5.17.2015

Karma is a bitch.

Eu sou gozona. É verdade. Quando acontece algo engraçado aos outros, mesmo que na altura eles não consigam rir em relação a isso, lá estou eu. A rir. A gargalhar-me toda como se não houvesse amanhã. A mandar bocas...

... mas ai de que façam o mesmo comigo (clássico!)


No outro dia escrevi um post a gozar com o meu marido e com o grande acidente que ele teve com cocó. Da Irene. Achei que talvez fosse melhor especificar. Eu costumo brincar a dizer que ele é velhote. E é um bocadinho, mas não ao ponto de ter problemas de "soltura" (refiro-me a não controlar quando faz o número 2). Se quiserem ler sobre isso (o acidente de cocó da Irene e do meu marido e não sobre problemas de soltura), cliquem aqui



Ora, o que é que aconteceu hoje? Hoje sim,  foi mesmo para me calar. 

Estavam cá os meus queridos sogros a almoçar, fui por a Irene a fazer a sesta da tarde e, como estava muito calor, faço como tenho feito e ponho-a a dormir só de fralda. 

Passado uns minutos de estar calada, chamou-me: "mamã, mamã". Fui. Fui e cheirou-me muito a cocó. Pensei: "eu sou preguiçosa para mudar o caixote das fraldas, mas não a este ponto". 

De repente, no escuro, apenas com a luz que passa entre os buraquinhos do estore, vi uma nódoa enorme no lençol. Pensei: "É o ursinho, por momentos parecia cocó". 

Olhei para a Irene e estava completamente nua. E aí chamei a minha sogra. Eu que não deixo que ela arrume a minha cozinha porque sinto que as pessoas que vêm cá almoçar não têm que fazer limpezas, naquele momento sucumbi: "CELINAAAAAAAAAAAAA!".

Houve um festival do cocó. Mesmo assim melhor que muitos festivais que por aí andam. O que é um festival do cocó? Pois, a Irene abriu a fralda - o ano passado eu punha-a-a dormir assim, mas ainda tinha a capacidade motora de um tacho - brincou com o cocó, atirou o cocó às paredes, comeu provavelmente um pedaço de cocó,  visto que estava suja na boca (blergh), tinha cocó pelas pernas abaixo (ou acima, como preferirem), na única semana que o colchão dela não tinha resguardo, claro que o colchão ficou todo coiso... 

Estão a rir? É. Ai que giro! Eu também me ri quando aconteceu ao Frederico (grande nome, não é?). E agora, olhem.

Em jeito de Óscares ou Globos de Ouro (que não fui convidada, mas por que haveria de?) queria agradecer à Irene por ter feito cocó (é sempre uma festa), mas principalmente à minha sogrinha por me ter ajudado neste momento tão difícil. 

Ela, basicamente, tirou-me e à minha filha da mer**. 

Já houve um festival destes para esses lados? Fica a dica. 

5.16.2015

Vou livrar-vos desse vício.

Do pão. Não sei se é um "problema" só dos bebés que não usam chucha durante o dia ou se é de todos, mas vocês também dão imenso pão aos vossos filhos? 

Eu dou. Não só porque a miúda se lembra de pedir pão a meio do dia, como também porque se ela nos vê a comer pão, fica cheia de inveja. E, lá está, pede pão também. Tento evitar enchê-la de pão por causa do sal e por serem hidratos e por lhe tirar a fome para outras coisas boas, mas nem sempre consigo.

Há umas semanas descobri que dá para lhe dar fruta normalmente. Dei-lhe uma maçã daquelas pequeninas para a mão e ela ficou deliciada. Tanto quanto fica quando come pão. Maravilhoso. Faz-me melhor. Ajuda-a a coçar as gengivas... estou derretida!

Convém, claro, estarmos por perto, a casca pode revelar-se matreira nas primeiras vezes (ela agora já pede para eu por a mão e para cuspir). 

