7.14.2015

O teu leite não é pouco nem fraco!

Sim, este texto é para ti. Tu que estás agora perante essa tarefa, muitas vezes hercúlea, de amamentar. Eu sei, nem sempre é fácil. Também, como tu, sofri muito. Pensei várias vezes em desistir. Pedia ao David para me apertar o pé enquanto a Isabel mamava da mama direita, para ver se me distraía daquela dor e se parava de chorar. Dei de mamar à frente de enfermeiras do centro de saúde para ver se era preciso corrigir a pega, mas não, estava tudo certo. Ela recuperava peso a olhos vistos, estava bem. Então por que é que me custa tanto, perguntava-me? Nunca tive resposta. Passou. A dor passa. E depois vem uma das sensações mais mágicas de sempre. 


Nem sempre é assim. Há quem não tenha uma única dor a amamentar. E há quem nunca chegue a gostar. Somos todas diferentes. Eu não teria sido pior mãe se tivesse desistido, naqueles dias em que só me apetecia morder a língua de tantas dores. "Nem o parto me custou isto", disse mil vezes. Compensou? Muito. Consegui ultrapassar um obstáculo dos grandes que, depois, me deu uma grande felicidade. Ver a minha filha crescer com o meu leitinho, sabendo que era o melhor para ela, enchia-me o coração. Além de todos os benefícios largamente conhecidos, quer para o bebé, quer para a mãe, amamentar sempre foi um ideal romântico para mim. Talvez por ter visto fotografias minhas, com quase dois anos, na praia, a mamar. Sempre achei que aquilo fazia sentido.

Ainda acho. Mas, depois de ter passado por aquele terrível mês, já não julgo. Não me vou esquecer nunca do que disse para mim mesma, repetidamente. "Percebo as mães que desistem. Percebo as mães que desistem." Percebo. Até hoje percebo.

Não percebo é quem nos está sempre a mandar bitaites sobre amamentação, sem dominar minimamente o assunto. Quem nos faz duvidar das nossas capacidades. Quem não acha normal o bebé pedir mama fora das 3 horas, de um relógio que só inventaram para nos stressar. Como se as pessoas tivessem relógios internos e comessem sempre a mesma quantidade e ficassem sempre satisfeitas a cada refeição. Como se a mama fosse somente para alimentar e não para confortar. 
 
Não percebo quem diz que a mama é um vício ou que se eles não largam a mama é porque o leite não é forte ou não é suficiente. É suficiente, sim! Estás a ler isto? Se praticares a livre-demanda, sem relógios, o teu corpo vai produzir precisamente o que o teu bebé precisa e vai-se adaptando às necessidades dele. Nunca ninguém nos explica isto, mas há picos de crescimento (por volta dos 7-10 dias, com 2-3 semanas, 4-6 semanas, 12-13 semanas, aos 4 meses, aos 6, aos 9...) e nessas alturas eles podem precisar mesmo de passar a vida na mama. É natural! É uma forma de comunicar ao nosso corpo as novas necessidades deles. Se tentares acalmar-te, respirares fundo, fizeres ouvidos moucos a quem te está sempre a deixar insegura, vais conseguir.

Vai por etapas. Eu, cheia de dores, pensei "dou um mês a isto". Depois que a tempestade passou, "vamos aos três meses pelo menos", até ir trabalhar. Depois, comecei a fazer reserva para prolongar a amamentação exclusiva, até aos 5 meses. Não, não fiz os 6 meses em exclusivo mas não sinto que tenha falhado. Ganhei, foi sempre tudo um bónus. Depois daquele mês infernal, depois de vários episódios de recusa - porque introduzi, estupidamente, o biberão (há várias formas de lhes darmos o nosso leite, para que não haja o nipple confusion) - foi sempre a somar. E estamos sempre a aprender. Da próxima vez, estarei mais informada e, sobretudo, mais confiante, por isso acho que vou conseguir prolongar a amamentação para lá dos nove meses, que foi a última vez que a Isabel mamou, depois de ter sido internada com uma pneumonia (e de eu, que dantes extraía litradas, não ter conseguido tirar mais leite). Ainda tentei, mais uma vez, com ajuda da Amamentos, voltar a amamentar, mas já não consegui. Se tenho saudades? Muitas. Mas agora posso não ter aquela coisa do "amor em estado líquido" de que tanto se fala, mas tenho Amor, muito, em estado sólido, gasoso, o que quiserem, a transbordar do meu peito. E esse basta-nos.

