5.29.2016

Que roupas compro para o meu bebé de 0 a 3 meses?

Claro que isto vai depender daquilo a que estiverem acostumados e, principalmente, do estilo de vida. No meu caso, não acho necessário, nem tenho grande gosto em vestir um recém-nascido com roupa de rua e, aparentemente, menos confortável que um babygrow e, por isso, prefiro investir em babygrows do que em coisas mais complicadas para mudar a fralda ou que me dêem vontade de chorar caso haja um cocó mais maroto (que é o mais provável) - bem, esta frase é tão grande que, se fosse para eu dizer na rádio, ficava sem ar. 



São só dicas de UMA mãe. Todas as que lerem, acho que seria giro se dessem o vosso input nos comentários para haver opções para quem leia. 

0 meses: 

- Já vos disseram de certeza que esta roupa não vai durar muito tempo - se tudo correr pelo melhor. Convém sempre comprar para eles estarem mais aconchegadinhos nos primeiros tempos e até - bater na mesa - caso nasça antes do tempo e, por isso, mais pequenino. Compraria (ou, neste caso, mendigaria às visitas): 

- 4 babygrows

- 4 bodies

- 1 gorro 

- 5 babetinhos 

- 1 mantinha de algodão ou polar (consoante o tempo, para cobrir o ovinho nos passeios).



0 a 3 meses: 

- Principal: o bebé estar o mais confortável possível e ser muito fácil trocar a fralda porque é 50% do trabalho com um recém-nascido. 

- 10 Babygrows com molas à frente e não atrás (os outros baralham-me toda, mas há quem diga que dá mais jeito). Além de que agora põem-se os bebés a dormir de barriga para cima e, por isso, convém que as molas estejam para cima também. Compraria uns 10 (ou pediria emprestado) porque lavar a roupa nestas alturas não é algo que nos apeteça fazer com grandes timings. Bom, lavar tem que se lavar logo, mas passar... fica para depois. Eles sujam IMENSO os babygrows, imenso, desde cocó a bolçar.

- 10 Bodies com aberturas grandes para a cabeça, de maneira a que dê para tirar tanto por cima como por baixo. Aqui apostaria também nos 10. Penso numa semana e mais uns, vá. 

- 5 Leggins com pézinhos, ou lá como se chame. Depende muito do mês em que o vosso bebé nascer, mas às vezes convém por mais qualquer coisa por baixo do babygrow e collants nem sempre são 100% de algodão. Aqui compraria menos. Acho que nem sempre é necessário. Compraria umas 5. Depende do tempo, depende se os babygrows forem de "veludo" ou só de algodão. Depende de muita coisa. 

- Um gorro - Imprescindível caso se saia à rua, para estarem mais protegidos nas orelhinhas e até porque é por onde sai a maioria do calor. 

- Dois conjuntinhos bonitos - Sempre tendo em atenção a questão da fralda e do conforto, claro. Ah! E também ser fácil de substituir as peças por outras caso haja acidentes. Isto vai depender do vosso grau de "cerimónia" e gosto. Pode ser que gostem de ter sempre o bebé vestido quando há visitas para as fotografias. Eu só precisaria de dois, mas eu sou eu. 

- 5 babetinhos para ver se se conseguem salvar algumas roupas com o leite das maminhas que pinga, os bolçados, os vómitos... ;) Por mim ainda serviriam os dos 0 meses. 




*atenção que, se tiverem mães extremosas e sogras amorosas ou ajuda na limpeza de tudo e não se importem de ter a casa com gente nestes dias - eu importava-me imenso - compram menos porque lava-se mais. ;)

5.28.2016

Carta à minha amiga que perdeu a bebé.

Vivi, no final desta gravidez, um sentimento contraditório enorme. Uma amiga perdeu a bebé, já com 26 semanas de gestação. Não conheço a dor de perder um filho. Quando recebi a notícia, a sentir vida a pulsar dentro de mim, no meio de pontapés e mais pontapés, foi desolador. A vida e a morte, ali, frente a frente. E eu, do lado bom, da sorte, da felicidade, da vida...

Escrevi-lhe um texto e resolvi agora publicá-lo também aqui, para as dezenas de mulheres que têm de passar por esta dor e que dizem ser muito difícil de sarar. Uma dor tantas vezes incompreendida pelos outros, como se um filho não fosse sempre um filho... 

"Quis estar contigo hoje, dar-te aquele abraço, umas festinhas, partilhar as minhas lágrimas e o meu olhar de dor contigo, falar-te baixinho, passar-te a minha força. Não pude estar presente - já não estou autorizada a fazer viagens de carro para longe sozinha e não consegui companhia. 
Mas quero que saibas que me despedi da tua filha, daqui. Abracei-te mil vezes e pedi que a tua tristeza desaparecesse, todos os dias, um bocadinho mais. Não sei o que é estar aí, nesse lugar, no teu lugar. Nem me consigo colocar na tua pele, de tão grande que é o aperto. Nem estou perto de imaginar que dor é essa. Felizmente. Infelizmente para ti, tiveste de ser tu a passar por ela. "Acontece muito", "a natureza é sábia": vais ouvir de tudo e nada vai parecer amenizar essa dor. Chora, revolta-te, manifesta-te, grita, pergunta porquê, porquê tu, porquê a tua A. Faz o luto. Pede ajuda. Pede abraços. Pede silêncio. Vive, mesmo que pareça que nada faz sentido. Não faz sentido. Mas estás cá. Eu estou cá e cá estarei para te ouvir, quando quiseres. Cá estarei e o meu coração - e o que bate dentro de mim - será sempre um bocadinho teu."


Força, força a todas as lutadoras desse lado. Algumas delas - porque sentimos que é preciso dar rosto à perda gestacional - partilharam as suas histórias connosco, neste post: Bebés que não chegam a nascer.

Se precisarem de ajuda, não hesitem em contactar o Projecto Artémis.