5.12.2016

Fiz o mais difícil: desisti.

Não, desistir não é para os fracos. Tenho aprendido isso, todos os dias. É para os fortes. 


Desistir implica desfazermo-nos de algo a que estávamos ligados ou afeiçoados, renunciar a algo que estava lá, que fazia parte dos nossos dias, e que, bem ou mal, fazia parte de nós e do que éramos. Desistir implica levantar a cabeça e ter força para abraçar um recomeço. Implica ter de lidar com olhares de espanto e - alguns - de reprovação. 
Desisti, nos últimos meses, de um trabalho, de uma casa e de uma vida na cidade. De algum conforto monetário. Desisti de uma vida intensa, de malabarismos com as horas, de alguma sofreguidão e agitação, de admiração por conseguir chegar a tanto lado e fazer tanta coisa. Desisti de tentar ser uma Super Mulher, cheia de tudo, mas [afinal] tão incompleta.

E procurei. Procurei, cá dentro e naquilo que importa, o recomeço. E encontro, todos os dias, um bocadinho. Não me encontrei ainda, não totalmente, mas o caminho não está a ser tão sinuoso como previ. Desisti para me encontrar. Para ter tempo. Para mim e para os que (me) importam. Para a que cresce em mim e para a que cresce ao meu lado [e sempre aqui dentro, no peito]. Para me ouvir, para escutar o que o meu coração me diz. Para redefinir o futuro. Com mais inseguranças - materiais - mas com mais confiança naquilo que sou e no que estou a construir. Prefiro demorar mais tempo, mas ter pilares mais fortes.

Não sei onde estarei nem o que farei no próximo ano. Mas sei o que serei. Mãe a dobrar, namorada, filha, mulher. 
Grata. Pela força dos que me rodeiam e pela força que tenho dentro de mim. Que sempre tive. Para desistir, para procurar, para recomeçar, para acreditar.


Assusta. Mete medo. Mas é importante desistir [nunca de nós, da nossa essência, daquilo que nos faz bem. Do resto]. Disse sim à mudança. Aos recomeços, de dentro para fora.


*Imagens WeHeartIt

5.11.2016

Não pára de berrar...!!

As últimas noites têm sido uma loucura. Não é porque acuse cansaço - tenho adormecido sempre com ela à noite uma horinha, pelo menos, mas tem sido doloroso os berros todos da Irene durante a noite. Parecem terrores nocturnos, mas já começo a achar que não. Cada vez mais me parece algo que notávamos imenso que era verdade quando ela era pequenina - os saltos e picos de desenvolvimento/crescimento.  Nem sempre a Vaca Amarela me ajuda.. 

Resumindo: é quando o cérebro deles está a fritar. Como se estivessem com SPM mas sem conseguirem mandar indirectas ou serem passivo-agressivos.

Noto que a Irene fica mais birrenta sem motivo algum por termos boas rotinas. Ela dorme às mesmas horas, dorme o mesmo número de horas, come às mesmas horas, pelo que alguma coisa a mudar, terá que ser dela (não quer dizer que não tenhamos excepções mas, tal como disse, não são o "normal). São como se fossem pesadelos, mas sem ser. 

Claro que, vem sempre alguma insegurança à superfície. Não consigo deixar de pensar se ela terá visto na televisão ou no ipad qualquer coisa que lhe tenha feito confusão (claro que estamos atentos, mas nunca conseguimos ter a certeza). Se foi por o Frederico e eu termos tido algum desentendimento que ela possa ter ficado com essas "emoções" dentro dela. Não sei.

"Ajuda-me" saber que a Isabel da Joana Paixão Brás também tem um vipes destes, mais me ajuda a ir pela teoria dos saltos e picos de coiso. 

Há por aí algum neurologista? Onde é que me posso informar sobre isto? Não estou em pânico (longe disso), mas gostava de saber. 




Estávamos tão nervosas!

Não costumamos estar nervosas nestas coisas das entrevistas. Eu já não fico (não me estou a armar em boa, mas já tive a minha fase de estar nervosa para estas coisas há uns anos e ficava muito) e a Joana também não. Como falamos de coisas que são mesmo verdade, nossas, não temos que pensar muito no que vamos dizer.

Hoje foi diferente. Hoje, quando chegámos ao estúdio e vimos a Cristina e o Manuel Luís Goucha acho que caiu em cima de nós uma... pedra enorme. Acho que nos apercebemos de que eles, juntos, são uns monstros da comunicação e que, o nosso medo não era que nos saíssemos mal, mas sim que não nos saíssemos super bem. 

Correu muito bem. Calma, não estamos "cheias de nós" e agora estamos armadas "em boas" porque vamos à televisão e não sei quê. Sabemos que correu bem porque não nos apeteceu sair dali. Não estávamos desconfortáveis e apetecia-nos ficar à conversa durante imenso, imenso tempo. 

Aliás, quando depois entrou a VT (videotrack, acho que é assim que se diz "em televisão") eles disseram que tinham adorado conversar connosco, que eramos convidadas muito isto e aquilo. Acho que aí sim, pelo menos para mim, foi como se fosse Natal. Pus a buchazinha se não precisavam de ninguém para umas colaborações e provavelmente não vai colar, mas ao menos sinto que disse o que tinha a dizer, pronto. ;)

Fiquei contente. Estavamos as duas bonitas (a equipa é espectacular) e acho que conseguimos passar algumas mensagens importantes, além de divulgarmos o nosso livro. 

Podem ver a entrevista aqui. E, já agora, digam-nos o que acharam. ;) 

Claro que tivemos de tirar as fotografiazinhas da praxe. Somos fãs. Eu sou. 




Obrigada à equipa que nos pôs tão bonitas. ;)