É o que eu sinto. Quando não andamos a mil, estamos mais caladinhas e com algumas saudades de andar a mil e quando andamos dizemos, a maior parte das vezes sem reparar, que andamos "a mil".
Pela forma da minha cabeça funcionar sinto que desde sempre - que "ando a mil". Antes de ser mãe andava a mil, quando não andava a mil fazia por isso, estranhava quando andava, quando andava queixava-me e depois tinha saudades de andar a mil.
Andar a mil é agora. Andar a mil é trabalhar, dar o nosso melhor no trabalho, mesmo que estejamos a mil a pensar no resto do dia e fazer o máximo para que no resto do dia não pensemos no trabalho que deveríamos ter pensado enquanto lá estávamos.
Andar a mil é ter a miúda no banho, pensar no jantar, aproveitar para por umas roupas na máquina e ir arrumando os brinquedos enquanto ela come a maçã. Andar a mil é ter mails para responder, telefonemas que ainda não fizemos mas que não nos saem da cabeça (e não são assim tão importantes), cafés para tomar, conversas para por em dia e uma camisola demasiado pequena para trocar no centro comercial.
Andar a mil é querermos ir fazer a depilação, nunca conseguirmos, fazermos com gilette, usarmos vestidos durante uma semana e voltarmos às calças na seguinte. Andar a mil é protelar tirar a maquilhagem e às vezes até dormir com ela. É chegarmos sempre a horas, mas com um esforço enorme para não estarmos sempre a apressar-nos.
Ando.
A.
Mil.
Vou a andar ainda mais.
Gosto, canso-me e depois estranho.
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Temos de aprender mais com eles. Fotografia de 13/01/2016 deste post. |
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