1.05.2018

Até cair de sono!

Temos as leitoras mais fixes. Até me custa dizer leitoras, porque sinto que são mais do que isso. Sinto que são mais em cada comentário feito com tanta empatia, como que a devolver algo de bom que lhes possa ter também dado. Sinto que são tão mais do que isso quando me abordam na rua... Amor gera amor, não duvido nem um bocadinho disso. 

Somos mais de 72 mil. É normal que haja diferentes tipos de pessoas a visitar-nos. É normal que umas se identifiquem mais com uma do que com outra. É normal que algumas não se identifiquem com nenhuma, mas não resistam vir cá ver que parvoíces andamos a dizer. É normal até que alguém goste normalmente do que lê e achar que um post, uma opinião e até uma escolha de vida, não façam sentido, para os seus parâmetros, gostos, opiniões. Aceito que precisem de comentar. Às vezes acho piada, outras vezes não acho, na maior parte das vezes aceito, mas caso sinta que há ali ofensas gratuitas ou que não haja ali nada de construtivo nem engraçado, não publico - esta é a minha casa, não deixo toda a gente entrar, paciência. Aqui há moderação de comentários, q.b., sim. Quem perde tempo a escrever 1691826 caracteres sem um pingo de utilidade, pode criar o seu blogue, desabafar, falar do que quiser, no seu espaço.
Também é normal que, num blogue tão pessoal, haja quem sinta que:

1) partilhamos tudo o que vamos vivendo e sentindo, sem reservas;
2) nos conhece por inteiro;
3) nos pomos a jeito para ouvirmos tudo o que alguém quiser dizer sobre nós ou sobre a nossa família.

Compreendo, no entanto, nem a 1) e a 2) são inteiramente verdade, na medida em que nunca saberão efectivamente tudo sobre nós, não partilhamos tudo o que sentimos nem tudo o que somos - não parece, pela falta de filtro e descontracção, mas até nós temos limites). E, quanto à 3), discordo. Por isso, filtramos comentários. Para nós há limites e quando acharmos que alguém, qualquer que seja a intenção, aos ultrapassar, fica do nosso lado essa escolha. Já lhe chamaram falta de humildade, já me disseram que isto me subiu à cabeça. Como quer que queiram interpretar, reservo-me o direito de gerir a caixa de comentários e só aceito os que acho que vão contribuir para o debate, fazer-me/nos pensar, alertar para algo importante, discordar de mim, mas com classe e sem ofensas (dizerem que uma de nós podia ter lavado o cabelo não é uma ofensa, lá está ele). Quando são as leitoras a trocarem "galhardetes" de forma acesa, já me é mais difícil filtrar.

Mas bem, tudo isto para dizer que foi importante para mim responder às questões da SÁBADO desta semana para perceber onde estamos e para onde queremos ir. Um muito obrigada às jornalistas, mas principalmente a minha companheira (bem fazemos um lindo casal) por não me deixar desistir quando estou mais desalentada ou cansada ou preguiçosa. Temos aqui um projecto do caraças. Graças também a vocês! Se a Rita Ferro Alvim tem as suas "fofinhas", nós também as temos, sem dúvida. Sinto que temos gente boa desse lado, que gosta de nós e que acompanha desde sempre o crescimento das nossas filhas (e nosso), gente divertida, com sentido de humor, atenta e informada, que faz com que não baixemos os patamares e queiramos dar tudo.





Isto sou eu claramente a cair de sono, por uma boa causa (e porque a Luísa está doentinha, snif).

OBRIGADA, seguidoras queridas!


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1.04.2018

Afinal já sei o que a Luísa tem.

3 horas num hospital à espera para sermos atendidas. Consta que até os privados andam ao rubro, por isso, não havia muitas mais opções - só chamar o médico a casa, assim que façamos seguro de saúde para a Luísa, passa a ser uma opção a ponderar.
O que aquela miúda correu no S. Francisco Xavier... andou ao colo da Ester, fez amizades por ali fora, queria ir para a rua a cada dois minutos... imparável e com um grau de marotice que nem vos conto (nem doente esta miúda relaxa um bocadinho, estão a ver o género?). Lá fomos chamadas e amavelmente atendidas - zero razões de queixa - para decifrarmos o que a bebé teria, com febres inconstantes há quatro dias. Otite. Uma otite no ouvido esquerdo. Começou a fazer sentido a preferência por mamar mais para um lado, mas não associei, até porque nunca se queixava, não punha a mão, não coçava nem chorava deitada.

