9.19.2018

Vamos falar de violência obstétrica?

A minha mãe foi das primeiras pessoas que me falou do que sofreu no parto. No meu parto, há 32 anos. Sofreu muito. Mais do que pelas dores, pela forma como foi tratada. Ouviu a célebre frase do "não gritou quando o fez", não lhe deram água nem molharam os lábios quando pediu, foram muito brutas e insensíveis. Disse-me que foi muito maltratada, ignorada e que teve muito azar. "Devia ter feito o curso de preparação com elas, não me conheciam e não quiseram saber". Penso que terá sido tão mau e traumatizante ao ponto de ainda contar o episódio com um ar triste. Também por isso terá sofrido tanto quando eu tive a Isabel. Chorou, preocupou-se muito, ficou em Lisboa até nascer (nasceu às 02:38 da manhã), não arredou pé. Também aí me apercebi de que uma mãe é mesmo para a vida toda (e que sofre a vida toda pelos filhos).

A minha mãe foi vítima de violência obstétrica. Mas eu achava que era coisa de enfermeiras e médicas da "velha guarda" e estava longe de saber que, hoje em dia, ainda há muitos procedimentos que não são normais e nem sequer necessários, que ainda se desrespeita muito a mulher e a vontade desta e que a mulher não sabe ao que vai, não conhece as várias opções, não está informada sobre o processo biológico. A verdade é esta. São poucos os cursos de preparação para o parto onde se fala do que pode e deve ser feito. Ensina-se o que é feito nos hospitais. Não se fala de alternativas. Não se questiona.

Eu só descobri que a episiotomia raramente é necessária aqui, no blogue, quando abordei o tema e me passaram informação sobre a mesma. Eu só descobri que os químicos que nos dão para acelerar o trabalho de parto ou para o induzir aumentam e muito as nossas dores. Só mais tarde percebi que há médicos que inventam desculpas para que o bebé nasça no dia mais conveniente ou para prosseguirem para cesariana: "placenta velha", "pouco líquido", "está sentado", dizendo também, muitas vezes, que, com 37 semanas ou 38 já estão mais que prontos, ou que são muito grandes, ou que... A mulher, vulnerável, perante aquele que considera o expert, aceita tudo. Deixa nele as decisões.

Aprendi muito depois de ser mãe. Com o que li, com outras mães, com especialistas em amamentação, com histórias. E li recentemente uma reportagem (chamada O Ponto do Marido aqui ) que me deixou enjoada sobre violência obstétrica no Brasil, conduzido por uma jornalista também ela vítima. Coisas que se dizem, "piadas", coisas que se fazem, procedimentos a que submetem a mulher, que não é tida nem achada no processo. Uma em cada quatro mulheres é vítima de violência obstétrica no Brasil. Há, por lá, mas também por cá, o chamado "ponto do marido" que é o ponto que dão a mais na vagina da mulher para que possa dar mais prazer ao marido, deixando-as muitas vezes incapacitadas e sem prazer durante meses ou anos ou... Isto faz-se. Muito. E provavelmente também por cá. E isto é mutilar. É desumano. Cruel. Machista. Abjecto. Imoral. E muitos outros adjectivos.

(Segundo a reportagem "O Ponto do Marido", aqui, a episiotomia, o corte abaixo da vagina durante o parto, deveria ser usado apenas em casos pontuais e necessários, mas acaba por ser usada em 53,5% dos casos no Brasil. O problema? Não há provas científicas de que este seja necessário, o mesmo não pode ser feito sem autorização da paciente e a costura posterior não pode ir além do corte vaginal dito 'natural' para satisfazer o parceiro. A OMS adianta mesmo que "não há nenhuma evidência que prove a necessidade da episiotomia em qualquer situação".")

Eu li testemunhos assustadores. Felizmente há quem dê a cara por este tema e há coisas que estão a ser feitas. Por exemplo, vai ser ministrado o primeiro curso sobre violência obstétrica para juízes (compreender o que é é o primeiro caso para que possam avaliar); o Ministério Público fez uma audiência para debater o tema com profissionais de saúde; projecto lei está a ser aprovados; o tema está ser amplamente disseminado. Ainda bem.

Ainda falta muito. Até ver-se negada a posição como a mulher quer parir pode ser, em alguns casos, um exemplo de violência obstétrica, sabiam? Que o plano de parto deve ser respeitado quando possível (e muitas vezes até era possível, mas não dá jeito). É por isto e por tudo o resto que ainda há muito a fazer e as doulas, os profissionais e os especialistas podem ser mesmo muito importantes neste processo de quebrar mitos, medos e de empoderar as mulheres. Conhecer os nossos direitos é fundamental.

Temos de falar sobre isto. Venham daí essas opiniões e essas histórias. 

Esta imagem... esta imagem... mata-me um bocadinho.


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67 comentários:

  1. Tive o meu primeiro filho de cesariana. Talvez por ser se urgência fui super bem tratado desde o primeiro ao último minuto.
    No segundo já não foi assim. Tive mais de 20 horas em trabalho de parto. Quando foi dado o reforço da epidural já tinha passado tanto tempo da primeira que nem efeito fez. Chorei com dores durante horas, sozinha por ser de noite. Queriam tirar o meu filho com ventosas pois eu já estava tão cansada que nem força tinha para o fazer nascer. Para ajudar fui mal cosida e passado 2 dias de ter alta hospitalar tive que voltar para remediarem o que de mal tinha sido feito. Não desejo a ninguém o que passei e nunca mais quero nada parecido. É lamentável que as memórias que deveriam ser de alegria pura sejam assim!

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    1. Que merda, a sério :( Isto deixa-me mesmo frustrada. Um beijinho

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  2. Felizmente comigo correu sempre tudo bem! Estou em Londres tenho 3 filhos 2 parto normal e a dois meses cesariana mas foram sempre impecáveis comigo!

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  3. Toda a minha vida disse que não queria casar nem ter filhos, não me imaginava a sofrer o que as mulheres sofrem para os ter. Casei ha 6 anos com alguém que sempre desejou ser pai. Aliás o assunto "filhos" foi sempre tabu no meu casamento até há 2 anos atrás, em que numa discussao acesa confessei que o parto era o meu maior medo. Problema falado tentamos, e levei 2 anos sem conseguir e achava que era castigo. Mas consegui.
    Passei uma gravidez santa sempre com a sensação que estava a ser bom demais e que o pior ainda estava pra vir.
    Ja com 38 semanas comecei com muitas cólicas e ninguém me sabia dizer o porquê, não tinha nada a ver com a bebé, ela estava bem. Fui internada na segunda com cólicas e vómitos. A médica achou que a minha bebé estava grande e que não podia esperar até ao fim do tempo, induziu me o parto na terça. Foram vários os comprimidos que me enfiaram. Quarta as 6h45 rebentaram as águas, e quando começaram as contracções foi doloroso, implorei para deixarem o meu marido ir ter comigo e até tive direito a um "ele não vem para aqui fazer nada, não te disseram que isto de ter filhos doía? Devias te ter informado antes de o fazer", implorei para me darem epidural e até um "com essa gordurinha toda, primeiro q a epidural acerte, vai lá vai"...passei de 0 a 6cm no espaço de 1h e lá me levaram para a sala de partos SEM EPIDURAL. Não fui capaz de ter os olhos abertos muito tempo, só pensava que queria sair dali com a minha filha, mas tive a enfermeira q me chamou gorda a fazer me o parto e outra enfermeira em cima de mim a fazer força na minha barriga pra ajudar a bebé sair, diziam que ela não estava bem posicionada. Ja me doía mais a barriga de ser apertada do que a vagina de ser aberta e rasgada até atrás. Estava tão dorida que não senti alívio nenhum quando tiraram a minha filha. Abri os olhos no exacto momento em que a enfermeira puxou e ATIROU por um braço a minha filha pra cima de mim como se fosse uma mochila (imaginem) ao ponto de fraturar a clavícula da menina e rebentar lhe o cordão umbilical.
    Não desejo a ninguém o que passei, mas eu sabia que o pior ainda estava por vir. O meu pós parto também foi muito doloroso pois além dos pontos todos que levei (mais do que 45min a ser cozida) sairam me hemorroidas que se juntaram aos pontos o que foi péssimo.
    Estou tão traumatizada que até tenho medo de começar/voltar a ter relações com o meu marido.
    O que poderia ser um grande momento da minha vida foi um total tormento que eu não quero voltar a passar.
    Olho pra minha filha de 2 meses e nem me lembro do que passei para a ter nos braços, prefiro não associar as duas coisas.
    Peço desculpa pelo texto mas achei que devia partilhar porque também sofri do mesmo.

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    1. Não peça desculpa. Desculpa têm de lhe pedir a si. Lamento imenso. Fez queixa? :( Muita força!

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    2. Que história tão triste... Posso mesmo usar a expressão "que horror!" Porque escreveu tão bem as emoções que sentiu que fiquei chocada. Lamento tanto que tenha passado por isso...