Se quiseres amamentar, tenta, pede ajuda*. Vai compensar.
Se não conseguires, se não quiseres, se não der mais, a vida segue. 
E serás tão Mãe como qualquer outra.


Outros textos sobre a minha experiência:
Amamentação: ultrapassei, com a 2a filha, o tempo da primeira!

Como sobrevivi ao primeiro mês de amamentação (dicas essenciais)


Amamentação: o que vou fazer diferente da 2a vez

Acabou-se a mama 


VÍDEOS EXCELENTES:
Este vídeo devia ser obrigatório para perceberem melhor como funciona a pega, as várias posições, a melhor postura do corpinho deles: é óptimo, mesmo, mesmo!
Este vídeo ajuda-nos a perceber como se extrai leite manualmente, para aliviar um bocadinho por exemplo na subida do leite (só consegui começar a extrair assim um mês depois).
AJUDAS:
*Amamenta Setúbal - devem ser todas fantásticas mas eu recomendo a Patrícia Paiva (quem me ajudou com a segunda filha)
Amamenta Lisboa
Sigam-nos no instagram aqui 
a mim também aqui e à outra Joana aqui.
O nosso canal de youtube é este.
Enviem-nos um mail  à vontade.

24 comentários:

  1. As duas primeiras semanas também me custaram muito e até liguei para a sos amamentação. Fui atendida por uma senhora com uma voz tao doce e apaziguadora que me reconfortou e hoje com 11 meses o Baby D não passa sem maminha.

    ResponderEliminar
  2. Clap clap clap.

    Amei!!!

    ResponderEliminar
  3. Também chorei muito nas primeiras três semanas... mas agora é o melhor do mundo! :)

    ResponderEliminar
  4. Lindo post.... Eu tbm tive mta dificuldade, doia-me horrores, os bicos ja estavam em sangue, mesmo usando os bicos de selicone... Mas acabei por desistir. No hospital chorava a falar com as infermeiras porque não sabia o que fazer. Não houve uma que viesse ter comigo para ver se a pega estava a ser feita e ajudar-me caso não estivesse. Ja em desespero perguntei o que é que eu faço? Ao que me responder a mae é que sabe se quer dar ou se quer secar o leite... Caiu-me tudo quando ouvi isto.. Ate que eu pedi, por acaso não teem uma bomba para que eu possa tirar e dar-lhe? E a incompetente la me arranjou uma bomba para que lhe pudesse dar do meu leite enquanto estive no hospital. Quando saí, comprei uma bomba e tirava para lhe dar, deu muito trabalho, mas so consegui durante 1 mês porque a bomba não puxa tanto como o bebe.. Fui-me muito abaixo nessa altura porque não tinha o apoio de ninguém e ninguém me compreendia. Sentia-me uma fraca em relaçao as outras maes, ainda hoje me sinto e isso afetou-me muito psicologicamente. Quando tiver outro filho de certeza que não o vou amamentar, vou fazer o mesmo que fiz com a primeira e que dure o tempo que durar.... Beijinhos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Quando tiver outro filho vai tentar e vai conseguir vai ver�� ha quatro anos atras passava por estes dias uma situaçao muito parecida com a sua,o meu primeiro filho nasceu de cesariana de urgência e nao o pude ver logo so foi pra junto de mim uma hora e meia depios quando o colocaram na mama recusou,mas a enfermeira tranquilizou me o seu filho ja mamou tinha fome e alimenta mo lo.
      Eu era mae de primeira viagem calei me,ha noite levaram no pra mudar a fralda e como o leite nao subiu damos suplementos palavras da enfermeira.durante a noite chorou pu lo no peito e sossegou no dia seguinte so chorava as enfermeiras tentavam que mamasse mas ele recusava la vinha outro biberão.quando fui pra casa tentei amamentar resisti durante 15 dias mas ele chorava e so acalmava com o biberão. Eu chorava,achava me a pior mae do mundo e desisti.
      Ha nove meses nasceu a minha filha e tudo foi diferente,cesariana de novo mas desta vez so mamou quando foi pra junto de mim,e pegou tao bem,mamou tao bem.foi amamentada em exclusivo ate aos seis meses e ainda hoje mama.Desculpe o testamento mas achei que deveria contar lhe a minha historia. Eu tambem pensava como a Alexandra mas felizmente foi tudo diferente.
      Maria Pires