Agora dorme, depois de tantas emoções.
E como eu adoro vê-la dormir. É como se pudesse parar o tempo e deliciar-me com a respiração dela. É como se a sentisse minha, vulnerável, pequenina, quentinha, dependente. Há algo de mágico em observar alguém dormir: é a minha meditação.

Logo logo vai ficar boa de novo (e voltar a ter criatividade para me pintar as paredes da sala ou desfazer um livro em minipartículas: a Isabel NUNCA me fez destas, é todo um novo mundo). Logo logo vamos todos conseguir descansar mais um bocadinho. Ando EXAUSTA. Boa noite!



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O meu rabo foi protagonista de uma reportagem.

Quem diria que de todos os bloggers que foram entrevistados, foram escolher estas duas beldades (e o meu rabo como protagonista) para a fotografia principal da reportagem da Sábado sobre os bloggers mais influentes? 

O meu rabo agradece, o meu bracinho já nem por isso, mas a verdade é que se nota que a sessão fotográfica foi muito divertida com a fotógrafa Raquel Wise e com a jornalista Raquel Lito. Fomos ambas carregadas de adereços e estou muito feliz por não terem sido as fotografias em que a Joana Paixão Brás me está a pôr fraldas na cabeça as escolhidas. 

Como somos muito lindas e porque, graças a vocês, ganhamos dois prémios "este ano" (estão ali em cima no título, já devem ter reparado) fomos as porta-vozes das  bloggers de maternidade, todas orgulhosas, claro. Mesmo tendo a Joana Paixão Brás aparecido sem almoçar (às 17h...) e me ter comido umas quantas gomas que tinha na mala e eu não me ter calado desde a sala da maquilhagem até à sessão fotográfica propriamente dita. Deve ser por isso que a Raquel jornalista escreveu na reportagem que eu era "mais expansiva". Se dissesse o que lhe apetecia devia ser "pain in the ass", "ainda hoje tenho a voz dela nos meus ouvidos"... Bem, já está, Raquel. Já passou! 

Decidi, porque tenho uma camisola branquinha, óptima para isto, tirar num momento de pausa fotografias à la influencer (que não tem tempo para ir ali à rua e tirar umas como deve ser) com a revista. 

Parecendo que:

1) leio revistas, 
2) que sou muito feliz a fazê-lo, 
3) que não estou furiosa por hoje não ter lavado o cabelo e querer tirar fotografias. 

Tomem disto: 




Por último, depois de vos agradecer devidamente por todos os minutos que "perdem" a ler-nos, e à Raquel fotógrafa, à Raquel jornalista, às meninas da maquilhagem que nos puseram tão tesudonas, tenho de agradecer também à Joana. Não concordamos com tudo, mas temos feito ambas com que todo este trabalho valha a pena e que corra tão suavemente que já lá vão 3 anos e não há dúvidas que de vamos continuar (pois não, Joana? hahah).

Um beijinho, vejam a Sábado que eu, entretanto, vou perguntar à Raquel se há maneira de ler isto na internet. 


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1.03.2018

Ter de escolher entre as duas filhas

O título parece saído de uma crítica de cinema ao A Escolha de Sofia, mas, àquela hora da noite, e toldada pelo cansaço de ter estado sozinha com as duas, adoentada (as mães não podem ficar doentes, não é?) e com a Luísa doente, foi como se tivesse a fazer uma escolha dramática. 
A Luísa estava com febre (ainda esta e não percebi o que será). A única coisa que come é leite materno. A Isabel, perto das 23h30 começa a gritar e a chorar, aflita, a dizer que lhe doía muito o ouvido. Tentei acalmá-la, dei-lhe BUR, e andei ali a dar-lhe colo e a dizer que ia passar. Gritos gritos e pedidos de ajuda. Decidi pedir ao David que viesse para casa para irmos com ela às urgências (não atendiam na Saúde 24).
Perante aquele cenário, tive de escolher entre ir com a Isabel ou ficar com a Luísa. Foi a primeira vez. E custou. Custou ver a Isabel a sair de casa, ao colo do David, a chamar por mim. É nestes momentos - e só nestes - que sinto que pode ser injusto para o irmão mais velho a chegada de um com quem dividir atenções. Mas é a vida. Hoje já mais calma (apesar de muito cansada), já não estou tão dramática.


