1.08.2015

Glossário de Roupas Betas - PARTE 2

Depois do enorme sucesso do Glossário de Roupas Betas, cá está a sequela. Sim, ainda há muito a dizer sobre as roupas coquetes que vestimos aos nossos filhos. Têm de andar sempre em bom, como se a vida fosse uma festa constante e se estivéssemos a ser fotografados para a Caras.

Calma, acérrimas defensoras da roupa beta (ou clássica, vá, porque já da outra vez ia havendo mães a terem um amoque com esta nomenclatura), eu adoro este estilo de roupa clássico. A Isabel veste-se quase sempre com tudo o que é folhareco e golinhas, mas de vez em quando lá calha uma roupa mais descontraída. 

Cá em casa também há babygrows e fatos de treino.

Aqui a única coisa betinha é o laço e adorei vê-la cheia de estilo.


Neste dia (e em muitos outros), ele foi o responsável pela indumentária. 
-"Riscas e bolas?", perguntei-lhe.
-"O laço da Minnie tem bolas!" 
E com esta me calou. Afinal o pai é que sabe.

Até tenho medo de dizer que não sou muito fã de roupa da Hello Kitty e dos Mickeys que já da outra vez me caíram em cima. Afinal o terreno dos estilos de roupa de criança é pantanoso e há quem se chateie à conta disto! Tentem desta vez não andar à batatada umas com as outras e a dizer que umas têm falta de classe e que as outras são bregas. Que os filhos são betos e os das outras parolos. Calma, senhoras.

Vamos então ao que interessa: a lista para ajudar as futuras mães e os pais a saberem o que é o quê. Aqui a mãe ajuda. 

Merceditas
Podiam ser um nome betinho, mas são sapatos de miúda, que tanto podem ser de tecido, verniz, camurça ou veludo e terem fivela, botão, velcro ou laço.
Pisamonas
Menorquinas
A princesa Leonor e a infanta Sofia sempre nos habituaram a estas sandálias nas revistas cor-de-rosa. Dão pró menino e prá menina, mas não estou a ver o meu mais-que-tudo a alinhar nessa, se viermos a ter um menino. Gosto, mas nunca percebi muito bem o buraquinho à frente, nem tapa nem destapa os dedinhos.

Carapins
Sinceramente, algumas leitoras sugeriram-me os carapins, mas não me parece exclusivo das roupas betinhas. Mesmo as mães que vestem fatos de treino também gostam deste género de sapatinho para os recém-nascidos e bebés de poucos meses. Ou estarei enganada? De qualquer forma se tiverem uma avó prendada, peçam-lhe para fazer porque são caros, caros!
Calções à Espanhola ou de peitilho
Não sou fã. Se não for para um casamento ou para um evento ultra chique não se justifica vestir os miúdos com estes calções de peitilho. No fundo, as tiras substituem os suspensórios, mas deve ter também uma questão estética que me escapa.


Tartan
Quantas fotografias viram no Natal com criancinhas super aperaltadas com grandes laços encarnados, preferencialmente de veludo, e com um fofo, vestido ou calções com este padrão? Nem contam pelos dedos das mãos, não é? No próximo Natal, querida Isabelinha, vai ter de ser!


Meias com pompons e laços
Até aos joelhos, estejamos no pico do inverno ou na primavera, o que interessa é compôr o fofo ou o vestido com umas meias todas pipis. Como algumas mães disseram, quando questionei o facto deles terem frio, "eles não se constipam pelas pernas". Okay...




Bordado inglês 
Seja nas toucas, nas golas, nos vestidos, o bordado inglês fica sempre bem.

Laranjinha
Mães e pais, ainda falta muitos tecidos e peças de roupa para a lista das roupas betas? Conto convosco para ajudar pessoas como o meu marido, que ainda hoje lhe vestiu um bolero por cima de um pullover...



Parágrafo final com frases cliché - ler como se fossem as recomendações rápidas no fim dos anúncios a medicamentos: o que importa são os valores que passamos aos nossos filhos e tanto faz terem bodies de gola ou t-shirts do batman. O que importa é eles andarem a brincar nas poças de água, a subirem às árvores e a lambuzarem-se com chocolate. E que ainda bem que há diversidade e que nem todos gostam de amarelo. Aquelas verdades de La Palice.
Só para acalmar as mentes preocupadas com os estereótipos, com o bullying e o diabo a quatro: estamos só a falar de roupas, ok? Vá, respirem fundo e divirtam-se!

