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1.05.2016

Mães que odeiam ser mães

Uma amiga disse-me para escrever no google "odeio ser mãe" e ver o que de lá saía. Alertou-me para o facto de haver blogs de Mães que odeiam ser mães. Calculei que as houvesse, mas nunca me passou pela cabeça que poderiam ser tantas. De facto, apesar da minha experiência ser altamente compensadora, faz sentido haver casos em que não o é. Pessoas que não sentem o tal amor incondicional e que se arrependeram do passo que deram. É difícil, estando no pólo oposto, compreender o que está na outra margem. Mas tento não julgar. Só imagino o inferno que deve ser confrontarmo-nos, todos os dias, com um papel para o qual não somos desenhadas. E que papel! O mais importante de todos, aquele que define e molda a vida de outra pessoa, por quem somos responsáveis. Não consigo imaginar (até dói) o que poderá ser olhar para um bebé, para uma criança, que nos tem como ídolos, como referência máxima, que precisa tanto de nós, que nasceu de uma decisão nossa, sem ter culpa de nada... olhar para ela e não sentir o que é suposto? Achar que pode ser "só" uma depressão pós-parto, mas esse sentimento prolongar-se pela vida fora? Que tormento! Como vivem estas mulheres? Como sobrevivem? Passou-me, por momentos, a palavra "egoísmo" pela cabeça - ou pelo coração - mas mais uma vez esforcei-me por não julgar. Muitas delas não conseguem sequer contrariar esse sentimento, desajustado daquilo que é expectável aos olhos da nossa sociedade. Não deve haver coisa pior que alguém não conseguir sentir-se Mãe. Ser mãe e não ser, no coração. Que dor. 

Talvez por isso seja cada vez mais imperativo desconstruir a maternidade romântica em que a sociedade nos quer fazer acreditar. Deixarmo-nos de falinhas mansas quando o assunto é sério. Mostrar a realidade. Nem sempre é bom ser Mãe. Nem sempre é fácil. E às vezes é difícil a vida toda. E mais, nem toda a gente quer ser mãe. Temos de parar urgentemente com esta coisa da pressão do "vais ficar para tia" ou do "então é para quando?" ou do "não sabe o que é o amor a sério". Pararmos com este endeusamento da maternidade e com o bullying contante a quem decide não ter esse papel. Parece que uma vida só é legitimada quando se é Mãe. Como se as outras vidas, de quem escolhe não o ser, fossem menores. Como se essas pessoas fossem egoístas. Como se elas não conhecessem o verdadeiro significado do amor. Por que julgamos tanto quem sente as coisas e a vida de maneira diferente da nossa? Para nós é tudo lindo e maravilhoso e mesmo quando não é, compensa tudo. Mas quem nos diz que para a vizinha da frente compensaria? Talvez se parássemos com esta pressão social, as "mães que odeiam ser mães" pudessem ser menos. Talvez houvesse menos pessoas a sofrer, em silêncio. E menos crianças que não são amadas como merecem ser. 


 
 *Fotografia We Heart It

12.31.2015

Correio da Manhã? Nunca mais!!!

Não dava mais. A nossa relação já estava por um fio há muito tempo, mas desde que fui mãe, as coisas esfriaram. A minha formação em jornalismo levava-me a seguir-te no Facebook, para ter acesso a todas as informações. A minha necessidade de notícias cor-de-rosa para o trabalho que realizo também. Mas não deu mais. E neste caso, o problema não sou eu, és TU.

Não há estômago. Não dá. "Bebé violado por enteado." "Mata com 21 facadas não sei onde" "Mãe mata filha de meses no microondas. Orgãos internos cozeram." Chega. Foi o fim da picada. Não consigo. Não vejo filmes de terror e tinha de levar com a mais cruel das verdades? Não quero, não preciso de ti. Não consigo levar contigo, de manhã, à tarde e à noite, a revelares-me, sádico, pormenores que ninguém deveria querer saber. Coisas que não melhoram a vida de ninguém. Muito menos a minha. 

Desde que fui mãe, tudo mudou. Faço uma selecção muito mais apertada do que quero ter na minha vida, do tempo que perco, das coisas que leio e, sobretudo, dos sentimentos que quero acrescentar à já grande tempestade que me assola. Não quero pensamentos negativos. Não preciso de sentir vontade de vomitar. Não quero ver vídeos perturbadores nem ler detalhes que me vão ficar na cabeça e na alma dias afins.

Quero apertar a minha filha, beijá-la, afastar de mim os podres do mundo, sem deixar que o que sinto e o modo como vivo fiquem (mais) contaminados. Energias positivas, pensamentos positivos. E não, não me quero alhear da realidade. Mas quero filtrar o que ela me dá. 

Por isso, Correio da Manhã, apaguei-te do meu feed e não faço questão de ir espreitar ao teu as "notícias" que tanto gostas de dar. Não me fazes falta. Não vale a pena mandares flores, nem chocolates e muito menos ligares, porque não vou atender. Tenho mais que fazer.

