1.12.2018

Porque não têm vocês mais filhos?

O número de bebés a nascer em Portugal tem vindo a reduzir cada vez mais. Em 2017, nasceram menos 7 bebés por dia relativamente ao ano anterior.

Eu sempre quis ter vários filhos. Na minha infância e adolescência sonhava com quatro, talvez incentivada pelos Natais e almoçaradas cheios de tios e primos, numa família de quatro irmãos (a minha mãe e os meus tios). 

Via-me mãe de muitos. 
Agora já não vejo. 

Ver-me-ia a ir ao terceiro, daqui a alguns anos, se tivesse outras condições. Uma rede de apoio, mais dinheiro, para ter essa rede de apoio, mais tempo e mais paciência (a paciência talvez viesse com as anteriores. Ou talvez não, não sei).

As razões apontadas pelos sociólogos para a redução do número de nascimentos tem a ver, essencialmente com:
 - redução das mulheres em idade fértil (basta pensar que a partir de 1982, deixa de haver substituição de gerações em Portugal, nascendo portanto menos mulheres, que seriam as possíveis mães actualmente)
- migração negativa: emigração (em idade activa e na idade fértil)
- falta de apoio à primeira infância
- desequilíbrio relativamente às tarefas domésticas (rrrrrrrr)

Ao contrário do que pudéssemos pensar, o dinheiro (ou falta dele) não é apontado como uma causa para esta decisão de homens e mulheres. E nesta decisão/postura não pesa o nível de escolaridade, nem a posição perante o trabalho. Nós, portugueses, gostávamos de ter três filhos, mas o resultado a que chegamos é a um. E temos esse filho mais tarde, tendo nós mais ou menos dinheiro (não sou eu que o digo, são os estudos na área). Temos a taxa mais baixa de fecundidade da Europa (menos que Itália e outros países "em crise", tal como nós). Há o desejo, não se cumpre. E o problema, em Portugal, está na passagem do primeiro para o segundo filho.

E vocês, conseguem identificar as razões para não ter mais filhos?
O que gostariam e o qual o número de filhos que acham que vão ter?
Porquê?

(Mais dados aqui no DN).

Fotografia: Susana Cabaço

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1.11.2018

O que está errado comigo?

Ui que as haters já estão a esfregar as mãos para responderem 88 respostas a dizer que sou stressada, ansiosa que, por causa do divórcio, não sei o quê e que a Irene não é uma miúda normal porque eu, eu, eu e a culpa é minha. Whatever.

Faço esta pergunta porque tenho finalmente percebido que a percepção que tenho do meu corpo não é justa. É  mesmo muito muito cruel.


Fotografia - The Love Project


Só me lembro de me achar gorda. Muito gorda. Trocava milhares de vezes de calças antes de ir para a escola de manhã, passava o dia a encolher a barriga, às vezes fazia dietas loucas no Verão de não comer durante horas e de fazer desporto durante o máximo de horas que conseguisse...  Cheguei a dormir com um cinto a apertar-me a barriga para me lembrar de a encolher para "fazer abdominais enquanto dormia". Tentei milhares de vezes obrigar-me a vomitar e - ainda bem - nunca consegui. 

E quando, num dia destes, fui ver fotografias minhas dessa altura... estava óptima. Não estava nada gorda. Não só estava bem, como estava muito bem. Era muita boazona, até. Nunca tive a barriga flat e com 6 pack, mas... não tinha motivos nenhuns para sofrer como sofri.

No outro dia, quando encomendei roupa da Zara e abri a caixa no trabalho, houve uma colega que me olhou nos olhos e disse: "porque é que compras roupa tão acima do teu tamanho?". Tinha comprado Ms e Ls. O L comprei para estar à vontade porque tenho sempre medo que não me apertem os casacos ou nos braços que não passem... 

- São acima do meu tamanho?

- São, Joana. Tens um problema (sim, haters, tenho muitos problemas) e isso tem um nome. - Ela disse isto a "brincar", mas a chamar-me à atenção para isso. Foi uma querida.

E, realmente, não tenho noção nenhuma do meu tamanho. É um facto. No outro dia ofereceram-me uma t-shirt lindíssima que era um S (obrigada :)) e eu jurava a pé juntos que não me iria servir. Até andava a adiar experimentá-la para não ficar triste. 

Experimentei umas calças e o meu número não é tão grande quanto imagino. Afinal pessoas cujo corpo visualmente me agrada no dia-a-dia vestem o mesmo número que eu. Porque será que me "odeio" tanto? 

