1.12.2015

Confiar cegamente no pediatra?

Esta é uma história com final feliz, graças à persistência de uns pais, que confiaram no seu instinto e perceberam que a filha não estava bem. E graças à quarta pediatra que eles consultaram. Sim, a quarta. 

Desde sempre que me bato com esta dúvida: até que ponto temos de seguir todos os conselhos e recomendações do pediatra? Até que ponto tudo o que ele diz é lei? Como filtrar?

Do sono à alimentação, passando pela vacinação, pelo peso e pelo desenvolvimento, o envolvimento do pediatra na vida do nosso filho é enorme e ainda bem. Mas como devemos gerir as nossas opções? O pediatra recomenda iogurte, mas e se nós não quisermos dar? Claro que somos nós que decidimos, mas até que ponto a opinião de um especialista não nos condiciona e não começamos a pôr algumas decisões em perspectiva?

E por mais bons médicos que nos pareçam, devemos confiar cegamente neles? Desde a hora exacta para a introdução da banana, à resposta por SMS sem os estar a observar ou à unha encravada, terão eles a resposta certa para tudo? A medicina não é uma ciência exacta, por isso, não devemos, por vezes, confiar mais no nosso instinto?

"Se não confias completamente no pediatra do teu filho, muda". Até faria sentido, mas acho que esta é uma falsa questão, porque devemos confiar, sim, mas não cegamente, porque nenhum médico tem o dom da omnipresença e omnipotência. Se dominam muito bem um assunto, podem não estar 100% informados noutro, já que a investigação nas mais diversas áreas está em permanente ebulição.

Estes pensamentos já me assaltavam algumas vezes e então quando conheci a história da Ana (nome fictício), com mais dúvidas fiquei. 
Então a Ana, com dois anos, após dar umas gargalhadas ou tossir, dava umas guinadas com a cabeça para trás e desatava a chorar, aparentemente cheia de dores.
Os pais não acharam aquilo normal e foram ao pediatra de sempre. "As crianças tão pequenas não têm dores de cabeça, não deve ser nada". Não contentes, pediram opinião a um segundo pedriatra: "dores de cabeça com essa idade não é possível". Exames? Nada.
Foram ao médico de família. Nada.
Foram ao pediatra número 3, desta vez já com a gravação de um daqueles episódios estranhíssimos.

"Se a minha filha não tivesse nenhum problema físico, teria certamente do foro psicológico, mas alguma coisa era.", pensava o pai. O terceiro pediatra, mesmo com o vídeo, não quis fazer exames.

Aqueles pais não descansaram e foram com a Ana a mais uma pediatra. E desta vez, tudo foi diferente. Ela achou aquilo tudo muito estranho e mandou fazer vários exames e um TAC. No TAC, o resultado: uma doença congénita no cérebro - malformação de Chiari, tipo 1, uma doença a que até o Doctor House já dedicou um episódio. Em menos de uma semana, foram vistos por um neurocirurgião e a Ana foi operada.

Dá que pensar, não dá? Até que ponto todos nós faríamos o mesmo? O nosso instinto levar-nos-ia sempre a procurar mais uma opinião? E mais uma? E mais uma?...


Confiam cegamente no (vosso) pediatra?




1.11.2015

A pior coisa do pós parto é...

ERRADO!

Nem tem que ver com a questão da boca do corpo (sim, parece que há regiões do nosso país onde se referem desta forma ao nosso caninho da vida - acabei de inventar)! Seria de imaginar que sim, que o facto de termos feito passar meio vitelo por dentro do nosso rico corpinho fizesse mais mossa do que aquilo que vou falar, mas não. Mas não. Não, não. 

Mães que ainda não foram cuspir amorosamente os vossos melõezinhos, o pior do pós-parto é a enorme merd* dos cabelinhos. 

Ai que valente par de nervos que me dá falar disto. Apetece-me tentar morder uma maçaneta só para ver se me passa a estupidez (não experimentem isso em casa, acho que não resulta ou, então, pode depender da maçaneta, é uma questão de ver). 

