12.30.2014

5 coisas parvas que gostava de ter sabido antes


Sabem aquelas coisas que gostávamos de ter sabido antes, mas que no fundo não mudava quase nada se as soubéssemos? Coisas que na altura parecem o fim do mundo, mas depois vai-se a ver e são só parvas?

Cá está uma lista mais ou menos aleatória de idiotices que nos podem moer nos primeiros dias na maternidade:

#05 olhos tortos
É normal que os recém-nascidos tenham um olho a olhar para o burro e outro para o infinito. Por isso, nada de, ainda na maternidade, ficarem cheínhas de medo que a vossa filha se pareça com a Rita Pereira (se bem que até não ficavam mal servidos, que é gira que se farta).

#04 ventosa
Quando o vosso filho não está a querer sair nem por nada pelo vosso pipi por variadíssimas razões, a equipa médica pode ter de usar ventosa - tipo desentupidor de canos, estão a ver? E como é que a médica pede a dita? Achavam que dizia "ventosa, ófaxavor?" Não, não. Fala em código, neste caso com um som "bahbah" (onomatopeia inventada agora com som de desentupir canos).

#03 miauffff
O vosso filho pode nascer com uma cara que parece ter sido arranhada por um gato ou ficar com ela assim logo nas primeiras horas. A Isabel nasceu com unhas de fazer inveja a muitas mães e uma cara que parecia um quadro de Miró. Não sei se já alguém concorreu ao Guiness com isto, mas eu posso apostar que foram as unhas mais compridas de um recém-nascido. Comprei logo uma lima (wrong! tesoura, tesoura, tesoura) e ainda tentei solucionar aquilo, mas já foi tarde.

#02 calor tropical
Como nasce no Inverno, três babygrows quentinhos, três casaquinhos, três pares de colants, botinhas de lã, gorrinhos, mantas. Mala de maternidade pronta. Danger, senhoras! Perigo de verem os vossos filhos a derreter! Encarem a maternidade como uma viagem ali ao Brasil, estejam preparadas para temperaturas a rondar os 60 graus e para as visitas que ainda aquecem mais o ambiente. (Ou seria eu que estava em brasa? Digam-me: não sentiram que estavam numa sauna?)

#01 mecónio
Meconiquê? Na maternidade, uma enfermeira vai fazer um número de contorcionismo com o vosso bebé, para o ajudar a fazer cocó, e vai parecer que o estão a tentar encaixar numa mala de viagem a abarrotar. Agarra as pernas, encolhe as pernas, espreme o puto, até começar a sair o mecónio. Não, não descobriram uma reserva de petróleo, aquela é a cor do primeiro cocó dos bebés.


Mães grávidas, que tempo mais bem gasto das vossas vidas com dicas e alertas importantíssimos! Só que não. Este foi talvez o texto mais estúpido que já leram. Comprem mas é o livro do Mário Cordeiro, que aqui não se aprende nada.

12.29.2014

A culpa é sempre da mãe

Lembro-me de estar grávida e de ter o maior susto da minha vida, até ali. Vi sangue. Saí, em pânico, a correr da casa de banho e fui às urgências. Fui o caminho todo a chorar e a suplicar para que tudo não passasse de um pesadelo. Lembro-me da culpa. Que não devia ter feito tanto esforço, tantas horas a trabalhar, quem é que eu pensava que era? Uma super-mulher? Que mãe ia ser eu? Assim que ouvi aquele coraçãozinho a bater, desfiz-me em lágrimas à frente de todos e soube: coração de mãe vai andar nisto a vida toda. Entre a alegria e a tristeza. Entre a euforia e a preocupação. Entre o cuidado e a culpa.

A culpa, essa maldita que nos assola nos momentos em que algo não corre bem. Voltei a senti-la na semana passada. Quando fui três dias para Praga e a Isabel ficou com a avó. No Facetime, deu um pulo quando me viu e eu senti culpa. Quando a minha mãe me ligou a dizer que ela estava bem, mas queria muito colinho e chucha, senti culpa. Ela estava com saudades minhas. Quando dei por mim feliz, a namorar, senti culpa.

