Pelo menos cá em casa.
A Irene passa o dia inteiro com ambos os pais em casa. Acho que é óptimo para ela. Às vezes, para nós, nem tanto. É difícil conciliar os timings de cada um de fazer as coisas e, acima de tudo, as crenças.
Ironicamente, quando um de nós sai, a miúda come melhor e dorme a horas melhores. Enfim, mas estou em negação em relação a isso.
Sempre que um de nós saía, sempre que ela nos via calçados ou vestidos sem ser com os habituais pijamas (sim, não me visto para andar por casa, acho parvo ficar mais desconfortável só porque sim), ficava nervosa e a antecipar a nossa saída. A tal ansiedade da separação.
É mesmo a Irene, tirada pelo Pai. Tirada, a fotografia, não tirada de dentro de mim que ele não é parteiro. |
Claro que as mães e os pais que têm de deixar os bebés na creche têm muita mais experiência nisto da separação que nós, mas o meu marido, teve mais uma sugestão das boas (às vezes sai-lhe ;)).
Estava eu a calçar-me para sair, a vestir-me e isso. A Irene já estava a perceber que me ia embora. Eu estava na sala a olhar para ela à espera de a apanhar distraída para sair de casa sem ela dar conta. No fundo, ia fazer como sempre. Sair e, quando ela reparasse, ia começar a chorar.
O Frederico disse: "por que é que não vou com ela até à porta e ela te vê sair?". Assim fizemos e nem chorou.
As mães como eu vão perceber que fiquei um bocadinho triste por ela não ter chorado, do género "é assim tão fácil esquecer-se do amor da sua vida?". Por outro lado (eheh e agora a sério), ainda bem. Agora fazemos isso para tudo. Mesmo quando estou a adormecê-la à noite, tento não sair à socapa e digo "boa noite".
Para quem não se quer separar de nós é, provavelmente, pior irmos de fininho sem dizer nada do que agir naturalmente.
Com a Irene é assim.
Como é que vocês fazem?