A todas as mães solteiras, viúvas, cujo marido trabalha fora, separadas, divorciadas ou que simplesmente têm o pai da criança em casa, mas é como se ele não estivesse.
Vocês são fortes. São feitas de uma fibra única, feita de coragem, amor e dedicação. Não sei como conseguem.
Se eu já me vejo aflita para conseguir gerir tudo e não ficar a bater mal, se eu já me vejo às aranhas para me levantar duas ou três vezes por noite, se eu já me vejo entre a espada e a parede tantas e tantas vezes, com vontade de pô-la para aluguer por umas horas e tenho um pai presente, imagino uma mãe solteira
A ter de se levantar todas as vezes
A ter de dar mama, pôr a arrotar, acalmar as cólicas, trocar as fraldas, cantar, dar mimo
A ter de dar biberão e esterilizar e dar papas e dar comida e comer os restos do prato do filho porque muitas das vezes nem deve haver força para mais
A ter de brincar, dar banho, fazer jantar, ajudar nos trabalhos de casa
A ter de confortá-los e dar-lhes banho de água morna para baixar a febre
A ter de limpar, passar a ferro, tratar da casa
A ter de sair para trabalhar, chegar a casa cansada, mas conseguir pôr um sorriso nº. 33
A ter de mudar lençóis da cama e pijama quando eles vomitam ou fazem xixi na cama, mesmo que sejam 3 da manhã e eles não param de chorar
A ter de estar lá, sempre, porque não há mais ninguém
A ter de estar lá, sempre, para mais do que um filho
A sério, não sei como conseguem. Tiro-vos o chapéu.
Tenho um esquema com o pai da minha filha: vamo-nos revezando nas idas ao quarto dela durante a noite, mas quando achamos que é fome (não engana muito, é um relógio) levantamo-nos os dois: um vai fazer o biberão (a Isabel já não mama desde os 9 meses) e o outro vai logo pegá-la ao colo para que ela não chore e não desperte. Enquanto um dá o leite, o outro abre a cama e puxa os lençóis, descobre o doudou e vai dormir. Na vez seguinte, trocamos. De manhã, também nos vamos revezando: um levanta-se às 06h50 – 07h num dia, o outro no dia seguinte. Nem vos conto como isto tem sido essencial para a minha sanidade mental ainda existir (se é que existe)! Ter um pai presente, que se sente tão responsável nestas tarefas quanto eu, é música para os meus ouvidos.
Por isso, quero dizer-vos que vocês são um exemplo da maior força do mundo, que só um coração enorme de mãe pode ter.
*também válido para pais solteiros, sem a parte das mamas, claro.