10.09.2019

Fui abençoada com um problema de pele.

Bem sei que parece uma coisa contraditória até porque já sofri muito com isso. Desde antes da Irene nascer que sofro de rosácea, mas depois dela nascer tornou-se bastante pior. Ao ponto da minha melhor amiga ter soltado um "tens que ver isso, pá!".

Não conseguia andar sem maquilhagem e também não me parecia que a maquilhagem me fizesse melhor. Até cheguei a ir a uma clínica com um dermatologista que dizia que ao me queimar a cara superficialmente que a pele iria regenerar mas que, eventualmente, sendo crónico, a rosácea voltaria sempre. Tive a oportunidade de fazer esse procedimento de graça - regime de parceria aqui com o blog - mas, honestamente, queimar a cara não me pareceu viável, apesar do meu sofrimento. 

Isto fui eu há duas semanas com o mínimo de maquilhagem. Seria impensável em temos não me ter enchido de base. Obrigada à rádio da ESCS pela fotografia que capturou a minha beleza e o belo par de mamas que este soutien me faz - é sempre o mesmo. 


Deixei de reconhecer a minha cara ao espelho. Eu que sempre fui muito vaidosa da minha aparência... Pode ter-me faltado algumas coisas na minha infância, mas sempre me deixaram claro que era bonita. Agora, olhando-me ao espelho, tinha vergonha e não percebia o que é que fazia com que isto aumentasse ou diminuísse. 

Claro que há cremes que ajudam. Fui a algumas consultas e receitaram-me vários cremes de farmácia e outros até que vinham de não sei onde. Claro que atenuavam a vermelhidão e até as pustulas mas não me pareceu ser sistema. 

O meu raciocínio era: "o meu corpo está a reagir a alguma coisa e eu não vou estar a tratar os sintomas, quero tratar as causas". 

Quando tomei esta decisão, embarquei numa longa viagem de pesquisa, mesmo à detective. Reparei que vários factores influenciavam a evolução negativa da minha pele no rosto: 

- Dormir pouco; 
- Beber pouca água;
- Usar maquilhagem; 
- Stress; 
- Especiarias; 
- Derivados do leite; 
- Carne de porco (já que sou média intolerante, também a cara dá sinais disso);
- Chocolate... 

Estando atenta a isto, reparei que os factores mais influentes eram o sono e o stress. 

E, por isso, digo que fui abençoada com um problema de pele. É muito fácil para mim entrar em piloto automático na minha vida e sucumbir à ansiedade. Nem dou pelo tempo passar por estar tão enfiada dentro do ponteiro dos segundos. Porém, olhando-me ao espelho, percebo que não estou bem e que estou a falhar nos meus auto-cuidados. 

A cara é a primeira coisa que me denuncia (a seguir ao peso, mas isso são outros quinhentos ou, melhor, outros 71 e 200). 

Ultimamente, desde que sou freelancer e comecei a aceitar e ver o descanso como tarefa obrigatória para a minha sanidade mental, qualidade de vida e até de trabalho, a minha cara está muito melhor. Hoje quis maquilhar-me e nem usei base e acreditem que isto é uma vitória. Desde que todos os colegas de trabalho na minha empresa quando olhavam para mim perguntavam "o que é que te aconteceu à cara, miúda?". 

Sentir que a nossa cara está errada é horrível. Principalmente se forem umas beldades como eu. 

Agradeço este problema. É como um detector de fumo. Agora que o tenho vou-me guiando também por ele como se fosse uma espécie de melhor amigo. É aceitar e controlar e cuidar. 




Já agora, queria convidar-vos para o espectáculo ao vivo que vou ter com a minha amiga e colega Rita Camarneiro. É já no próximo dia 24 no Maxime Comedy Club. Vamos fazer um "banana-papaia" ao vivo e, em princípio, vamos fazer um roast uma à outra e vamos deixar de ser amigas. Ficam já avisadas que não há controlo nenhum de linguagem nem de temas. Não vai ser a "Joana do blog" que vão ver, mas a Joana comediante, vá. Ficam aqui com o cartaz do atelier que mais venero e a quem entrego quase todos os meus projectos por serem... PERFEITOS para branding, estratégia... tudo (sigam a Oland aqui). 