Resumo do que aconteceu depois ontem: ainda antes de chegarem às urgências, a Isabel disse que já só doia um bocadinho e vieram embora. (Sem febre e sem doer, eram capazes de espancar o David, além de que, e o mais importante de tudo, era estariam a pô-la em contacto com vírus desnecessários). Ficou boa, até ver.
A Luísa continua murchinha e com febre, la terei de ir ver o que se passa.


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O que é que a família dá a uma blogger de sucesso no Natal?

Temos um blogue de sucesso, temos de admitir. Graças a vocês, claro. :) Obrigada por gostarem de nos ler, obrigada a todas as que ainda antes de publicarmos no Facebook, já leram o nosso post no blog (como fazem isso?), obrigada às que comentam no Facebook sem ler o post, as que lêem o post e não dizem nada e até as que abrem o post, não lêem e comentam negativamente. Têm sido alguns anos (3, ainda, só) de muito trabalho, mas também de muita partilha que também nos ajuda a sistematizar pensamentos e sentimentos mas que além disso sabemos que têm ajudado muitas mães a não se sentirem sozinhas, a se sentirem menos malucas. Estamos, mesmo, convosco. Mais do que isto só mesmo se estivevessemos em vossa casa - mas como neste momento  até tenho a cozinha toda para arrumar e pernas de frango para o jantar e pelo meio máquinas de fazer e, também, sinceramente, ninguém me convidou e não gosto de aparecer serm ser convidada. 

Posto isto, as que nos acompanham, sabem que uma de nós - eu - terá menos "blogger de maternidade" style. Não leio outros blogs (espreito de vez em quando o Dias de Uma Princesa da Catarina Beato mas, tirando isso, nada mais) e, por isso, o que vou vendo aqui e acolá de instagrams e artigos em sites faz com que veja isto das "bloggers" de fora. 

Parece que as bloggers - algumas são - são uma espécie de artistas inalcançáveis, mas há toda uma vida além do blog. Imensa coisa que não podemos contar ou para não ferir susceptibilidades ou, então, porque ainda há - mesmo neste blog - coisas que queremos manter só como nossas. 

As minhas prendas de Natal não são uma delas. 

Adorava saber o que é que as famílias dão às bloggers mesmo conhecidas, mesmo mesmo coiso. 

Eu recebi: 

Tupperwares mesmo da marca tupperware da minha mãe porque lhe disse que um dos meus sonhos era que todos os meus tupperwares fossem de gente rica - mais alguém?

Umas calças Levi's pretas - decidi o ano passado gastar menos dinheiro em roupa e poupar para peças de qualidade que durem mais tempo e que até me assentem melhor

Um gato das mãozinhas chinês - porque uma vez contei aqui no blog que a Irene e eu íamos frequentemente a uma loja de chineses visitar o gato e a minha mãe e padrasto lembraram-se disso e embrulharam para a Ir... espera aí! Isto foi uma prenda para a Irene, não foi para mim. 

Recebi também uma Britta da mãe. Um daqueles jarros com filtro para a água o que faz com que tenha de comprar menos garrafas (melhor para o ambiente, acho eu) e para a minha carteira também.

Panos de loiça giros porque depois do divórcio, devolvi-lhe todos os panos dele e decidi ficar com o mínimo indispensável, mas realmente já precisavam de uma renovaçãozinha. 

Dinheiro do pai para "comprar qualquer coisa para mim".

Da minha madrasta umas lentes muito giras para por no telefone e para tirar fotografias em modo fisheye. 

E do meu padrasto um sponsoring para uma viagem em breve que faça. 


Claro que tenho noção da sortuda que sou por ter recebido tudo isto, mas acho interessante que tenha gostado dos tupperwares como de tudo o resto. Quando as mães cuidam de nós, atenta aos pormenores, a coisas que digamos sabe a amor, não é? Obrigada, mãe. 


Quais foram as vossas prendas preferidas neste Natal ou até as dos vossos filhos? Apesar da melhor prenda de todas, já a termos :) 

Fotografia The Love Project - Cabelo - Nela Cabeleireiros



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1.02.2018

O que esta mãe fez...

deixou-me tão, mas tão... comovida. 

Nós somos espectaculares, somos tão apaixonadas, tão bonitas, caramba!

