7.14.2016

Três coisas giras.

O vestido Cravina Vintage da Jasmingirls
Os sapatos Victoria da Pegada Doce
A mala unicórnio da Agu agu




















P.S. Temos vivido dia após dia e estamos a sobreviver. ;) A Isabel tem estado um amor (quer dizer, na 2a esteve 20 minutos a chorar num pranto louco...), anda mais calma e tem dormido muito bem.
A Luísa está num pico de crescimento em que não me larga as mamas, chora muito com refluxo ou o que é, e eu ando muitooooo cansada, sem tempo para mais nada. Mas faz parte. ;)

Preciso de desabafar... e rápido.

Não estava à espera disto. Nunca se está. 

Estava em estúdio, o Frederico conta-me que a Irene acordou da sesta, ficou molinha na sala e que adormeceu no sofá. Enviou-me vídeos para que ambos pudéssemos conversar sobre a perfeição de menina que tínhamos criado. Vê-la e ouvi-la respirar (raras as vezes em que a vemos a dormir), ver os pezinhos dela a mexer, os dedinhos. Foi fabuloso. Estávamos contentes por ela estar a descansar. 

Recebo uma chamada. Era o Frederico. Estava muito aflito. Não descrevo o quanto porque teria de ser ele a falar sobre isso. Não consegui perceber o que dizia. Achei que estavam os dois a brincar comigo porque ouvia-o e a ela lá ao fundo também. Finalmente consegui perceber "anda... correr... para casa... Irene... espumar da boca...". Corri mais que os jornalistas de rádio quando têm de entrar em directo e a impressora não cooperou. Corri tanto que, quem me viu passar, percebeu que não era para comentar, nem falar comigo. 

Pousei os meus phones e o guião na minha secretária e saí a correr tipo Forrest Gump. Perguntaram-me os meus colegas: "O que se passa, Joana?". Só tive tempo de responder "não sei" e o "i" já foi fora da porta, a correr para ir para casa. É certo que moro perto do trabalho. A 3 minutos a pé, mas pareceu-me uma eternidade. Mais tarde vim a perceber que tinha levado o carro ontem e que provavelmente teria chegado mais rápido se me tivesse lembrado disso. Ou, pelo menos, não me teria metido por um corredor/atalho em que decidi ignorar que estivesse fechado com uns avisos e que decidi percorrer na mesma. As minhas sandálias e os meus pés ficaram atolados em lama, mas não havia outra hipótese. Estava-me a borrifar se ficava cheia de lama até aos joelhos, percorrer tudo para trás e escolher outro caminho só para não me sujar não era uma opção. 

Ainda a caminho do corredor liguei para o 112. O meu corpo ainda não se tinha apercebido do que se estava a passar. Estava no modo de sobrevivência. Liguei. Demoraram uma eternidade a atender (uns 6 ou 7 toques - como é que é possível????) e depois reencaminharam para a parte de saúde. Era uma senhora, com uma voz doce. Desabei. "A minha filha está a espumar-se da boca e está roxa". Não lhe dei o número do Frederico porque sabia que ele não iria conseguir falar ao telefone. 

Demoraram a chegar. A porcaria da minha rua não aparece no GPS de ninguém. Que perigo. Já escolhemos uma aqui perto para dar agora. Quando cheguei, cheia de lama, o Frederico entregou-me a Irene, já a chorar muito alto e peguei nela ao colo. Instintivamente comecei a cantar umas músicas foleiras que ela gosta para se acalmar. Reparei que ela não mexia os braços. Dei-lhe o coelhinho dela, que ela queria e ela não o conseguia agarrar. 

Interiormente sabia que provavelmente isto era o que me acontecia quando eu era pequenina. Talvez daí não estar inconsciente. Seria pior se tivesse visto a Irene como o Frederico viu, como se tivesse partido, sem poder fazer nada. 

Chegou a ambulância. Mediu-se a febre. Fez-se um pedido grande para ir para o São Francisco (é onde temos a nossa pediatra, etc.) e lá fui com ela. Sempre a tentar tornar o momento engraçado, mesmo sem ter a certeza que ela estaria a assimilar alguma coisa. Ela respondia que sim e não por entre o choro às minhas perguntas, devia estar a assimilar: 

- Necas, estamos a andar de ambulância!!! Aquela que faz tinoninoni e para onde vai a ambulância? Para o hospital. Que giro, Necas!!

Ela acenava que sim com a cabeça, nos solavancos na ambulância, amparada pelas minhas mamas, enquanto mamava. Só assim parava de chorar. Continuava sem mexer o braço. Eu tentei convencer-me que seria espectável. O corpo naturalmente deve ter-lhe dado um ansiolítico qualquer. 

Chegámos. Rapidamente entrámos para as emergências. Pulseira de muito urgente. Ben-U-Ron para o bucho (era o genérico que eu vi) e a Dra. atendeu-nos. Era mesmo o que a mãe teve quando era pequena: convulsões febris. Herdou de mim. Porém, tínhamos de fazer análises para despistar outras hipóteses como ausências de nutrientes ou excessos, segundo percebi. 

As análises. O terror das análises. Fizemos uma vez análises e foi picada dezenas de vezes. Tive de proibir que lhe tocassem mais. Contei isso aqui. A Dra. disse que aqui seria diferente, que picam mais vezes miúdos e todos os dias. Não tinha outra hipótese. Era como a lama. Tinha de ser. 