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    3. Não posso acreditar no que acabei de ler!!! Fico tão mas tão triste por si. Tive um parto lindo. Nem devia de contar, mas tive avó e esposo na sala de partos a assistir e o avô foi lá ter assim que pode à sala de partos também. Tive uma equipa espetacular, que me acarinhou, acalmou e brincou. O parto também era o maior dos meus medos. E foi lindo. Nem quero acreditar na barbaridade que lhe fizeram. No desrespeito com que a trataram. E a bebé? Fiquei doente quando li. Espero que se erga e faça queixa. E que com a bebé esteja tudo bem. Um beijo mãe e lamento imenso que o dia que é suposto ser o dia mais feliz das nossas vidas lhe tenha corrido dessa maneira. Não se cale.

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    4. Não consigo imaginar o seu sofrimento... espero que tenha feito queixa...e Deus me perdoe quê essas enfermeiras tenham dores de hemorróidas tão grandes que se lembrem do mal que fizerem... tudo de bom para si,bjs

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    5. Nem consigo imaginar tanto sofrimento, eu estivee 3h com contrações antes da epidural e já achei muito. Se puder faça terapia para se livrar desse trauma sim? A maternidade é muito bonita mas também muito difícil, convém ter a cabeça o mais "limpa" possivel. Força!

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    6. Fiquei de coração partido com a sua história. �� Um beijinho cheio de força. ❤

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    7. Fiquei arrepiada! Quanta maldade e incompetência juntas. Lamento toda a violência por que passou.

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    8. Estou boquiaberta com o que acabei de ler...
      Espero que recupere rápido e apresente queixa. Não se trata assim ninguém!
      Um grande beijinho de força :)

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    9. Apresente queixa crime, reclamação na maternidade. Não se cale. Por si, pela sua filha e por todas as mulheres que passem pelas mãos dessas senhoras. Histórias assim não deviam existir.

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    10. Muita força! Siga em frente na vida e nas emoções, mas faça queixa! Hoje por si, amanhã por outra mãe e outro bebé.
      Felicidades para si e para a sua família!
      Ana

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    11. Sou enfermeira e esta historia enoja me por ter pessoas da mesma categoria profissional que eu que tratam assim as pessoas! Nao sei onde foi mas correndo o risco de ser no meu hospital digo lhe faça queixa barafuste faça tudo aquilo a que tem direito! Muita força e muita sorte

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    12. Realmente é infelizmente uma questao de sorte...a gente que não merece o que respira..força tente esquecer essas malditas

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    13. Ildete Pereira8:41 da tarde

      Um abraço! Fiquei de coração apertado com seu relato..

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    14. Obrigada pelas vossas mensagens, foi de facto um episódio do qual não me quero voltar a lembrar. E ter um segundo filho, não está de maneira nenhuma nos meus planos, pelo menos enquanto não esquecer o que passei, o que será impossível. Piora mais ainda quando estamos fora de casa, sou dos Açores fui ter a minha filha noutra ilha, eramos só nós 2.
      À saida da maternidade as enfermeiras vieram se despedir de nós e disseram que esperavam voltar a ver me para o ano, e a dita cuja ainda disse "pelo menos 2 anos para essa mãe recuperar senão ela morre na sala de partos" e virou costas.
      Sei que em todo o lado há pessoas boas e más mas nunca esperei isto. Até o meu médico de família disse que em todos os anos que ja trabalhou numa maternidade nunca ouviu falar de tamanha brutalidade num parto.
      Muitas são as vezes que as lágrimas me correm pela cara abaixo quando vejo fotografias da minha filha naquele dia, revejo tudo o que senti naquele dia... enfim já passou, tenho uma menina saudável na medida do possível há cuidados a ter com o bracinho, tem que ser acompanhada em termos de análises por ter perdido sangue quando o cordão rebentou, mas até agora está a crescer bem e muito desenvolvida para a idade dela.
      Um beijinhos grande para todas e obrigada pelo apoio e força para todas as futuras mamãs 😊 há experiências más em todo o lado, tenham esperança que corra tudo bem 😘😘

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    15. Obrigada pelas vossas mensagens, foi de facto um episódio do qual não me quero voltar a lembrar. E ter um segundo filho, não está de maneira nenhuma nos meus planos, pelo menos enquanto não esquecer o que passei, o que será impossível. Piora mais ainda quando estamos fora de casa, sou dos Açores fui ter a minha filha noutra ilha, eramos só nós 2.
      À saida da maternidade as enfermeiras vieram se despedir de nós e disseram que esperavam voltar a ver me para o ano, e a dita cuja ainda disse "pelo menos 2 anos para essa mãe recuperar senão ela morre na sala de partos" e virou costas.
      Sei que em todo o lado há pessoas boas e más mas nunca esperei isto. Até o meu médico de família disse que em todos os anos que ja trabalhou numa maternidade nunca ouviu falar de tamanha brutalidade num parto.
      Muitas são as vezes que as lágrimas me correm pela cara abaixo quando vejo fotografias da minha filha naquele dia, revejo tudo o que senti naquele dia... enfim já passou, tenho uma menina saudável na medida do possível há cuidados a ter com o bracinho, tem que ser acompanhada em termos de análises por ter perdido sangue quando o cordão rebentou, mas até agora está a crescer bem e muito desenvolvida para a idade dela.
      Um beijinhos grande para todas e obrigada pelo apoio e força para todas as futuras mamãs 😊 há experiências más em todo o lado, tenham esperança que corra tudo bem 😘😘

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    16. Passado 2 anos eu voltava mas era pra espetar um bujardo no focinho dessa enfermeira....

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  4. Joana, O meu parto foi muito traumatizante para mim, já passaram 2 anos e não consigo deixar de me sentir angustiada ao relembra-lo.
    Fui internada quase a completar as 42 semanas para provocarem o parto. Iniciaram o processo às 10h, as dores só começaram por volta das 21h,mas muito muito fortes. O meu marido não podia estar comigo porque eu estava na enfermaria e só podia ir para a sala de partos quando tivesse 3 dedos de dilatação! Fiquei ali, num quarto com mais 7 mulheres...rebentaram as águas,as enfermeiras não ligaram patavina, nem uns lençóis lavados me deram... Mal eu comecei a gemer com dores, disseram-me para ir tomar um duche para aliviar e não fazer muito barulho que as outras estavam a descansar.... Estive montes de tempo no duche, a chorar, sozinha, ninguém lá foi ver se eu estava bem.
    Só por volta das 3h da manhã é que me levaram para a sala de partos e tive de ser eu a ligar do meu telemóvel para o meu marido lá ir ter porque àquela hora não ligavam a ninguém. Quando cheguei à sala de parto, sou recebida por uma enfermeira/auxiliar que me rosnou "vá lá ver, passe da maca para a cama!" pedi-lhe que aguardasse um pouco, pois estava com contracções fortes e não me conseguia mexer...ao que a besta me respondeu "deixe-se de mariquices! Se está assim com 3 dedos de dilatação, imagino para parir!!". Pedi epidural, não fez o efeito pretendido, as dores atenuaram muito ligeiramente durante meia hora... Levei mais 4 doses ao longo do trabalho de parto , nenhuma fez!Nos turnos seguintes vieram pessoas mais humanas e fui bem tratada apesar de sentir que me deixaram estar até ao limite das minhas forças...a bebé não estava encaixada, a dilatação não passava dos 8 dedos e mesmo assim esperaram até à última! Até uma enfermeira dizer "Dr. Tem de fazer alguma coisa, ela já não aguenta mais!!".... Fui levada para o bloco, sem o meu marido, e tiveram de puxar a minha filha com forceps. No meio de todo aquele puxa e repuxa, e da episiotomia que senti totalmente ...senti-me a sair de cena... Felizmente uma doce enfermeira percebeu e sussurrou ao meu ouvido "força querida, não desistas, estás quase a ver a tua menina!"
    Foi tudo diferente do idealizado e com muito pouco apoio por parte dos médicos /enfermeiros. Ainda há um longo caminho a percorrer na humanização dos partos.
    Filipa Carvalho

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    1. Lamento e fico um bocadinho revoltada com tamanha insensibilidade. Como é possível isto ser um jogo de sorte ou azar com quem nos calha?... Enfim. Um grande beijinho, Filipa!

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  5. Na minha segunda gravidez estava decidida que não queria, nem faria nova episiotomia. Mas não foi isso que aconteceu, o meu segundo parto (sem epidural) foi em dia de greve, estavam apenas enfermeiras na sala de pratos. Tudo muito rápido... Apesar das dores,e de ter de fazer força, vi a enfermeira pronta para cortar... Sem aviso ... sem anestesia...perguntei o que ia fazer, disse que tinha de cortar porque a cabeça do bebé era muito grande. Insisti se era mesmo preciso ou não, disse que me daria anestesia local e não ia custar nada. Cortar não custou, mas cozer foi horrível. Estava sozinha, a contorcer-me de dores, e ainda me dizem que a primeira camada de pele já estava, mas agora falta os pontos exteriores que custava mais.
    Pergunto-me minha vez de poderia ter sofrido um pouco menos e ter vivido o momento mais calmamente. Não sei se foi violência obstétrica, mas acho que deveriam evitar procedimentos desnecessários e aproveitar-se menos do momento difícil que é um parto.