Mas o pior ainda estava para vir. Quando cheguei a casa, a minha mãe disse-me que tinha tido febre nesse dia e vomitado o almoço. Tentei engolir o choro. Depois, quando adormeceu no meu colo e vi que a respiração dela não estava bem, a culpa apoderou-se de mim. A minha filha está doente e eu andei no bem-bom a passear e a dormir? Hospital, já.
No hospital, ouvi o que não esperava ouvir: pneumonia. 

-"Há quanto tempo está assim com tosse?" 
-"Há um mês e tal, doutora".
- Mas só agora...
- Só agora fez febre. Fui ao Centro de Saúde com ela há um mês, auscultaram-na e disseram-me para continuar a fazer aerossóis, mais nada. Fui à pediatra há uma semana e meia e disse-me que a expecturação estava alta e que não se fazia nada por enquanto, continuar a limpar com soro, aspirar pontualmente e aerossóis só com soro", tentava esquivar-me ao olhar da médica e ao meu sentimento de culpa. 

Eu sabia que a minha filha tinha tosse. Eu fui com ela ao Centro de Saúde. Eu enviei várias SMS à pediatra. Eu fui com ela à pediatra. Que mais poderia eu ter feito? Será que o meu instinto não funcionou? Por que é que não a consegui proteger daquela bronquiolite que se transformou em pneumonia? Fui má mãe? Fui negligente? Estas questões atropelaram-se na minha cabeça vezes sem conta. Quis trocar com ela. Quis que ela me perdoasse. Senti culpa, muita culpa, mesmo fazendo um esforço para racionalizar tudo aquilo.

Será que estando cá teria notado que ela estava mesmo doente, sem ter febre? Ou teria esperado pela febre para ir com ela às urgências? Tenho quase a certeza que só assim teria tomado esse passo. Então por que é que a minha consciência me continuava a perseguir? 

Digam-me, mães experientes, vai ser sempre assim vida fora? Vamos achar que podíamos ter feito sempre mais alguma coisa? A culpa é sempre da mãe?

Saldinhos

Nunca se nega uma ida à Zara no primeiro dia de saldos. 

Nada de gozar com o meu wallpaper que sou muito fofinha no seio do meu telemóvel.



A mensagem de voz era eu a referir as minhas pobres condições a nível de aparência, pouco aceitáveis para sair "à rua".

Para verem como são diferentes os nossos gostos...

Compras para a Irene (por mim, Joana Gama): 


Claro que ela não vai andar vestida com as leggins que começam a aparecer aí em baixo. É para vestir por baixo dos babygrows que comprei na Primark que deixam a miúda congelar forte e feio se não tiver mais nada por baixo.



Comprei um vestido de lã ou algo parecido, mas não consigo encontrar a fotografia em lado nenhum no site e já pus para lavar. 


Compras para a Isabel (por mim, Joana Brás): 
Ainda demos um pulinho à Lanidor, quer dizer, dei eu que a Joana Gama estava a dar de mamar. 

E ainda deu para mais uns estragos:


Se bem se lembram sou aquela que veste a miúda com fofos, tapa-fraldas e roupas coquetes, mas não sempre. Também tenho calças iguais às que a Joana Gama comprou para a Irene e visto-as mesmo sem ser por baixo de babygrows: gosto de ver a Isabel confortável para ir para a creche. Mas não resisto a vê-la toda girly no fim-de-semana.

Desta vez também comprei um casaco para mim e uns calções. Sim, já consigo vestir calções, que isto de ter apanhado um susto com a filha deu os seus frutos e as minhas pernas já não parecem lombo de porco pronto a ir ao espeto. Nada contra o lombo de porco, adoro se regado com vinho verde e bem temperado com folhas de louro.