Sei que isto não acontece só comigo, sei que acontecerá com muitas de vós. Sei que há muitas por aí que odeiam aquela prega extra que não cabe nas calças ou que odeia que os tops de lycra não assentem perfeitamente. Que odeiam os braços, a celulite nas pernas, a forma como são os dedos dos pés, os dentes... 

Somos óptimas a odiar-nos, mas temos mesmo de mudar o mindset para aquele que é menos fácil: o que temos em nós que gostemos? E será que esta nossa percepção é real? 


Vou partilhar convosco o meu exercício: 

- Adoro os meus olhos, são verdes e tristes. Tenho pestanas grandes, é uma sorte.

- Gosto muito da minha boca, parece de boneca. Tenho lábios carnudos.

- Adoro os meus dentes - só os tenho por ter usado aparelho (e ainda usar contenção), mas acho que são uma parte importante da minha cara e do meu sorriso.

- Gosto muito das minhas costas. Fiz natação durante muitos anos e gosto muito de ter ombros largos e alguns músculos mais saídos.

- Gosto do meu rabo. Em tempos pensei que o tivesse perdido, mas com um pouco de exercício voltei a ter o rabo redondo e empinado que gosto. 

- Gosto dos meus pés. São pequeninos. Gosto deles assim. 

- Também gosto das minhas orelhas, por serem pequeninas. 

- Gosto das minhas pernas quando faço um pouco de exercício. São grandes, coxudas. 

Estou a fazer um esforço enorme para não escrever "mas". 


E vocês? Se tiveram 3 minutinhos para ler isto, o que acham de fazerem agora o exercício aqui nos comments? Em anónimo, se preferirem :)

Sabem qual é a parte mais esquisita disto tudo? Quando estou nua e me vejo ao espelho consigo adorar-me! Vestida é que não consigo! 




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1.09.2018

6 dicas para haver menos stress até sair de casa de manhã.

Como vos contei neste post, as manhãs andavam a ser cada vez mais complicadas e dramáticas, o que influenciava um dia inteiro de stress e uma noite inteira de culpa por sentir que estava longe de ser "a melhor mãe possível". 


Hoje, durante a manhã, dei por mim a pensar nas várias técnicas que estou a utilizar neste momento para que tudo corra pelo melhor (e que, até hoje, resultam) - além de estar a tentar cuidar melhor de mim com uma alimentação mais saudável (sopa, vegetais, água, fruta, variedade...) e higiéne de sono (tenho a sorte de a Irene já fazer uma noite inteira de sono - FINALMENTE, estou convosco, mães que sofrem). Quero partilhar convosco: 

1- Acordar antes dela e "despachar-me" primeiro. 

Mesmo que isso implique acordar uma hora antes e deitarmo-nos uma hora mais cedo. No meu caso é: tomar banho (pinto-me depois na casa de banho no trabalho - até tem melhor luz), preparar o lanche dela com um desenho, escolher a minha mala, fazer a minha cama, tratar da areia dos gatos e dar um jeito à cozinha.

2- Não há televisão

A televisão hipnotiza e faz com que os nossos timings se tenham de reger pela duração dos episódios. Faz também com que comam mais lentamente. Sem televisão é mais rápido, ainda dá para conversa, para algum tempo de qualidade, dependendo da hora a que se levantem. Conheço famílias que têm de fazer longas viagens de manhã e acordar bem cedo e aí não sei mesmo onde "enfiar" a conversa. 

3- Música

Muda a disposição. Tanto. Hoje, em vez de birras, dançámos as duas juntas. Foram 30 segundos, mas que, de certeza, fizeram com que 30 outros "nãos" só porque sim não existissem. Além de estar a educá-la para a variedade (senão teria de por sempre o Bum Bum Tam Tam ou assim todos os dias e já me enjoei). 

4- Preparar a roupa dela no dia anterior

Não há sonos e pressas à mistura e, de manhã, é só equipar. Easy.

5- Usar o boneco preferido dela a nosso favor. 

"Repara, a Luisinha quer pentear-te agora e lavar-te os dentes... deixa a Luisinha". O que é giro é que funciona - pelo menos com a Irene - com todos os bonecos por isso a duração disto tem sido surpreendente

6- Verbalizar sempre a vantagem de progredir na missão "sair de casa".

"Anda que hoje vais levar o Spider Man para mostrar aos amigos". "Penteia-te que a seguir eu deixo-te escolher o teu gancho preferido".

Agora, daquilo que me lembro, muito depende também da forma como os acordarmos. Eu faço muitas festinhas pelo corpo e mostro-me bem disposta, ponho música calminha... A ver se continua a funcionar amanhã.

Fotografia Yellow Savages
Roupa - Little Jack 




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