Shhhhhh! Mais baixo!

Antes de começar para aqui a revelar um pouco mais da minha insanidade mental, deixem-me só por-vos a par do contexto: tanto eu, como o meu marido, há mais de um ano que estamos 24 horas por dia em casa 7 dias por semana. Por isso, o que vocês devem sentir ao final do dia ou aos fins-de-semana, é o que eu sinto vezes mil (dado este contexto) e vezes mil outra vez por ser um bocadão ansiosa e maluquinha.

Há várias coisas que me enervam nisto do barulho: 

1º Por que é que é quando eles adormecem que acontecem os acidentes mais estúpidos cá em casa ou na casa dos vizinhos, para eles acordarem?

2º Por que é que é sempre quando ela está a dormir que chegam as compras que mandámos vir online e fazem um chiqueiro enorme com a porcaria dos tupperwares gigantes aos quais eles chamam de "caixas"? 

3º Por que é que parece que os pais não percebem que lá por não terem acordado uma vez com o estrilho de fechar a porcaria do microondas, não quer dizer que, para a próxima, não acordem se estiverem na fase de sono mais leve?

Nota-se? Nota-se que isto tem sido a fonte de muitas discussões cá em casa? Estou tão enervadinha que até já me doem os maxilares de estar a fazer tanta força com os dentes involuntariamente. 

O meu marido queixava-se muito de que sentia que nos andávamos a portar que nem maluquinhos por eu ser uma exagerada. Eu? Nãaaaaaao. Coisas que fazíamos: 

- evitar puxar o autoclismo (fosse nº1 ou nº2, nojento, eu sei), não fosse bicho acordar;

- deixar a loiça para tirar ou arrumar no dia seguinte;

- falar baixo no geral;

- encostar a porta sempre que estivéssemos na cozinha ou fechar (principalmente quando sabíamos que iamos usar a porcaria do microondas);

- baixar o volume da televisão sempre que era algo com volumes assimétricos (jogos de futebol, a voz da Teresa Guilherme, etc.);

- fechar ou encostar sempre a porta do quarto dela...

Enfim, acabei por ceder. Estou a curar-me aos poucos e a nossa sanita já está mais higiénica. Sempre que o meu marido faz um barulho qualquer, já não o chamo a atenção dizendo "a miúda está a dormir, pá!". Se continuo a sentir, por dentro, um ódio tremendo durante 3 ou 4 segundos por achar sempre que "não custava teres encostado a merd* da porta"? Sim, mas tal como todas as obsessões, creio que há de passar. Senão, vou continuar a fingir para manter o nosso casamento. 

Custa-me muito aceitar o "eles têm que se habituar aos barulhos normais da casa". Têm? Também têm de se habituar a que lhes partam o coração enquanto são novos para depois não lhes custar tanto quando forem adultos?

Isto é o tipo de exemplos que dou durante as nossas discussões e que deixam o meu marido com vontade de me esganar. Percebo. Estou a curar-me aos poucos. 


A porra da falta de tempo

Será que é tudo uma questão de organização? Ou há por aí muitas mães a ficarem maluquinhas com a falta de tempo?

Ontem nem eu nem o David podíamos ir buscar a Isabel à creche porque tínhamos trabalho para acabar. Não tendo avós por perto que possam fazer o favor, um de nós teve de adiar o trabalho e terminá-lo à noite. Esse alguém fui eu. 

Não me posso queixar do meu trabalho, nuns dias trabalho muitas horas, mas noutros tenho a sorte de poder acabar muitas coisas em casa. Só que há dias em que não sei para onde me virar e só me apetece chamar pela mãezinha!

Do que prescindir? Da filha, nunca! Se bem que às vezes dou por mim a rezar para ela adormecer depressa e sem birras para eu poder ir trabalhar. Depois fico a sentir-me uma péssima mãe. Só tenho uma filha e moro a 10 minutos do trabalho e da creche e há dias em que não dou conta do recado.

Como gerem tudo, mães que têm dois trabalhos, moram no cu de Judas, têm mais do que um filho, cão, periquito, jantar para fazer e marido, com quem querem ter umas horinhas para namorar? Já nem falo em ver filmes, séries ou ler, isso devem ter reduzido a um evento por semestre, não?

Ou acordam às 06h da manhã e deitam-se às 01h para conseguir ter tempo para tudo? Fazem a comida para a semana toda logo no domingo? Ou varrem para debaixo do tapete só para disfarçar a porcaria das vossas casas?

Ajuda, aceita-se!