7.31.2015

Teste: Que tipo de Mãe és?

Vai parecer que estamos a regressar à adolescência e àqueles testes parvos da Bravo ou da Ragazza, mas não, nada disso, está aqui um verdadeiro teste sociológico que será, com toda a certeza, alvo de grandes teses de doutoramento por esse mundo fora. Será, cara leitora, uma mãe galinha ou mais despreocupada? Romântica ou pragmática?

No fundo, como sabes, eu e a outra Joana somos muito diferentes: será que és mais betinha que te desunhas (Joana Paixão Brás) ou que tens um estilo muito próprio, tão próprio que será questionável se será um estilo ou um burnoutzinho em forma de roupa (Joana Gama)?

Desfruta deste momento de auto-conhecimento totalmente grátis e de um rigor científico inegável que só A Mãe é que Sabe te pode proporcionar.


1) A chucha da cria cai no chão de casa:

a) sopras ou limpas à tua roupa
b) vais a correr esterilizar
c) ignoras e continuas a depilar as virilhas com a pinça que veio com a cera Veet que compraste no Jumbo


2) A tua cria está pela primeira vez constipada 

a) limpas o ranho com a manga da tua camisola e mandas uma SMS à pediatra
b) desinfectas a casa toda, mandas SMS à pediatra e se não responde nos próximos 5 minutos ligas, se não atende vais às urgências e fica de quarentena um mês, sem receber visitas
c) começas aos gritos com o pai por causa de uma coisa aleatória


3) Queres comprar uma roupinha querida para a filha levar a uma festa 

a) ficas indecisa entre um tapa-fraldas de xadrez e um fofo com golinha "amoroooosa"
b) ficas indecisa entre o casaco leopardo e as leggins leopardo porque também não queres exagerar
c) é tão complicado que preferes nem ir à festa, vais antes a uma conferência sobre couve lombardo


4) Estás a preparar o quarto para o nascimento da miúda 

a) gostas do estilo romântico, por isso um armário restaurado é uma óptima opção
b) procuras tudo com design e até a banheira tem de ser o último grito da moda
c) pões um caixote de papelão e uma toalha lá dentro, tanto dá onde o bebé dorme, ele nem vai reparar


5) Vais sair de casa e estar duas horas sem a tua filha 

a) respiras fundo e aproveitas para ter um tempo só para ti, de sorriso na cara
b) assim que passas a porta, sentes-te cheia de saudades e alguns remorsos até
c) sais e voltas para trás porque não convinha deixá-la sozinha com 2 meses


6) Ainda não recuperaste o peso que ganhaste durante a gravidez 

a) marcas consulta numa nutricionista e ou vai ou racha 
b) comes um pacote de bolachas
c) queres recuperar peso? não chega aquele que já tens?


7) Na hora de fazer a comida da filha
a) fazes uma ou duas sopas e congelas para a semana
b) fazes sopa quase todos os dias, com alimentos sempre diferentes e até apontas tudo num caderninho
c) pedes ao pai e ele que se desenrasque, mesmo que ela coma m&ms com presunto


8) Desejas que no futuro a tua filha seja:

a) uma mulher sensível e generosa 
b) uma mulher bem sucedida e inteligente
c) adulta


9) Casamento perfeito é:

a) ainda só uma miragem, mas quando for, que seja com um vestido branco simples, no campo e só com os amigos e familiares mais próximos 
b) em las vegas, com a mesma roupa com que aterraste: calças de ganga e cabelo meio oleoso
c) um que não exista 

10) Quando falas:
a) pedes a todos os santinhos para que ninguém repare muito em ti
b) adoras que se riam dos disparates que dizes
c) adormeces

RESULTADO:
6 a 9 As - és romântica, mas despreocupada q.b. Queres criar um filho independente, mas seguro e apaixonado pela vida e pelos outros. Gostas de ordem, mas também do lado mais espontâneo da vida.








10 As - és um clone da Joana Paixão Brás, mas menos gaga, esperamos.






6 a 9 Bs - és uma mãe galinha quase, quase insuportável, mas ainda consegues não ser totalmente paranóica. És preocupada porque a tua cria está acima de tudo e não há nada que ames mais no mundo. És auto-crítica e queres dar sempre o melhor de ti. Queres ser a melhor mãe do mundo.






10 Bs - és a gémea separada à nascença que a Joana Gama anda há anos à procura, para a matar porque ela não admite que ninguém seja igual a ela ou, ui, melhor.





6 a 9 Cs - A sério? Quais? Quais escolheste? A da conferência couve-lombardo? A da pinça? É boa, não é, a pinça? Não é daquelas que depois deixa meio pêlo lá sozinho.

10 Cs - Estas hipóteses eram só para sermos um bocadinho engraçadinhas, se tiveres respondido a sério, é algo preocupante. Vai a uma consulta de qualquer coisa (pode ser um alergologista, até) ou, então, não contes a ninguém senão habilitas-te a uma visita de uma assistente social.


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