O Frederico perguntou se estaria dispensado. Claro que sim. Nem repararia se ele iria lá estar ou não. Eu tinha que estar. A Dra. disse que podia não ir nenhum de nós, mas nem pensar. Prefiro ficar eu impressionada com a dor dela do que ela sentir que a mãe a deixou sozinha para que lhe fizessem uma cosia que dói. 

Desta vez tentaram tirar sangue noutro sítio. Não conseguiram. É realmente difícil tirar sangue à Irene e ainda para mais estando com febre. Tínhamos de repetir dali a pouco. Os gritos, os choros. Eu a explicar-lhe o que se estava a passar e para quê, dizer que quando estivesse boa que íamos fazer as coisas preferidas dela. Só me apetecia pedir-lhe desculpa. Desculpa por não haver uma maneira menos imbecil de saber o que se passava com ela e dela ter de passar por aquilo: um garrote, prenderem-lhe o braço e picarem algumas vezes para tirar sangue. 

Voltámos para a sala de espera. Necas sempre na maminha, sempre a pedir maminha. Esperámos meia hora e lá fomos outra vez, agora com menos febre. Fomos as duas. 

A Irene já nervosa a entrar na sala. "Pulseira (garrote), não, menino! Menino!!! Menino!! Menino???". Começou a entrar a agulha e a Irene grita várias vezes "Pede desculpa, menino!! Pede desculpa!". Choro agora e chorei na altura. Obriguei-o a pedir desculpa. Claro que era para o bem dela, mas a Irene tinha de perceber que sim, quando se magoa alguém, se pede desculpa e que o menino era amigo. 

Custou-me dizer-lhe que podia descansar e fechar os olhos, que estava tudo bem e ela fazê-lo. Deitei-me com ela na maca da sala de espera a dar-lhe maminha deitada. Acabou por adormecer. Os resultados saíram rápido: tudo bem com as análises dela. Níveis mais baixos de oxigénio e de dióxido de carbono, mas associaram a estar a chorar muito. Era mesmo verdade, a Irene tem convulsões febris. E o que a minha mãe sofreu com isto. Quando ela fala sobre isto ainda hoje parece que fala de uma das piores coisas pelas quais já passou. Que é aflitivo e muito. Eu já suspeitava que ela tinha isto. Ninguém me deu ouvidos na altura, mas eu já sabia. Escrevi sobre isso aqui

O mais provável é que ela faça isto sempre que haja uma subida rápida da temperatura. Se for como eu, é o primeiro sintoma de doença com febres altas. Levamos uma bisnaga com um relaxante para lhe dar nas próximas convulsões. Está tudo bem. A Dra. que nos atendeu rapidamente percebeu que era a nossa primeira filha. Fizemos milhares de perguntas e todas respondidas com paciência. Que maravilha. 

Viemos para casa. Irene a dizer piadas. Assustada com tudo, mas já a dizer piadas. A família estava a curar-se com o humor.

Ao adormecê-la ouvi um "mãe, anda dormir comigo, mãe" e só não fui porque tinha outra pessoa que ainda não tinha sido abraçada o dia inteiro e que estava bem mais assustada. Faltava dar beijinhos ao Frederico. A pizza familiar que tínhamos pedido não resolveu tudo. 

Ele acabou agora de lhe dar um beijinho na testa e ela disse "obrigada, pai". Parece que é a gozar.

Obrigada por me deixarem desabafar.


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7.13.2016

Preparo a marmita do meu marido.

"Marido? Querias!!" Foi talvez o comentário mais parvo que alguma vez recebi aqui no blogue. Mandei uma gargalhada capaz de acordar a Luísa. É marido, sim senhora, não é por não me ter esposado (adoro este termo) que não o é. Ou eu andarei enganadíssima com a seriedade da nossa relação e será antes uma curte (esta expressão ainda se usa, jovens que nos seguem? O que fazem aqui, by the way?), uma curte de 7 anos? "Querias!" Hahaha Era bom, era, mas é muita areia para o teu camiãozinho, contenta-te que ele te faça filhas e já vais com sorte! 

Já vos fiz rir um bocadinho? Boa, vamos ao que interessa. Preparo a marmita do meu marido. Ao usar esta frase sinto-me a esposa de um mineiro do século XX, antes das sufragistas, mas a verdade é que me sabe bem deixar o almocito do David todo acondicionado e prontinho a comer e até o faço com todo o carinho. Só falta mandar-lhe bilhetinhos amorosos.

Como sabem, mudámos de vida, eu deixei de trabalhar na SIC, tivemos de aprender a poupar uns trocos valentes e percebemos que uma das principais alterações teria de ser essa mesma: deixar de gastar tanto dinheiro em almoços. Eu não sou uma excelente cozinheira, o David idem idem, mas lá nos vamos safando e escusa de andar a comer porcarias e a pagar um balúrdio por elas. Acho até um disparate o que já gastámos os dois, ao longo de vários anos, almoçando (quase) todos os dias fora. 

Agora o menino leva uma salada "com tudo", um arroz de pato, um bife com massa, uma sandes e lá se vai amanhando, sem passar fome. Para compensar o ar pouco fantástico das nossas comidas, pelo menos a marmita de dois andares (e ainda com espaço para os talheres com design) é linda. É da SmartLunch, assim como a mala, discreta e onde cabe tudo. Têm ar de que vão durar até 2035, pelo menos.






Gostei muito da marca e encomendei também para a Isabel este termo da Minnie, assim como uma caixa com vários compartimentos para levar lanchinhos saudáveis quando vamos ao parque. Vai tudo na mala térmica da Joaninha, que ela adora porque é uma "Junana, como a mãe".



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