Fica aqui também o link para comprar bilhetes na Ticketline. Apressem-se porque só há 100 lugares e isto entre os meus ex-namorados e fãs da Rita enche rápido.

Se ainda não conhecem o nosso projecto, além de nos poderem seguir no instagram aqui, também podem dar uma olhadela na playlist dos nossos 13 episódios no Youtube (também estamos no Apple Podcasts e no Spotify, mas é mais giro ver):




Para além disto, se também sofrerem de ansiedade e tiverem problemas de pele, de músculos, intestinais, o quer que seja, pode ser que vos ajude verem a minha partilha no canal "a Mãe é que sabe" no Youtube:




10.08.2019

Joana Paixão Brás: O que ando a ver #02

Tenho visto mais TV do que lido. Mesmo assim, consegui ler uns 5 livros este verão (um deles adorei - “Só o tempo o dirá”, do Jeffrey Archer, que já emprestei à minha mãe e que ela leu em três tempos - queremos os outros dele!!!). Bem longe da quantidade de livros que eu devorava antes, mas vá, já me voltei a entusiasmar. Agora estou a ler um mais técnico: Educar pela Positiva - quando acabar, digo.

Mas bem, vamos lá ao que ando a ver ou vi recentemente.

Oh para mim a VER.
Já decidi que esta rubrica vai ter sempre fotos
zero relacionadas com o assunto.
A ver.

Série UNBELIEVABLE
Minissérie na Netflix com 8 episódios, sobre uma miúda que é violada. Mas será que foi mesmo? A polícia acha que não. Aliás, acusa-a de mentir. Anos mais tarde, noutro estado, duas polícias [uma delas a Toni Collette, que eu amo], encontram casos semelhantes ao descrito. Ficaram convencidos a ver?


Documentários EXPLAINED (ou RESUMINDO)
São episódios curtos sobre os mais diversos temas: por que não resultam as dietas; cultos; milionários; crise da água; por que ganham as mulheres menos; música... e por aí fora. Super bem feitos, rápidos, interessantes! Tenho aprendido imenso a cada episódio, andei viciada a ver todos (até os que achava, pelo título, mais desinteressantes) E agora a Leonor da Cadeira da Papa disse-me que havia também episódios sobre o cérebro “The Mind - Explained” e já comecei a ver o dos Sonhos. A-D-O-R-O!


Filme CALL ME BY YOUR NAME
Foi seguramente o meu filme preferido de 2017 e já está na Netflix. É a história de um amor nos anos 80, com o Timothée Chalamet (que ator, Deus meu!). A banda sonora é fantástica, adoro as personagens e chorei baba e ranho no fim: a descoberta, a paixão, a impossibilidade. Nota para a conversa entre pai e filho. Li recentemente - vai ter sequela. Que boa notícia! Vejam, vejam e venham cá dizer o que acharam.

Próxima coisa que está na minha lista: Joker, claro. Tenho a certeza de que o Joaquin Phoenix está brilhante, estou em pulgas [o homem cá de casa já viu e ainda aguçou mais a minha curiosidade!].
Quero séries filmes e documentários para a troca, combinado?


10.07.2019

Fui promovida.

Se soubessem...

A Irene, quando era pequenina, parecia chorar sempre mais ao meu colo do que ao colo dos outros - ainda que nunca tivesse gostado muito do colo de ninguém. Em cima de mim, chorava. Mas, ao colo do pai, calava-se. 

Claro que há milhares de razões para isso, mas eu cá escolhi as minhas: além de ser eu quem a amamentava e de "cheirar a leite" - aqui é que se aplica o "cheiras a leitinhoooo, cheiras a leitinho", ahaha - também era eu quem estava mais esgotada e ansiosa. Essas coisas sentem-se. Eles apanham o nosso cheiro a stress, a velocidade da nossa pulsação, além de não conseguirmos controlar a o tipo de movimentos que fazemos. Achamos que estamos a fazer tudo fingidamente calmamente mas, se fossemos filmadas por fora, notar-se-ia o desespero ou até a velocidade a tentar embalar a criança. De certeza que o pitch do "frère jacques" muda. 