    Ahhh...e o perímetro cefálico da minha filha ainda era menor que o da minha primeira.

    Beijinhos

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    1. Do que tenho lido, provavelmente não seria necessário e o rasgão que por ventura poderia vir a ter poderia ser menor, o risco seria inferior também. Da segunda filha não me fizeram episiotomia (e era percentil 85 em tudo) - recuperação maravilhosa. Pensando bem agora, a cabeça ser muito grande parece-me um argumento estranho porque ali a zona dos ombros é que é mais larga, à partida, certo? Bem, já a divagar. Nunca saberemos mesmo a real necessidade, mas que se faz mais do que seria mesmo preciso é uma constatação até da OMS... Beijinhos

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    2. Não, em princípio o que é maior é a cabeça! (e vem fletida para ser o menor diâmetro possível). Se os ombros forem maiores do que a cabeça (o que pode acontecer em bebés gordinhos, sobretudo filhos de mães diabéticas mal controladas) pode haver distócia de ombros, que é uma complicação do parto vaginal em que a cabeça do bebé sai mas os ombros ficam presos...

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  6. Marcelina Sofia12:56 da manhã

    Eu venho aqui ateniarvum bocadinho 😄 dos meus dois partos não tenho uma única razão de queixa, sofri muito, mas não por causa dos médicos etc, fui sempre muitooooo bem tratada, por parte dos medicos, dos enfermeiros e dos auxiliares,no segundo parto (cesariana) até tinha a anestesista e uma obstetra sempre ao pé da minha cabeça a acalmarem-me e a darem-me festinhas (literalmente) na cabeça.... Nem todas as histórias podem ser más....😍

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  7. Tive uma indução que começou a 2/1 e terminou a 3/1. Numa espera de 32 horas de contrações dolorosas. As dores não passavam, ou pouco passavam. Tantas vezes eu pensei que não iria aguentar para conhecer o meu filho. Não tinha dilatação nenhuma e “o bebe está super encaixado, quando fizer dilatação isto vai ser um parto de 10 minutos, ele está mesmo pronto!”. Pois, então para fazer a dilatação eu recebia toques desumanos a cada 20/30m. Ao mesmo tempo que vivia aquelas contrações horríveis. De uma das vezes “tocaram me” 4 médicos diferentes. Nas 32 h eu fiz 3 dedos. Mas queriam a força toda que fizesse uma dilatação quando o meu corpo não estava para aí virado. O pôs parto foi horrível (só consegui estar verticalmente direita de pé passados 2 meses). Foi absolutamente traumatizante. Graças a toda a medicação ao longo das 32 horas (deitada numa cama de fralda, sem conseguir encolher me sequer para colocar o cateter para a epidural) no final do parto eu estava monstruosa, inchada, amarela, irreconhecível.
    Tudo mudou quando uma médica disse, num tom severo “a parturiente tem de ir para cesariana! Chega de tanto sofrimento!” Contestaram e ela terminou “eu assumo as responsabilidades!” .

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  8. E horrível pensar que um momento que deveria ser maravilhoso posso ser um pesadelo. Tive dois partos normais no mesmo hospital, o primeiro com epidural episiotomia, ventosa e 2 médicos, o segundo sem epidural, sem episiotomia e só com parteiras. Em ambos sinto que fui bem tratada pois foram sempre falando comigo e foram sempre simpáticos e preocupados. No entanto não posso deixar de dizer que fiquei muito feliz pela evolução positiva que foi o segundo parto, pois além de ter comigo duas parteiras super meigas e simpáticas, estas incentivaram sempre o "nqtural", não cortaram porque como não tinha levado epidural, consegui puxar na altura certa e não foi necessário, deixaram-me confortável e a vontade para escolher a posição que me fosse mais favorável, uma delas ate me segurou a pedra o tempo todo para que fosse mais fácil. Pari de lado, sem epidural e episiotomia, ajudei a pegar na minha filha mal saiu, o corte do cordão foi tardio e o contatoc pele a pele foi longo e incentivado pelas parteiras. Recuperação impecável. Um parto não pode nem deve ser uma questão de sorte. Felizmente alguma coisa esta a mudar e no meu caso, embora tenha tido dois partos normais, o segundo foi maravilhoso e sempre a ouvir palavras doces e de incentivo por parte das enfermeiras. Pena que ainda seja, em muitos sítios, uma questão de sorte.

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  9. Bruna Domingues4:01 da manhã

    Tenho uma bebé com 6 meses, posso dizer que ia super tranquila para o parto, apesar de não ter feito qualquer aula de preparação para o mesmo. Tive a minha bolachinha no hospital de Leiria e não posso estar mais agradecida por isso, foram 17 horas de trabalho de parto, ela estava mal encaixada então por mais força que fizesse ela não vinha ao mundo, teve de ser tirada a ventosa, perdi muito sangue, de repente aquele quarto parecia uma cena de filme, a ânsia de a ver era tanta que isto na hora estava a passar ao lado, e TODA a equipa hospitalar foi 5*,desde auxiliares, enfermeiros e médicos, sempre atentos, carinhosos e meigos. Deixa-me triste e angustiada ler alguns destes comentários, imaginar cenas brutalmente avassaladoras para uma mulher que deveria recordar o parto como um momento único e lindo.

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  10. Não queria químicos para as contracções e puseram-mos no soro assim que entrei no bloco de partos. Fizeram-me um toque, que afinal não era só um toque, mas um descolamento de membranas sem aviso nem autorização para tal que me deixou com contracções horríveis de dois em dois minutos, às vezes duas logo seguidas. Quando me queixei das dores ainda ouvi “quer ter a sua filha, não quer? Então aguente!”. Queria poder movimentar-me no bloco para acelerar a dilatação como aprendi no curso e fui obrigada a passar as quase 12h de trabalho de parto deitada na maca. Mais de 10 profissionais diferentes fizeram-me o toque, entre médicos, enfermeiros e estagiários. No momento anterior à expulsão, fizeram-me episiotomia, cuja costura me deu dores em diversas situações durante, precisamente, 1 ano. Estou grávida pela segunda vez, e espero que neste parto seja tudo muito mais à minha vontade.

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    1. Apenas como recomendação, porque tive um primeiro parto bastante mau, no segundo informei-me, fiz um plano de parto que entreguei logo ao ser admitida, e visitei vários hospitais e maternidades, segundo a lei pode ir a qualquer um e não só o da sua zona de residência. O segundo não correu às mil maravilhas, mas em comparação com o primeiro foi uma vitória. Força, espero que corra tudo bem!

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  11. Apesar da minha mãe agora já não ter grandes ressentimentos (já passaram quase 27 anos) passou por uma situação que sempre me chocou. Teve-me à noite (mas não assim tão tarde porque eu nasci às 21h). Eu era enorme e rasguei-a. Assim que me teve levaram-me e deixaram-na sozinha porque tiveram que ir fazer o parto de outras mulheres e não havia mais pessoal médico. Voltaram ao fim de bastante tempo e só aí a coseram. Não consigo sequer imaginar passar por tudo sozinha (visto que nem deixavam entrar ninguém) e ainda ficar ali abandonada, sem filha. A primeira filha.

    Ainda não sou mãe mas é algo que pretendo ser nos próximos anos. Nada me assusta tanto quanto o parto. Oiço histórias de pôr os cabelos em pé e apesar de me dizerem para não sofrer por antecipação saber que ainda acontecem coisas destas em 2018 tira-me qualquer vontade de arriscar. Tinha esperança que estas práticas tivessem morrido.

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  12. Dói-me o coração ler algumas destas histórias. Tive dois partos maravilhosos, primeiro uma cesariana (posição pélvica) e no segundo parto natural. Quando leio penso genuinamente que assim que me levantasse partia literalmente a cara a essas pessoas, mas sei que é fácil falar de fora quando não se está numa situação de vulnerabilidade 😞

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  13. O meu primeiro filho nasceu com a ajuda de ventosa e claro....a episiotomia...não posso dizer que tenha sido traumático mas dizia que não queria mais filhos. Passados 4 anos nasceu a minha filha, percentil 85, parto rápido e como costumava ouvir os "partos felizes" achei que nunca me calharia um. para minha surpresa foi um parto santo, 2 h de trabalho de parto e sem tempo para epidural. Mesmo hospital, equipas diferentes....será mesmo o fator sorte? Um beijinho a todas q infelizmente não tiveram uma boa experiência. O tempo ajuda....a marca fica mas somos fortes e conseguimos superar. A partilha ajuda.

