10.09.2015

A vantagem de ter uma filha trinca-espinhas

Além de ser leve (9,800kg na última consulta) e de não me desgraçar tanto as costas, quando está ao colo:

- 70% dos calções e das calças do inverno passado ainda lhe servem, ou porque lhes dava uma dobrinha ou porque tinham aquela solução de apertar na cintura com elásticos e botões.


Pronto, roam-se de inveja! Há por aí mais "bebecas" (odeio esta expressão, já vos tinha dito?) assim a atirar para o magrito? (Atenção, que eu acho que ela assim está óptima e respira saúde).

Fotografia: Love Lab


Sim, sim, era só isto. Se tiverem vontade de ler coisas com mais suminho, deixo-vos alguns links, que podem não ter apanhado (em mais de 900 posts em menos de um ano, é possível hehe)



Um texto divertido: O Panda e os Caricas (análise da Gama à "banda" preferida das nossas filhas).

Um texto lamenchas, sério e lindo: Não senti. (sobre o amor que a Gama não sentiu assim que a filha nasceu).

Um texto sério: Os pais não têm que ajudar. (sobre essa coisa de ficarmos contentes quando os pais "ajudam", como se ser pai não fosse isso, "ser pai".)

10.08.2015

Sou muita linda!!

Sempre fui muita linda. Menos de touca. De touca sempre pareci um molusco ou, então, um jovem da Beira Interior com algum contacto mais esquisito com um gado de ovelhas (tenho lá família, posso dizer isto). 

Sempre fui muita linda, mesmo quando parti o nariz na piscina da Damaia. Quis mergulhar, na primeira aula, para mostrar aos professores que era a maior e que mergulhava muito bem e acabei por ter de ir para o hospital.

Sempre fui muita linda, mesmo quando tinha um bigode tão grande que, na escola, tinha de me desviar da luz porque sabia que se notava. No trabalho, quando tenho o bigode grande, chamam-me Cantiflas.

Sempre fui muita linda, mesmo quando espetava meio frasco de Betadine no cabelo para ficar com umas franjinhas de fora do rabo de cavalo, mais loiras. Giro também quando saía da piscina com o cabelo a pingar uma cor esquisita e ninguém me dizia nada. Lamento, pessoas que andavam comigo na Escola Náutica de Paço de Arcos.

Sempre fui muita linda, mesmo quando andava de aparelho e pedi para pôr as cores vermelha e verde intercaladas e só depois me lembrei que era capaz de parecer um bocadinho ou tanto patriótica demais. 

Sempre fui muita linda, mesmo quando na faculdade, num dos primeiros dias, quis experimentar cera no cabelo e pus tanta que parecia que tinha apanhado uma molha o dia inteiro.

Sempre fui muita linda, mesmo quando me diziam "o que é que o jovem quer" no café do Bowling do Colombo ou quando o meu pai e eu comprámos uns bilhetes para andar no teleférico da Expo. Talvez fosse por usar um boné preto da Nike e ténis bota da Nike também. Se calhar pelo bigode também ou pela t-shirt do Songoku.

Sempre fui muita linda, eu e a minha unha pequena do pé direito que, durante uns 10 anos era verde e parecia feita de calcário. Tinha vergonha de andar de pés à mostra e nada parecia resultar com a porcaria da unha.

Sempre fui muita linda, mesmo quando, por causa dos complexos com o bigode, fiz o bigode com gilete e andei um mês em pânico a achar que ia ficar a parecer uma púbis de uma senhora idosa.

Sempre fui muita linda, mesmo quando a minha pele foi violentamente comida por trás por uma doença chamada rosácea e agora parece que apanhei um escaldão todos os dias, mas só no focinho.

Quando vi estas fotografias pensei: sou muita linda. Sem ses. Têm edição? Têm. Têm base e baton da sephora (muita giro)? Têm. Não deixo de ser eu. Eu e o bigode refundido, o nariz com assinatura da piscina da Damaia, os dentinhos do aparelho, o cabelinho com um toque de descolorante para não parecer que as minhas sobrancelhas são de outra pessoa, o meu bracinho de pré-obesa e a minha papadinha que, aqui, maravilhosamente, devia estar ocupada com outra coisa.

Não é meu costume (ao contrário aqui da outra sócia da gerência) fazer sessões fotográficas profissionais, mas esta valeu. Valeu porque hoje acho que sou mesmo muita linda, apesar de cheirar a sopa de legumes do joelho que caiu enquanto  estava a dá-la à Irene.

E se vierem com coisas a dizer "ah granda moral e não sei quê", acho que estou no meu direito porque já foram feitos mais de uma dezena de posts em que estou com pior aspecto que um pãozinho com bolor (aqui, por exemplo).

Pronto. Agora "chupem" com 200 fotografias minhas em bom.

Alguém disse uma piada ou será que me comecei a rir à parva? A segunda hipótese.

Segunda hipótese. Com sorte ainda vêem um bocadinho de Oreo que comi antes de sair de casa.

Pareço dona de um restaurante aqui, mas daquelas que comeu o restaurante todo. Estou com um ar de quem vos está a dizer "têm de provar o carpaccio". 

Ai que belo banho de sol que estou a apanhar junto a um menir.

Ai... não era suposto partilhar o meu protagonismo neste post com mais ninguém. Enganei-me.

Agora sou mãe - diz o meu braço.

"Ai que maroto que és." 

O quê? Como assim não acreditas nos benefícios da amamentação prolongada? 

Que belas férias que passámos ali em Olhão, não foi?

A fingir que não tenho 29 anos e que quero que o meu pai me dê uma consola. É este o ar.

Eu fazia-me toda aqui. É só o que tenho a dizer. 

Vamos ignorar a marca do baton na testa? Vamos.

Fotos: Love Lab 
(obrigada, Joana. Fazes magia!)

A Isabel disse "adeus" à chucha

Nunca pensei que pudesse ser assim tão fácil. No domingo, quando a estava a adormecer, ao colo, a chucha caiu. Estava presa pela fita. Voltei a pôr na boca da Isabel. Ela tirou. Achei que se tinha enganado e que estava tontinha do sono. Voltei a pôr. Ela voltou a tirar. Pediu-me para ir para a cama. Adormeceu nem 5 minutos depois. Dormiu a noite inteira sem chucha. Segunda-feira foi a vez do pai. Não quis chucha. Voltou a pedir para ir para a cama. Adormeceu. Terça-feira, colo, cama, colo. Perguntei-lhe se queria a chucha. Disse-me que sim. Assim que lha dei, mandou fora. Adormeceu na cama. Quarta-feira, cama, sem chucha. Durante o dia já não nos pedia a chucha há bastante tempo. No carro, quando lhe dava a chucha para tentar acalmar uma birrinha, mandava-a para longe. Já nos estava a dar alguns sinais de que já não precisava. Das 4 chuchas cá de casa, 3 estão completamente roídas e esburacadas. A chucha já não servia para chuchar.

A minha maior dúvida: e na creche? Será que se sente tão segura como em casa, connosco? Será que não vai continuar a pedir a chucha para dormir a sesta? Levo-a de qualquer forma e peço para só lhe darem em SOS?

Confesso que não estava à espera que a Isabel, que a partir do primeiro mês ficou a maior fã de chuchas e era daqueles bebés que acordam durante a noite à procura da chucha, pudesse deixar de sentir a falta delas tão cedo. Só me parece um bom sinal, mas fico com algumas dúvida: será que isto é mesmo um adeus ou será antes um até já?

Alguém com um caso parecido?

Fotografia Love Lab, na festa do primeiro aniversário da Isabel