11.20.2015

Cortei-lhe o cabelo! Foi muito?

A foto dos "One Direction" abriu-me os olhos para o cabelo da Irene não estar nos conformes.


A Joana Paixão Brás achou por bem também comentar estas fotos da praia a dizer que o cabelo "meu deus".


No outro dia, lavei-lhe o cabelo e pensei: "não passa de hoje!". Tesoura das unhas e foi logo ali. Problema: esqueci-me que o cabelo sobe quando seca. Mas, assim, até parece giro, não parece? ;)


Também são vocês as cabeleireiras?




Tenho a sorte da Irene ter o cabelo frisado e, por isso, não se nota que eu tremia como se me tivessem obrigado a sair da última sessão no Colombo com um saco a dizer Furla.

Afinal... mudei de ideias: quero emagrecer!

Vocês sabem que mudamos de sentimentos por nós próprias todos os dias. Ou, pelo menos, eu mudo. A verdade é que não me sinto mal comigo própria diariamente e, tal como escrevi recentemente aqui. Já não odeio a minha barriga, mas... na quarta-feira tive uma epifania. 

Não sou daquelas que anda sempre de dieta em dieta, de fracasso em fracasso, gosto demasiado de não me dar ao trabalho para isso. Sempre disse a mim mesma (quem é fumador, há de se relacionar com isto) "hei de conseguir, quando quiser". 

Passei a querer. Na quarta-feira pesei-me e reparei na minha diferença de peso para o meu "normal". O meu normal eram "62 kg" (e acho que, mesmo assim, estou acima do meu peso "ideal") e estou a pesar mais 13kg. Sabia que estava mais pesada, mas não tanto. E depois, ao olhar para o meu armário vi o degradé de tamanhos. O ano passado (precisamente há um ano) vestia um M e agora visto Ls e não caibo nos meus casacos de Inverno (o que é uma pena porque os ADORO!). 

Não me sinto gorda, não o faço para parecer melhor, faço-o porque, sinceramente (não sei se estou a dizer toda a verdade porque não tenho 100% de controlo na minha cabeça, por isso sou o mais "sincera possível) quero voltar a vestir a minha roupa toda e porque não quero só usar camiseiros largos. 

Confesso que o número me fez confusão. 75kg para mim... acho que pesei só mais 5 quando estava grávida. 

Gosto de mim na mesma, mas acho que vou tentar limar umas arestas. Nem é para caber num bikini e ficar uma modelo, porque nunca fui e, portanto, não tenho saudades! Ah! E também porque há que ter expectativas realistas. 

Sinto também que estou numa fase nova. Sou mãe, voltei ao trabalho, tenho a vida mais ocupada e já não fico tão no sofá o dia todo... Sinto que este é o timing para voltar a dar existência ao meu corpo, existência essa que, quando era mais nova, me perturbava tanto que acabei por a negar.

Não interessa se estou gorda ou não, não sinto que importe. Quero voltar a caber na minha roupa, só isso. 

Alguém quer dar dicas? Sugestões? Indicar pessoas? Poções mágicas?

Confesso que com a falta de sono que tenho que, fazer exercício só daqui a uns meses quando tudo estiver mais organizadinho na minha vida. Adoro fazer exercício, mas não me apetece estar no ginásio e perder as horas que tenho para estar com a Irene e ainda para mais agora que voltei ao trabalho.

Estão contentes por mim? ;) Querem ver aqui a badochinha com o seu guarda-roupa todo de volta?

A ver se dou uma folga às camisas folgadas.




Nota: Sim, já almocei McDonalds para me despedir desta vida. Clássico.

11.19.2015

Tenho saudades tuas, mãe

Tenho saudades tuas, mãe

Saudades daqueles tempos em que me passavas a mão pelo cabelo até eu adormecer. Ou de quando me fazias cócegas com beijos nos pés. De quando me lias histórias, à noite. Às vezes pedia-te só mais uma, para continuar a ouvir o som da tua voz, calma e alegre. Do teu cheiro inconfundível. Deixaste de pôr perfume quando eu nasci, quando muito usavas o meu, por isso ainda hoje sei de cor a que cheira aquela camisola creme de lã que usavas quando me pegavas ao colo. 

Tenho saudades, mãe

De quando tudo era uma festa. Vestíamos um casaco quente e íamos à rua pisar as folhas amarelas. Cantávamos uma música inventada no momento nas nossas viagens de carro. Tudo era permitido. Misturar numa frase "pão" com "balão", para rimar. Rias-te, rias-te bem alto. E eu fazia a minha melhor careta só para te ver feliz. 

Tenho saudades, mãe

De quando me deixavas pintar-te a ponta do nariz com a tinta vermelha e nem sequer ralhavas comigo. De quando me ajudavas a fazer bonecos com plasticina que improvisaste no momento. De quando os fins-de-semana não acabavam nunca, entre livros, cambalhotas no colchão e bolas de sabão.

Tenho saudades, mãe

Até de quando ralhavas comigo. Porque até aí eu vi uns olhos meigos, que me queriam bem. Nunca senti raiva vinda de ti. Só amor. Sinto saudades até dos momentos em que fiquei doente, para poder estar no conforto do teu colo horas a fio.

Tenho tantas saudades, mãe

De olhar os passarinhos com a maior das alegrias e de ver em ti a mesma satisfação por me mostrares o mundo. De quando me deixavas saltar nas poças de água e até saltaste comigo. De quando me deixavas ajudar-te a fazer o jantar. 

Oh mãe, tenho saudades

Da nossa cumplicidade, do nosso apego, das horas que tardavam enquanto não nos reencontrássemos. Quando me ias buscar à escola, mostrava-te que estava feliz, mas nada, nada me deixava mais feliz do que ver-te. Sabia que as próximas horas iam ser nossas. 

Tenho saudades tuas, mãe, e daqueles primeiros anos da minha vida. E dos que se seguiram.
Tu não sabes, mas eu lembro-me de tudo. Ficou-me gravado no peito, na pele e em tudo aquilo que eu sou hoje. Mesmo quando te vi errar, mostraste-me o que era real e humano. Um dia vi-te chorar e, assim que me viste, limpaste as lágrimas. Ali, a reergueres-te, por mim.

E tu sempre achaste que não estavas a dar tudo, sempre te culpabilizaste, sempre quiseste ser mais. Mãe, garanto-te que não podias ser mais. Foste tudo. Ainda o és, por detrás dessas rugas e dessas mãos de veias em socalco, por onde corre o sangue de toda uma vida. Tenho tantas saudades, mãe. 

Da tua filha, Isabel
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