Quando saímos não falta: uma maçã ou pêra dentro dum copo da Avent. É óptimo para bebés birrentos nos carros, também lhe passou. 

Atenção: a minha filha tem 14 meses, não convém fazerem esta brincadeiras a bebés que não estejam preparados, ok?







Eu tinha uma melhor amiga.

Eu tinha uma melhor amiga, como quase todas as meninas da minha idade. Tinha um nome estranho, mas, por gostar tanto dela, tornou-se num nome incontestavelmente bonito. Chamava-se Priscila. A Priscila morava no rés-do-chão do meu prédio e, às vezes, depois da ama, eu ficava na rua a jogar à bola com ela. Mandava-lhe a bola e ela apanhava, debruçada no parapeito da janela. Tínhamos exactamente a mesma idade e fomos para o primeiro ano juntas. Íamos as duas a pé para a escola. Um dia chateámo-nos e ficámos uns bons 40 minutos sem nos falarmos. Éramos inseparáveis e as nossas mães chegaram a comprar-nos roupas iguais. Lembro-me de um vestido da Benetton a condizer. E assim crescemos. A trocar roupa, a engordar e a ter as primeiras borbulhas. Lembro-me de nos pesarmos na farmácia, uma a seguir à outra, uma pior que a outra. Ela ganhou mamas, eu nem por isso. Eu fiquei mais alta e ela mais baixa. Lembro-me de irmos ao cinema, de fazermos disparates. Quando tínhamos trocos, íamos ao café Montecarlo comprar gomas e pastilhas de melão, que a minha mãe descobria pelo cheiro, a léguas.
Lembro-me da gargalhada bem sonora da Priscila. Dos olhinhos meigos. Lembro-me de quando me veio contar, a chorar, que ia ter irmãos gémeos. Lembro-me dela cuidar deles e de, às vezes, perder a paciência. "São terríveis", desabafava, com um sorriso. Um dia levámo-los ao cinema e não se calaram enquanto ela não os encheu de pipocas.
Lembro-me da primeira grande paixão dela e de estar ao lado dela, no meu quarto, à noite, quando trocou as primeiras SMS de amor. Vibrámos com aquilo. Os primeiros namorados "a sério". Lembro-me de dormirmos juntas, de conversarmos até tarde e de tentarmos controlar o riso, para os meus pais não ouvirem. Lembro-me de passarmos férias juntas, no Algarve. De trocarmos promessas, de nunca nos separarmos, de sermos madrinhas das filhas uma da outra.

Um dia, a Priscila disse-me que ia mudar de cidade. Chorámos muito, não queríamos. Como viveríamos uma sem a outra, se éramos unha e carne? Como colmatar a falta dela, se ninguém me conhecia melhor? Se nos adorávamos e raramente discutíamos? Prometemos que ninguém nos iria afastar. Que iríamos continuar próximas. Que a nossa amizade ia ser para SEMPRE.

A verdade é que a vida acabou por nos separar. Se nos primeiros três anos conseguimos ainda ver-nos algumas vezes, depois fomos perdendo o rasto uma da outra. Mas quando ela me ligou a contar que estava grávida, chorámos juntas. Fui visitá-la poucos dias depois da Carlota nascer. Que saudades da minha melhor amiga. Depois disso, nunca mais nos vimos, já lá vão uns cinco anos. Já tentámos, mas na verdade nunca tentámos mesmo, com vontade. A vida acabou por nos dar outros amigos, outras rotinas, outras vidas. Mas tenho a certeza de que ainda gostamos muito uma da outra e que as memórias não se apagam nunca. Memórias que fizeram de nós aquilo que hoje somos. Uma amizade assim é transformadora. E, apesar de não parecer, é para a vida. Tenho a certeza de que ela me adora e que tem saudades, tal como eu tenho. Sei que um dia ainda vamos estar juntas e que as nossas filhas vão brincar juntas. Quando? Não sei. Um dia...