Fui jantar fora com a Irene no outro dia à Capricciosa em Carcavelos. Fez uma sesta enorme e, por isso, o sono iria tardar mais um pouco a tonar-se evidente. Tivemos um óptimo jantar, a fazer olhinhos para um menino que estava na outra mesa (a Irene, não eu!), depois pensei: a miúda tem os ouvidos entupidos, a minha madrasta disse que as otites serosas do Tiago se resolveram com idas à praia então... vamos ali ao pé do mar.

Era de noite - daí o jantar - e ao pé da praia, no chão, estavam imensos confetti. Estava a mãe, muita bem vestida, parecia uma manequim da Massimo Dutti (e agora isto era o melhor post de publicidade de sempre), em pé de frente para o filhote e estavam a fazer uma passagem de ano a fingir com confetti e champomy. Que dupla mais amorosa (a mãe e o filho, não propriamente os apetrechos, apesar da mãe ter bebido voluntariamente o copo todo de champomy o que me fez pensar se aquilo será agradável, afinal).


Não fiz perguntas, eventualmente a Irene meteu conversa. Fiquei a imaginar porque é que a passagem de ano teria sido antecipada, claro que só me veio à cabeça que talvez fosse o fim-de-semana do pai e a mãe também quisesse passar o fim-de-ano com o filho ou vice-versa.

Seja como for, foi das coisas mais amorosas que já vi. 

Para além disso, ainda me deu tempo para sentir outra coisa: ver aquela mãe com aquele menino, fez-me perceber que nós somos o primeiro grande amor dos nossos filhos. Nós mostramos-lhes como devem ser tratados e como são as relações. 


Aqueles dois, a passar o ano ali ao luar, eram fabulosos... 


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1.01.2018

Reconheço que tenho um problema.

Todos os anos penso nisto, mas acho que é cada vez mais difícil encontrar um equilíbrio. Tecnologias em casa. Acho que não vale a pena colocar umas palas: elas vão viver numa era em que os telemóveis são como que um prolongamento do nosso corpo, sem os quais se vão sentir incompletas. É o que já acontece, é o que vai continuar a acontecer. Eu não me sinto bem sem telemóvel. Não gosto de ficar sem bateria se estou a viajar de carro, não gosto de me esquecer do telemóvel, fico ansiosa quando não o encontro na mala, a achar que o perdi. É das primeiras coisas que faço quando acordo, se não estiver atrasada, e é das últimas do dia também: dar uma "lambidela" pelas redes, ver o que se passa "por aí" ou se alguém disse alguma coisa. Os nossos filhos identificam mais depressa um telemóvel e sabem a quem pertence do que distinguem uma bolacha de um pedaço de pão. Vêem-nos com ele, já sabem que há bonecos por lá algures e que dá para tirar fotografias também por lá. Percebem que se deslizarem os dedos atingem resultados diferentes. 
Ora, eu todos os anos penso que vou impor algumas regras para tentar ser menos dependente do telemóvel e das redes, mas não sou bem sucedida. Acho que nunca tento a sério. Acabo por me desculpar com o meu trabalho, com uma suposta necessidade que nem sempre é verdadeira e que só existe para me abafar a culpa. 
De vez em quando, lá combino com o David "agora não há telemóveis" e conseguimos. Estou a rir-me por estar a reconhecer nestas palavras um vício, mas não tem piada nenhuma. Como podemos depois querer que as nossas filhas, em plena idade do armário, nao vivam em função dos telemóveis e dos outros e respeitem regras, se nem nós o fazemos? 
Claro que tiro horas só para elas, mas também as integro bastante no vício (bonecadas e óculos e chapéus e máscaras dos messenger e afins) e isso é um bocadinho parvo (ou não será?, se for lúdico e aproveitarmos para brincar e construir personagens?). 
Falamos tanto em abrandar, em slowliving, em aproveitar todos os momentos com eles, mas lá vamos nós registar tudo e contar a todos o que estamos a viver, não vá tudo não ser real e ninguém saber... (E nós bloggers estimulamos e vivemos desta dinâmica...). Não teremos de fazer uma selecção muito mais apertada de como e com quem andamos a "gastar" os nossos tempos livres? 
Olhemos para eles a brincar ou com aqueles olhos arregalados a verem um livro novo e tentemos bastar-nos de vez em quando. Dá-nos uma sensação de poder, de escolha, de força gigante! 
Esqueçamo-nos propositalmente dos telemóveis em casa no fim de semana para nos sentirmos livres! Não? O que fazem vocês?