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  14. Este assunto é completamente aterrador. Pois como a Joana disse e bem é triste que seja uma de sorte ou azar. Tenho dois filhos e estou novamente gravida. A minha primeira gravidez teve alguns percalços. As 13 semanas tive grandes perdas de sangue e fui de urgência para o hospital, chegada lá uma médica vê o enfermeiro do INEM a ajudar me a sair da maca e lança a pérola: vá mexa se já deve mesmo ter perdido o bebé.. Fico em Choque sem reação, em pânico. Em seguida manda deitar observa me e diz. Parece me o início de um aborto va para casa e espere, retorne daqui a 2 ou 3 dias para vermos se é necessário fazer mais alguma coisa. Fiquei desesperada. A minha menina tão esperada, desejada, amada... Sai desfeita. Não me conformei, encontrei um anjo que com a sua doçura e determinação ajudou me, não desistiu de nos. O parto foi feito por ela assim como o do meu segundo filho. Foi tudo lindo e maravilhoso. Neste momento estou grávida de novo e o parto não vai ser feito por ela porque infelizmente ela já não está entre nós (infelizmente os médicos bons não são imortais). Vivo na Suiça (agora) vou ter o meu bebé em uma casa de parto, já fiz o plano de parto e sei que será respeitado.
    Embora comigo tenha corrido tudo bem nos parto fui vítima da estupidez e falta de humanismo de uma profissional de saúde. Em Portugal ainda há um longo caminho a ser feito. Um beijinho muito grande de solidariedade e força para todas as mamas que sofreram violência obstetrica.
    Ana

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  15. Bom dia, queria dar os parabéns à Joana por ter falado neste tema. A violência obstétrica que acontece hoje em dia é de facto uma vergonha para a medicina, mulheres cortadas sem necessidade, hormonas que são injectadas para que o bebé saia o mais rápido possível... Se não quer sair, vamos para cesariana! Tive a minha filha em Londres e quando conto a minha história todos ficam escandalizados, pois o meu trabalho de parto durou quase 60 horas... Custou, doeu, 2 dias sem dilatar e com contrações, mas valeu a pena.. Tive um parto na água (como tinha idealizado no plano de parto com a enfermeira que me acompanhou na gravidez) , apenas acompanhado por duas enfermeiras, tive um período expulsivo de 1h30 (ufff), sem episiotomia, nunca me foi colocado qq cateter para soro ou afins..A Julieta nasceu as 23h27 e no dia seguinte tivemos alta por volta das 16h :) a única dor que tive pós parto foi muscular de tanta força que fiz. Entretanto voltei para Portugal, tenho medo de ter o segundo porque todas as histórias de partos que oiço das minhas amigas têm algum tipo de intervenção desnecessária como diz a Joana. Trabalho na área e sei que todos os partos são diferentes mas o parto para ser um momento bom para nos encher de ternura quando pensamos nele por ser um processo tão intenso e tão nosso.
    Espero que não cheguemos as atrocidades gravíssimas que se cometem no Brasil, de qualquer forma vamos a passo largo para lá chegar. Um beijinho a todas, e a todas as grávidas, a gestação pode ir até as 42 semanas (principalmente no primeiro filho, não se deixem enganar pelos médicos e informem-se bem acerca do motivo pelo qual o médico quer induzir o vosso parto)

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  16. Um abraço a todas as mamãs que tiveram estes partos traumatizantes. Nem consigo imaginar tamanha dor...
    Eu tive um parto de cesariana porque a menina estava sentada e só tenho a dizer bem dos médicos e enfermeiros do Hospital Garcia de Orta.

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  17. Sempre desejei muito ser mãe mas sempre tive pavor do parto normal. Engravidei aos 28 anos e tive uma gravidez muito tranquila. Às 36 semanas falei com a GO dos meus receios relativos ao parto e se poderíamos fazer cesariana, foi negada. Às 39s+4d fui às urgências porque pensei que estava em trabalho de parto, não estava mas tinha a TA alta e fiquei internada para induzir o parto. A indução começou à meia-noite. Às 4h começaram as contrações fortes, as 8h as águas rebentaram e já não me deixaram levantar da cama, como não conseguia fazer xixi na arrastadeira deitada, sempre que precisava fazer era algaliada. Pouco depois deram-me a epidural, que só agora sei que não fez efeito, sempre tive dores. Não sei quanto tempo durou a fase expulsiva mas foi aqui que começou o meu filme de terror. Não conseguia fazer força contínua como me era pedido... senti o corte da episiotomia, juro que a tesoura não cortava e me “mastigou” a pele e foi a primeira (e única) vez que me ouviram na sala de partos, passado pouco tempo tinha uma enfermeira em cima da minha barriga, não sabia que era uma manobra perigosa e na altura “agradeci” a ajuda. Primeira ventosa, soltou-se da cabeça do bebé, segunda ventosa e o bebé sai. Não me consigo lembrar do momento em que o bebé saiu... vem para o meu colo e depois é levado para ser avaliado. Fico a ser cozida e sinto cada ponto, cada nó que a médica dá.
    Vem a pediatra, está tudo bem com o bebé mas tem qualquer coisa no braço. Não me recordo das palavras exatas mas imaginei que tinha uma nódoa negra ou algo do género. Passadas umas horas ouço pela primeira vez as palavras Lesão do Plexo Braquial Obstétrico (LPBO) mas não fazia a mais pequena ideia do que se tratava. Recebo indicações de como posicionar o braço do meu filho e dos cuidados a vesti-lo e dar banho... dia seguinte e tem consulta de fisiatria. Estava a ficar verdadeiramente preocupada com o braço dele. Eu levei 2 meses a recuperar do parto, tinha dores horríveis e constantes. O meu filho... bem o meu filho efetivamente teve LPBO e iniciou fisioterapia com menos de 24h de vida. Não me vou alongar na explicação sobre a LPBO mas na cervical sai da espinal medula umas raízes nervosas que dão movimento ao braço, essas raízes foram lesionadas e o braço do meu filho parecia de um boneco de trapos, sem qualquer movimento. Tem agora dois anos, faz fisioterapia desde as 24h de vida, natação desde os 8 meses. Uma cirurgia de 7h aos 3 meses e 3 semanas com o braço imobilizado e aos 15 meses outra cirurgia de 4h e 7 semanas com o braço e tórax engessados. Não sabemos quantas mais cirurgias poderá necessitar e quais a limitações na vida adulta.
    Eu finalmente ganhei coragem para marcar consulta de ginecologia para ser encaminhada para cirurgia de correção da cicatriz da episiotomia, é impossível ter relações sexuais, esforços e até espirrar dá a sensação que a cicatriz vai rasgar...
    Desculpe o texto enorme mas ainda hoje choro ao falar do meu parto, sobretudo pelo meu filho.
    Um grande beijinho

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  18. Mas porque não se denunciam estes casos?! Porque todas vós que têm queixas a fazer não dizem nomes de médicos? De hospitais? Porque é assim tão tabu apontar o dedo a quem vos fez estas atrocidades?!?!?!?!

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  19. Bom dia, eu só queria dizer que no meu caso que faz hoje exactamente um mês fui muito bem tratada no hospital de santa Maria. Cheguei pela urgência com contrações de 3 em 3 minutos e com una dilataçao de 2 que passou para 7 em uma hora. Nao conseguia eatar sentada, nem deitada e deixaram-me estar como eu quis, que era em pé. Tive medicos e enfermeiros sempre preocupados comigo ate me darem a epidural (como estava a tomar hexoheparian, tive de esperar doze horas desde a última toma para poderem fazer o cateter para a epidural). E deram-me epidural e rreforço sempre que pedi e rapidamente. Foi parto natural com ventosa e com episiotomia. Tive sempre o meu marido comigo e uma enfermeira que me segurou na mão desde a inserçao do cateter para eu nao me mexer durante a contracção ate ao momento em que me pos a bebe no peito. Foi um pos parto doloroso? Foi! os pontos incharam um pouco e passei oa primeiros sete dias com bastantes dores. Mas em termos de acompanhamento pelso profissionais de saude do hsm foi sempre impecável. Ja era acompanhada no hospital e com a devida antecedência foi-me perguntado e foi mesmo assinado um plano de parto em que eu escolhi se seria cesariana ou parto natural e se no caso de ser necessário eu autorizava a episiotomia. E no dia em que entrei de urgência foi-me novamente perguntado se eu confirmava o plano escolhido. E tenho de realçar aqui todoo profissionalismo, cuidado, atençao e carinho que sempre.recebi desde os medicos aos administrativos. Eu passei a aser acompanhada.em santa maria porque a bebé estava no percentil 1,5 na eco das 22 semanas e fui vigiada semanalmente ate ao fim da gravidez com cada eco em que a bebe subia nos percentis a medica (Dra.Maria Afonso) ficava tao ou mais feliz que eu comemorando comigo sempre com um abraço e como uma Vitória de ambas.

