restaurante muito fixe, Tasca do Largo!) mas é mais do que obrigatória uma volta pela Serra da Arrábida (ou duas, como foi o caso), que tem das vistas mais bonitas do país. Além das praias, é obrigatório ir até lá acima ao miradouro do Convento e desfrutar daquele azul e daquele verde, apreciar aquela calma e esquecer tudo o resto. ADOREI!



A vista daqui é uma coisa...






Olha que fofinhos




Estas duas <3







O mercado da vila

Das melhores fotografias - se não a melhor - da Luísa





Na Marias e Manéis

O tal do "esse"

A bela da torta



Na Quinta Alcube





Adoro esta :)



Tão feliz que ela estava




Macacões:  Marias e Manéis
Sapatos Isabel: Hierbabuena
Colar: Goda


Nos lavadouros







Fotografias lindas: Susana Cabaço Fotografia

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Podem ler também das nossas férias:

As férias na Fuzeta

Férias neste canto do algarve? Sim, sim sim

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Fiz um teste de gravidez e...

A minha mãe e o David andavam há que tempos a dizer que eu estava com barriga de grávida. Que não enganava ninguém. E que os meus apetites deviam ser por isso. Tanto me chatearam a cabeça que eu, apesar de lhes ter dito mil vezes que era da porcaria do pão e dos doces e do leite que voltei, pontualmente a beber, lá fui gastar 15 euros num teste.

Da gravidez da Isabel, descobri numa ida à obstetra (aliás marquei consulta com a ginecologista que se transformou em obstetra naquela hora). Contei-vos aqui como descobri que estava grávida. Da gravidez da Luísa, lá umas amigas me convenceram a fazer o teste. Não estava nada à espera (como sempre, nunca percebo quando estou grávida). Contei-vos aqui a novidade.

Desta vez, sabia que o resultado seria "não grávida" (como achava das outras vezes ahah), mas confesso que tinha o coração estava a palpitar. Depois de eles tanto comentarem o tamanho e forma redondinha da minha barriga, parecia que estava já a sentir o bebé. Claro que eram gases da porcaria do pão que ando a comer... ;) Foi um alívio perceber que não estava grávida, mas - serei doida? - fiquei um bocadinho triste. Não sei porquê. Acho que por sentir que, se fosse agora, seria de certeza (era um "já está, já está"). Não sendo, acho que nunca será. Porque, acho, não me vai apetecer voltar a estas noites de caca, não me vai apetecer voltar ao caos do pós-parto e, sobretudo, voltar a sentir falta de tempo para mim. Vai faltar-nos coragem, depois de voltarmos a encontrar alguma estabilidade, depois de já conseguirmos equilibrar tudo. Acho eu. No entanto, o David, já aliviado, dizia que, a ser, gostava que fosse outra menina (não sei se ele me vai perdoar a inconfidência).


Tenho uma coisa para vos contar: NÃO ESTOU GRÁVIDA! Tenho mesmo de evitar o pão.


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As 6 piores coisas de se ter dois filhos

Acusam-me muitas vezes de ser lamechas e romântica, que sou, mas acho que sou, também, realista. Por vezes realista queixosa e lamuriosa e, outras tantas, realista com sentido de humor. A melhor forma de encarar muitas vezes o sono, o cansaço, a falta de paciência é olhar para as coisas com um sorriso na cara e olhos rasgados, mesmo que cheios de olheiras. Já me aconteceu, muitas vezes, desmanchar-me a rir perante episódios que não lembram o diabo, por me colocar do lado de fora em vez de me ficar a consumir por dentro a vivê-los. Depois volto a eles, mas já descomprimi. A hora de adormecê-las é muito difícil, principalmente agora que a Luísa demora muito tempo e quer saltar na cama e meter-se com a irmã. Mas não só. Por isso, acreditem: ter dois filhos é o melhor que me podia ter acontecido, há momentos que me enternecem a alma, mas há alturas em que, se pudesse, preferia arrancar um mindinho do pé. :)

Quais são então as piores coisinhas de ter dois filhos?

1) Hora de dormir. 

Estão a ver quando têm um filho que demora 40 minutos, 1 hora a adormecer? Imaginem agora esse tempo a duplicar ou a triplicar. Se adormecem primeiro um e depois o outro, somam tempo. Se os adormecem aos dois ao mesmo tempo, ficam excitados e "querem conversa" e demoram ainda mais. O que resulta melhor por aqui é, quando há essa possibilidade, cada um dos pais adormecer um filho. À hora de dormir acrescento esta: quando se acordam uns aos outros (rrrrrrrrrrrr). Felizmente, a Isabel já dorme melhor e é raro acordar com a Luísa, mas o contrário já aconteceu (porque a Isabel fala - e ralha - durante os sonhos.

2) Duelo de titãs

Não se fiem nos primeiros tempos de namoro e colinhos e coisas boas. Chega ali a uma fase que é ver o mais velho a afiambrar no mais novo, o mais novo aprende e passa a afiambrar também no mais velho; ele é palmadas, beliscões, mordidelas, um cocktail explosivo de pancadaria que nos leva às lágrimas sem saber bem o que fazer.

3) Hora das refeições

Nem sempre é um caos, mas quase sempre. Uma começa a cuspir a comida, a outra acha que se pode levantar da mesa, a mesma que sempre gostou de ervilhas mas agora, como são verdes, diz que já não gosta (vai de fazer um coração com as ervilhas, se não as comeu logo que foi uma maravilha e no dia seguinte pediu mais), a outra mete as mãos na água, a mais velha acha piada e mete arroz no copo. É um espectáculo. Por isso, acabamos por ir comer pouco fora. Lá para 2021.

4) O segundo leva com açúcar, fritos e televisão bem mais cedo

Estão a ver aqueles cuidados todos que se têm com o primeiro filho? Com o segundo... (quase) tudo muda de figura. No início, o mais velho tem de perceber que não pode dar um bife ao bebé, mas, em passando aquele período inicial, torna-se mais difícil respeitar, porque o bebé já tem "quereres". Já não dá para ver a irmã a comer um epá e distraí-la com um elefante. Os segundos acabam por provar de tudo e acabam por conhecer o Panda também mais cedo. Paciência. O segredo está na moderação (é muito raro fazer batatas fritas em casa, por exemplo, e tento que a mais velha veja televisão só ao fim-de-semana).

5) As birras

Dizem-me que ainda não vi nada. Que vai piorar. Acredito que sim. Porém, já tive demonstrações do  potencial destas duas. O pior é quando uma está a chorar e a outra começa também, por contágio. Então se for a andar de carro, lá atrás, é de bradar aos céus. Já cheguei a fazer algo pouco ortodoxo como levantar o volume do rádio. Ufa, que alívio (e lá acalmaram).

6) Nem sempre conseguir estar lá para as duas.

Acontece, muitas vezes. Uma querer jogar às cartas, tarefa impossível com a mais nova por perto. A mais nova querer mama quando estou com a outra na água do mar. É arranjar estratégias, dar-lhes a volta, mostrar alternativas e explicar-lhes tudo. Converso muito com elas (às vezes achamos que não vão entender - e não entendem - mas com o tempo, vai lá), e as cedências, o ter paciência, o saber esperar farão parte da vida delas. Lá para 2025.


Posso estar a esquecer-me de alguma coisa. Por isso, sintam-se à vontade para completar a lista ;)








{Fatos de banho Principessa}


Ler também: 
Isto de se ter dois filhos (que escrevi quando a Luísa tinha 5 meses)


Texto original e comentários aqui.

 
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