6.23.2017

Ser mãe de meninas é...

- é ter a delicadeza e a meiguice de mãos dadas à rabugice e ao espírito indomável

- é pôr no cabelo um gancho (ou dois ou quantos quiserem), nas unhas verniz e (tentar) meter no coração bondade e na cabeça espírito crítico

- é conviver com purpurinas e castelos e microfones mas não deixar que apenas isso seja opção

- é prepará-las para saberem viver bem com os seus corpos e (tentar) que não tenham problemas de auto-estima

- é dar-lhes armas para serem independentes, fortes, destemidas e acreditarem que podem ser até astronautas se quiserem

- é querer protegê-las de tudo mas desejar que se saibam proteger e lutar pelos seus direitos

- é dizer-lhes o quão esforçadas e inteligentes são em vez de lhes dizer que são princesas, bonitas e bem comportadas

- é ensiná-las a desejar o melhor às outras mulheres, a apoiá-las, a estar lá para elas, em vez de serem as primeiras a criticá-las e a deitá-las abaixo

- é desejar que o mundo seja delas e que serão livres para ser mães, se quiserem, casar, se quiserem, trabalhar no que quiserem, namorar com quem quiserem, sem pressões da sociedade (e muito menos minhas) desde que o façam com muito amor

- é maquilhar-me à frente delas, emprestar-lhes a maquilhagem, deixá-las andar nos meus saltos altos, mas mostrar-lhes que me sinto bem de cara lavada e com jeans rotos e chinelos e que, se nos sentirmos confiantes na nossa pele, o resto não é importante

- é mostrar-lhes que é possível sermos sensíveis e sermos corajosas, que podemos chorar mas que dentro de nós haverá força para limpar as lágrimas e ir à luta


SER MÃE era o meu SONHO. 
Aconteceu ser mãe de meninas. 
Adoro (adoraria ser de meninos também, tenho a certeza). 
Adoro ser Mãe, ponto. 

E, pensando bem, se fosse mãe de menino talvez lhe desejasse exactamente o mesmo, talvez agisse de forma semelhante. Talvez não lhe comprasse tutus cor-de-rosa por minha espontânea vontade, mas caso ele o desejasse compraria, sem hesitar. De resto, educá-lo-ia com os mesmos valores, com o mesmo cuidado, com o mesmo rigor. Educá-lo-ia a defender as mulheres, a amá-las e a respeitá-las.



















Sapatos Hierbabuena
 Tutus e camisolas personalizadas Kutchies
Fotografia
Tila do Amaral
Horto do Campo Grande

 
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6.22.2017

Está a custar-me fazer a mala para a Isabel ir de férias com os avós. (Estarei a virar mãe-galinha?)

Estou a fazer a mala para a Isabel ir, pela primeira vez, de férias com os avós. E está a custar-me. Pensei que não, pensei que já tinha este assunto mais que resolvido. Ponderei bastante antes de tomar a decisão (eu e o pai), porque muitas eram as dúvidas: como serão as noites?, será que vai chamar por nós?, vai sentir a nossa falta?, achará estranho a irmã não ir?, e eu aguento as saudades?, etc, etc.

Depois de decidir que iria, caso quisesse, o assunto acalmou dentro de mim. Vai divertir-se, vai ser óptimo para estar com os avós e com as primas, vai ter praia e piscina e passeios e brincadeira durante uma semana, o que mais uma criança pode desejar?

A primeira vez que lhe falei nisto, perguntou-me logo se eu também iria e a mana. Disse-lhe que não, então respondeu que também não ia. Da segunda vez, disse-lhe que se precisasse de mim ou se tivesse muitas saudades, eu ia lá ter. Disse-me que não ia. Na semana passada já me enumerou as pessoas que iam (os tios do David também vão com os netos - serão 6 adultos para 5 crianças) e pareceu-me querer ir. Fiquei contente. Esta semana já avisou na escola que vai de férias e está tudo encaminhado. Comprei-lhe um balde engraçado com gelados e lá me disse que é para brincar com as primas. E ficou toda contente de saber que vai ter umas braçadeiras da Patrulha Pata e um boné da Patrulha Pata, tal como a prima Alice (a que tem 1 dia de diferença). Acho que vai correr bem e que nem vai ter muito tempo para sentir saudades.
O problema foi quando comecei a fazer a mala. Afinal ela vai mesmo ficar uma semana longe de mim, ou melhor, eu vou mesmo ficar uma semana longe dela. E é inevitável ficar com uma angustiazinha, depois de toda a tragédia que temos vindo a acompanhar no nosso país. Tenho beijado mais as minhas filhas, sentido o cheirinho no pescoço, mesmo que transpirado, tenho adormecido a pensar na nossa pequenez e no pouco tempo que podemos ter para cá andar..

Vai custar, está a custar, mas quero dar-lhe asas e quero que sinta o amor que eu senti e sinto pelos meus avós. Ela vai. O meu coração vai com ela. E vai correr tudo bem. 

Roupa - Kutchies
Fotografia - Tila do Amaral
Horto do Campo Grande

(amanhã mostro mais fotos desta sessão a convite da Hierbabuena)

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