7.28.2018

Não se sintam sozinhas...

Porque não estão. Ser mãe pela primeira vez tem tudo de difícil (acredito que de 2ª e 3ª também, mas só falo do que sei, eheh). Lembro-me perfeitamente, nos primeiros meses de Irene, num grupo de mães ter perguntado: "Posso pô-la despida na banheira dos adultos? Como fazem vocês para impedir que os detergentes que usamos para limpar a banheira lhes façam mal ao pipi, por exemplo?".

Muitas riram-se (não foi por mal) e perceberam obviamente que se tratava de uma mãe que está a passar por tudo isto pela primeira vez (ainda assim a pergunta não me parece assim tão totó e eu responderia que há sempre a hipótese de comprar detergentes ecológicos e biológicos). Porém, fiquei a sentir que estaria sozinha neste mundo com as minhas preocupações. 

Se é verdade que podemos e devemos descansar as mães de "primeira viagem" (odeio a expressão), acho que muitas das dúvidas podem ser pertinentes também para repensarmos qualquer coisa. Esta questão dos detergentes poderá ser um gatilho interessante para que algumas de nós comecemos a repensar as escolhas de "químicos" que fazemos e que pomos os nossos bebés em contacto no chão, nos talheres, no banho...

... a verdade é que, com o tempo a passar, isto vai deixando de ser algo que nos incomode porque há tantas outras coisas para nos preocuparmos... Durante os primeiros meses de vida, então... Senti que as minhas principais prioridades e preocupações fossem que ela sobrevivesse (uma), que não morresse (parece a mesma, mas é outra) e que eu também sobrevivesse (é outra). 

Por isso, mães de primeira viagem, não se sintam sozinhas. Todas nós temos pensamentos e preocupações que aos olhares das outras parecerão absurdos, mas não somos todas iguais. E são também as nossas preocupações e gostos que nos distinguem. Para muitas mães, a questão dos detergentes é uma mariquice e "por amor de Deus, deves ter muito tempo livre", para outras a questão dos detergentes é importante, mas estão a borrifar-se se comem vegetais. Vai mudando de mãe para mãe. 

Ou, no meu caso, preocupam-se com tudo ao mesmo tempo (parece) e dão em malucas. Eu não consigo saber que as coisas lhe fazem mal e não me lembrar disso quando deixo que ela as faça ou quando vejo que estão a acontecer. Vivendo e aprendendo :) Tem sido uma luta grande a "descontracção", ainda estou a tentar encontrar o meu/nosso equilíbrio, mesmo que ele tenha de mudar todos os dias. 

O yoga tem-me ajudado imenso, sinto que mais uns meses e poderei ter um maior controlo sobre a minha cabeça e fritar menos :)




Ps - Tenho os detergentes ecológicos e biológicos lá em casa, mas ainda não consegui habituar-me ao facto de não terem aquele cheiro "a lavado" ao qual fui habituada... Devagarinho :)



7.25.2018

Coisas para fazer neste Verão. ♡

Há uns tempos (há dois anos, mas como já tenho 30 já digo "há uns tempos" quando já passou muuuito tempo) fiz uma lista que ainda tem dado jeito a algumas pessoas: 60 actividades para fazer com eles em casa




Neste momento, de férias, temos feito imensas coisas: 


- Fazer pizza em casa;

Podem comprar a massa ou fazê-la em casa. 

- Fazer pão com chouriço;

Podem usar a mesma massa da pizza. 

- Aguarelas e lápis de cor;

Não falha. Até para nós, para termos o famoso momento Mindfulness. 

- Passear;

Só. Sem ser com o intuito de comprar alguma coisa. 

- Ensinar a fazer as tarefas domésticas; 

Eles sentem-se mais crescidos e estamos a formá-los, eheh. 

- Ler muito;

Ler muitos livros e com calma, sem ser só antes de dormir. Desligar a televisão. Aproveitar o tempo "a mais". 

- Jogos...

Trouxe o diablo (mais para mim que ela ainda não gere bem), o Twister, o Quem é quem, Legos, Traga Bolas... Preferência para coisas que se possam fazer em conjunto para criar memórias e ligação. 

Tenho a cabeça tão calma que nem estou a conseguir pensar em mais nada, mas também trouxe as bolinhas de sabão, claro. :) O que levam nas vossas malas para eles? 

Como são os avós de hoje em dia?

É sempre um exercício muito pouco sociológico e com base em experiência própria e na dos que me rodeiam, espelha 0,000001 da realidade provavelmente, mas estas foram as conclusões que retirámos de um jantar de amigos: os avós de hoje, regra geral, aproveitam especialmente a "parte boa" da relação e não sentem (e/ou não podem ter) tantas obrigações. Isto porque os avós de hoje ainda trabalham e ainda precisam de ter tempo para si próprios, ainda são novos de espírito, e sentem que têm muito para viver, ainda querem aproveitar a vida e gozar de umas férias descansadas, em silêncio, recuperando o tempo perdido; ainda querem sair à noite ou ir ao teatro ou ao cinema ou a um concerto; ainda querem ir para um hotel ao fim-de-semana com o namorado(a); ainda precisam de sentir a vida a pulsar. Muito menos ir buscar à escola. Menos ainda ficar com os netos em casa enquanto os pais trabalham: não tenho uma única amiga a quem isso aconteça (só uma colega e o neto já é mais velho, tem 12 anos) e acho que só tenho uma minha vizinha que fica com a neta até às 19h, mas deve ser cada vez raro.


Tenho mixed feelings relativamente a isto. Já tive pena por as minhas filhas não terem essa oportunidade quando são muito pequeninas - o que me fez querer ficar em casa ano e meio com a Luísa-, mas, a bem da verdade, não trocava a juventude e a força dos meus pais por nada. Acho até percebo aqueles avós que, mesmo reformados, não iriam adorar ter os netas em casa. Percebo. Eu acho que, caso um dia venha a ter netos, também não me iria apetecer muito, após anos e anos a criar duas pessoas, não ter finalmente o meu espaço e o meu tempo, as minhas rotinas e as minhas necessidades. Pensando bem, eu não tive isso enquanto neta e não acho que me tenha feito falta. 


Depois falámos também da perda daqueles hábitos de família que pareciam estar enraizados na nossa cultura como o “domingo é almoço na casa dos avós”. Por um lado, é uma pena (gostava de trazer para casa restos em tupperware - ahah brincadeirinha), mas, pensando bem, gosto de não ter planos fechados para, enquanto família, podermos fazer o que nos apetecer, estarmos com quem quisermos, ir passear, o que surgir. Se calhar é bom que nada seja estabelecido e rotineiro a esse ponto e que vamos marcando à medida das nossas vontades, em casa do avô, da avó, dos avós, cá em casa (muito raro, sorry ahah) ou num restaurante ou... nada. Não combinar nada também sabe bem.



Os meus pais e os meus sogros, apesar da distância física, são presentes, vêm apagar muitos fogos (por exemplo, quando a Luísa teve aquele problema na anca, a sinovite temporária da anca, todos se revezaram para que eu e o David não faltássemos muito ao trabalho - só fiquei em casa com ela dois dias inteiros, espaçados), noto que gostam muito de estar com elas e que percebem que eu e o David precisamos de ir descansando e tendo uns momentos a dois, pontualmente. E elas adoram-nos. Eu sei que temos mesmo muita sorte. <3




Avó e neta a combinar na roupa (foi ao acaso eheh).

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