2.29.2016

Esta mãe anda por aí?

No Domingo à tarde fomos lanchar a uma Padaria Portuguesa que há em Telheiras. Tinha fotografias giras num site e fomos. A Irene parece que anda com problemas de barriga e só descobri isso quando lá chegámos. Por acaso levei fralda para trocar porque achei que já tinha despachado os números 2 do dia. 


Toda contente por ter, afinal, levado a fralda extra fiquei um pouco aflita por não saber onde lhe trocar a fralda. Não queria mudá-la em frente a toda a gente, mais para não incomodar pessoas a lanchar e isso.

Fui à casa de banho com a Irene e não havia trocador. Encontrei uma mãe afónica (voz sexy - deve ser do tempo) que estava a ajudar a sua filha mais crescida a fazer xixi na sanita. Partilhei com ela a minha preocupação e ela não hesitou e tentou dar soluções: mude-a ali na outra sala que acho que está vazia (não estava) ou "eu ajudo-a, só um momento".

Fiquei tão quentinha com esta reacção. adoro saber que nos entre-ajudamos que, se for preciso, mudamos mais aquela fralda daquela bebé que não conhecemos, filha de uma mulher que nunca ouvimos falar. Aceitei a ajuda, mas pedi primeiro para ver se me desenrascava sozinha: deitei-a em cima do tampo da sanita, pus o quispo a fazer de almofada e para a separar da parede e, muito dentro dos limites, consegui tratar de tudo. Fiquei contente por me ter desenrascado - não me tenho em conta como muito hábil. Fiquei ainda mais contente por aquela mãe tão querida que queria ainda limpar um segundo rabo naquele pequeno intervalo de tempo.

Procuro esta mãe para lhe agradecer, mas também todas as mães que alguma vez algum dia ajudaram outra mãe que não conheceram para dizer que estas coisas ficam na nossa cabeça e que nos fazem sentir que, afinal, vivemos num mundo com alguns laivos de decência e compaixão.

Irei sempre lembrar-me de ajudar outra mãe que me pareça cheia de casacos ou com uma fralda por mudar ou...

Vamos a isto? 

Última noite nesta casa.

Uma etapa que se encerra. Fomos muito felizes aqui.
A poucos dias da Isabel completar dois anos, deixamos esta casa. Os melhores dois anos.

Ontem, quando aqui chegou, perguntou onde estavam as coisas. 
- Não tá, não há, nada.
- Não filha, a tua cama já está em casa da avó. Os brinquedos também. Está tudo lá. Mas olha, ainda está aqui a cama da mãe e do pai, vamos dormir todos juntos hoje e amanhã já vamos para casa da avó.
- Avó, Pipo.
- Sim, amanhã vamos viver com a avó, o Pipo e o Sunny. Hoje fazemos oó aqui, amanhã dormimos em casa da avó. 

Começou a correr pela casa e a adorar o eco das paredes vazias. Acho que lhe ouvi agudos que nunca tinha ouvido. Estava feliz (os vizinhos também devem ter dado por isso). Para eles, nada disto é complicado. E, tenho a certeza, não vai sentir falta de nada disto. Desde que estejam connosco, eles estão bem.

Hoje de manhã ainda me lembrei de lhe tirar uma fotografia no cadeirão do senhorio! <3 


Um ano separa estas imagens (falei disso aqui)
Quase dois anos depois <3