4.22.2015

Vocês estão redondamente enganadas.

A verdade é que não somos tão lindas e espantosas como parecemos. Sei que vocês devem pensar que somos uns autênticos borrachos e "como é que ainda não foram a capa de uma revista qualquer?". Que somos mesmo muita lindas. Que, quando saímos à rua, temos tantos cães a quererem abraçar a nossa perna como jovens atraentes. 

O quê? Não parecemos lindas normalmente? Não?

Então por que é que estão tão chocadas que eu pareça um tornedó e a outra Joana, um biltre?

Bem haja.

Depois venham dizer que é só a Dove que mostra as mulheres reais. Estas são as mães reais (a Joana está só a fazer caretas numa cave, que acho que é onde ela trabalha). Eu tenho mesmo esta cara. Rosácea, para mim, não é o nome de uma auxiliar de educação da escola, é mesmo uma doença de pele.   




Não quero ter a barriga da Carolina Patrocínio

Não quero ter a barriga da Carolina Patrocínio, porque isso implicaria um esforço hercúleo e uma determinação que eu não tenho. E sinceramente, não preciso de tanto para me sentir bem e bonita. Mas se ficar com 1/8 do gosto dela por ter uma vida saudável, fico contente.

Escrevi há três meses este post (olhá magra!) a dizer que este corpo feito de gelatina ia ficar uma rocha. O que é que eu fiz entretanto para que isso acontecesse? Nada. 

Hoje tudo vai mudar. Mais não seja porque fui comprar uns ténis à séria. 



São de homem? São. Acontece que, pelos vistos, as lojas da especialidade não fazem (ou não encomendam) 42 para mulher. Temos pena. São confortáveis, super maleáveis e espero que se tornem os meus melhores amigos. 

Acabaram-se as desculpas. A sério.

Admiro o à-vontade da Joana Gama em dizer que a barriga dela parece as velas das igrejas a derreter (neste post maravilhoso) e admiro essa capacidade de aceitação. Acho que revela até alguma maturidade. Acho que "eu não sou a minha barriga" dava um slogan fantástico daquelas campanhas da Dove em que incluem "mulheres reais", expressão cada vez mais em voga. Mas eu não consigo ter esse poder de encaixe. Tenho 28 anos e não me contento com uma barriga a desfalecer nem com um rabo que já vai nos joelhos. Já basta as mamas terem ficado uns saquinhos de chá tamanho XXS, mas quanto a isso nada posso fazer. Poder até posso, mas é caro (hehe).

Não vou ser hipócrita e dizer que o que mais me impele a fazer exercício é a vida saudável, porque essa não é para já a motivação número um. É estúpido, mas é verdade. É a motivação número dois e um dia ainda há-de ser a um. Já notei que, depois de ter sido mãe, tenho tido mais dores de costas. Convém fortalecer os músculos e sobretudo a zona lombar. Além disso, quero voltar a sentir-me feliz a fazer exercício e deixar de praguejar e dizer que quero morrer. Quando era miúda, praticava basquetebol, natação, ginástica, danças de salão e era uma alegria enorme mexer-me. Porque é que me tornei tão sedentária e acomodada, quando fazer exercício nos traz felicidade, alivia a tensão e faz tanto por nós?

Acabaram-se as desculpas. Os meus horários às vezes são malucos, não sou muito organizada, mas se me consegui organizar para as refeições, também vou conseguir encaixar 40 minutos diários de exercício. Não sempre, mas sempre que possa. Acho que perco muito tempo da minha vida no Facebook, por exemplo. E no Instagram. E no Whatsapp. Vai-se a ver e passo lá 40 minutos diários, por isso basta redefinir prioridades.

Acabaram-se as desculpas. Se tive força de vontade para fazer uma dieta, com nutricionista, quando comer é das coisas que mais gosto de fazer, também vou ter força de vontade para fazer do exercício uma prática diária. Ou pelo menos semanal. Sempre é melhor do que agora, que é zero.

Mais não seja porque gastei dinheiro nuns ténis (estou a ser irónica, ok?). Mais não seja porque vos vim contar tudo isto, de forma a não fugir depois com o rabo à seringa. Mas faço-o principalmente por mim. 

Fica a fotografia do Antes. Daqui a três meses venho pôr a do Depois.




Agora não me venham com aquela história das obsessões e de não ter mais nada que fazer na vida, que essa não cola. Acho que, algumas vezes, a falta de tempo são desculpas esfarrapadas que arranjamos para a nossa falta de vontade. 

Bem sei que ser mãe, trabalhar, ter horários loucos, enfrentar o trânsito, apanhar transportes, ir buscar os filhos, ter de fazer jantar e almoço, arrumar tudo, tratar da roupa, tudo isso nos ocupa 90% do tempo. E dormir (o pouco que as crianças nos deixam), parecendo que não, também faz falta. Mas há casos - e acho que é o meu - em que basta ser mais organizada e perder menos tempo com futilidades. E não, fazer desporto não é uma futilidade. É, a par de uma alimentação equilibrada, a coisa mais importante que damos ao nosso corpo. E eu quero viver muitos anos. É que quero mesmo!