      Eliminar
    2. Eu passei por algo parecido mas n desisti... lá com metade do meu metade de suplemento lá fui tentando. A bomba comigo nunca funcionou, mas tb penso que foi tudo devido aos nervos e à pressão à minha volta. Mas duma coisa eu tenho a certeza num próximo filho vou tentar vou me esforçar em dobro e vou conseguir e vou mandar as pressões todas para o outro lado... :P e os nervos e as pressões alheias é que nos tiram o leite :(

      Eliminar
  5. As primeiras 3 semanas foram muito difíceis (não pegava bem e adormecia) e as minhas expectativas românticas de dar de mamar estavam a sair "furadas". Ouvi muita coisa de enfermeiros, médicos, família e amigos que me deixavam mais confusa. Até que um dia uma grande amiga me disse para dar mais importância ao meu instinto. Sábias palavras que me tranquilizaram e me deram força para seguir com a amamentação corretamente.

    ResponderEliminar
  6. Eu tive a felicidade de amamentar sem dor, e pude amamentar em exclusivo até ao 5 mês. Para mim foi fácil mas compreendo que nem sempre seja, e somos todas mães da mesma forma!
    Curioso é que amamentar foi das coisas que mais confusão me fazia antes do T nascer, e descobri ser das sensações mais fantásticas que tive até hoje! Ainda tenho! E estou na fase de começar a pensar em parar mas é extraordinário ver como ele se consola antes de dormir (já só mama à noite) e confesso estar a custar me parar... Tentem sempre se funcionar bem e sofrimento excelente!
    O meu exemplo é positivo a 100% porque foi a realidade.
    O único cuidado que tive na gravidez foi hidratar mamilos mas tb sei de quem o tenha feito e posteriormente tenha gretado, mais uma vez há que tentar!

    ResponderEliminar
  7. Também me custou... Bastante. De início nem a conseguia fazer pegar, os mamilos eram muito planos... Ela chorava com fome e eu chorava de impotência... Depois de ter sabido, no fim da gravidez, que ela teria que nascer de cesariana, fui tomada por uma sensação irracional de que lhe estava a falhar como mãe ainda antes de ela nascer, e as dificuldades a amamentar só faziam crescer esse sentimento... Tenho mil obrigados a dar às enfermeiras do hospital do Santo Espírito de Angra do Heroísmo, sem elas não teria conseguido. E os primeiros tempos ficava com a roupa suada de resistir às dores... Mas nunca pensei que me desse tanto orgulho vê-la crescer só com o meu leite, como que a desmentir os meus receios iniciais de não ter "material de mãe"!

    ResponderEliminar
  8. Tenho 2 bebés uma com 16 meses e outra com um mês... Posso dizer que amamentei a minha filha mais velha sempre depois de engravidar continuei amamentei durante a gravidez toda até ao último dia a minha segunda filha nasceu e também a amamanto so k agora com alguma dor pois os mamilos estão gretados... Mas amo amamentar e agora armamento as minhas 2 princesinhas...

    ResponderEliminar
  9. Um verdadeiro post em crú. Nos meus tempos de grávida gostava de ter lido algo assim. Eu achava que era só sacar as mamas e metê-la ali, enquanto o meu marido ficava ali a contemplar e mimar e ouvia-se ao longe o som de uma harpa e de uns passarinhos primaveris. Depois pari... (agora mudamos o som de fundo para uma qualquer banda de death metal progressivo) Eu dava mama com uma fralda de pano na boca, enquanto a mordia e as lágrimas me caiam... foi assim sempre, 2 meses.
    Desisti. Eu aguentei um parto maravilhoso sem anestesias, aguentei ser suturada a sangue frio, aguentei mais de 24 horas sem dormir um sono profundo; mas não aguentei as dores da amamentação. Portanto, a minha visão sobre a amamentação não é a melhor, nem perto.

    ResponderEliminar
  10. Eu vou na 3ª semana e logo na primeira pedi à minha médica para desistir. Foram as piores dores que já alguma vez tive, a pior semana que já tive, apesar de ser a segunda filha, nunca tinha passado por isto. Pensei sim em desistir, várias vezes. Tive apoio de enfermeiras, aguentei até arrebentar em lágrimas e gritos mas por enquanto ainda não desisti. Mas sim, percebo bem quem desiste. Eu estive lá perto, muito perto. Filipa

    ResponderEliminar
  11. Nas primeiras duas semanas também eu repeti "nem o parto me custou tanto", não estava minimamente à espera das dificuldades da amamentação. Felizmente foi só o início, felizmente porque é uma sensação maravilhosa :) mas também percebo, hoje, as mães que desistem! Obrigada pelo texto, Joana!

