12.30.2016

Pai em Pânico (#03) - "Aproveitem para dormir agora"

Ao entrar na 30ª semana, eu e a minha namorada já recebemos vários conselhos de várias pessoas a propósito do que é ser pai. Diria até que recebemos demasiados conselhos, se é que existe tal coisa.

Um “recém-pai”, definido para os efeitos desta crónica como alguém que teve um ou mais filhos nos últimos 4 anos, parece ter uma aptidão inata para definir de forma absoluta qual a melhor fralda, pomada, creme, chucha, biberão, esterilizador, questões sobre amamentação, forma de adormecer a criança e método de dar banho, tudo com base apenas na sua experiência parental. É um pouco como um alguém que só teve um parceiro/a sexual dizer-lhe que ele/a é o/a melhor do mundo na cama. No melhor dos cenários, falta-lhe validade científica e precisa de mais amostras para a fundamentar a afirmação.

Não me levem a mal, eu quero receber estes conselhos! A quantidade de incógnitas que me aguarda é assustadora, no entanto, não quero receber esses conselhos nem de toda a gente, nem em palestras consecutivas de 4 horas e meia. Em certos casos, esse tempo seria melhor gasto a agrafar os meus mamilos.



O conselho mais frequente que recebo é “aproveitem para dormir agora!”. Novamente, acredito que seja imensamente bem-intencionado, mas é um conselho fundamentalmente inútil. Como os seres humanos entre vós já terão por esta hora percebido, o sono não está sujeito a um sistema de crédito. Eu não posso acumular horas de descanso, que posteriormente trocarei por uma poção revigorante que me permita derrotar o monstro do “tenho fome, calor e/ou cócó na fralda” às 3 da manhã. Isto não é o World of Warcraft, e se fosse, seriamos todos orcs de nível 1!

Vou até mais longe dizendo que o melhor conselho a dar é “aproveitem para NÃO dormir agora!”. Sim, aproveitem estes meses de expectativa para habituar o vosso corpo à privação de sono. Espalhem pela casa inteira 8 alarmes a disparar pela noite dentro. Junto aos alarmes, coloquem uma taça de almôndegas fora do prazo e nos alarmes cujos dígitos dos minutos produzam um número inteiro quando dividido por 3, coloquem a mão no bico maior do fogão e liguem-no. Desta forma, quando chegar o bébé, vocês já são um com a Força.


É por tudo isto que, para terminar, quero deixar uma promessa solene que irei repetir diariamente após o nascimento do meu filho/a: “eu, Hugo Rosa, prometo não dar conselhos a futuros pais a menos que me seja pedido e, quando me for pedido, prometo ser sucinto e não despejar informação que demore a ser transmitida o mesmo tempo de uma viagem de barco até à India no século XV.” 

12.29.2016

Não sou a mãe mais feminina de sempre...

Já fiz aqui várias confissões de que não sou a mãe mais feminina de sempre. Tinha medo de que, por isso, não deixasse a Irene ser a pirosa que queira ser, mas vai acontecendo naturalmente. Se ela mostra interesse por alguma coisa, passa a ser giro e divertido. Mesmo que isso tenha brilhantes, demasiado cor-de-rosa, muitas flores, asas de borboleta e que implique parecer que gosto de ir à Claire's. 

Pensei que a miúda fosse usar calças de fato-de-treino para sempre, que só a calçasse com ténis, que não tivesse paciência para lhe fazer tranças e totós. Porém, houve algo que se apoderou de mim: ela. 

Ela gosta, ela pede, eu faço. E aqui entre nós? Fica linda. Fica linda a ser pirosa. 

A avó Sílvia ofereceu-lhe uma caixa de maquilhagem, tremi a pensar na quantidade de toalhitas e banhos que teria de dar, mas nem correu mal. Foi giro. Lindo, piroso e ... adorámos.



























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