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    1. Desculpe a correção, não me leve a mal. Mas o seu parto foi parto normal, e não natural. O parto natural é um parto sem intervenções, e tanto a epidural, como a ventosa ou a episiotomia são intervenções. Mas ainda bem que se sentiu respeitada e acarinhada, porque o importante não é se foi natural ou não, mas que tenha sido respeitada e informada e a sua opinião tomada em conta.

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  20. Que aperto no coração ao ler todos estes relatos! Como é possível (ainda) existir tanta falta de humanidade nos profissionais de saúde. Da minha experiência de parto dou nota máxima aos enfermeiros que por mim passaram. Gentis, atenciosos, cuidadosos. Senti-me acolhida. Mas o mesmo não posso dizer dos médicos, sobretudo da médica que foi ver-me horas após o parto. A minha filha nasceu às 02h00, subimos para o quarto às 06h00 e aí começou o filme de terror. Passado o efeito da epidural comecei a sentir dores horríveis em toda a zona da vagina e períneo. Sentia os pontos a repuxar, sentia-me inchada, não tinha posição para nada porque qualquer pressão que pudesse existir sobre essa zona era insuportável. Sangrava imenso. As enfermeiras davam-me gelo, não ajudava em nada, mas não me podiam medicar, era preciso esperar pela médica que esteve o dia todo no bloco de partos. Sempre que entravam eu pedia logo para não me tocarem naquela zona porque as dores já eram insuportáveis. Eram umas queridas. Observavam-me, diziam que estava com um enorme edema, mas que tinha que esperar pela médica. Às 18h00 aparece a médica. Peço para não tocar nessa zona. Ela abre-me a pernas, pois que toca e eu gritei que nem uma louca, eu diria como um animal em verdadeiro desespero. Estremeci toda. Senti uma dor que não consigo descrever. Ao que a médica pergunta "então mas já não está medicada?" E a enfermeira "não, doutora, isso é que eu lhe estava a dizer. Que a paciente tinha muitas dores e precisava ser medicada". A médica diz o que é preciso tomar e diz "o marido pode entrar e acalmar". E eu continuei a chorar, a tremer por mais do que uma hora. Tinha a vagina/períneo para aí 10 vezes maior, um inchaço enorme, no meio de todos os pontos, sempre a sangrar, sem posição e ela toca-me de uma forma intrusiva, fria, mesmo depois de pedir para não o fazer. E tive uma recuperação horrível. Com muitas dores. Demorei meses a recuperar fisicamente.

    É muito triste que as mulheres continuem a ser tratadas desta forma. É muito triste que ter um filho seja uma questão de sorte/azar.

    Um grande beijinho a todas as mães.

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  21. Li este post e fiquei com o pipi a tilintar, que impressão meu deus. Nunca tinha ouvido falar de tal coisa e parece-me um procedimento medieval, como é possível deixar a mulher vulnerável nas mãos de gente tão cruel?!
    Quando engravidei o que me causava mais medinho era precisamente a parte de coser, quando tudo aconteceu estava tão abananada e tão emocionada por ter a minha filha nos braços que nem liguei ao que se passava lá em baixo. Não foi o parto mais fácil do mundo mas não fiquei com nenhum trauma. Estou no UK e não desfazendo do sistema de saúde em Portugal que me parece muito bom, aqui o parto é visto como algo muito natural cuja intervenção médica é aplicada apenas quando realmente necessário. Dão mais opçoes à futura mãe em termos de "pain relief", local para o parto e também um apoio pós parto bastante presente em termos de cicatrização e amamentação por ex. Há outros aspectos muito melhores em Portugal, mais testes e ecos durante o parto e pediatras para o bebé, mas é apenas um ponto que julguei interessante.
    Muita força para as mamãs com historias de terror num momento em que tudo deveria ser harmonioso e feliz. Espero que consigam ultrapassar e recuperar e se for o caso esquecer essa parte do parto.

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  22. Infelizmente a violencia obstetrica acontece e muito no nosso pais e ainda hoje, hoje que pensava q estavamos no sec. XXI mas pelos vistos não... fui mae a 6 meses e ainda hoje choro de pensar no parto e pos parto da minha filha. A partir das 39 semanas o medico obstetra, nas consultas, fez me os toques mas como eu nao tinha dilataçao nenhuma, fez um "pouco mais forcado" (deslocamento de membranas) sem sequer falar comigo, sangue por todo o lado e dilatacao nada. Descobri mais tarde o q me tinha acontecido porque fui pesquisar. O mesmo medico induziu me o parto com a frase "entao mas quer ficar ai com a miuda para sempre?". La fui eu, 32 horas de trabalho de parto, contracoes fortes (so tive epidural depois de 15 horas de dores). Estive tanto tempo em sofrimento que comecei a ficar com tensao alta, febre e infecao e tiveram que forcar o parto com 8 cm de dilatacao e com ventosas. Podem adivinhar o estado em que fiquei... episiotomia e ainda rasgou para alem disso. A minha bebe teve q ir logo para a incubadora, esteve internada uma semana na neonatologia. Fiquei em choque com tudo o q aconteceu. Eu sabia que o parto nao ia ser menhum mar de rosas mas nunca pensei que fosse assim tao violento... estive quase dois dias sem comer, apenas comi uma ou outra gelatina, cheia de dores e quando chegou a altura de fazer força (que eu quase que já não tinha) ainda ouvi da medica e do enfermeiro "voce nao esta com postura de quem quer ter a sua filha". É muito triste. A epidural tinha terminado as 16h, a minha filha nasceu as 18h e terminei de ser cosida as 19h e tal, tudo ja sem anestesia nenhuma! Como se nao bastasse os pontos rebentaram, infetaram e tive que voltar a ser internada menos de 2 semanas depois para fazer uma cirurgia para corrigir. Disseram me nas urgencias que tive azar e q provavelmente nao reagi bem ao tipo de linha. Estive 3 meses sem me conseguir sentar sem dores, medicacao para as dores quase todos os dias... corrigiram tao bem que fiquei "deformada" e a medica ja me falou em fazer uma cirurgia de reconstrucao do perineo para nao ter problemas dentro de alguns anos... agora nao consigo pensar nisso. Descobri, ouvindo a conversa de dois medicos, quando estava a espera para entrar no bloco operatorio no dia da cirurgia que no dia 12 (dia em que a minha bebe tinha nascido) tinham esgotado o numero de cesarianas e que tinha estado uma coitada a sofree horrores que precisava de cesariana mas que teve q ser normal.. essa coitada era eu!! Enfim uma pessoa fica taoo mal que nem forcas tem para voltar e fazer queixa, so queremos que tudo fique bem connosco e com os nossos bebes.. foi a primeira vez e nao sabia ao que ia mas se houver uma proxima nao vou deixar que me facam nem metade!!! Beijinhos a todas

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  23. Tive a minha filha no Hospital de Braga em 2017 e foi um filme de terror. Episiotomia, manobra de kristeller, tudo o que é desaconselhado pela OMS. Trataram-me como se não fosse um ser humano. Nunca mais vou esquecer a cara do obstetra e de duas enfermeiras que estavam na sala de partos.
    Foram informados em todas as consultas no hospital que tinha sido operada por duas vezes nessa zona e que o útero estava com aderências e "colado" à parede abdominal. No fim do parto tenebroso, o útero não retraiu e sangrou. Ninguém se preocupou em escrever no relatório que a perda de sangue tinha sido mais do que o normal. Resultado: hemoglobina a 6 (quando o mínimo é 12), passar os dois primeiros dias da minha filha prostrada numa cama, com dificuldade em iniciar a amamentação devido ao cansaço e só ter feito análises porque quando me vieram dar alta a obstetra olhou para mim disse "está um bocado pálida"! Lá tive que passar mais uma semana no hospital e levar transfusões de sangue.
    Quero ter mais filhos mas tenho a certeza que não irão nascer no Hospital de Braga!

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    1. Para o próximo vá para o Hospital de Viana do Castelo - amigo dos bebés e das mães. Fui tratada com carinho e como se fosse alguém muito importante para eles. Senti-me espécial e que aquele momento tb era especial para elas (apesar de o fazerem dúzias de vezes por dia). Quando as bebés saíram, nós dois partos as enfermeiras pareciam que estavam a pegar num tesouro e demonstravam alegria genuína. Nos dias seguintes as enfermeiras foram atenciosas, carinhosas e disponíveis para ajudar em tudo, principalmente na amamentação.
      A isto chama-se sensibilidade, bondade e ética profissional. Um parto é um momento único que merece ser recordado só pelas coisas boas.
      A oxitocina consegue "eliminar" as memórias das contrações, mas não há nada que faça esquecer a humilhação e os maus tratos que estão relatados.
      Que direito têm "profissionais" de compuscar as lembranças associadas ao nascimento de uma criança?
      há, só aqui neste post dúzias de relatos. Quantas de vocês fizeram queixa? Se ninguém o fizer as práticas não mudam..

