4.09.2019

Esquece tudo o que te vão dizer sobre o que é ser Mãe

Vão dizer-te que vais ficar sem tempo para nada, mas vais sentir que o teu tempo é o bem mais precioso de todos.

Vão dizer-te que vais deixar de ter vida, mas vais ver a vida a crescer em ti e à tua frente, a cada segundo.

Vão dizer-te que a tua vida começa agora, mas vais perceber que tudo o que foste vai estar sempre presente, em cada coisa que faças e digas. 

Vão dizer-te que vai ser difícil, mas vais achar que isso era um eufemismo, que não vais dar conta e que não consegues.

Vão dizer-te que as meninas roubam a beleza à mãe, mas provavelmente nunca te vais sentir tão bonita.

Vão dizer-te que é o fim do mundo, mas vais perceber que o mundo nunca acaba e que era uma hipérbole.

Vão dizer-te que nunca mais vais querer outra coisa, mas por vezes vais ter saudades de ti antes de seres mãe.

Vão dizer-te que te vais sentir endoidecer e tu vais sentir que já não há volta a dar, por isso mais vale embarcar na loucura.

Vão dizer-te que passa rápido e vais perceber que há momentos em que isso era mentira, de tão cansada que vais estar, mas noutros ter a certeza de que era a mais pura das verdades.

Vão dizer-te que amamentar dói, mas se calhar vais sentir que estavam a exagerar (e é bom sinal).

Vão dizer-te que amamentar é a melhor experiência da tua vida, mas provavelmente vais ter momentos em que não te apetece fazê-lo.

Vão dizer-te que o teu leite não presta, mas vais fazer ouvidos moucos e confiar em ti.

Vão dizer-te que os amigos fogem todos, mas vais perceber que os que ficam valem por todos.

Vão dizer-te que o cheiro do teu bebé é inebriante, mas vais chegar à conclusão de que nem há um adjectivo à altura. 

Vão dizer-te que os meninos são mais "da mãe", mas vais perceber que as meninas não poderiam ser mais tuas do que são.

Vão dizer-te que os rapazes são muito "reguilas", mas vais sentir que os abraços, os beijos e as mãos dadas são a coisa mais doce que já provaste.

Vão dizer-te que te vais sentir sozinha, mas há momentos em que a solidão e o silêncio é mesmo o que precisas.

Vão dizer-te que vais chorar de alegria muitas vezes, mas faltou dizer que se chora muitas vezes, de cansaço. 

Vão dizer-te que vais ter um sexto sentido, mas às vezes vais andar às escuras a tentar encontrá-lo. 

Vão dizer-te que ninguém conhece melhor o teu filho do que tu, mas vais perceber que não controlas tudo, que não sabes tudo e que isso faz parte do jogo.

Vão dizer-te que ser mãe é uma experiência do caraças, mas nada do que te disserem vai chegar aos pés daquilo que vais sentir, que vais SER.


Bem-vinda ao clube das Mães: somos todas tão diferentes, mas depois, afinal, temos muitas outras coisas em comum. Ou pelo menos uma: um amor desmedido pelos nossos filhos. E algum cansaço. Ou muito, vá.

Mas shiuuuuuu... esquece tudo o que leste.

Grávida de 37 semanas, já tinha ouvido de tudo, mas nada nunca se equiparou. - foto da querida Rita Ferro Alvim


Os livros que temos lido todas as noites.

Sabem quando há alguns livros que lemos repetidamente? Não os nossos, mas os deles? A Irene recebeu estes dois livros no aniversário dos 5 anos e ainda não conseguimos parar de ler (eu já teria conseguido, mas ela quer e... pronto).

Por acaso gosto muito deles porque têm óptimas mensagens. Senão vejamos ;)


O ANDRÉ SEMEÃO NÃO TEM UM CAVALO


É a história de uma menina que está farta que o seu colega, André Semeão, diga a toda a gente que tem um cavalo. Ela tem a certeza que ele não tem. É impossível. Ainda por cima diz-se pela escola que ele almoça de graça na escola e que a casa dele é pequena demais até para ele e para o avó, quanto mais para um cavalo. 