Boa semana! Bom Ano Novo! 






 Roupa Boboli, Ténis Vans


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A Irene não me chama "mãe".

Depois da fase em que se chamava Tomás e que tinha pilinha (parece que já passou, apesar de parte de mim se assustar, outra parte achava imensa graça e queria incentivar a liberdade de brincadeira), agora entramos noutra fase que também nos deixa desconfortáveis. Nem é por ela querer fingir ser outras pessoas, é a terceira geração que acha graça ao teatro e à representação, mas é por levar tão a sério. 


Quem é a Irene agora? É a Isabel e tem uma irmã que é a Luisinha. A mãe dela - sou eu, vá lá - chama-se Joana Paixão Brás (para quem seja novo no blog, é a outra autora aqui do estaminé) e o pai dela - continua a ser o mesmo, apesar da mudança de nome - chama-se David.  Por causa desta brincadeira, não lhe posso chamar filha porque é Isabel, não posso chamar-me de "mãe" porque sou a Joana Paixão Brás e não vou levá-la a casa do pai, vou levá-la a casa do David.  Ter uma "Luisinha", porém, tem dado imenso jeito para a "Isabel" ser a mana mais velha e ter que mostrar à Luisinha como é que se faz alguma coisa como "lavar os dentes" ou ir deitar-se sem birras. Há que tirar o melhor partido de cada situação, certo? 



Coisas que me deixam desconfortável/enervada com isto? Ela, de manhã, chamar "Joana Paixão Brás". Confesso que aquele "mãe" matinal amenizava o meu acordar e o "Joana Paixão Bráaaaaas" - apesar de te adorar, Joana - é como se fosse uma chapadinha. E, depois, claro que começa imediatamente a corrigir-me "não sou a Irene, sou a Isabel"... Ahhhhhh!!! Fazia o mesmo quando era o Tomás com o género dos adjectivos que eu usava e afins. 



Também não gosto, quando lhe estou a abanar o rabo para adormecer, que ela me peça para trocar a letra de "a Necas e a mamã" para "a Isabel, a Luisinha e a Joana Paixão Brás". Há uma parte minha que - infantilmente - tem medo que se perca nesse mundo de fantasia, não vos sei explicar. Além de que, por muito parvo que pareça, tenho saudades da minha filha!



Claro que há parte de mim que também tem medo - porque sou medricas e também porque não vivo só no lado concreto das coisas - que ela esteja a inventar pertencer a uma família que está junta e com uma irmã como se o "guião certo" a fizesse mais feliz.  Isto tudo, claro, porque me separei recentemente.



Há sempre tristeza, obviamente, mas rapidamente sou abraçada pela certeza de ter feito tudo o que tinha ao meu alcance e que este é o melhor cenário possível. Sem dúvidas. A vida não pode nem é sempre presa ao mesmo guião. A Irene agora é a Isabel. O que virá a seguir? 

Seja como for, Joana Paixão Brás, a Irene que é a Isabel, está cheia de saudades vossas e anda a pedir um fim-de-semana fora. Quando vamos? 

Camisola - Boboli 

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12.31.2017

Não preciso que 2018 seja melhor do que 2017






2017. O homem que escolhi para ter ao meu lado e que me faz feliz todos os dias, menos quando põe umas cuecas vermelhas novas numa máquina com roupa branca e escura. O homem que tem pai escrito em cada poro, que prepara frango com batata doce no forno, com a ajuda das duas, antes de eu chegar a casa. O homem que sabe - e sente - que ter uma família é bem mais que pôr pão na mesa. O homem que não avança na série que estamos a ver caso eu adormeça no colo dele, no sofá, e vai antes ver aquelas porcarias com superheróis ou vampiros que eu dispenso. O homem que é um óptimo profissional e tem paixão pelo que faz, mas que nos põe sempre em primeiro lugar. Temos planos para 2018 que passam por passarmos um fim-de-semana juntos algures, mas o que desejamos mesmo, mesmo, é estar lá para elas sempre que precisarem. E um para o outro, na rotina dos dias. Que em 2018 eu possa continuar a aquecer os meus pés frios nos teus sempre a escaldar, meu amor.



