9.16.2015

Há esperança!

Já fiz centenas de posts sobre isto (vá, sou capaz de estar a exagerar, talvez não tenham sido centenas) e que podem encontrar aqui.

Para mim, nunca foi fácil alimentar a Irene. O facto de se amamentar sem horários, mas quando o bebé pede (a chamada livre demanda) torna a coisa mais intuitiva e, por isso mais dada a "erros", para mim que penso demasiado. Devo-lhe ter tentado dar de comer umas 430 vezes (vá, sou capaz de estar a exagerar) sem que ela tivesse fome ou que estivesse a morrer de sono ou, sei lá. Porque o problema é mesmo esse. Enquanto não nos podem dizer o que sentem, nós "sabemos lá" (só me lembro do "romance" da outra, que nervos!). 



Sempre que se fala de comida com mães "de maminha" é recomendado um livro do pediatra Carlos Gonzalez "Mi ninõ no me come". Ainda não li, mas fica a dica para vocês. 

Passei por imensas fases. Desde a tristeza de lhe introduzir a alimentação complementar por ser tão mais difícil e chato que dar uma mama e já está. À frustração de não conseguir acertar com o apetite dela. A não saber o motivo da recusa. O afastar a colher da boca, o querer atirar tudo para o chão, não conseguir distraí-la. Dar-lhe de comer foi, durante muito tempo, um motivo de enorme enervamento. Já nem me lembro, mas acho que cheguei a chorar e tudo. Só mães que tenham esta... vertente cultural tão vincada de querermos empanturrar os filhos a torto e a direito (tão português) me percebem. 

Felizmente vi a luz e relaxei. "Não quer, não come" e pronto. Está bem de saúde? Está. Então, ponha-se fina. Vá à sua vida e um abraço. Além de ser um método bastante à la Disciplina Positiva (deixá-la lidar com as consequências das suas escolhas, mas ainda é cedo para ela perceber), não causa nenhum dano na nossa relação. Nenhuma das duas faz birra no sentido contrário uma da outra. 

Ainda agora não quis almoçar. Foi dormir sem comer. Pronto. Quando acordar come. São raciocínios tão básicos mas que nem sempre são fáceis. Para mães de bebés mais pequenos, ainda para mais com uma dose do tamanho dum elefante de hormonas em cima... 

Agora é um dos meus momentos preferidos. Adoro dar-lhe de comer. Fazemos desenhos (eu faço, pronto, ela rabisca), brincamos com os cubos em que atribuo um som a cada cubo e ela vai fazendo pedidos para eu repetir consoante as cores, etc. Pelo meio vai-se comendo e ela vai escolhendo que colher quer naquele momento se de sopa ou do segundo prato. 

Por isso mães que se enervam com a comida, há esperança. Vejam sempre a luz ao fundo do túnel. Tudo o que é menos agradável, acaba por acabar. As noites mal dormidas, não sabermos lidar com elas, com isto da comida...

Fica a promessa. As coisas melhoram. Tenham paciência que eles terão também. 

A prenda dos 18 meses!


São daquelas que vão ao supermercado comprar três coisas e vêm de lá com cinco que nem estavam na lista? Ou que vão a uma loja procurar um casaco azul e saem de lá com um vestido vermelho? Estou convosco. Fui comprar um livro para os 18 meses da Isabel (todos os meses lhe ofereço um livro, sendo que já estou a comprar alguns para quando for mais crescida). Vim da loja com um Puzzle dos Pandas (passou a ser o animal preferido da Isabel desde que descobriu o Panda e os Caricas, assim como o Pinguim, "pinguim, pinguim, a dança do pinguim") e umas tintas para pintar com os dedos vieram agarradas.

Só não gostou mais porque já era fim do dia e já eram horas de jantar. Saiu dali directa para o banho. A tinta saiu toda da roupa (acho que são laváveis, pelo menos foi o que a senhora me disse, acrescentando que mesmo que vão com a mão à boca, estas não são tóxicas).








Próxima coisa a comprar: um rolo gigante de papel.

9.15.2015

O Panda e os Caricas.

Ui. Por onde começar. Devo dizer que a culpa é da Isabelinha da Joana Paixão Brás. Nós partilhamos uma conta do Youtube e no meio das músicas que punha para a Irene aparecia-me isso do Panda. Não resisti. E entrei na seita. 

A Irene é agora mais uma fã dos Caricas. 



