4.26.2019

Estas são três das minhas memórias mais queridas.

Não estive a pensar durante meia hora, convesso. 

Simplesmente foram as primeiras que me vieram à cabeça. O que se chama "top of mind", vá. 

Lembro-me de estar por baixo de umas escadas numa das casas onde a minha mãe e eu moramos (eram casas onde morávamos temporariamente enquanto ela tinha de estagiar em vários tribunais pelo país fora) a pintar-me toda com maquilhagem daquela super rasca e cheia de glitter. Não sei quantos anos tinha, mas ainda nem na primária andava. Sei que vivi aquilo muito à séria e que foi dos melhores momentos. 



Ainda na mesma casa, acho que foi Santiago do Cacém, lembro-me do orgulho gigante que tive em conseguir calçar-me sozinha. Eram ténis e eram de velcro, mas fiquei tão mas tão vaidosa. Nem imaginam. 

Lembro-me também de, numa das vezes em que o meu pai me foi levar à casa da minha mãe, me ter dado uma caixa de mini-pastilhas e ter escondido no meu blusão. Ter dito: agora têm um valor mas, quando te esqueceres delas e voltares a encontrar, vão ter um valor ainda maior. E tinha razão. 

Sei que é sexta-feira, que poucas serão as pessoas que abrirão este post, mas quis deixar-vos com um pouco de nostalgia e com um sorriso nas vossas caras quando pensarem nas vossas memórias mais queridas ou, pelo menos, as que primeiro vos vierem à cabeça. 




Tive uma ideia!

Estava eu a fazer a lista dos 20 livros preferidos cá de casa, para 2 e 5 anos (difícil, difícil, mas dei o meu melhor) e lembrei-me de vos desafiar para algo que poderia resultar na escola dos vossos filhos. Caso haja educadoras desse lado, esta ideia também é para vocês.

Já vos contei que tenho um viciozito com livros infantis (e elas pelos vistos também já foram contagiadas) e que uma coisa boa foi ter descoberto que havia biblioteca muito boa perto de casa (procurem nas vossas imediações e se calhar até se vão surpreender!).

A par disso, a escola das miúdas começou há um mês e pouco uma biblioteca! Um projecto muito giro, com alguns livros (um armário), um cartaz ao lado para se escrever o nome da criança e que livro leva: todas as 5as feiras leva para casa e todas as 2as feiras devolve. A par disto, inventaram uns saquinhos de pano - feitos de t-shirts recicladas, pareceu-me, em que das mangas/alças fizeram as asas do saco e amarraram a parte de baixo [imaginem fizeram umas tiras em baixo às quais deram nós]. ADOREI a IDEIA! Não é algo giro a implementar?


Não sei qual a facilidade que as escolas têm em comprar livros, mas imaginem que cada criança levava um livro para oferecer à escola, novo ou em segunda mão, quantas possibilidades não haveria de rodar livros por todas as casas, todas as semanas?



Segundo dados recentes, em 2018 venderam-se apenas 11,7 M de livros, quando em 2009 eram 14,9 M... isto é preocupante! Daí que seja muitíssimo importante estimular-lhes o gosto pela leitura desde pequeninos. É o nosso momento, antes de apagar as luzes e ir dormir, todos os dias. 

O que acham da ideia? Faz sentido? Propunham? 



4.25.2019

As coisas que as minhas filhas me ensinaram

Ser mãe era o meu grande sonho, o meu grande projecto. Mal sabia eu que iria açambarcar quase tudo na minha vida e que um dia teria um trabalho que girava em torno desse sonho. 

Sempre achei que iria conciliar um trabalho, para o qual me formei, com as minhas filhas. Mas, afinal, pelo menos por agora (nunca digo nunca), o meu trabalho é o meu blogue, onde falo sobre as minhas filhas e sobre isto de ser mãe. A ele, junto outros projectos paralelos. Abro portas a inúmeras possibilidades.




#01 Por isso, a primeira coisa que as minhas filhas me ensinaram, mesmo sem querer, foi que não vale a pena fazer grandes planos, que a vida encarrega-se de nos fazer chegar aonde teremos de chegar.

#02 A segunda foi que, afinal, uma pessoa consegue desdobrar-se, reinventar-se, criar as próprias oportunidades. Não é fácil, correr o risco não será possível para todos, mas tenho visto tantos casos de pessoas a criarem empresas e negócios (sai-lhes do pêlo, claro), que acho que o paradigma está a mudar. 

#03 É preciso saber esperar. De nada vale querermos apressar as coisas. Querer que eles durmam sozinhos quando não estão preparados; querer que andem quando ainda não sentem confiança; querer voltar ao nosso corpo antigo quando está tudo ainda, devagarinho, a ir ao sítio; querer recuperar a vida e o desprendimento que tínhamos antes. Calma. 

#04 O coração cresce desmesuradamente. Não há limites para o amor que sentimos pelos nossos filhos. É visceral. Não é nada parecido com qualquer outra coisa que tenhamos sentido. E cresce a cada dia que passa. Está em tudo e em pequenos nadas. Naquele olhar puro, naquela voz de desenho animado a dizer que gostam muito de nós, naquela mão dada durante a noite, quando vêm ter à nossa cama para se sentirem aconchegados e protegidos de um sonho mau. 

#05 Tomar um banho sossegada e em silêncio é dos maiores luxos do mundo. Pensavam que a lista era só fofinha, não? Nem pensar. Aqui há sempre aquele toquezinho de realidade que é para não enjoarmos. Concordam ou não? Ter a casa de banho só para nós sem estarmos a ouvir chamar por nós ou sem assaltarem a retrete quando estamos a fazer o número um sabe ou não como uma massagem?


Ser mãe é tudo aquilo com que sonhei, mas ainda mais intenso ainda. Uma coisa é certa: aprendi imenso e sinto que ainda tenho muito para aprender com as minhas filhas. E vocês? O que já aprenderam desde que foram mães? (E pais, se estiverem por aí!, claro)