Bom, no meio disto, tirando a mama, como disse, raramente tive a Irene ao colo ou se deitava na minha barriga, por exemplo. Até tenho uma fotografia da primeira vez que isso aconteceu para aí aos 6 meses mas também foi coisa rara. Ainda hoje, as únicas alturas em que consigo tê-la perto de mim é quando - excepcionalmente - vemos televisão juntas, quando a vou adormecer (pede a minha mão para fazer conchinha com ela) ou, então, quando está com muito sono e a convido para vir para ao pé de mim. 

Embora nada disto tenha mudado grandemente dado que não salta para o meu colo quando a vou buscar à escola; eu é que, com tempo, paciência, mudança de vida e terapia é que tenho vindo a saber apreciar melhor as vezes em que esses toques se dão e, por isso, já não me parecem tão poucos.. 

No outro dia fui promovida. 



A Irene começou a chamar-me mamã. 

Sempre fui a mãaaae ou a mamiiiinhaaa ou algo do género. Mas, de repente (não foi de repente, foi a resposta dela a todas as mudanças na nossa vida e o quanto isso nos tem deixado cada vez mais felizes - história que para mim faz sentido), fui promovida a mamã. 

Sou a mamã, agora. E este mamã não é usado só quando precisa de alguma coisa. É mesmo "mamã, o que achas disto?". Passou a ser o meu nome e estou em êxtase. Que carinho gigante. Que coisa fabulosa. A nossa relação tem evoluído imenso e isto foi apenas mais um dos sinais. 

Ontem fazia-me festinhas quando eu fingia que estava a dormir enquanto a estava a adormecer. Disse-me no outro dia que sou "a mais importante" e noto que confia no que lhe digo, que sou a sua melhor amiga. 

O pai também foi promovido a papá. 

E isso deixa-me tão feliz. Mostra que ela está mais à vontade connosco, menos nervosa, menos ansiosa, com mais espaço para ser criança e com menos pressão para se mostrar crescida ou para estar do lado dos adultos. Quanto mais confortável está em ser criança, mais surgirá o carinho - penso eu. 

Tem sido uma viagem grande. Desde deixar de trabalhar 8 horas por dia para outros e ficar louca de stress com coisas que nem me tocavam, a não ter uma relação que me pesava o coração e o corpo e não se revelava uma fonte de felicidade mas antes de mais pressão. A ter mais tempo para mim própria e não olhar para a Irene - com culpa à mistura - como consumidora do meu tempo pessoal. A estar mais com as pessoas de quem gosto e, por isso, lembrar-me de mais partes de mim e poder dar mais de mim à minha filha... 

Têm sido 5 anos e sempre a melhorar. 

O meu coração não poderia estar melhor. O coração desta mamã. 





  • Bom, esta semana voltamos a gravar vídeos e podcasts, não se apoquentem. Com a Joana fora, perdemos aqui um pouco das rotinas, mas vamos voltar em força esta semana e muito em breve - talvez ainda esta semana - vos apresentemos um dos vários projectos que vão sair este ano. Podemos dizer que vos vai ajudar a ser ainda mais felizes aí em casa. ;)
  • Podem seguir-nos no youtube para serem avisados sempre que sair um novo vídeo e também nas plataformas habituais de podcast: Spotify, Apple Podcasts, iTunes, SoundCloud e AnchorFM. O podcast chama-se "a Mãe é que sabe", mas prometemos falar de tudo menos de maternidade - só para desenjoar um bocadinho, o que acham?
  • Para além disso, que tal ajudarmos outras mães no início desta aventura? Juntem-se a nós no próximo "a Mãe é que sabe ajudar" enquanto parceiras. Enviem-nos um e-mail para amaeequesabeblog@gmail.com a mostrar a vossa vontade e dizemo-vos como podem participar (podemos demorar um pouco porque estamos a ir por ordem de chegada vs necessidades de reunião, etc). 
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