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  24. Sou aluna do 6.º ano de Medicina e estou atualmente a fazer estágio em Gineco/Obstetro (no estrangeiro).

    A violência obstétrica é um tema que deve ser abordado, sim. Os profissionais da área deviam estar atentos à linguagem que usam (a frase "não gritou quando o fez" é péssima), ao facto de estarem a apoiar pais num momento único das suas vidas e devem estar cientificamente atualizados para saberem que manobras são verdadeiramente úteis e quais manobras se percebeu serem, muitas vezes, supérfluas e que portanto não devem ser rotina.

    Mas com esta parte discordo veemente: «Só mais tarde percebi que há médicos que inventam desculpas para que o bebé nasça no dia mais conveniente ou para prosseguirem para cesariana: "placenta velha", "pouco líquido", "está sentado", dizendo também, muitas vezes, que, com 37 semanas ou 38 já estão mais que prontos, ou que são muito grandes, ou que... A mulher, vulnerável, perante aquele que considera o expert, aceita tudo.»
    Porque até pode haver maus profissionais que inventam motivos, mas *há*, de facto, indicações para se fazer diretamente uma cesariana ou para induzir um parto mais cedo. Porque se a placenta já estiver muito degradada ou o líquido amniótico abaixo de um certo limite, o bebé está em risco e pode ter de nascer rapidamente. Porque mesmo que a evidência científica hoje diga que os riscos de um parto pélvico ("bebé sentado") correr mal (que pode correr - os pés, que são relativamente estreitos, 'nascerem' mas o colo ainda não estar dilatado o suficiente para a cabeça sair, o que como é óbvio é uma situação muito complicada e que necessita de manobras muito urgentes!) podem não ser muito maiores do que uma cesariana, com o tempo a experiência em parto pélvico dos profissionais da área esbateu-se, e se não têm experiência em partos pélvicos (ou seja, em resolver possíveis complicações!), claro que aí é preferível fazer uma cesariana. Creio que em Portugal só o Santa Maria tenta fazer parto pélvico por via vaginal.
    E o muito grandes também. Bebés cuja ecografia prevê serem bastante pesados (para lá dos 4kg; mas as ecos têm uma grande margem de erro para o peso) têm muito maior probabilidade de terem uma complicação chamada "distócia de ombros", em que a cabeça do bebé consegue passar mas os ombros ficam presos -porque o bebé é gordinho e, ao contrário do normal, fica com a zona dos ombros mais larga do que a cabeça - que é uma complicação que tem de ser resolvida muito, muito rapidamente ou as consequência para o bebé podem ser fatais. Quando se prevê que o bebé é muito grande pode ser adequado partir logo para cesariana para prevenir isto.
    Até porque se é relatos que procuram, tenho um fresquíssimo... no hospital em que estou a estagiar - onde não há episiotomias de rotina, e onde em geral há atenção com a privacidade e bem-estar das mulheres (mas onde partos pélvicos são por cesariana ;) ), tivemos uma mulher cujo bebé era estimado pela ecografia ter 4,4kg, e, após alguma discussão entre médicos, a grávida foi aconselhada a ter uma cesariana por risco de distócia de ombros. A grávida, no seu direito, não quis e, horas depois, acabou por ter o bebé por parto vaginal. A tal complicação temida pelos médicos, a distócia de ombros, aconteceu mesmo. Os médicos fizeram as manobras para a corrigir o mais rápido possível, mas ainda assim depois de nascer o bebé teve de ser reanimado e acabou nos Cuidados Intensivos...

    Estas histórias também são reais. O parto é um momento fisiológico, mas fisiologicamente a Natureza está-se nas tintas se alguns bebés ou mães morrem pelo caminho. Se hoje em dia temos uma taxa de mortalidade materna a rondar os 7 por 100 000 (!) e uma taxa de mortalidade infantil de 3 por 1000, também o devemos às cesarianas, aos forceps e ventosas, e até a algumas episiostomias. Sugerir que são só "desculpas" inventadas por médicos é uma influência que uma influencer responsável não pode ter. Porque por uma árvore podre não se manda abaixo a floresta inteira! :)

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    1. Obrigada pelas suas explicações que fazem todo o sentido. Concordo que rapidamente se está a ir para o extremo oposto e que devemos ter uma abordagem mais racional ao tema. No outro dia num grupo do Facebook (onde não deveria estar...) vi alguém a pedir ideias para planos de parto e algumas respostas fizeram-me estremecer, porque existe de facto a facção “vamos voltar a parir como na idade da pedra” (e claro, morrer também como na idade da pedra). Dito isto, volto ao início do seu comentário. É absolutamente inaceitável que hoje em dia se vivam situações obstétricas como algumas aqui relatadas e só desejo que todas as mães que passaram por elas tenham força para fazerem todas as queixas possíveis e que este tipo de profissionais sejam afastados e que nunca mais contribuam para dar cabo de memórias que deveriam ser as melhores.

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    2. Atenção que eu não disse que TODOS os médicos inventavam essas desculpas, disse que HÁ médicos que inventam essas desculpas. Não disse que essas razões eram inválidas para que houvesse procedimentos médicos, induções, cesarianas, etc. mas a verdade é que são usadas vezes demais quando nem sempre correspondem à realidade. Às vezes basta consultar uma segunda opinião :) e basta ver a quantidade de bebés que nascem bem abaixo do peso estimado, basta ouvir a quantidade de mães com partos induzidos às 37,38 semanas porque já está pronto, etc, etc. percebo que sinta que tenha de defender a classe (que eu prezo muito, indispensável e a quem estou muito grata), mas não me acuse de irresponsabilidade a mim nem deturpe o que eu disse. :) beijinhos e boas práticas :)

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    3. Relatar casos reais de violência obstetríca não é por em causa a intervenção necessária durante o nascimento.
      A Joana está a trazer à luz do dia uma situação que muitas mulheres desconhecem, não está a por em causa o trabalho e a intervenção médica.
      Há muitos casos em que as mulheres nao se sentem respeitadas durante o parto e isso pode até nem ter relação com a quantidade de intervenções que são efectuadas.
      O problema maior, no meu entender é que as mulheres depois de parir tenham vergonha de falar do seu parto, porque se sentiram inúteis e incapazes ou porque foram magoadas/violentadas fisica e psicologicamente e isto acontece quando na realidade nao se respeita a mulher (e acompanhante) e a Criança que está a nascer, e o próprio parto que tem o seu tempo e que também tem de ser respeitado...

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    4. Concordo com o que disse a futura médica. Quem deve selecionar os procedimentos e tipo de parto deve ser o médico de acordo com o melhor interesse da mãe e da criança. Considero um total retrocesso a moda das Doulas e do parto em casa e essas cenas. Fico arrepiada. A epidural - melhor invenção de sempre! Pergunto sempre a quem torce o nariz se arranca ou trata dentes sem anestesia... à moda antiga... Também acho que este assunto deve ser discutido e debatido mas mais pela comunidade médica do que pelo público geral. Infelizmente há tendência para passarmos do 8 para o 80 e já estou a ver parturientes a questionarem tudo o que dizem os médicos. Informação de fóruns não é bem a mesma coisa do que formação médica, tà? Temos é que ter sorte com os médicos e enfermeiros que nos aparecem😁 ou então escolher bem o hospital analisando as práticas que defende e adopta...

      POR OUTRO LADO o que a JPB disse tb é verdade e acontece muitas vezes. Infelizmente há obst que querem tornar isto nUM BRASIU onde parto normal é uma exceção e coisa dipobri. Na minha primeira gravidez o meu médico do privado esteve sempre a pressionar-me para ter a criança lá e para ser por cesariana... Que era mais prático, que podia escolher o dia, que havia menos complicações, que depois das 38 já não estava lá a fazer nada... Sempre a insistir perto das 38 diz-me que tenho pouco liquido e que tenho que repousar e o melhor era nascer por cesariana nos dias seguintes... nessa tarde faço 50km gasto 100€ e peço segunda opinião a um dos pioneiros da imagiologia e dos melhores obstetras do país. Tinha Montes de liquido. Casos semelhantes aconteceram com pessoas que me são próximas. Conheço duas que decidiram fazer cesariana logo as 38 e afinal os bebés eram demasiado imaturos e passam mal, tendo que ficar internados... Existe uma tentativa clara de acabar ou despojar o SNS e de mercantilizar o parto. Isto é mais que evidente...

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    5. Muitos, mas muitos aplausos para este comentário. Obrigada!

