10.15.2015

Das melhores coisas que já me aconteceram.

Sim, podia ser um post à la Joana Paixão Brás, mas não é muito a minha onda. Preciso de mais do que um dia de sol para me apetecer dar beijinhos e abraços e espalhar amor até à mesa de apoio mais próxima. É, é, Joana, é. :)

As mães a tempo inteiro vão perceber-me melhor. As mães a tempo inteiro e de "primeira viagem" ainda melhor. Porém, todas as mães me vão perceber. 

Os bebés, até, sensivelmente, aos 18 meses (não todos), precisam de dormir duas/três sestas por dia (a duração varia consoante a idade do bebé). 




Eu dava em doida para adormecer a Irene. Demorava muito. Não conseguia estar em sintonia com ela, já ia nervosa, ela também. Ainda não comunicávamos tão bem. Eu era muito ansiosa (sim, ERA, depois conto-vos as novidades maravilhosas num post mais à la Joana Paixão Brás) e isso só complicava ainda mais as coisas. Quando acabava uma sesta, já devia estar a adormecê-la para a seguinte e sempre com receio de colar ao sono da noite e a miúda deitar-se às 2 da manhã ou poder acordar às 4h. Sei lá. Muito stress como podem ver. 

Acabou. 

Depois da primeira tentativa falhada de passar para apenas uma sesta (uma sesta, a meio do dia, mais longa que as outras duas), tentei novamente e cá estamos. Agora a Irene já só faz uma sesta e, geralmente, de 2h30/3h/3h30 (consoante o tempo do sono nocturno desse dia) - sinal de que está preparada para isso - fazer a sesta longa constantemente. 

Só tenho de a adormecer uma vez. E, geralmente, está tão cansada (e respeito tanto os horários dela) que as coisas acontecem tão mais facilmente. À noite também. Ajuda a mãe estar mais equilibrada da cabeça? Claro que sim. Eles sentem estas coisas e nós tomamos decisões mais normais, menos apressadas, mais espertas e "intuitivas". Menos violentas também. Confesso que houve uma vez em que lhe tentei, de maneira menos carinhosa, por-lhe a chucha na boca. Não a magooei, mas claramente ela não queria a chucha. Houve outras em que lhe chamei nomes por dentro e isso, além de estúpido e injusto, não é produtivo nem bom para a relação e para a vida dela. 

Está tudo pacífico. O sono é uma coisa boa para ela cá em casa. E para mim também. 

Mesmo acordando demasiado durante a noite. Está tudo bem. É normal. 


10.14.2015

Ela estava cheia de nódoas negras.

E foi essa a gota de água. Adeus berço. Mesmo com a porcaria do contorno almofadado, a meio da noite ela, com o seu sono atribulado, lá mandava uma patada e era um barulho enorme que a assustava e, algumas vezes, até a acordava. Acabou-se. Há bebés que dormem nos berços (neste caso era uma cama de grades que a Irene nunca dormiu num berço, sequer) até aos 2/3 anos, mas sentimos que não dava mais. 

Compramos estrado e colchão, mais roupinha de cama e pronto. Adeus. Desaparece seu sacaninha (até ao próximo feto). 



Ficou louca com a cama nova. Com a autonomia. Com poder ter um espacinho fofinho para brincar com os seus brinquedos. Por o pai e a mãe se poderem deitar com ela no seu quarto. Ficámos todos calmamente histéricos com isto.

Na primeira noite dormiu com um "chão de ginásio" de um dos lados e, do outro lado, o tal contorno de berço.

Acordou milhares de vezes (não teve que ver com a cama, acho que estava com dores de dentes) e, nalgumas das vezes, fui dar com ela noutros sítios do quarto, maioritariamente já sentada.

Na segunda noite (e, aliás, na sesta seguinte), já enchi aquilo de almofadas e edredons. Tive de pô-las do lado de fora do colchão porque, se fosse do lado de dentro, perdia aquilo que nos tinha levado a comprar a cama nova - o espaço. Ora, isso fez com que a miúda apanhasse balanço e fosse parar a sítios ainda mais parvos.

Já não podia ver a cama nova à frente. Tinha de recorrer à solução mais limitadora, mas mais eficaz a curto prazo: as barreirinhas de lado. Lá fui ao Toys R us e me esmifrei a comprar as barreiras (há de dois tipos, umas que se mete por baixo do colchão e são como se fosse uma moldura e o outro que tem umas fitas e prende tipo... mochila, não sei bem explicar - comprei uma de cada por causa das coisas).

Ah! Não, não dava para encostar a cama a parede nenhuma! O quarto tem umas dimensões muito pouco favoráveis à habitação e, para além disso, tenho uma estante enorme do Ikea que não cabe em mais lado algum.

Compramos as coisinhas, o Frederico lá esteve todo másculo a montá-las (as barrerinhas, que é o que o deixo montar extra casamento) e a Irene não caiu, claro. Para cair, teria de roer as barreirinhas ou, então, de se transformar em líquido e passar por baixo.

Já não se magoa. É um facto. Acorda o mesmo número de vezes? Sim. Confesso que tinha alguma esperança nisto, mas não. Fico feliz por ela e ela também está mais feliz com o seu quarto.

Quando mudaram os vossos ou pensam mudar? Só decisões difíceis, caramba. 

Maternidade: Ficção VS. Realidade

O mundo da maternidade é, segundo alguns continuam a fazer parecer, um mundo cor-de-rosa. Para pessoas românticas como eu, era fácil acreditar na história dos pequenos-almoços dignos de telenovela brasileira, crianças todas alinhadas em escadinha, sorridentes e bem-comportadas, vestidas de igual e com sapatinhos de verniz, um quarto de brinquedos de chão branco, onde os filhos brincam com pijamas clássicos. O casal, depois de um dia cheio, até tem tempo para não fazer nada e a história termina sempre com um “e foram felizes para sempre”. Agora que sou protagonista da minha própria história, apercebo-me de que são as dificuldades, o improviso e até as expectativas goradas que tornam a maternidade divertida, viva, humana, real. Apesar de gostar de coisas bonitas e de floreados, gosto também muito da simplicidade e da espontaneidade.


Deixo-vos uma lista em que, num ringue de boxe, a realidade dá um K.O à ficção


Como queremos que eles fiquem nas fotografias:


Como eles realmente ficam:

Como fantasiámos um domingo à tarde:



Como é o nosso domingo à tarde:


Como planeámos o quarto deles:



Como ele é:




Como sonhámos que eles fossem comer:



Como eles comem:



Como desejamos que acabe o nosso dia:


Como acaba realmente:




E, se assim não fosse, não teria grande piada. 



*Imagens We Heart It

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