11.05.2016

Agora eu!

Momento egocêntrico da semana, permitam-me. [Claro que permitem, a casa é minha, ora essa! ;) ]

Os olhinhos pequeninos não são do sono, eram a minha tentativa de parecer interessante, sexy, EU SEI LÁ (não gozem) ;)

Pensei em falar-vos sobre mim hoje. Já sabem muito de mim enquanto mãe, que gosto de amamentar, que tento praticar disciplina positiva com a Isabel, que não gosto que coma doces e coisas processadas, que gosto de fugir um bocadinho à rotina com elas, que deixei o meu trabalho em televisão para me dedicar mais às minhas filhas e que sou uma chatinha, chorona, romântica, lamechas... e mais?

Cá vão mais coisas mais ou menos aleatórias:
- adoro comer, no geral, e sushi em particular
- sou gaga desde os 3 anos (e não é pouco)
- fiz uma dieta com 18 anos em que praticamente só comia maçãs e que por isso até hoje enjoo a comer maçãs
- adorava ler mas agora sou muito preguiçosa e ando mais numa de séries (adoro cinema, mas agora não dá para alimentar esse vício)
- trabalhei em Londres num restaurante chinês durante 5 meses
- adoro cantar, andei nos Onda Choc e fui ao Ídolos com 17 anos (sim, a parva da Joana Gama já tinha falado sobre isso aqui e eu acrescentei mais estes elementos para poderem gozar comigo à vontade)
- tirei o curso de Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa e fui jornalista
- interessei-me mais pelo entretenimento e fui repórter de programas de futebol, fiz parte dos conteúdos do 5 para a Meia Noite, Gosto Disto!, Alta Definição, E-Especial e Fama Show
- adoro viajar e um dos países de eleição é o Brasil mas deliro com cidades europeias 
- fiz e faço locuções (se calhar já ouviram a dos piolhos que tem dado na rádio, do Paranix)
- tenho um irmão dois anos e meio mais novo chamado Frederico, que me fez a vida negra (lol) mas do qual tenho um enorme orgulho, e que tem um restaurante em Lisboa chamado Tapa Bucho, onde podem petiscar coisas boas mas boas
- andei toda "não quero saber" quando o tema era peso e barriga flácida mas agora já me ando a chatear um bocado comigo por andar tão preguiçosa
- quando era miúda fiz todos os desportos e mais alguns, apesar do pouco talento para cada um deles, fiz danças de salão e era apaixonada pelo Zé Diogo na primária
- irrita-me que venham mastigar banana para o meu lado (e comida, no geral)
- o meu mais recente girl crush da internet é a Bumba na Fofinha 
- sou amiga do meu amigo, sou eu própria e digo as coisas pela frente 
- a frase antes desta foi a gozar, só para que conste.

Pronto, é para que fiquem a conhecer melhor esta que vos escreve. 


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Amamentar é isto...

Ainda antes de estar grávida da Isabel sabia que havia de amamentar. Estava longe de ser mãe mas já sabia, no meu íntimo, que havia de querer construir essa ligação com o meu bebé. Mal sabia eu que, nos primeiros tempos, não me seria natural e que me custaria tanto. Desistir passou-me pela cabeça mil vezes no primeiro mês. Mas logo a seguir lembrava-me da imagem da minha mãe a amamentar-me na praia ao pôr do sol, com um ano e tal, memória que não tenho mas que as fotografias ajudaram a recriar. Eu adoraria consegui-lo, não só pelas vantagens já conhecidas, mas porque sempre achei aquilo bonito, especial. 


Durante um mês sofri bastante, tinha dores e pouca ajuda. Valeu-me o apoio moral do David e da minha mãe, que me prometeu que as dores passariam (também me disse que a escolha seria sempre minha). Ela tinha razão. Passaram e então vi e senti o quão especial era aquilo. A Isabel desmamou quando teve pneumonia com 9 meses e meio, rezei para que fosse um falso desmame e ainda tentei reverter mas já não consegui. Acabou uma bonita história, sem culpas.  Escrevi sobre isso aqui. Mas prometi a mim mesma que correria melhor num segundo filho. Correu. Está a correr muito, muito melhor. Apesar de ter sido um bocadinho doloroso no início novamente, principalmente com a subida do leite, nunca me coloquei pressões de aumentos de peso, não dei aso a confusões de tetinas, dei mama mais e mais vezes e pedi ajuda à CAM Patrícia Paiva, o meu porto de abrigo, sempre que tinha dúvidas (ela está agora no projecto Amamenta Setúbal, para quem precisar, aconselho!).

Amamentar para mim é muito, muito importante, faz-me bem, faz-me feliz. Seria igualmente boa mãe se não amamentasse, disso não tenho dúvidas, mas gosto muito desse nosso momento de namoro indizível. Até quando? Desta vez espero que até (bem) mais tarde, até ambas querermos e até que isto nos faça bem às duas. Adoraria conseguir fazer um desmame natural. Mas logo se vê. Acho que se não pusermos pressão nem fizermos grandes previsões, tudo correrá melhor. É deixar fluir. É irmos sendo felizes. 

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11.04.2016

Ela pediu-me um irmão.

Fotografia Lovelab.

"Mãe, a Necas quer que a mãe tenha um bebé na barriga. A Necas quer um irmão.". 

Disse ela, ali, encostada à janela da cozinha, com o seu pijama da Everest e da Skye. Com aquela barriguinha que fotografo com os meus olhos desde pequena e que terá enquanto for minha, enquanto for bebé. Ali, às 7 da tarde, com aquela escuridão da mudança de hora.

Estava a preparar a comida dela para aquecer e não estava à espera disto. Muito menos nesta semana. Esta semana em que decidi pensar que talvez não quisesse um segundo filho. Por amor e cansaço, talvez não queira um segundo filho. 

Quando a olho nos olhos e vejo que lhe quero dar tudo de mim, isso não inclui dar-lhe mais alguém além de mim. Quando está birrenta, já é difícil para mim conseguir ter todas as forças que quero ter para a ver do tamanho que ela tem e o lugar que ela ocupa em mim. 

Mas ela quer. 

Ou, pelo menos, disse que sim. 

Não sou pessoa de não ter o que dizer - antes pelo contrário. Creio que pela primeira vez na vida o Frederico terá ouvido um silêncio da minha parte. Um silêncio em que, dentro de mim, estava tudo aos berros. O meu coração, a minha cabeça, as saudades da barriga de grávida, o corpo a gritar de cansaço... Calei-me para me ouvir, calei-me para não dizer nada de errado, mas aquele segundo foi passando em que a Irene ficou sem uma resposta. 

Nem me lembro do que lhe terei dito. Provavelmente o Frederico terá respondido por mim. 

Esta semana não quis ter um segundo filho e ela pediu-me um irmão. 

Também eu às vezes me peço um segundo filho, mas não sei o que me diga. Nesta semana não quis. Tenho amado muito a Irene, o ginásio, o silêncio depois dela se deitar e aquela meia hora em que, às vezes, tenho esperança que ela não volte a acordar tão cedo. 

Tenho saudades do Frederico e sinto que estamos mais perto de podermos ser um nós mais próximo de novo, embora de forma diferente. 

E, acima de tudo, o que sinto é que lhe quero dar mais mãe e menos irmão. 

Esta semana. 

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