2017. Estas duas. A primeira coisa que fazem de manhã é correrem uma para a outra para se abraçarem. E é a esta imagem que recorro quando querem arrancar os olhinhos uma à outra por qualquer boneco ou porcaria que a outra tenha na mão. Faz parte. E este foi o ano em que a Luísa ganhou voz e quereres e em que a Isabel ganhou uma verdadeira amiga e alguém a quem dar a mão nas viagens de carro ou a quem dar uns tabefes. A Luísa diz que se chama "mana" e isso diz muito sobre a relação delas. Cada uma é uma-com-a-outra. Que se tenham a vida toda com toda a paixão com que se tiveram este ano.





Princesas skaters - roupa Boboli, ténis Vans


2017. A viagem a Barcelona a quatro, as férias com o avô no Algarve, em Azeitão com amigos, as semanas em Santarém, os fins de semana em Évora, os passeios por Lisboa, a vez em que fiz 10 kms e em que me superei, o ano em que descobri que gosto de comer bem e que consigo controlar-me e comer conscientemente e que fazer desporto é bom e faz falta (obrigada, Scape), a minha mãe a dar-nos colo, o blogue a ultrapassar todas as expectativas, com o reconhecimento da Forbes e da Pumpkin, onde fomos eleitas pelos leitores, melhor blogue de família, os dias compridos e saborosos, os amigos a fazer kms para  um abraço, cansaço e as dúvidas, um quase projecto de fotografia, a mudança para Lisboa, o trabalho novo, a palavra recomeço vivida com todo o entusiasmo, sempre com a estabilidade de saber que o coração está em todos os passos e que o mais importante está lá: amor. 

Não peço que 2018 seja melhor que 2017. Pode ter os mesmos ingredientes: a mesma esperança, os mesmos sonhos, a mesma garra e vontade de ser melhor e muita saúde. 

Feliz 2018 a todos! E muito obrigada por este ano fantástico por aqui (é maravilhoso receber o vosso amor e saber que estamos acompanhadas nesta viagem alucinante que é a maternidade!). 




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12.29.2017

Quando os nossos filhos são os últimos a sair da escola

Custa e nunca vai passar a custar menos. É este o meu grande dilema e acredito que o de alguns pais: chegar tarde à escola dos filhos. Não me lembro de me acontecer, quando era miúda. Já o David diz que se lembra bem e que é algo que nunca se esquece, uma sensação de "tu queres ver que hoje se esqueceram de mim". No outro dia, uma colega de trabalho contava que chegou duas vezes seguidas já em cima da hora a que o colégio fecha e que a filha lhe respondeu ao pedido de desculpas com um "não faz mal mamã, fico contente porque vieste." Que amor! (Mas que triste também).

Eu, por acaso, achava que as minhas filhas ainda não tinham este entendimento da coisa. Mas ontem, quando cheguei mesmo no limite, a Isabel já tinha perguntado à funcionária se iam lá ficar. E comentou comigo, no outro dia, que agora as vamos buscar já de noite. Há aqui percepção de que algo mudou (e é verdade que a mudança da hora também não joga a favor dos pais que trabalham).

Tento não me deixar dominar pela angústia de saber que elas passam bastante tempo na escola -  até porque as vejo muito felizes e bem tratadas quando chego. Felizmente, temos conseguido revezar-nos a ir buscá-las e há dias em que vão (mais) cedo para casa. Mas tenho pena... Tenho pena que já não tenhamos, nesta geração, neste século, uma rede de apoio como havia há alguns anos. Tinha amigos cujos avós os iam buscar à escola e que ficavam com eles até que os pais chegassem do trabalho. Os avós agora ainda trabalham ou então vivem longe das grandes cidades, para onde os filhos foram estudar e/ou trabalhar. É a nossa realidade. No meio disto tudo, é tentar encontrar o maior equilíbrio possível e aproveitar melhor todos os momentos em que estamos juntos (não sei vocês, mas quase todas as nossas refeições ficam feitas de véspera ou no fim-de-semana para não nos roubar esse tempo durante a semana - ou então são coisas super básicas).

Tem corrido bem. No entanto, continua a haver dias em que as minhas filhas são das últimas a sair da escola.




Ontem fartei-me de chorar  foi um dos textos mais emocionantes que escrevi sobre este tema.



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12.28.2017

Quem haveria de dizer?