Depois de negar publicamente ao André Semeão, enquanto ele viajava pela sua imaginação, que tinha um cavalo, reparou o quão triste ele tinha ficado. 

A mãe levou-a a casa do André Semeão e os dois, depois de brincarem em conjunto, ficaram a conhecer-se. A menina chegou à conclusão que o André Semeão era o menino com mais imaginação da escola inteira e que o cavalo dele era um cavalo maravilhoso. 

Aponta para a necessidade de sensibilidade. Para a empatia. Para o respeito pela imaginação... E também nos relembra do nosso papel enquanto pais nestas situações. 

É da Fábula. Uma das nossas editoras preferidas. Minhas, vá, a Irene está a borrifar-se para as editoras. 





O FRIGORÍFICO DA MAGUI


É a história de duas amigas que brincam juntas todos os dias. Uma delas é a melhor a correr e outra a escolar. Quando uma delas têm fome e vai a casa da Magui repara que ela não tem nada no frigorífico. A Magui confessa que a família não tem dinheiro mas pede-lhe para prometer que não vai contar a ninguém por ter vergonha. A amiga prometeu.

Os dias foram passando e a amiga não conseguiu descansar sem conseguir arranjar formas de ajudar a Magui, ainda para mais tendo noção da discrepância da vida da Magui e do irmão e a dela e da sua família. 

Numa das tardes, elas ajudam-se mutuamente. A que não consegue bem escalar, agarra a mão da Magui que subiu mais depressa. 

Eventualmente, decidiu contar à mãe. E a mãe ficou muito feliz por poder ajudar a Magui e a família. No livro a Magui e a mãe recebem a ajuda de bom grado, não sabemos como terá sido a conversa entre as mães. 

A Magui ficou semi-chateada pela amiga ter contado, mas a amiga disse-lhe "TU és mais importante que qualquer promessa". 


Gosto que tenha ensinado que há promessas que devem ser quebradas. Tal como há segredos que devem ser contados, se é que me entendem... Atiça o espírito crítico. Formas de entreajuda e, acima de tudo, conclui com várias ideias das crianças diminuirem a quantidade de frigoríficos vazios pelo mundo fora, deixando claro que é uma missão de todos nós. Uma óptima reflexão sobre amizade também. 

É da Booksmile. Outra editora que gostamos. :)




4.08.2019

Fiz o Coito com 121 pessoas.

Podia ser um segredo do Big Brother ou afins, mas não. Nem por isso. Posso até dizer-vos que entre essas 121 pessoas estava António e Catarina Raminhos. Ah, não estavam à espera deste momento, pois não? Também estava Joana Paixão Brás (eu não vou ao casamento dela, mas ela para o Coito está sempre pronta) e, que vocês conheça, de "malta" não estava mais ninguém. 

Mas afinal o que é isto? Esta pouca vergonha? 


Sabem vocês tão bem quanto eu que a norma não é apoiarmo-nos uns aos outros. Estamos cada vez mais afastados pelo ritmo do quotidiano (já devo ter usado esta expressão umas 88 vezes em testes de história, isso é "em busca de melhores condições de vida") e isso faz-nos sentir mais sozinhos e, falo por mim, mais paranóicos. 

Com a tendência de nos sentirmos culpabilizados e responsáveis por tudo, acabamos por carregar tudo o que existe às costas e isso deixa-nos sem energia, sem vida. Estarei a ser assim tão dramática ou.. será realista? Isto generalizando, claro.

Se há coisa que ajude é mudar a rotina e sair (daí também o convite para o Coito) e ajuda também ouvirmos falar outros pais - sem merdas - sobre aquilo que têm sentido. Isto inclui todas as inseguranças e acidentes. Ou até mesmo aqueles pensamentos mais horríveis como "preferia muito mais quando estavas dentro da minha barriga e estavas caladinho". 