Claramente preferia que o nome tivesse alguma coerência com o projecto. Talvez O Panda e os saltitões ou o Panda e os personagens com síndrome de Peter Pan. Ou: mais uma maneira de vos mamar dinheiro em merchandising e festivais. Ou, esperem, esperem: como por pão na mesa vestindo umas jardineiras de pano feitas à mão. Já estou a divagar. É só porque, dito muito rápido, parece que estou a dizer o nome ordinário para pipi em criolo. São referências que eu cá tenho, não se incomodem.

O meu primeiro contacto não foi de choque. A Irene começou logo à saltar e pensei que isso era bom para lhe fortificar aquele traseiro. Aos 17 meses sofre de alguma celulite e quero já por-lhe aquilo em ordem para não te de usar daquelas calças todas push-up da Salsa (o quê? a Joana Paixão Brás tem umas? Que coincidência!). 

Devo congratular os actores pela sua entrega e ao esforço que fizeram para abolir toda a sua sexualidade. Até o pobre do Matias usa uns collants para não se ver os pelos das pernas (não fosse alguma menina ficar mais entusiasmada ou pensar que ele já não tem idade para fazer aquelas figuras). Sim, deve ser por causa da croma, mas ninguém me convence de que ele não está a gostar. Aliás, não vejo outra maneira dele saltar tão à vontade sem ter aquilo tudo arrumadinho como nós quando temos de nos enfiar violentamente dentro de collants. 

O Matias (personagem, não actor, o de vermelho) tem uma deficiência na fala? É para que as crianças aprendam a tolerar a diferença? Também pode ser aparentado do Sean Connery e parecer que tem meia gaze na boca enquanto fala por causa disso. Outra hipótese que ponho é estar a usar uma prótese. Também pode ser. 

A Clarinha (a de rosa) é aquela que os rapazes pensam primeiro em "ir lá". Perguntem lá ao vosso tipo se não era a que faziam primeiro. Ah pois! Tem aquele ar sonsinho, mas dizem eles que ou é mesmo uma bomba na horizontal ou um bacalhau e que, se for de graça, vale sempre a pena tirar a dúvida. Eu gosto dela, não brinca em serviço. Como atriz não se esquece do que está a fazer e dá para ver pela intensidade desmedida no "mais um" que grita na música da Festa: "toda a gente está feliz... [está feliz], toda a gente a cantar...". Essa, exactamente. 

O Pedro (o de azul) parece o Keanu é verdade. Não tenho grandes reparos a fazer. Se tivesse de dar um bate-chapas nalgum deles era nele, mas depois de um cortezinho de cabelo. Nenhum homem que tenha de manter aquela cabeleira está pronto para amar uma mulher com deve ser. Sorte a dele de não ter pelos nos braços, senão também lhe punham uns collants como ao pobre do Matias. Gosto muito de o ver a saltar na música do Baile Olímpico (que é só o título mais imbecil de todos, supera até o "Sou uma Taça"). Parece que a sua vida depende disso. Muito magrinho, porém. Tem estrutura corporal para poder apanhar uma candidíase e ter de por uns ovinhos. 

A rapariga de amarelo (que nunca me lembro o nome porque cá em casa chamamo-la de wannabe Ana Malhoa) é aquela que o meu cérebro tolera menos. Nutro uma simpatia generosa por ser a mais badochinha e portanto "ser cá das minhas" (não é gorda, simplesmente não é esticadinha como a Clarinha, a "papável"), mas acho que é daquelas personagens a quem eu daria um soco no esfíncter anal se tivesse de lidar com ela todos os dias.  No meu esfíncter. Não no dela. No meu para ser daquelas manobras de diversão de quando nos dói a cabeça bater com o pé no móvel e, de repente, deixar de doer o que doía antes (aconselho isto a gente parva, só). Não gosto de te ver sem ser com os totós de lado, rapariga de amarelo. Quando pões aquelas pseudo-tranças ficas mais enervante, fica a dica. Quanto a deixar uma alça das jardineiras para baixo... havias de ter crescido com a minha mãe que te ensinava a usar isso bem vestido. Que cric... carica mais rebelde. Que malandra. 


Que fique claro que nada tenho contra os actores em si, que não os conheço mas, por acaso, gostaria. Adoraria ver um deles a fumar, saber que outra tem um piercing num mamilo e que um deles não tem uma placa, simplesmente faz boxe e que lhe partiram a boca toda no dia das gravações.

Obrigada e desobrigada por fazerem parte duma das coisas mais giras e piores da nossa vida familiar. 

Nota: esqueci-me de falar da falta de trabalho das letras, fica para outro post. "Pinguim, Pinguim, Pinguim, a dança do Pinguim, Pinguim, Pinguim é para dançar assim" não me parece que tenha feito valer o caché do letrista.