E quando esse dia chegar, tenho a certeza de que vamos dar um abraço forte e sentir que o tempo não passou por nós. Que somos as mesmas. Que conseguimos ser aquelas meninas, de mãos dadas, no primeiro dia de escola.



É uma amizade destas que eu espero que a Isabel e a Irene tenham. Que sejam a Priscila e a Joana, a emprestar calças de ganga uma à outra. A chorar juntas os primeiros desgostos de amor. A marcar a vida uma da outra para sempre.














As mães delas já casaram até os pares de sapatos (e sem combinar)! Por isso, elas que não se armem em parvas e que sejam as melhores amigas, para não ter de me chatear! Bem, bem.



Ah! Obrigada, Little i, pelos panamás das miúdas!

A Irene quer arrancar o nariz à Isabel




Logo à noite mostro mais desta manhã de gajas.

5.15.2015

26 Pessoas que uma mãe dispensa.



1 - Pessoas que digam que o bebé tem fome ou frio ou sono.

2 - Pessoas que apontem defeitos nos bebés.

3 - Pessoas que façam as mesmas perguntas quando os vêem.

4 - Pessoas que digam que é a cara chapada do pai.

5 - Pessoas que comentem o peso do bebé.

6 - Pessoas que comentem a opção de alimentação nos primeiros meses de vida.

7 - Pessoas que digam que o bebé delas não era assim.

8 - Pessoas que digam que o bebé delas dorme a noite toda.

9 - Pessoas que digam que devíamos ir fazer ginástica.

10 - Pessoas que não percebem por que é que ainda não os deixámos com os avós.

11 - Pessoas que cheirem mal.

12 - Pessoas que não entendam que não é fácil cumprir horários com bebés.

13 - Pessoas que se atrasam quando combinam coisas connosco e com os nossos filhos.

14 - Pessoas que os tiram logo do nosso colo sem perguntar.

15 - Pessoas que têm tantos filhos que se riem dos nossos desabafos com coisas que, para elas, são simples.

16 - Pessoas que nos vêem com miúdos pequeninos e que nos pedem para passar à frente na fila.

17 - Pessoas que não nos dão prioridade nos elevadores ou nas filas de supermercado quando temos bebés pequenos.

18 - Pessoas que estacionam nos lugares para família quando vão sem ela, só porque têm uma cadeirinha atrás.

19 - Pessoas que, mesmo à tuga, quando vêem os nosso filhos dizem "coitadinho", sem motivo algum.

20 - Pessoas que se deixam de lembrar de nós só porque deixamos de estar tão disponíveis.

21 - Pessoas que esperam que as nossas vidas continuem iguais depois das nossas prioridades mudarem.

22 - Pessoas que acham que somos menos boas profissionais porque agora temos filhos.

23 - Pessoas que têm filhos, mas que agem como se não os tivessem.

24 - Pessoas que nos dizem que "dantes não eras assim".

25 - Pessoas que não compreendem que sair mais cedo naquele dia não significa que não tenhamos trabalhado tanto ou mais do que os outros para compensar.

26 - Pessoas que digam que "o meu, com a essa idade, já me fazia o jantar enquanto dava uma pirueta".

(....)

Eu, a Isabel e o David damos beijinhos na boca

Joana Gama, tu que és contra os beijos nos lábios entre pais e filhos, não podes ver este vídeo, não vás ficar mal-disposta. É que, lá pelo meio, apareço eu, a Isabel e o David a dar selinhos. Começou neste fim-de-semana. A Isabel, depois de nos ter visto milhentas vezes a dar beijinhos na boca (calma, não andamos aos melos), espetou-me um. E depois pediu um também ao pai. E ficámos nisto uns cinco minutos. Beijinho à mãe, beijinho ao pai, beijinho à mãe, beijinho ao pai. Coisa fofa de sua mãe.

Vejam a segunda parte do vídeo do fim-de-semana Barrigas de Amor, que ficou um miminho. 


Pedi à minha filha que escrevesse este post.

- Filha, podes fazer uma composição sobre o fim-de-semana passado?
- Ão, ão.