O que é isto dos cabelinhos? Simples. Dizem que (eles fartam-se de dizer coisas, não é?), na gravidez, o nosso cabelo fica uma loucura de tão lindo e tão brilhante e tão encorpado. Tão forte, tão forte que quase que o Salazar caía lá de cadeira - ele caiu no Forte de Santo António, no Estoril - pensavam que não aprendiam nada de útil neste blogue? Tomem lá!

Não reparei se o meu cabelo ficou maravilhoso porque tive a estúpida ideia de o cortar como se fosse a velhinha do CSI (quesi, como diz a minha mãe, espero eu que a brincar), por isso, bem que podia estar no meu melhor hair day que iria parecer sempre um pajem (o meu marido chamava-me o pajem Gonçalves).  Ora aqui está a bela obra de arte:




Como é que arranjei marido? Foi antes de cortar o cabelo assim, claro. Antes de decidir juntá-lo a estes óculos também. O meu marido gosta muito de mostrar estas fotos às pessoas e dizer; "epá, vê lá se não parece mesmo um atrasado mental, daqueles a sério!". Amo-o muito. E ele também que, depois de ver isto, é difícil de continuar comigo.

Não sei por que é que a maior parte das grávidas decide fazer qualquer coisa estúpida com o cabelo, mas que é um facto? É. 

Depois da gravidez, depois de pormos cá fora um leitãozinho com a carne mais tenra possível,  o que é que nos acontece de pior (principalmente para quem já não tem uma farta cabeleira como eu)? Isso mesmo, o cabelo começa a cair. 

"A sério, Joana? O teu problema é que o cabelo caia?"

Não, calma, leitora imaginária e, no entanto, tão impaciente! 

O meu problema é que cai tanto cabelo, principalmente a mim caiu-me muito na parte da testa que, agora que estão a crescer pareço uma estúpida. Mais ou menos esta estupidez que a Jennifer Lopez tem aqui. Assim não me sinto tão mal, pela J.Lo já ter tido isto também. A questão é que, no caso dela, ninguém olha para a porra do cabelo, a não ser que esteja no rabo.


Com estes cabelinhos a crescer (que não dá para fazer nada com eles), parece que temos sempre o cabelo oleoso e que temos orgulho nisso. Não há meio desta fase acabar. Neste momento já me vão a meio da testa (agora não sei se é porque crescem devagar ou se é por eu ter uma testa enorme). 

Prova da testa enorme (e maneira subtil de mostrar que dantes não tinha estes cabelinhos rançosos e que já fiz televisão, antes de parecer um saco do lixo da marca polegar): 

No fundo, é só para compensar o mau aspecto das fotografias anteriores que a testa nem está assim tão mal. 


Era uma vez um cavalo...

... que vivia num lindo carrossel. É esta a canção que lhe canto enquanto ela anda no cavalinho que lhe comprei, na Pingi ao Cubo.
Quando estava internada no SFX, uma das coisas de que mais gostou na salinha das brincadeiras foi andar no cavalo de madeira. Um sorriso de orelha a orelha que me fazia esquecer do sítio onde estávamos a passar o Natal.


Gosta tanto que quando paro de baloiçar, dá guinadas para tentar que aquilo abane. De chorar a rir! Até já arrisca e tira uma mão, as duas... enfim, tem uma kamikaze dentro dela.

Como dizia uma amiga, um cavalinho de balouço já fez muitas crianças felizes. Sou uma romântica e quero acreditar que a Isabel vai ser feliz com estas coisas e não com tablets e telemóveis. Utopia, eu sei... mas no que depender de mim, vai brincar muito!



Uma peça tão simples e tão bonita. Como já devem ter reparado, sou a mãe mariquinhas do cor-de-rosa e branco e dos detalhes. O quarto da Isabel foi namorado e pensado ao pormenor uns meses antes dela nascer, mas ainda está em construção (acho que vai estar sempre, e talvez mais em desconstrução, já que ela adora mandar tudo ao chão).
Mostro-vos só mais umas mariquices pelas quais me apaixonei.
A luz de presença mais bonita de sempre (foi a avó Béu que ofereceu)
A torradeira mais fixe de sempre (da Pingi ao cubo)
A torradeira veio agarrada ao cavalinho. Estava na loja a chamar por mim e não resisti.

O anjinho da guarda

Bibelots no armário