O Coito é um lugar seguro onde os pais podem ser eles mesmos e onde juram que irão partilhar aquilo que mais os inquieta, isto tudo untado com sentido de humor. Há quem diga que rir é o melhor remédio, mas já se calava que já não o posso ouvir. O humor aqui faz com que nos ríamos de nós próprios, da nossa missão, da natureza humana. 

Precisamos de descontrair. O Coito é um sítio onde eles (os nossos filhos) não nos apanham a falar mal deles. Além de, em princípio, também ser o nome dado àquilo que terá sido praticado quiçá na parte de trás de um Seat Ibiza perto da Ponte Vasco da Gama e que deu origem às mini-pessoas que passeiam por nossas casas.

Sábado que passou foi a estreia do Coito - Aqui os miúdos não nos apanham a falar mal deles na Fábrica do Braço de Prata. O David Cristina e eu, além de parecermos um casal recém casado na fotografia em baixo, fomos os hosts e os primeiros a desabafar relativamente àquilo que nos apoquenta no que toca à parentalidade.

Bom vestidinho, não é? Da Zara, migas. Ainda encontram. Quanto ao soutien, uma salva de palmas pelo trabalho difícil que está a ter de levantar aqueles dois lombos.

Depois de desabafarmos, numa sessão de terapia paga (por vocês), convidamo-vos a falar connosco.

Vocês sabem que raramente temos tempo para pintar as unhas, tive que aproveitar os meus primeiros 10 minutos da semana para o fazer. O David Cristina teve imensa piada, ri-me imenso, mas aqui estava preocupada porque ia passar para a mão direita e estava a pintar de preto - vocês sabem. 


Soubemos aquilo de que tinham mais saudades antes de terem filhos e ainda ajudamos a mãe Joana (outra) a aliviar a sua tensão por dois anos e tal de noites más dormidas e também a amamentar.

A Irene que não veja esta fotografia que está ali a Maria Isabel a levar uma palhaça ou lá como é que ela lhe chamou. 
Bom, já que estava ali... 

Lá continuámos a apresentar e tal. Lá estão vocês a tentar retirar conclusões relativamente ao meu peso e a fazer apostas no Whatsapp que poderei estar grávida... 


Depois, já que tínhamos convidado o António e a Catarina Raminhos para virem ao COITO, achámos por bem chamá-los a palco.  Correu tudo muito calmamente, sem grande reboliço, confesso.



É. O expectável. Nada de especial.

Não vos posso dizer do que estávamos a falar. Mas incluía ... não posso, mesmo. Ahhh...

Foi óptimo. Eu gostei. A malta diz que gostou. Os Raminhos foram simpáticos e disseram que também. A babysitter que eles contrataram também deve ter ficado contente. Agora só faltam vocês.

As convidadas da próxima semana são: Filipa Galrão (radialista da Mega Hits e muito mais, uma das minhas melhores amigas, por exemplo) e Joana Azevedo (radialista da Rádio Comercial, que nunca conheci, mas que tenho uma web crush por ela e estou muito curiosa por conhecê-la).

Sexta-feira, 12 de Abril, 21h30 na Fábrica do Braço de Prata, mais um COITO. Vêm?



Podem comprar os bilhetes aqui, quem vier, avise :)

Quero agradecer à minha Susana por ter feito o favor de fazer a porta, ao Tiago Maltez da Ponte Media pelas fotografias, à Oland Creativity pelo conceito, marca e ilustrações e, claro ao David Cristina por querer fazer isto comigo.



O David e eu gostámos. Acho que aqui está a prova disso :) E de que havia gente também, que não pusemos ali umas silhuetas de cartão só para enganar.

Vá, mais uma prova:



Obrigada a todos os que foram (a ti também, Joana Paixão Brás). Para a semana há mais :) Lá vou ter de ir comprar mais um vestido...