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  25. E mais acrescento (o comentário anterior era demasiado grande!): não é só boa vontade dos profissionais, ou mesmo formação dos mesmos (e, por outro lado, das grávidas/casais) que é necessária. Também é preciso outro tipo de recursos: por exemplo, é preciso espaço para que estes partos humanistas possam acontecer, isto é, que os blocos de partos permitam que uma mulher experimente várias posições, que sejam amplos para a mulher poder deambular à vontade; e ainda mais importante, é preciso tempo - que haja mais profissionais a trabalhar, para que cada um deles possa ter mais tempo a apoiar a mulher (/casal) durante o parto, e não entre em correrias porque há muito para fazer. Porque dizer "ai grita agora? quando o fez não gritou, não!" é só má educação, mas há partos apressados porque há mais mulheres à espera na sala de partos, no bloco, nas urgências, e se eu não fizer isto agora, será que daqui a um bocado quando o parto acontecer, haverá enfermeiro, médico, pediatra? Há profissionais exaustos, stressados ao ponto de já não conseguirem ver a beleza e privilégio que é a sua profissão.

    Há muito por fazer nesta área da Obstetrícia, que é tão bonita mas é tão complexa, e a violência obstétrica é um tema que deve ser abordado, mas sempre com alguns cuidados. Porque há (pelo menos) duas vidas em jogo, e todos queremos uma história bonita, mas ainda mais queremos uma com um final feliz :)

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    1. Dizer que "a violência obstetríca é um tema que deve ser abordado, mas sempre com alguns cuidados." é como dizer que há razões para a Violência doméstica! Se calhar ela merecia!
      Uma coisa são intervenções médicas necessárias outra muito diferente é violência!
      Posso falar de partos instrumentados com alguns cuidados, posso falar de cesarianas com alguns cuidados mas de violência obstetríca falarei sempre sem cuidados, com realidade e com crueza!
      Porque quando uma mulher é violentada é diferente de se fazerem procedimentos necessários! Não se pode confundir conceitos! Violência é violência!

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    2. Concordo plenamente com este segundo comentário... Até fico envergonhada com isto.

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    3. okay, Sara, não era isso que eu estava a querer dizer. :) ninguém merce ser alvo de violência, obstétrica, ou doméstica ou o que seja; isto para mim também é óbvio.
      se quiser, ficamos com o "porque quando uma mulher é violentada é diferente de se fazerem procedimentos necessários", que era por aí o meu comentário ;)

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  26. Depois de ler tantos comentários, chorar e relembrar o dia do parto da minha princesa, já não vale a pena colocar aqui a minha experiência, porque me retratei em muitas. ;(
    Só me resta pedir que acabem com este sofrimento a que uma mulher é sujeita.
    A princesa F. é a minha única filha e está a poucos dias de completar 8 anos, é o meu maior tesouro, mas não penso em ter outro e, acho que isto diz tudo.
    Coragem e força para todas as mães que sofreram horrores no parto, porque este é um trauma que nos acompanha durante a nossa existência nesta vida.

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  27. Os meus 2 filhos nasceram no Beatriz Ângelo em Loures. Os dois foram induzidos pois já estava de 41,5 semanas o Francisco depois de 42 de indução acabou por nascer de cesariana chamaram eles de indução falhada... mas porque saiu líquido verde... acho que se não tivesse saído o bendito líquido tínhamos continuado lá... mas aí o meu marido esteve ao meu lado.... na parte da cesariana mandaram sair na altura no público ainda não podiam assistir... neste parto penso que tudo correu apesar do tempo de indução e das dores das contrações desnecessárias.... o pessoal médico 5 estrelas e enfermeiros
    Da 2 filha a Maria fui muito mais tranquila pensava eu que nada podia correr mal .... tinha pedido ao medico para não voltar a ter uma criança as 42 semanas mas as 40 semanas a Maria ainda não tinha nascido e no hospital não me marcaram a consulta que costuma ser semanal nesta fase fui lá ver se tínham se esquecido de mandar a carta... lol o médico estava de férias.... lá muito custo marcaram uma consulta para outro médico para 2 dias depois... falei da minha preocupação de chegar outra vez as 42 semanas mandou estar daqui 2 no hospital.... voltaram a induzir mas com outros medicamentos mais fortes em 2horas já tinha as águas rebentadas e dores fortíssimas pedi para me levarem para o bloco de partos e demoraram mais 2-horas pois dizem eles que não tinham pessoal para me vir buscar.... apartir do momento que me levaram para o bloco a coisa descambou desde me chamarem nomes eu pedi para Enf que estava a ajudar a anestesista que tira-se aquela Enf dali pois so me faltou de besta quadrada... do quarto até ao bloco fui mal tratada... chegou ao quarto e disse eu não podia estar a a fazer força pois não era o local informei que estava a espera dela a 2 horas já não conseguia estar quieta e sozinha.. pois apartir do momento que decidiram que ia para o bloco mandaram o meu marido sair para a porta do bloco de partos.... a anestesista,não conseguia dar a anestesia pois as costas não estavam quietas.... pois as contrações eram já serradas e fortes lá conseguiu dar mas não pegou pois tenho problemas de coluna mas eu tinha explicado a medica isso pois quando foi do Francisco tinham dado mais acima lá acedeu dar mais a cima .....e o meu marido continuava a porta... quando perguntei a medica pelo meu marido ela disse que a criança não se estava a mexer mandou tossir por de 4 ... a medica começou por dizer que não podia chamar pois ia ser um parto de ventosas ... mas que tal dizer... estava em pânico o o único parto que tinha pavor era esse...mandou me fazer força mas não tinha pois tinha acabado de ter anestesia... foi entretanto uma Enf para cima de de mim para puxar a barriga para baixo.... vejo a minha filha a ser levada mas sem me a darem para as mão fiquei em pânico... falei com a medica e disse que o pediatra estava a ajudar a respirar mas que ela estava bem... agradeci... falei com a medica que estava a sentir ela cozer-me ela colocou um produto qualquer que comecei a ficar com falta de ar... a 1- medica ja tinha sido embora e já tinham abandonado a minha cama a meio do corredor pois precisavam do bloco de partos... uma 2 medica é que reparou que não estava a conseguir respirar .... sem filha nos braços e sem conseguir respirar sem conseguir comunicar com o meu marido para ele ver da minha filha... o meu marido só informado 2 horas depois do Nascimento. Convenci a Enf a trazer a Maria a mim... mas informou que não havia berço que tinha de estar na minha cama... eu não me importo queria que ela estivesse comigo... na minha mera opinião de quem passou por 2 partos tao díspares prefiro a cesariana... não volto a querer ter mais filhos ainda hoje tenho dores na cicatriz da epistomia. Acho que o curso de Medicina e de enfermagem,não deve ser para quem tem boas notas mas sim um exame psicológico....

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  28. Tive a sorte de ter um bom parto e em que fui bem tratada, toda a equipa estava focada no ato médico em si (foi uma cesariana), em que tudo corresse bem, sem que acontecesse alguma coisa de mal a mim e ao meu bebé. Só tenho a agradecer à minha obstetra e à restante equipa.

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  29. Tenho 5 filhos. O primeiro nasceu na MAC em liboa. Estive 24h cheia de dores. Dilatacao mto lenta. A obstetra k me hospitalizou saiu do turno e tornou a entrar e viu me la na mxma sala de partos a sofrer horrores ja com mascara de oxigenio devido a crise de asma e sem ninguem a importar se. Ela so disse. Levem na para o bloco imediatamente. Fazemos 2 tentativas com ventosa se nao funcionar ceseriana de seguida. Fui para o bloco. Bendita obstetra.a segunda tentativa o meu bebe saiu. Vinha roxo e todo inchado.mx pelo meio disso deram me epidural knao pegou. Veio uma equipa km 8 estagiarios onde todos keriam meter a mao ao k recusei. Disse k deixaria apenas 1. K fossem a outras mulheres. Nao dei um unico grito(nao sei gritar) mx passei mto mal. Fizeram episio o pos parto foi horrivel. Nao me kero alongar mto. Mx foi td um horror. Assim k o bebe nasceu nem o vi. Levaram no para limpar pesar etc. Trouxeram mo quase 1h dpx.
    Segundo bebe...menina..pequenina. 40 semanas. MAC de novo.epidural de novo k nao pegou. Trabalho de parto de 10h a sofrer. Ao fim de 10h chamo pk sentia a minha filha a nascer...sim sentia ja a cabeca dela na minha vagina. A enfermeira disse me para parr pk me tinham rompido a bolsa ha apenas 5 minutos. Nao era possivel k a bebe ja estivesse a nascer. O meu marido ja farto de tanta palhaçada agarrou por um braco e mostrou lhe a cabe da minha filha a fazer forca para sair. A enfermeira meteu se aos berros a pedir ajuda k tinha um bebe a nascer. Foi se embora. Veio outra equipa a bebe nasceu rapidamente. Mx mais uma vez nem ma mostraram. Levaram na. Coseram me.claro k nada de anestesias.comodo primeiro senti td td. Ao fim de 1h finalmente ma trazem.o parto e o pos foram horriveis. Mx nao tao maus como o primeiro. Fiz uma jura k se tivesse mais algum filho nao seria na MAC. E mantive esse juramento.