    ResponderEliminar
  12. Dei de mamar ao meu filhote até ele ter 3 anos e meio, e só deixei de dar porque ele me disse que já não queria!! Foram 3 anos de dependência absoluta da mãe, mas tenho muitas saudades daqueles momentos só nossos em que ninguém se intrometia. Nunca tive dores, muita gente criticava, com 3 anos e ainda mama? não te morde?, acho que as perguntas serviam de crítica, porque não sabiam como dizer ainda dás de mamar, ele já é tão grande!! Mas foi uma experiência única que voltava a repetir sem dúvida.

    ResponderEliminar
  13. Adoro este post porque é isto mesmo, literalmente. Não é fácil, toda a gente diz coisas diferentes (cada enfermeira dá literalmente uma indicação diferente, porque tal como tu eu pedi ajuda a várias), as dores e o stress tornam tudo mais complicado. Quando deixei de dar de mamar (aos 18 dias) tive pena e quando disse isso ao meu marido ele perguntou-me, super solícito: "Queres tentar novamente?" Ao que eu respondi que não sentia que os benefícios compensassem aquilo que estávamos a passar. Ainda hoje não me arrependo nada da minha decisão. Somos muito felizes (e muito mais calmos) assim :)

    ResponderEliminar
  14. Informação é poder e querer. Amamento até hoje (19 meses) e foi em exclusivo até ao 6º mês. Para mim foi relativamente fácil ignorer certos comentários, pois estava informada e segura do que queira. Tive o apoio de familiares e da médica e enfermeiras no pré e pós parto.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Concordo plenamente consigo. Eu também dei de mamar até aos 23 meses no meu primeiro filho apesar de nem tudo terem sido rosas. Desde a maternidade, onde logo na primeira noite terem passado o tempo a verificar a glicemia do bebé por ele passar o tempo a dormir e a sugerirem levianamente a introdução de suplementos, até ao pico da lactação, em que o peito passava o tempo a encaroçar. Mas compensou... Ele cresceu saudável (primeira virose aos 16 meses) e feliz! Na segunda filha achei que fosse ser mais fácil mas tive gretas nos mamilos e simultaneamente uma infecção urinária. Achei que não ia durar muito. Mas com persistência e rodeada das pessoas certas já vou com quase 5 meses de amamentação em exclusivo! Às vezes é preciso é ignorarmos mesmo as vozes menos informadas, prontas a "ajudarem" que nos rodeiam 😝

      Eliminar
  15. Vou dar uma dica que ajudou-me imenso.
    Li um livro de uma pediatra portuguesa, comprei na fnac por 5€, se não houver, no site online chega com 1 semana. O livro é "Um acto de amor" e ensinou-me muito sobre amamentar. Vale a pena ler e aprender com quem percebe do assunto!!

    ResponderEliminar
  16. Parabéns, adorei o post! Ainda que siga o blog, é a primeira vez que venho comentar e isto porque as suas palavras ilustram exactamente o que sinto e o que vivo. O meu filho faz amanhã 11 semanas, amamento-o exclusivamente e sinto-me a mãe mais feliz e realizada do mundo. Sofri MUITO, foram dores, mal-estar, morder de língua, umas quantas palavras feias a passar-me pela mente, palpites desnecessários, considerei desistir umas quantas vezes... Mas passada a tempestade veio a bonança, maravilhosa! E se sinto que posso amar o meu filho de muitas formas, acreditem que aqueles minutos, horas, tempo não contado que ele passa ao meu peito são os nossos momentos mais doces :)