Tenho uma amiga muita chata e que me envia sempre whatsapps quando me vê de cortinados abertos no quarto e em perigo de expôr indevidamente à rua - é minha vizinha, portanto - que insiste para que conheça "o nosso bairro". Morei já em muitos sítios deste nosso país à beira mar plantado e, até agora, só a Rinchoa/Fitares é que me fez sentir mesmo que estava em casa. Não sei porquê, vivi mais tempo em Oeiras, mas o sentimento é tão crú que sempre que estou nos subúrbios, quanto mais se assemelharem à Rinchoa, mais em casa me sinto. 

Não conheço muito aqui a zona - Benfica. Mas, no outro dia, num vipe de "'Bora lá sair de casa que está um dia lindo e adoro viver", fui tomar o pequeno almoço com a miúda a um café ali em baixo já com vista a seguir a sugestão da Renata de irmos ao Jardim do Palácio Baldaya (do qual nunca tinha ouvido falar - shame on me) que, agora, por altura do Natal, está decorado com muito carinho para eles. 

Foi uma manhã fenomenal em que, depois de um pequeno almoço com calma, fomos à feirinha ali à frente, ainda ouvimos um coro a entoar canções de Natal e fomos ao jardim. Também almoçámos no centro comercial Fonte Nova - que também identifico muito com a minha infância - e descobrimos uma nova hamburgaria que me dá vontade de borrifar para a resolução de me alimentar melhor. 

Em vez de grandes planos aqui e acolá, já deram uma oportunidade ao vosso bairro? 









Quispo e calças - Boboli


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E isto de ser filha única?

Não me vou por aqui com grandes dissertações sobre genética ou até mesmo questões comportamentais porque, da última vez que verifiquei, não percebia um glúteo disso. 

Por isso, mais uma vez, venho partilhar convosco mais uns sentimentos que me têm percorrido a cabeça em simultâneo com um doce sentimento de culpa por estar a devorar uma caixa enorme inteira de Ferrero Rocher quando me ando a sentir mais obesa que vaso da dinastia Ming. 

A Irene, à minha semelhança, gosta muito de ter todas as atenções. Muitas das brincadeiras que ela tem, tinha eu quando era mais nova. São brincadeiras típicas de criança, bem sei, mas há muitas crianças que não brincam assim também. Ela gosta de fazer espectáculos, de teatro, de dançar para que se aplauda no fim, de tocar piano, etc. Gosta de contar piadas e de fazer toda a gente rir. Gosta de ser querida e de agradar a toda a gente - qb, enquanto consegue por ser muito... certa do que quer. 

Apesar de ter dois irmãos - um de 11 e outro de 21 - vejo-me sempre como tendo crescido como filha única e acho que, sim, existem algumas coisas  mais prováveis de surgir em filhos únicos, talvez este tipo de tendência mais individualista e "look at me" style. 

Estou atenta à miúda. E eu pratiquei vários desportos mas todos eles com uma tónica individual como a natação ou, riam-se, o bowling ou ainda o Judo que tem pouco de equipa - que não me caia a Federação em cima agora por uma filosofia qualquer que não sei. Sinto que a Irene precisa de perceber que, apesar de filha única, as relações se fazem mais do que "um para um" ou "todos para um". 

Ontem, quando fomos jantar à casa do Miguel - meu bff desde o 6A do Colégio Quinta do Lago.


Não planeio engravidar em breve - até porque gastei dinheiro num DIU haha - mas vou tentar procurar outras coisas que me ajudem a que ela se sinta especialmente "desimportante" para, quando crescer, não ter dificuldade em relativizar os seus problemas ou a sentir empatia ou dificuldade a trabalhar em grupo.

Estamos de férias esta semana e muito inspirada por esta nova maneira de "pensar" tenho marcado cafés com amigas minhas com filhos ou até amigos sem filhos para a Irene ver e espairecer outras realidades. Não temos uma família grande, cheia de primos e tios e afins, mas já dá para construir uma rede de qualidade de pessoas que a façam sentir-se distribuída. 

A Irene teve a sorte de ter a mãe e o pai exclusivamente para ela - sem nenhum trabalhar - durante praticamente dois anos. Tanto o pai como a mãe não são as pessoas mais sociais do mundo - apesar da mãe ser fantástica, divertida e muita linda - e, por isso, temos que lhe dar outras hipóteses, mais colos. 

2018 vai ser um ano para a ajudar a confiar e a estabelecer outras relações. Reforçará que a mãe e o pai têm o seu lugar especial, mas que há muito mais além. 

Pô-la num desporto colectivo era engraçado, mas nesta idade? 


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