10.20.2019

Tive a Marie Kondo cá em casa!

Foi uma razia. A Joana Gama veio cá a casa com a Irene supostamente para as miúdas brincarem, mas quem se divertiu mesmo mesmo foi a Marie Kondo tuga. Eu já sabia que a Gama era toda organizada, mas não estava nada à espera que aquilo a que ela chamou "mandar as plantas mortas para o lixo" fosse uma limpeza daquelas à minha cozinha. Começou nas plantas, passou para as tentativas fracas de imitar tupperwares, pratos de plástico e copos das miúdas, decorações, foi tudo a eito, nem têm noção. 

Primeiro destralhar: "só precisas de 8 canecas!", depois tornar o espaço o mais minimalista possível, ganhando espaço para "esconder" tudo - até o azeite a Kondo bitchy me tirou do alcance. Já voltei a pôr no sítio, lamento, tem de estar ao lado do fogão. Mas foi divertido até. Eu tenho espírito para isto, se calhar se fossem vocês até lhe tinham dado um chuto no cu. Eu sei que preciso de ajuda nestas coisas. Apesar de achar que não tenho muitas coisas (roupa, sapatos nem grandes estantes, armários com tarecos e tralha), acabo por ter e - até - por ter dificuldade em me desfazer de muitas coisas. Vai-se a ver e sou acumuladora, num grau bastante reduzido, vá. Acho sempre "isto pode dar jeito para elas brincarem/colarem/recortarem" e vou guardando tralha. "Vou reciclar isto"; "vou pintar aquilo", "vou transformar isto em calções", "isto ainda vai dar jeito" e as coisas vão ficando, ficando, ficando. Acho que consumimos em demasia e custa-me deitar fora para comprar novo. Mas há um meio-termo que eu tenho de encontrar. 

Olhem, entusiasmei-me. A Joana Gama, em calhando, ainda dá uma perninha como personal organizer ou assim, que ela é talentosa para caramba nisto. Foi um alívio para mim e nem sabia que precisava mesmo disto. Cozinha já está bastante encaminhada (percebi que o destralhanço se vai dando com o tempo e não pode ficar só por aqui), móvel da sala foi hoje e - apesar de cansativo - foi ma-ra-vi-lho-so. Nunca pensei dizer isto sem estar a falar de uma viagem, de um filme ou de uma cascata de sushi, mas foi. Apetece-me viver. Ahah

Apesar das minhas graves dificuldades em desfazer-me dos tarecos, sobrevivi!
Percebem a postura da Gama, não é? Têm amigas assim duronas?


Racismo e homossexualidade: como explicámos às nossas filhas?

Bem, isto era para ser uma coisa e ficou outra. Deixámos a conversa fluir. A verdade é que, como pais, nunca temos certezas absolutas de como abordar certos temas, mas o mais engraçado é que, por vezes, nem temos de o fazer. Basta ver a forma descomplicada como eles resolvem os assuntos dentro deles e, afinal, somos nós que aprendemos uma grande lição: tudo é mais simples do que às vezes julgamos.



O que eu e a Joana Gama fizemos aqui foi um exercício sem termos aprofundado nenhum dos assuntos e sem estarmos sempre a tentar ser politicamente correctas no uso dos termos (as nossas opiniões são isso mesmo, com base na nossa sensibilidade e nos poucos documentários que fomos vendo, etc). Por isso, estamos à espera que venha desse lado mais alguma biblioteca sobre estes assuntos, sim? E até ajuda para a forma como nos referimos a "preto", "branco", se empregámos de forma errada a "etnia", etc. Queremos aprender. Sem "hate" desse lado, por favor.

Vamos a isso?





Entretanto podem seguir-nos também nos nossos instagrams: JoanaPaixaoBras e JoanaGama e claro, amaeequesabe.pt

Temos novo podcast, desta vez sobre sexo (estou corada só de pensar que vão ouvir, caraças).
Mas vá, coragem.

10.15.2019

Lembram-se quando a cama tinha picos?

Lembram-se quando souberam que estavam grávidas?

Da primeira vez que ouviram o coração do vosso bebé?

Os primeiros pontapés?

As contracções? 

A primeira vez que o seguraram?

A primeira vez que o viram ao colo de quem o fez convosco?

O caminho do hospital até casa?

A primeira vez que o viram a dormir na caminha que tinham preparado?

A primeira vez que, depois do leitinho, adormeceu no vosso peito?

O primeiro sorriso? 

O primeiro piscar de olhos para vocês?

A primeira vez que lhe deram banho e se tornou uma das coisas mais giras?

A primeira palavra?

Quando começou a saber sentar-se? A mexer-se ao som da música?

A rebolar-se de um lado para o outro? 

A mexer-se de surpresa sem que estivessem à espera?

Os primeiros passos?

A quantidade de vezes que andaram curvadas a segurar-lhe as mãos para que aprendesse a andar?

A primeira vez que comeu de uma colher?

Quando experimentou pão e gostou?

Quando andou de baloiço e não quis sair?

Quando a "cama tinha picos" porque não havia lugar para dormir que o vosso colo?

Quando lhe vestiam uma roupinha nova e parecia que tinham um bonequinho?

Quando cheirar-lhe a cabeça parecia ser o melhor ansiolítico do mundo?

Quando bastava fazer um som diferente com a boca para ele sorrir para vocês?

Quando voltaram do trabalho a primeira vez e morriam de saudades dele?

Quando saiam de casa com o coração pesado por saberem que ele iria sentir a vossa falta?

Lembram-se daquela noite em que ele adormeceu rápido demais e, quando se sentaram no sofá, fez-vos tanta falta? 

Lembram-se daquela sopa que não estava maravilhosa, mas que ele comeu na mesma?

Lembram-se dos sons dos animais que ele aprendeu a fazer? 



Não é impressionante que esse bebé tenha crescido e seja esta pessoa que têm convosco? Não é impressionante que tenha saído de nós, tenha sido cozinhado em nós e que agora tenha opiniões e saiba dizer o que quer? 

Quanta sorte temos? 

É raro lembrar-me que a Irene já foi a minha bebé, mas sempre que me ocorre apaixono-me mais um bocadinho. Por ela e por mim. 

Do que têm mais saudades? 


Caramba. Que sorte.



No último podcast falámos sobre as nossas relações passadas. Sobre a Joana ter sempre namorado com a mesma pessoa em corpos diferentes, sobre eu já ter tido uma relação semi-aberta e até do meu primeiro grande amor. Oiçam, pode se que vos traga boas memórias também ;)