6.18.2015

Afinal Havia Outra (#25): O momento certo para engravidar?

Quando decidimos ter o primeiro filho contávamos com (ora deixa cá ver) pouco mais de três anos de casamento. Ele trabalhava, eu trabalhava e estudava. Era Dezembro de 2011. Deixei a pílula. Fui ao médico de família e depois ao ginecologista. Queria engravidar logo, há muito tempo que desejava ser mãe. Engravidei em Agosto do ano seguinte mas perdi o meu bebé quatro dias depois de me saber grávida.

Em Dezembro de 2012 engravidei novamente, soube-o em Janeiro de 2013 (há lá melhor maneira de começar um ano?!). Quase 41 semanas depois tive o meu filho nos braços e experimentei uma felicidade que, juro, é indescritível. Resumidamente, foi assim que tudo aconteceu e desde a decisão propriamente dita até sermos, efectivamente, pais passou mais de um ano e meio.

Ambos desejamos ser pais novamente, não sabemos exactamente quando. As dúvidas que, enquanto casal, fomos tendo antes de avançar para o primeiro são, estupidamente, as mesmas, às quais se juntam mais algumas por termos um filho ainda bebé. Estamos como que  a meio da ponte, sem saber para que lado ir. À direita avistamos placas que nos levam a pensar que o ideal era ser já e agora, à esquerda vemos caminhos de espera. E não é que a porcaria do GPS ficou sem bateria, dá para acreditar?! Ok, isto foi só uma graçola para aligeirar a coisa. Bom, vamos lá tentar organizar as ideias: 

A questão profissional/económica: nunca é a altura ideal, isso já não é novidade. Ambos temos trabalho mas a minha empresa vive uma situação complicada e isso assusta-me bastante. Desempregada e com dois filhos é só assim uma visão dramática. Quanto à questão financeira... bem, se esperarmos pelo dia em que vamos estar confortavelmente ricos, sem preocupações deste género, compremos então uma cadeirinha, fazendo jus àquela coisa do "esperar sentado";

A questão do tempo: é bem capaz de ser um dos aspectos que mais temo. Se eu, com um filho, já acho que tenho tempo para nada, como será com dois? Vai daí e penso que se nos organizarmos ainda mais, em família, somos capazes de conseguir dar banho a dois filhos em simultâneo, fazer as refeições, pôr na cama (embalar na "pior" das hipóteses), levar e trazer da creche... Temos dois braços não temos? Ora, aqueles dois multiplicados por mim e pelo marido dá quatro (surpreendido amor, tu que estás sempre a troçar de mim por não saber a tabuada?), o que me parece um número aceitável de braços para dar conta das tarefas todas. Ok, ok, aqueles programinhas que ainda temos feito porque a avó fica com o bebé devem passar a eventos anuais, mas lá para os 40/45 anos já estaremos em condições de retomar a nossa vida social;

A questão da aceitação do irmão: ter um irmão é das melhores coisas do mundo, verdade?. Ter um irmão com pouca diferença de idades, que alinhe nas brincadeiras, que partilhe sorrisos e lágrimas (bom, aqui o cenário já não é assim tão animador) deve ser ainda melhor.
Estou a pintar um cenário cor-de-rosa? Provavelmente, até porque gostaria de ter uma menina.
Queremos ter mais filhos? Queremos. E, se o momento ideal não existe, então que comece a grande aventura!

Clara 


6.17.2015

Cataratas do Niagara cá em casa (culpa de uma leitora)

*Por motivos de confidencialidade, cortei nomes para evitar associações e locais.
Exponho-nos bastante mas tenho essa regra: não saberão onde vivemos nem qual é a creche da Isabel.


Em resposta ao meu post Quero que a minha filha seja aquilo que for, a mãe da Sofia escreveu-me este email. Se tiverem dificuldade em ler letras mínimas eu ajudo:

"Olá!

Leio e sigo blogues há "n" tempo e sou aquilo que se chama leitora passiva. Mas pelos vistos os filhos mudam-nos e hoje não consegui resistir ao impulso de contar à Joana Paixão Brás um episódio recente que aconteceu com a Isabel e com a Sofia, a minha filha de seis meses e meio.
Ora acontece que no primeiro dia que eu e o xxx fomos levar a Sofia ao infantário, com o coração nas mãos e lágrimas nos olhos, dei de caras com a Isabel. Sorri e não disse nada. Achei piada à coincidência e pensei que o assunto ficaria por ali até porque estavam em salas diferentes, a Sofia no berçário e a Isabel na dos maiores (para mim já são enormes). 

Na sexta feira passada fui buscar a Sofia por volta das 17.30, quando acabei de subir as escadas e virei-me para a sala dela não pude deixar de observar durante uns minutos e sorrir. A Sofia estava sentada na espreguiçadeira com a Isabel à sua frente. A Isabel gentilmente ia abanando a espreguiçadeira enquanto a Sofia se ria. Depois, com um ar muito maternal, de quem percebe destas coisas, a Isabel deu a volta à cadeira e começou a dar festinhas na cabeça da Sofia. Muito gentilmente, mesmo festinhas! (estou acostumada à brutalidade da Sofia que sempre que faz festas aos nossos gatos vem com a mão cheia de pelo). 

Não sei o que a Isabel vai ser. Mas aquilo que ela é agora deve dar-lhe motivos para sorrir.
Era só isto. 

Boa semana!"

Ora eu fiquei em lágrimas, claro. Chorei por não ter visto e por ter consciência de que perdemos tantos momentos dos nossos filhos... Chorei porque fiquei feliz, de coração cheio, com esta imagem tão linda. 
A Isabel é brutinha às vezes, faz birras do demo, puxa cabelos e já me mordeu a mão (um dia destes conto), mas também a acho muito meiga e doce. Dá-nos muitos abraços, vem dar-nos beijinhos, adora colo e festas. O que ela é agora deu-me motivos para sorrir. Obrigada, mãe da Sofia!


E a porcaria do cheiro?

Vá, depois do meu polémico post das fraldas que me deu grandes dores de cabeça e paranóia de que a minha filha podia ter apanhado uma infecção urinária por causa da minha "preguiça" e comecei a ver coisas onde elas não existiam. Obrigada na mesma a toda a gente que opinou que, para a próxima, vai logo uma muda que até anda de lado - por acaso é mesmo como a Irene anda. De lado. Pronto, depois desse post, lá venho eu falar de fraldas outra vez, se calhar é porque sou eu quem muda praticamente todas as fraldas da Irene desde que ela nasceu. As pontuações devem estar 1000000 para mim, 10 para o pai, uma para avó paterna e uma para a avó materna. 

Olhem lá, o que fazem com a porcaria do cheiro? Eu tenho um caixote de tampa no quarto onde ponho as fraldas dela. Diariamente (ou quase) passo o que está lá para a cozinha. Depois o que está na cozinha geralmente sai duas vezes por semana (aproveito quando tenho quem leve, porque sair com a Irene e com lixo não dá jeito nenhum) e porque ninguém gosta de levar o lixo à rua, certo?

Há algum truque? Já ouvi falar de sacos perfumados mas devem ser caros e pior! Depois deve ficar a cheirar a cocó com perfume o que é ainda pior. Era como eu quando era pequenina e cheirava muito a suor e depois usava o Vasenol da mãe para disfarçar. Refogadinho disfarçado, bem pior.

Vão dizer-me para ir mais vezes por o lixo à rua, não vão?