- E se fizesses um desenho?
- Ão, ão. 

Muito bem. Adorava conseguir saber o que ela achou do fim-de-semana Barrigas de Amor, no Vila Galé Clube de Campo, em Beja, mas ela é um bocadinho enigmática. Ou então tem só 14 meses. Se eu fosse uma pessoa que vê o copo meio vazio, diria, pelas duas horas que passou a chorar na noite de sábado, que odiou. Mas como o vejo meio cheio, digo que chorou porque estava a gostar tanto, tanto, que não queria estar no quarto a dormir.

Já a vou conhecendo, por isso arrisco-me a escolher os melhores momentos por ela.

A ISABEL ESCOLHE

1) a Piscina. Agora que lhe ganhou o gosto, não quer outra coisa. Ficaria lá até lhe caírem os dedinhos de tanto frio. Já sabemos que assim que a tiramos da água, vem birra, mas faz parte. Até acho piada. Então se a isso acrescentarmos uma piscina onde consegue ficar em pé e que ainda tem escorregas, imagine-se o dilúvio que não foi depois.








2) os Animais. Uma das actividades mais giras para as crianças foi dar comida (ou dar comer, como se diz por esse Portugal fora) aos animais da herdade e, apesar de se ter afiambrado a um bocado de pão, lá percebeu que aquilo não era para ela. Foi bom ver o entusiasmo da criançada.
Como é que faz o burro? Ão, ão. Esperta, a minha filha.








3) andar de jipe e sujar as mãos de terra. Cheguei a pensar que não seria boa ideia. Que ela não ia gostar nada, que ia chorar e fazer birra. Qual quê. Não há nada como experimentar. Portou-se muito bem e adorou a parte final: chafurdar bem as mãos na terra molhada, quando, depois de visitar a horta biológica, foi dada aos meninos a tarefa de plantar as sementes nuns copinhos para levarem para casa. Ela não plantou, mas por pouco não fazia uma taça de barro com tanto mexe e remexe na terra molhada. Reparem no ar concentradíssimo da criatura.










Se a Isabel falasse, escolheria, quase de certeza, estes momentos em família. Momentos partilhados com as outras famílias que conhecemos lá, dos blogues Definitivamente são dois, Bicharocos Carpinteiros, Dias de uma Princesa e A Mulher é que Manda.  




Foram dois dias intensos, de muita brincadeira, de muitos beijos, em que tivemos tempo uns para os outros. Claro que SE FOSSE O PAI DA CRIANÇA a escrever este texto, a lamechice seria posta de lado e os momentos de eleição seriam:

1) Conduzir este carrinho, com aquelas coisas todas que eles adoram e gostam de comparar. E não estou a falar dos órgãos reprodutores. Falo dos computadores de bordo, das televisões nos bancos de trás, do tecto panorâmico, do cruise control... enfim, o rapaz gostou mesmo do Citroen Grand C4 Picasso. E eu também, não me vou fazer de esquisita, até porque para além de andar bem e ser confortável, tem espaço para as nossas 30 malas de viagem (podem explicar-me como é que se leva tanta tralha para um simples fim-de-semana?!)



2) Trazer para casa uma coisinha destas para matar saudades do gordalhufas (já falei deste namoro aqui). E para achar que me vence no SuperMario Kart. Está tão enganadinho (obrigada, Nintendo)



E agora, para que isto não se torne um daqueles pergaminhos que nunca mais se acaba de desenrolar, AS MINHAS ESCOLHAS (para as duas pessoas que ainda estão a ler este testamento):

1) o meu batismo de balão (de que já falei aqui). Uma experiência a repetir, de certezinha, com a Emotion - Life on adventure






2) Todos os momentos que partilhei com ela. Até a tirar-lhe macaquinhos do nariz.














Que venham mais fins-de-semana destes, ainda por cima com fotografias tão bonitas da Magma Photo para mais tarde recordar! Obrigada!