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  30. 3 filho. Menino. Gravidez de risco. Resolvi ser seguida em santa maria(onde eu mxma nasci tb) fui seguida por uma medica espectacular. Sempre me apoiou mto. Conhecia a minha situacao. Nao disse anteriormente mx dpx do segundo filho perdi um bebe as 39 semanes. Pasei por um parto normal(nao vou falar aqui desse parto) . A mxma medica k me fez esse parto seguiu me e fez me o parto do 3. Fui internada pk tinha contracoes constantemente devido ao stress do k aconteceu interiormente. A medica perguntou me se eu aceitava k o bebe nacesse entao as 38 semanas para parar km todo o stress e idas as urgencias. Eu aceitei. Tive consilta de manha. De tarde ela estava de banco e mandou me la ir ter. Fui internada as 16h. Deram me medicacao. Passados 10 minutos estava com contracoes horriveis e 6 de dilatacao. Chamei a enfermeira k foi mto cuidadosa e impecavel kmgo. Disse k a medica estava a fazer um parto e k vinha assim k terminasse. Mx passado 5 minutos a medica apareceu .disse k deixou a colga a fazer o parto para me vir ver. Entao ordenou keu fosse para a salade partos para me darem epidural. E assim foi. Quando la cheguei ja estava td pronto e anestesista a postos. Enquanto me davam a epidural(demorou um pouco devido as contraçoes e a escoliose k tenho) deixaram de apanhar o batimento cadiaco do bebe no ctg. A minha medica estava a minha frente ja mto aflita. E so dizia a anestesista para se despachar k ja nao apanhava o bebe. Claro k devido a situacao anterior ela ficou aflita e eu tb. Chegou mxmo a mandar a anestesista parar km td para me levarem para ceseriana. Mx entretanto ela terminou. A medica deitou me e fez um ctg pela vagina. Felizmente estava td bem mx o bebe desceu tanto duranto a anestesia k foi por isso k nao se apanhava mais. Todos suspiramos de alivio como e normal. Em 5 minutos tive o meu filho. Foi td bem. Td correto. Ate ao momento k mo mostram fugazmente e desapareceu km ele para a sala ao lado enquanto me cosiam. A epidural apenas fez efeito para me coserem. Entretanto como estavamos aflitos k houvesse algum problema a medica levou o meu marido para a sala ao lado para ver o bebe k estava bem. Tive um pos parto rapido. Correu mto melhor. Axei k realmente no hospital de santa maria fomos bem tratados sem pressao nem violencia.

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  31. O 4..menina...as 34 semanas...gravidez de alto risco. Impecavel. Uma parteira estagiaria sempre ao meu lado. Aos 4 dedos a dilatacao parou por horas. Estavam ja decididos a levar me para ceseriana mx entretanto decidiram dar mais meia hora de chance. Finalmente um parto k a epidural pegou bem e estava a fazer efeito. Condicoes espectaculares. Musica e luz ambiente. Consegui mxmo dormir durante o trabalho de parto. Entretanto ao fim dessa meia hora o parto avancou rapidamente. Ligaram para o meu marido vir(eram 3h da manha) as 3.30 ela nasceu. Pequenina mx bem de saude. Posicionaram me de maneira a k eu pegasse na minha bebe assim k ela saisse e assim foi. Puseram na no meu peito pele km pele. Como tinha apenas 34 semanas a pediatra veio logo avalia la. Tinja apenas o acucar baixo. Eu tive diabetes gestacionais controlados. Pediram me para lhe dar o peito ao k eu acedi. Ela mamou. De seguida como ainda tinha o açucar baixo deram lhe leite artificial por um copinho. Axei demais pk nunca tinha visto e entao explicaram me k nao keriam dar biberon devido ao meu desejo de amamentar. Td correu bem. O meu parto foi a contar anedotas km as duas parteiras.ate o meu marido dizia k parecia um filme k a coisa corresse tao bem e tao calmamente. Nao me coseram. Nao houve necessidade. Foi um parto k levou o seu tempo mx k nao foi apressado.e k td correu mto bem.
    5 e ultimo. Menino. 38 semanas. Ida as urgencia devido ao bebe nao mexer. O meu medico estava em consulta mx fui atendida por outro medico e parteira impecaveis. Viram k estava td bem. Mx viram tb o meu stress. Conheciam os meus atencedentes. O medico falou km o meu. Como tinha 38 semanas propuseram k fizemos o bebe nascer...para k eu nao continuasse com o stress. Eu acedi. Fikei la internada a noite para descansar e iriam por me a medicacao de manha as 6h da manha. Felizmente nao foi preciso...a mae natureza tem destas coisas. O trabalho de parto iniciou a meio da noite. As 6h da manha quando me ligaram para o quarto para ir a sala de partos para me medicarem ja eu estava com contrações e km 4 dedos. Mx como nao eram fortes mandaram me descansar ate as 10h se aguentasse as contracoes. Caso ficassem mto fortes para ir ter a sala de partos para chamarem a anestesista. Eu podia andar a vontade dum lado para o outro. Nao nos obrigavam a ficar na cama o k e mto bom. As 10h entao levei a epidural. Td correu bem. O meu bebe nasceu as 13.57. O meu medico veio ter kmgo a sala de partos ainda km o prato da sopa. Comeu a sopa ali ao pe de mim. A falar kmgo. Pediu o cafe mx ja nao teve tempo para beber o cafe pk teve k me fazer o parto. Fikei a dever lhe um cafe. Td impecavel mais uma vez. Nunca fiz plano de parto. As coisas foram se derolando conforme os meus desejos. Como puderam testemunhar tive duas más experiencias. Uma k posso consideram boa. E duas mto boas. Apenas nas duas más experiencias me fizeram episiotomia.
    A remarcar k estes dois ultimos partos foram no luxemburgo.
    Peco desculpa pelo longo texto mx foram 5 experiencias.
    Lutem pelos partos humanizados. Lutem para k os nossos desejos sejam respeitados. Mta força para as mamas k viveram mas experiecias mx pensem k nao e sempre assim.

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  32. Obrigada pelo teu texto Joana.

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  33. Quando fui ter a minha bebe ia com muito medo exatamente por ter conhecimento de varias dituaçoes como as aqui comentadas. Entrei no CHP (maternidade julio dinis, porto) as 38 semanas por perda de liquido. Tava com contraçoes leves e espantei-me qd soube q ja estava com 4cm de dilataçao. Ja fiquei la. Estive durante a noite na sala de partos (que considero com otimas condiçoes) ligada ao ctg com o marido ao lado e enfermeiras que vinham vigiando. Como fiquei sem contraçoes e cheguei a ficar la a dormir tal era a calma (so para perceberem como era o ambiente!) acharam q seria melhor induzir. 30 min dp pedi epidural apesar das enfermeiras terem desconfiado pq n deveria ter dores assim tao fortes tao cedo e o ctg tb n acusava contraçoes fortes. Mas eu achava q sim e la me deram. Disse ao meu marido que estava no ceu, que aquela sensaçao deveria ser a q os drogados têm! 30 min dp o meu marido teve que chamar a enfermeira pq eu sentia a menina a nascer e ninguem estava a contar. So estava uma enf disponivel q menpediu so para a deixar vestir a bata e preparar as coisas e assim foi, uma enf e o meu marido a ajuda-la! Puxei 2 vezes e ela nasceu, assim numa calma e facilidade que nunca imaginei. Mas lembro-me que ao fim de puxar a primeira vez a enf disse «  va puxe agora bem e vai ver q nem vai ser preciso cortar nada » e assim foi. Sem dor, sem pontos, bebe em cima de mim imediatamente pra mamar. Posso dizer q 1h depois tava pronta pra vir pra casa sem qq dor ou problema na zona critica! So q n me deixaram (por causa do bebe claro) senao tinha vindo logo pq acreditem q me sentia como se nada tivesse acontecido. Sei que tive sorte com o caso mas tb sei que apanhei uma boa profissional!

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  34. Ah no comentario acima esqueci-me de referir que foi em 2016, nao sei se por ser + recente ha menos estas praticas mutilantes e mais respeito pelas maes!

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  35. O meu parto foi induzido às 39 semanas no Hospital da Luz. Deram-me epidural, a enfermeira deu um empurrão na barriga e a obstetra fez episiotomia. O bebé nasceu bem, eu não tive nenhuma complicação. Onde é que aqui há algum tipo de violência?

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    1. se acha normal fazerem empurroes na barriga entao parabens. porque isso as vezes pode causar grandes complicaçoes no bebe) imagina que está "presa" num espaço muito limitado e alguem começa empurrar em cima de si, acho que nao ia gostar ja nem falo de induçao de parto. nao sabia que o bebe pode estar na barriga de 40 a 42 semanas? para que induçao? bebe sabe melhor quanto esta pronto para "sair".

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