Começa agora esta aventura. Se sobreviver ao treino de hoje com a Carolina, venho cá logo à noite contar como foi.

4.21.2015

a Mãe dá (#18) - O livro que vai mudar o mundo.

Juro que até muda, se todas o lermos. Há muitas mães (principalmente as que já o são há muito tempo) que não são a favor dos livros. Há quem diga que muita informação confunde. Sempre será melhor alguma confusão do que uma certeza ignorante, digo eu. Mas sim, há demasiados livros a dizer coisas que não ajudam, escritos por pessoas que falam de coisas que não sabem. Pediatras que dão dicas educacionais que nada têm que ver com a sua formação. E não sei até que ponto é que o problema é de quem as dá [as dicas]. Nós é que queremos acreditar muito nalguma coisa, em algo que nos faça sentir seguras, principalmente nesta fase tão importante. Iria eu alguma vez perguntar ao meu cabeleireiro que comprimidos devo tomar para as minhas enxaquecas, só porque também está na área da "cabeça"? Temos de saber quem ouvir e, sim, neste caso, este livro vem mudar o mundo.



É o primeiro livro (de todos os que já li e, atenção, que comecei, obviamente, por ir aos mais comprados) que faz um trabalho de raiz. Que  diz que (é mais ou menos isto que a autora do livro que vamos dar diz - não me apetece ir à procura da citação :)) os bebés não são todos iguais, claro que ela venderia muitos mais livros se tivesse um título que prometesse mudanças rápidas ou que aparentasse ser um livro de instruções, mas é esse o problema. Andamos à procura de algo que não existe. Os nossos filhos não são robots. E, acima de tudo, sabem que mais? Somos mamíferas. Não, não vou abordar a questão da amamentação de maneira pouco elegante, até porque a própria autora, apesar de ser Conselheira de Aleitamento Materno pela OMS/UNICEF, não o fez. 

A Constança (depois de ler o livro, sinto que a posso tratar assim), para mim, veio reunir as principais evidências cientificas sobre os primeiros meses de vida dos bebés e fez uma óptima papa com a sua experiência de terapeuta de bebés. A Constança ajuda-nos a ser as mães que deveríamos ser antes de estarmos cheias de "tretas". Por "tretas" refiro-me a opções artificiais, teorias de quem não deveria falar do que não sabe, opiniões de outras mães bem intencionadas mas que, ao aconselharem também procuram validação... 

Se tivesse começado por ler este livro da Constança não precisaria de ler uns 5 outros (não estou a exagerar) e com um afinado sentido crítico para retirar só o que "interessa". 

A Constança fala sobre o facto dos recém nascidos chorarem tanto. Explica-nos por que é que nem sempre a dinâmica entre mãe e filho corre bem nos primeiros dias (e até nos seguintes). É um cupido da maternidade. Não que não amemos os nossos filhos, mas seria sempre melhor não haver tantos momentos de frustração (expectativas surreais e soluções contraproducentes) e de tristeza. 

Ler este livro da Constança é o sonho de qualquer mulher que esteja grávida ou que tenha sido mãe há pouco tempo (não que aí vá ter muita paciência para ler). É como se a nossa melhor amiga se tivesse tornado uma especialista em bebés, fosse filha de um pediatra e de uma doula, tivesse filhos, percebesse de amamentação e soubesse transmitir tudo isto de maneira a não julgar ninguém e a ajudar toda a gente. 

Aconselho vivamente a leitura deste livro a TODAS as mães. Mesmo aquelas que,  como eu,  já tenham passado os "primeiros meses". Este livro ajuda a enquadrar não só um segundo filho, mas também a repensar ou "resentir"  algumas das nossas atitudes enquanto mães. Ao pensarmos desde o início de forma útil e pessoal (sem automatismos apreendidos e não inatos) conseguiremos mais facilmente crescer com eles e não apenas vê-los a crescer. 

Creio que é um óptimo início a quem queira optar por um estilo educacional do género da Disciplina Positiva ou Parentalidade Positiva que agora tanto se fala e AINDA BEM.



Só para que tenham uma noção: não conheço a Constança, a editora enviou um press com livro, enviei e-mail a perguntar se me podiam dar um livro (à la Marcelo Rebelo de Sousa), enviaram e ainda hoje liguei para lá a perguntar se não podia sortear uns exemplares. Apesar do livro não ser minimamente meu, também quero ajudar a mudar o mundo.

Acima de tudo. Obrigada, Constança. Lamento não ter pago pelo livro, mas agora já está. ;) :)

Temos dois livros para oferecer! ;)

Para concorrerem, só têm de:

a) fazer like na página da Matéria Prima
b) fazer like na página d'A Mãe é que Sabe
c) preencher o formulário em baixo,  partilhando publicamente este post. 

Condições:
Os vencedores será anunciado quinta-feira (23 de Abril de 2015), sendo aceites inscrições até às 23h59 do dia anterior.
Os vencedores serão escolhido aleatoriamente através de random.org.
Só é válida uma participação por endereço de e-mail.