7.07.2015

Papada - a saga das piores fotografias de sempre.

Não posso usufruir assim do meu poder. Num post que fiz recentemente publiquei as fotografias menos bonitas da minha filha (estas) e, apesar de ninguém me ter desafiado para fazer isto, achei justo também mostrar-vos o meu pior. Nada que, porém, ultrapasse as bonitas fotografias que vos mostrei no final deste post (vale MESMO a pena ver para se rirem um bocado), mas acho que é boa o suficiente para vos fazer sentir melhor convosco próprias se hoje tiverem uma daquelas borbulhas do lado de dentro do nariz que doem imenso. Quem saiba quem é a Honey BooBoo, aqui estou igual à Mama June, mas sem a bingo face e sem o sarro todo que ela esconde dentro da papada. De salientar o efeito do meu problema de pele (rosácea) até no queixo e uma bela cicatriz que fiz ao ser estúpida. 


Está bem eu conto! Foi em Moçambique. O meu pai foi para lá morar e dar aulas há uns anos. Fui lá passar férias e tinha de tomar todos os dias os anti-palúdicos ao jantar. Esqueci-me e toda aldrabona tomei de manhã em jejum, cheia de medo de morrer de paludismo (tinha 15 anos). Quando saí de casa e ia a andar no jardim para ir ter com eles que estavam no café a tomar o pequeno almoço, desmaiei e bati com o queixo na única pedra que lá estava. Depois passei o resto do dia a vomitar e a tremer, mas isso "já não interessa nada" (como falamos de queixos, lembrei-me da Teresa Guilherme). 

Ah! E eu juro que sei por fotografias direitas no computador, mas não tive coragem. Acho que assim as pessoas olham, riem-se, mas acho que metade do esquisitismo é da foto estar ao contrário. Não é.


7.06.2015

Já apanharam este susto?

Acho que só se apanha uma vez. E é quando se é mãe pela primeira vez. Por esta altura, no ano passado, a Irene começou a mexer-se na cama e a adoptar posições esquisitas. Uma vez, quando lá fui, estava assim. 


Fiquei moderadamente em pânico, porque diziam-me "ela tem de dormir de barriga para cima". Eu: "está bem, mas e agora? não vou acordá-la para a virar de papo para o ar". Dormi esta noite e a seguinte (ahah como se eu dormisse) algo preocupada, mas não sei bem porquê.
Esta é uma daquelas preocupações que as pessoas que têm mais do que um filho dizem: "é o primeiro, não é? Pois...".

Cada vez mais me apercebo de que eles só fazem o que conseguem e podem fazer. Ela, se se virou assim, é porque pode. E, se não pudesse, também o que podia eu fazer? Não lhe ia lá por daqueles cilindros para ela não se mexer porque os bebés não devem ter bonecos na cama (salvo um dou-dou) já que está provado que ter coisas na cama, tendo eles esta idade, pode provocar o pior dos acidentes.
Agora olho e penso: "que barriguinha tão deliciosa que tinha a minha moreninha" e "que bem que lhe ficava aquele pijama do Auchan". 


Mães para ser, não se preocupem com isto.

Mães que já são, é bom já não termos estas preocupações, não é? Imaginem o "descanso" mental do segundo! 



Estou a ser operada neste momento.

E não, não vos escrevo a esta hora. A esta hora devo estar em nenhures ou onde todos os cérebros estão quando sob o efeito da anestesia. 

Se estava cheia de medo? Estava. Nunca fui operada na vida (e o parto não conta porque estive sempre consciente). 

Mas agora já está. A esta hora (a que me lêem) já o bisturi abriu parte da minha mama e extraiu o que, ao que tudo indica, é um fibroadenoma. A biópsia foi inconclusiva, mas deve ser.

A Joana Gama perguntou-me no outro dia, entre outras coisas, se eu tinha receio do aspecto da cicatriz. Vi, com 12 anos, a minha avó Isabel morrer de cancro da mama, que se alastrou para os ossos. Lembro-me bem do corte que ela tinha, de uma ponta à outra da mama. Recordo-me de dormir a fazer "caixinha" com ela (sei que vocês dizem "conchinha" ou "colherzinha" mas nós dizíamos "caixinha"), de pôr a mão por cima dela e de ter medo de a magoar no peito. Lembro-me como se fosse hoje daquela cicatriz. A minha, ao pé daquela, vai ser um arranhão. Por isso não, não tenho pena nenhuma de ficar com uma cicatriz.

O meu medo não é esse. É uma estupidez, é irracional, mas tenho receio de não acordar da anestesia. Não me perguntem de onde é que isso vem, que eu não sei. Não sei que série vi, que filme, mas algo ficou aqui a pairar nesta cabecita. Sei bem que a probabilidade de me acontecer alguma coisa desse género é ínfima, que sou jovem e saudável, mas enfim. Despedi-me com uma lágrima da minha filha e nem a levei à creche para não dar espetáculo. Ontem tive vários momentos em que pensei "será a última vez que...", o que é estranho, porque sou uma pessoa optimista e não costumo ser tão tontinha. Deve ser por agora ter uma Isabel na minha vida e querer muito estar viva para vê-la crescer.


Bem, agora já está. Não tarda nada estarei a acordar. E assim que possa, venho dar-vos notícias. Ou dá a Joana por mim. E obrigada pelas boas energias. Sei que estão neste momento a torcer por mim.