    ResponderEliminar
  17. Sónia Santos1:47 da tarde

    Olá mamãs, tenho um filho que amamentei até aos 10 meses, quando ele deixou de querer a maminha da mamã. No seu crescimento do que tinha mais saudades, o que me fazia voltar atrás: o tempo da amamentação. É mesmo amor em estado liquido! As dores foram muitas, gretas nunca existiram ( a hidratação foi muita), mas tudo compensou.
    Um 2º filho sempre fez parte dos planos, mas 15 anos se passaram e não se proporcionou! Até que aos 40 anos, surpresa! Chegou-nos o Rafa, o menino dos olhos dos papás e do mano João, que tem 7 meses.Agarrou a maminha assim que nasceu, mama com uma delicadeza, com uma dependência, com um carinho... Adora comer sólidos mas não dispensa o miminho da maminha. Foi tão doloroso como do primeiro? Não, não foi, mas está a ser maravilhoso, muito mais do que foi com o João, talvez pela experiência . Algumas dores mais ou menos um mês mas ao olhar para ele...tudo compensa. Vi as dificuldades de algumas recém-mamãs e compreendo quem desiste, nem sempre as opiniões dos técnicos de saúde, dos familiares ou conhecidos são os mais válidos, a mãe com ou sem experiência mas com o seu instinto sabe sempre!E o amor de um filho amamentado ao peito ou nem por isso, é sempre amor.

    ResponderEliminar
  18. Sónia Santos1:47 da tarde

    Olá mamãs, tenho um filho que amamentei até aos 10 meses, quando ele deixou de querer a maminha da mamã. No seu crescimento do que tinha mais saudades, o que me fazia voltar atrás: o tempo da amamentação. É mesmo amor em estado liquido! As dores foram muitas, gretas nunca existiram ( a hidratação foi muita), mas tudo compensou.
    Um 2º filho sempre fez parte dos planos, mas 15 anos se passaram e não se proporcionou! Até que aos 40 anos, surpresa! Chegou-nos o Rafa, o menino dos olhos dos papás e do mano João, que tem 7 meses.Agarrou a maminha assim que nasceu, mama com uma delicadeza, com uma dependência, com um carinho... Adora comer sólidos mas não dispensa o miminho da maminha. Foi tão doloroso como do primeiro? Não, não foi, mas está a ser maravilhoso, muito mais do que foi com o João, talvez pela experiência . Algumas dores mais ou menos um mês mas ao olhar para ele...tudo compensa. Vi as dificuldades de algumas recém-mamãs e compreendo quem desiste, nem sempre as opiniões dos técnicos de saúde, dos familiares ou conhecidos são os mais válidos, a mãe com ou sem experiência mas com o seu instinto sabe sempre!E o amor de um filho amamentado ao peito ou nem por isso, é sempre amor.

    ResponderEliminar
  19. No segundo filho achei que nao ía cometer os erros do primeiro, que só amamentei até aos 5 meses. Achei que já sabia mais e melhor e que deste ía ser tudo mais fácil ainda, já que do primeiro assim tinha sido. Tudo errado! Correu tudo mal, com mastistes que não se curavam, com dores que me fazia preferir parir todos os dias. Foram os dois piores meses da minha vida. Arrependo-me de não ter desistido da amamentaçao mais cedo, porque assim tinha evitado uma depressão pós parto. Não julguem já: sou completamente pró amamentaçao, e era essa a minha intençao, só isso fazia sentido. Acabei por colocar uma pressao em cima de mim própria que não foi benéfica para ninguém. Pedi muita ajuda, a médicos e enfermeiros, a linhas de apoio, a outras mães. Experimentei mezinhas, técnicas e truques e cheguei a Inventar outros tantos. Nada resultou. Lidava com sentimentos de culpa como se dar LA fosse o mesmo que dar veneno. Que mãe quer sentir isso? No dia em que me mentalizei que amamentar não era solução, tudo melhorou. Eu tambem superei um obstáculo. Louvo todas as mães que conseguiram e por vezes ainda sofro com o facto de não ter amamentado. Mas ou era isso ou viver em sofrimento e desligada de um bebé que só significava dor para mim. Acho que se deve promover a amamentaçao mas por vezes tambem se deve salientar que não faz mal se assim não for. Parabéns Joana

    ResponderEliminar
  20. Joana, adoro os teus textos e identifico-me com maior parte deles. Amamentar custa, dóis e, acima de tudo, é algo com o qual nos sentimos sempre sob pressão... Tantas vezes ouvi: 'se calhar ela está com fome, o leite não deve ser bom...' E, nem por isso, desisti. Doía-me, quase sempre, mas depois deixou de doer. O peso da minha filha aumentava e, apesar dos meus medos, a pediatra dela dizia: 'não esteja com medo, ela está ótima! Continue a amamentar, é o melhor que pode fazer por ela'. Continuei... Até quando consegui e pude. Acima de tudo, penso que o mais importante é não julgar, seja por amamentar ou não amamentar. Somos nós quem ali está e damos todas o nosso melhor...

    ResponderEliminar