12.15.2015

O que muda do primeiro para o segundo filho?

Já sei que deixamos de esterilizar tudo e mais alguma coisa (por acaso nunca fui muito maníaca) e que passamos a varrer para debaixo do tapete, mas há muito mais para além disso.

Tinha como referência uma amiga que, depois do segundo filho, me disse que tudo tinha mudado. Que não ia ter mais nenhum, a loja estava fechada. Que era muito duro. Nunca tinha pensado que pudesse ser assim. 

Depois, falei com outra pessoa que me disse que estava a ser maravilhoso. Que não estava a dourar a pílula. Na segunda semana rumou, com os dois filhos, ao Algarve para acompanhar o marido que foi em trabalho, com uma leveza e um à-vontade que não sentiu na primeira filha. Que não faz nada sem a mais velha e não esconde nada da filha. Que está muito menos complicada em tudo. Que está muito feliz. 

Desta vez vou ficar caladinha, até porque ainda não sei o que muda. Quero que sejam vocês - se tiverem vontade de o fazer, óbvio - a contarem-me as vossas experiências. O que mudou nas vossas vidas? Na vossa organização? Na vossa cabeça? No vosso coração? Quero saber tudinho! :)




#15semanas 

12.14.2015

Sou eu que sou muito nervosa?

Como vos contei neste post, tive de ir com a Irene às urgências. E... não gostei. Passámos pelo processo da triagem, até aí tudo bem, mas depois conhecemos uma médica que não me agradou.

Sei que é um bocadinho cliché as mães, com filhos doentes, descarregarem nos médicos por tudo e por nada, mas sinto que até fui bastante compreensiva e calma. 

Chegámos lá, preocupados com as convulsões febris da miúda e ela decidiu imediatamente observá-la. Queria ver-lhe os ouvidos e, portanto, ela tinha de estar deitada de lado e imóvel. Sugeri imediatamente pô-la à mama. Nem iria reparar que lhe estava a enfiar uma coisa no ouvido.

A médica fez comentários desnecessários sobre a amamentação prolongada (a Irene tem 22 meses) que me deixaram algo furiosa (não por mos dizer a mim - porque estou informada - mas por poder dizê-los a mães mais vulneráveis e menos informadas), mas não disse nada até aqui. Depois disso disse para a despir por completo e deitá-la de lado e prendê-la para ela ver os ouvidos. A Irene odiou estar presa, odiei prendê-la e, com os nervos, acabou por vomitar.

"Ah, são secreções. Ela vomita muito facilmente, é?". 

"Não. Nunca vomitou na vida". 

Silêncio.

Não a pus imediatamente à mama por ter vomitado. Tentámos acalmá-la e foi novamente observada aos berros. Eu sei que os bebés choram e gritam mas quando é "desnecessariamente" e é a minha filha (claro) faz-me alguma confusão. 

No final de a observar falou sobre o que poderia ser a doença que ela tinha e pareceu bastante competente. Porém, esqueceu-se de qual era a nossa principal preocupação: a questão da ausência/convulsão febril. 

Sinto que a observação da miúda poderia ser muito mais pacífica, que não teria sequer vomitado se houvesse um pouco mais de tacto. 

Pareceu-me uma pediatra sem jeito para crianças. Ou para os pais, talvez. 





Sou eu que sou muito nervosa e as observações são sempre assim?

Com a pediatra dela isto nunca aconteceu... (mas também não era uma da manhã...).

O maior susto até agora.

Foi mesmo verdade. Sei que é o segundo post de hoje em que vos falamos de doenças e afins, mas é segunda-feira, o dia está cocó (apanhei uma chuvada tão estúpida hoje de manhã só porque não me apetecia revirar a mala toda à procura do chapéu de chuva do Ikea) e a Irene está cheia de febre. 

No sábado às 19h horas eu, durante 4 minutos, apanhei um dos maiores sustos da minha vida: o cérebro da Irene entrou em stand-by.

Ela estava a brincar com um puzzle (daqueles que fazem o chão almofadado), caiu para trás e bateu com a cabeça. Pareceu-me uma queda normal. Peguei-lhe imediatamente ao colo (ela chorava muito) e demos abraços em família. Parou de chorar imediatamente. Ficámos contentes porque o "abraço de família" tinha poderes mágicos, mas olhei bem para ela e não "estava cá". Não estava cá e senti as perninhas a tremer e o braço direito também. Estava sentada no meu colo, continuava sentada, mas fugiu.

Entrei calmamente em pânico. Aquele pânico que só nós, mães, conhecemos. Em que temos a cabeça parada, o coração para de bater, mas estamos super aptas para resolver a situação ou, pelo menos, para tentar. 

"Irene, queres caricas?" Nada.

"Irene, vamos fazer ó-ó.". Nada e fechei-nos mesmo no quarto.

"Irene, vamos ver os minions? Onde está o Noddy? Irene, o pai? Irene, o nariz da mãe? Neca onde está o rabo?". Nada. Nada. Nada. Nada.

Por dentro só pensava: "isto, realmente, estava a ser demasiado bom para mim, a miúda é a coisa mais deliciosa do mundo... tinha de haver merda, eu sabia que o mundo não me deixaria ser tão feliz". Já estava a imaginar mil e uma maneiras horríveis de continuar a viver sabendo que a Irene tinha deixado de ser ela... Isto enquanto tentava perceber o que se passava.

Pu-la no chão. Em pé. Começou a andar e a chorar. 

Ok. Passou.

Comecei a chorar. Estávamos as duas a chorar.

Ok. Tinha de retomar a actividade. Vamos ver o que se passa com ela:

Medi-lhe a febre. Tinha 39.2. Do nada. Estava a brincar e aos saltos e a gargalhar imenso e, de repente, 39.2. Só de relembrar que ela tinha caído. Até à febre estava a pensar que ela tinha... ido embora, sei lá.

Tratámos dela. Mensagem para a pediatra. BUR, muita mama e foi dormir à hora do costume até. 

Quando me fui deitar, mais calma, pus-me a pesquisar na net isto da ausência e da subida da febre. Lembrei-me que já nos tinha acontecido uma vez mas, como tinha sido a meio da noite, desvalorizei com os argumentos do Frederico de "deve ser do sono". Grr. Não era.

Encontrei um link qualquer (que agora não me aparece...) que dizia que é um tipo de convulsão febril, esta ausência. Lembrei-me que também tive convulsões dessas quando era pequena (das que parecem ataques de epilepsia) e enviei imediatamente uma mensagem à pediatra. 

Tínhamos de ir às urgências.

Fomos. Odiei ter que a acordar, mas até estava bem disposta. 

Depois conto-vos o meu episódio com a médica que ainda estou enervada com isso e não me apetece e sempre escrevo mais um post. ;)

Estava tudo bem com ela. Sem sinal de nada, mas também não mostrava infecção nos ouvidos nem em nada, então a médica achou que ela podia estar com uma infecção urinária daquelas dos rins e queria fazer exames. Eu não quis. Era o primeiro dia de febre, achei que ainda tínhamos tempo para os sintomas de outra coisa se manifestarem. 

Hoje já está ranhosa. 

Que susto. Que horror. 

Vi-a sem estar cá. :(