7.13.2016

Preparo a marmita do meu marido.

"Marido? Querias!!" Foi talvez o comentário mais parvo que alguma vez recebi aqui no blogue. Mandei uma gargalhada capaz de acordar a Luísa. É marido, sim senhora, não é por não me ter esposado (adoro este termo) que não o é. Ou eu andarei enganadíssima com a seriedade da nossa relação e será antes uma curte (esta expressão ainda se usa, jovens que nos seguem? O que fazem aqui, by the way?), uma curte de 7 anos? "Querias!" Hahaha Era bom, era, mas é muita areia para o teu camiãozinho, contenta-te que ele te faça filhas e já vais com sorte! 

Já vos fiz rir um bocadinho? Boa, vamos ao que interessa. Preparo a marmita do meu marido. Ao usar esta frase sinto-me a esposa de um mineiro do século XX, antes das sufragistas, mas a verdade é que me sabe bem deixar o almocito do David todo acondicionado e prontinho a comer e até o faço com todo o carinho. Só falta mandar-lhe bilhetinhos amorosos.

Como sabem, mudámos de vida, eu deixei de trabalhar na SIC, tivemos de aprender a poupar uns trocos valentes e percebemos que uma das principais alterações teria de ser essa mesma: deixar de gastar tanto dinheiro em almoços. Eu não sou uma excelente cozinheira, o David idem idem, mas lá nos vamos safando e escusa de andar a comer porcarias e a pagar um balúrdio por elas. Acho até um disparate o que já gastámos os dois, ao longo de vários anos, almoçando (quase) todos os dias fora. 

Agora o menino leva uma salada "com tudo", um arroz de pato, um bife com massa, uma sandes e lá se vai amanhando, sem passar fome. Para compensar o ar pouco fantástico das nossas comidas, pelo menos a marmita de dois andares (e ainda com espaço para os talheres com design) é linda. É da SmartLunch, assim como a mala, discreta e onde cabe tudo. Têm ar de que vão durar até 2035, pelo menos.






Gostei muito da marca e encomendei também para a Isabel este termo da Minnie, assim como uma caixa com vários compartimentos para levar lanchinhos saudáveis quando vamos ao parque. Vai tudo na mala térmica da Joaninha, que ela adora porque é uma "Junana, como a mãe".



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7.12.2016

Tenho barriga e não tenho pressa.

Elogiaram-me o facto de ter publicado uma fotografia em que estava em biquíni, mostrando a minha barriga. Não fiquei surpreendida com o comentário porque, também eu, pensei nisso antes de a publicar: "estou cheia de barriga, mas que se lixe, o que é que isso interessa?" 

Não quero fazer um elogio ao desmazelo, à preguiça, nem muito menos criticar quem regressa aos treinos rapidamente, no pós-parto. Até porque este "rapidamente" é subjetivo. Quero, sim, fazer um elogio a sermos fiéis a nós próprias. Quero que façamos aquilo que nos apetecer, sem ligarmos ao que os outros dizem, sem sermos reféns dos outros. Se nos apetece ir ao ginásio, se isso nos faz sentir bem, força. Se preferimos esperar, sem nos importarmos com uma barriga que é uma vela a derreter (metáfora da Joana Gama), força. 

Tenho barriga e não tenho pressa.

Quando tive a Isabel, preocupei-me. Gostei de ter perdido o peso todo ganho durante a gravidez num instante, a barriga foi ao lugar e, depois de ter engordado um bocado nos três meses de licença em casa, meti-me a fazer dieta, seguida por uma profissional e voltei ao exercício. Quer dizer, mais ou menos. Sempre fui mais para o preguiçoso e nunca fui muito metódica, mesmo tendo noção da importância de fazer exercício. 

Desta vez, tenho barriga e não tenho pressa, não sei se por tudo o que passei depois do parto, se por ter duas filhas. Pesei-me, ao sexto dia, a pedido da enfermeira e não por iniciativa minha. Não estava interessada. Com "ajuda" do stress e da operação inesperada, do soro, da comida do hospital ou do meu metabolismo, já tinha perdido o peso que ganhei na gravidez. 
A barriga está lá, mole e fofa. E eu estou em paz com ela e ainda sem vontade de travar uma batalha contra ela. Sem necessidade alguma de ouvir um "estás óptima, nem parece que foste mãe". Fui mãe, sou mãe e não me importo que pareça que sou mãe. Por que queremos que a gravidez não deixe marca alguma no segundo em que pomos o pé fora do hospital? Por que razão queremos esquecer nove meses de gestação, que nos trazem o melhor do mundo, o mais depressa possível? Teremos medo de deixar de nos sentirmos atractivas, amadas, desejadas? Por que cedemos tanto à pressão dos outros? Por que exigimos tanto de nós?



Vamos ter calma. Não morre nenhum pinguim na Antártida por estarmos a usar bíquini com barriga de quatro meses de gravidez, mas com o filho já cá fora. Não é por vestirmos uma burka que ela desaparece. Não há que ter vergonha, nem mesmo se nunca tivéssemos estado grávidas. Mas também não vale a pena enganarmo-nos e dizermos que temos orgulho na nossa barriga. Acho que isso é estar a usar psicologia invertida para nos distrairmos de algo de que não gostamos, é mandar areia para os próprios olhos. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra.

Temos é de tentar ser felizes com o que somos (ou será "estamos?"). Se a circunstância de termos barriga ou de termos mais peso nos faz sentir infelizes (ou menos saudáveis ou ambas), há muito a fazer, mas com calma. Temos tempo.

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Pintei o cabelo de cor-de-rosa!

Ui! Será que há uma crise antes da crise da meia idade? A crise quase-meia-idade? Aquela que faz com que as pessoas se esfreguem numa parede como se estivessem à noite no Urban, mas estão afinal na Quinta do Bom Pastor, o radiopark do grupo Renascença Multimédia? É o sítio mais adequeado para me esfregar onde for. 

Será que há aquela meia crise que me faz cortar muito pouco cabelo que tenho, arriscar tudo em parecer o lado mais machão de um casal lésbico (sempre foi o meu forte ser o lado mais machão da coisa) e, como tal já não fosse suficiente, além de estar em negação em relação à forma como o meu buço cresce (é só dos lados, que estupidez é esta???), ainda pintar o cabelo de cor-de-rosa? 



Continuo por aqui a usar interiormente o #caguei. Caguei. Apeteceu-me. E, se me apeteceu, faço. O cabelo cresce, o cor-de-rosa sai. Fico diferente. Quando decidi e hoje não me importa muito se mudei para melhor ou para pior. Foi uma experiência. Uma escolha, como tantas outras. 

Gosto de estar diferente.

Sim, ninguém perguntou nada, eu sei, mas eu disse na mesma. #caguei. ;)

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