Sinto, como já disse num post qualquer, que ando a dar rabias à idade. Ou, pelo menos, que vou crescendo mas que não dou por isso. Tenho praticamente 30 anos, mas sinto-me ainda aquela tonta que ouvia El Bosco e Wingfield num walkman da Sony no recreio.
Por causa da sessão de que vos falei ontem aqui, acho que fiquei com a certeza de que estou numa fase maravilhosa. Nunca me senti tão bonita, tão cheia (vá, mãe, estou a falar do coração), tão alguém que me orgulho de ser e com maior consciência de si. Começo a acreditar naquelas "tretas" que ouvimos há anos de que "aos quarenta é que sabes o que é viver" ou que o "sexo na terceira idade é maravilhoso". É realmente inevitável achar-se que já se sabe tudo na adolescência, mas o sentir-se que não se sabe grande coisa é uma rendição que nos torna tão bonitas...
Sim, estou a falar de mim também. Sem vergonha digo que acho que estou bonita. Não só nestas fotos, mas um "ultimamente". Ser mãe, ao mesmo tempo que nos dá uma inquietude constante, também nos dá este ar "acabado". Não esse "acabado", este "acabado" de quem sente que não precisa de correr desenfreadamente para sentir tudo ao mesmo tempo por se sentir tanto todos os dias, tanto de muito. Polido.
Ando insuportável de vaidosa, de feliz, de... não querer perder um segundo desta maravilhosa fase. Nem fase lhe deveria chamar porque ser mãe não é um pedacinho de tempo, é ter um pedacinho do mundo.
Obrigada, Inês, por me teres ajudado a sustentar as minhas suspeitas de que estou muita gira (ahah).
Obrigada, Inês, por me teres ajudado a sustentar as minhas suspeitas de que estou muita gira (ahah).
Fotografia por Inês Ferraz - Yellow Savages (site aqui)
Macacões - Little Jack